A Biblioteca de RaquelQuadrinhos – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sexo por sexo, fique com a HQ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/08/03/sexo-por-sexo-fique-com-a-hq/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/08/03/sexo-por-sexo-fique-com-a-hq/#comments Fri, 03 Aug 2012 23:40:16 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=2435 Continue lendo →]]>

De Roland Topor, “Je T’Aime”, via 50Watts.com

Em uma semana, “Cinquenta Tons de Cinza” vendeu 10.316 exemplares, segundo o Publishnews. A contagem feita pelo site engloba as maiores redes do país, cujas vendas equivalem a cerca de 30% do total da comercialização via livrarias brasileiras.

Ou seja, em sete dias, “Cinquenta Tons de Cinza” teve cerca de 30 mil cópias vendidas em território nacional. Isso equivale a dez vezes a tiragem média de uma obra literária por aqui –sendo que esta, em geral, demora mais de um ano para se esgotar, isso quando se esgota.

Nos últimos dias, soube da reportagem em tom ultrapessoal da revista “Época”, vi Xico Sá dizer que o livro não chega aos pés das Sabrinas da vida, li Contardo Calligaris numa defesa entusiástica da leitura ininterrupta das 1.500 páginas dos três volumes da série.

O resumo que mais se aproximou do que penso foi o de Francesca Angiolillo, editora-adjunta da Ilustrada, no sábado passado: “[O livro tem] um vocabulário irritantemente pobre (que faz com que as hiperdescritivas cenas de sexo sejam o menos constrangedor da narrativa)”.

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Antes de “Cinquenta Tons” sair por aqui, Luiz Schwarcz escreveu no Blog da Companhia que não conhecia nenhuma mulher que tivesse conseguido parar de ler antes de terminar os três volumes, por mais que torcessem o nariz. Admiro (mentira) a força de vontade delas.

Não me lembro de ter lido algo tão ruim desde que enfrentei “O Vendedor de Sonhos”, de Augusto Cury. A trama é tão óbvia, tão no estilo fantasia romântica adolescente –o primeiro livro, pelo menos, tem muito menos sexo do que os comentários fazem pensar–, que eu preferia uma tortura nada sexual no estilo “Audition”, de Takashi Miike, a ter de ler o segundo.

(Abaixo, o trailer de “Audition”, essa obra de arte. A cena de tortura está aqui, mas é um spoiler para quem não viu o filme, além de não ser NADA indicada a mentes sensíveis.).

[There is a video that cannot be displayed in this feed. Visit the blog entry to see the video.]

A Companhia das Letras já começou a divulgar sua versão de livro erótico, “Toda Sua”, de Sylvia Day, com uma curiosa apresentação na linha “é mais bem escrito que ‘Cinquenta Tons'”. Logo mais chegam o da LeYa, “Luxúria”, e o da Record, “Belo Desastre”.

A onda de genéricos atingiu até outros gêneros. Prestes a lançar a antologia de contos de terror “Mistérios Noturnos”, a Universo dos Livros resolveu mudar o nome para “Tons de Sedução” e substituir a imagem de cemitério da capa pela de uma taça de vinho, bem ao estilo “Cinquenta Tons”. A pressão do leitores fez a casa voltar atrás, com título e capa originais.

O que acho engraçado é o discurso de “capa discreta para não constranger”, já que a esta altura até meu pai sabe que capas com sofisticadas taças de vinho, gravatas e saltos altos são sinônimo de literatura erótica feminina. Tive noção na Flip, quando um editor da Companhia das Letras me deu um livro da Sylvia Day. Antes de parar para deixá-lo na pousada, andei com ele para tudo o que é lado, me acreditando protegida pela discreta capa ilustrada com abotoaduras, até esbarrar em outro editor. Que perguntou, na lata: “Lendo pornografia, Raquel?”.

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 Atualização em 8/8: segundo o “Guardian”, “Cinquenta Tons” já é o livro mais vendido na história do Reino Unido, tendo passado “O Código da Vinci”.

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Minha dica: sexo por sexo, fique com o de Chester Brown. “Pagando por Sexo”, HQ recém-lançada pela WMF Martins Fontes, sobre as experiências do autor após decidir nunca mais transar por amor, vale mais que qualquer uma das variações de “Cinquenta Tons”.

Foi mal: só achei no Google cenas da HQ com textos em espanhol ou inglês

Primeiro porque é baseado em fatos reais, sem nada das fantasias juvenis de uma fã nada jovem de “Crepúsculo”. A história se passa nos anos 90, quando o canadense Chester Brown, hoje com 52 anos, se viu na encruzilhada entre a falta de vontade de viver o lado “pesado” dos namoros e a necessidade de continuar fazendo sexo. E passou a só transar com prostitutas.

Segundo porque, por ser baseada em fatos reais, é muito mais convincente. O quadrinista descreve sem pudor suas experiências e seus pensamentos durante o sexo, sem que isso seja constrangedor. Terceiro, enfim, porque, ao contrário de “Cinquenta Tons”, o livro diverte.

Brown, defensor da descriminalização da prostituição no Canadá, mantém há nove anos um relacionamento com a mesma garota de programa. Diz ficar feliz por saber que ela não faria sexo com ele se não ganhasse por isso –mas eu arriscaria ver romantismo nessa monogamia toda.

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Estamos cansados de ler em telas http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/04/28/estamos-cansados-de-ler-em-telas/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/04/28/estamos-cansados-de-ler-em-telas/#comments Sat, 28 Apr 2012 19:39:43 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=1199 Continue lendo →]]>  

Estamos cansados de ler em telas.
Elas ferem nossos olhos e exigem óculos especiais.
Nós sempre as quebramos quando andamos em esteiras rolantes.
É tempo de redesenhar nossos aparelhos de leitura.
Vamos começar tornando-os mais interativos (passar os olhos linha a linha; segurar e virar para ler mais).
Seu peso deve ser proporcional à quantidade de informação dentro.
Vamos usar um texto sem brilho envolto numa camada protetora de polpa de madeira (não precisa de óculos especiais; menos fadiga ocular; biodegradável).
Os novos aparelhos de leitura podem ter uma função secundária: decoração doméstica.
Bem, eles podem tornar difíceis as viagens com máquinas propulsoras.

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A tira saiu no mês passado no Sunday Book Review, do “New York Times”, assinada por Grant Snider, estudante de ortodontia (!) na Universidade de Colorado-Denver que assina o blog Incidental Comics, atualizado semanalmente, e vez por outra publica em jornais.

(Andar lendo no Kindle na esteira rolante da Linha 3-Amarela: um clássico do século 21.)

Vai na linha de um cartum que postei em 2010, do “USA Today”, assinado por Jeff Stahler (que, hm, soube agora que andou sendo investigado por plágio, devido a casos como este aqui).

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Para quem é só um pouco nostálgico, o Mashable sugere 10 capas para Kindle com cara de capas de livros. Só tem o problema de fazer parecer que você lê muuuuito devagar, para andar por aí sempre com o mesmo livro, e justo um tão magrinho.

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Daniel Clowes e a gênese de "Wilson" http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/02/20/daniel-clowes-e-a-genese-de-wilson/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/02/20/daniel-clowes-e-a-genese-de-wilson/#comments Mon, 20 Feb 2012 15:49:53 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=153 Continue lendo →]]>

Fui avisada de que teria 15 minutos, não mais do que isso, de entrevista com o cartunista Daniel Clowes, 50, o pai das adolescentes rebeldes de “Mundo Fantasma” (imagem acima, a HQ em que se baseou o filme “Mundo Cão”, com Scarlett Johansson). E então desconfiei de que ele fosse um desses autores sem nenhuma paciência para jornalistas.

Algo com o argentino Quino, que um dia me concedeu 20 minutos de trauma por telefone.

No fim, Clowes, um dos maiores nomes dos quadrinhos norte-americanos nas últimas décadas, é a gentileza em pessoa. Do tipo que se faz de surpreendido quando ouve uma pergunta que, numa estimativa otimista, já deve ter escutado 87 vezes antes e que ri das próprias respostas, no melhor estilo Zé Simão. Mas eram só 15 minutos, enfim.

A razão da entrevista foi o lançamento da graphic novel “Wilson” pelo selo Quadrinhos na Cia. Escrevi sobre o livro na “Ilustrada” de sexta: a história do sujeito mais irritante que alguém pode conhecer, reclamando de tudo e de todos ao longo de 80 páginas.

(Falando assim pode parecer que a HQ é uma bobagem, mas tento explicar um pouco melhor no texto que linkei acima. É bem genial, mesmo.)

Mas, ok, aos 15 minutos, então.

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Wilson é a primeira graphic novel que você fez para ser publicada primeiro na íntegra, sem que tenha sido serializada antes, mas ela lembra muito uma reunião de de tiras.
Sim, sim, é verdade.

Por que pensou nesse formato para sua primeira graphic novel?
Quando comecei a escrever, não tinha ideia de como seria, se seria um livro ou uma série de tiras. Deus sabe, eu não tinha ideia. Tentei não pensar muito antes no que seria o produto final antes que pudesse ver os primeiros resultados. Mas comecei a gostar de rabiscar essas tiras. A certa altura me dei conta de que havia uma espécie de história nelas todas se você as colocasse juntas, e foi quando decidi juntar num livro. Mas começou de forma muito orgânica.

Essa gênese também tem a ver com a ideia de desenhar Wilson com vários traços diferentes ao longo do livro?
Bem no começo eu estava só fazendo uns riscos a lápis. Àquela altura eu não sabia como era o personagem, eram só rabiscos mesmo. As tiras eram mais sobre o que esse cara ranzinza estava dizendo do que sobre a história dele. Então finalmente comecei a desenhar. A princípio pensei que seria num traço engraçado, bem de cartum, mesmo, do tipo que você vê nos jornais americanos aos domingos, com situações típicas dos subúrbios. Depois achei que seria melhor se o traço fosse mais realista e mostrasse bem como ele era. Depois de ver todos os modelos, concluí que teria mais efeito se mantivesse os vários estilos, porque isso meio que replicava o sentimento que você tem quando pensa em si mesmo em determinado dia. Num dia, você se vê sob uma luz negativa; no outro, de outra maneira, numa visão que segue o seu humor. Quis capturar algo sobre a maneira como nos vemos no mundo.

O livro dá a impressão de não ter um roteiro muito pré-definido, como se você tivesse lampejos e criasse as situações conforme desenhava. Por exemplo, quando, depois de várias páginas sobre uma singela viagem de Wilson com a ex-mulher e a filha recém-descoberta, a ex-mulher diz que “essa coisa de sequestro” não a deixa tranquila.
Fico feliz que você diga isso, porque era como queria que parecesse, como se a narrativa estivesse acontecendo sem nenhum controle. Mas perto do começo eu já tinha visualizado a história toda e pensado bem de que maneira todos os detalhes funcionariam juntos. Decidi fazer todo o livro no estilo mais o mais simples e básico possível. Não queria que nenhuma página não funcionasse isoladamente como tira, que absolutamente tudo fosse engraçado e emocionalmente forte, mas que ao mesmo tempo cada tira tivesse uma informação importante para levar a história adiante. A graça é fazer com que o leitor descubra que existe um roteiro ordenado naquilo que por muito tempo parecia não ter.

Os personagens de seus livros anteriores, como “Mundo Fantasma”, são adolescentes, uma fase da vida em que as pessoas ainda são capazes de mundar, e Wilson… é muito triste, porque ele já está numa fase da vida em que não tem mais solução. Ele é irritante no começo, mas ao longo da história vai dando uma pena enorme do que ele representa.
Sim, por isso dei a ele ao final uma espécie de segunda chance, essa descoberta que ninguém sabe o que é, mas que é uma forma de contentamento. Gosto de personagens que são pessoas difíceis, que não se encaixam direito no mundo. Gente que tem dificuldade em lidar com outros é sempre melhor para levar uma história adiante. No começo, ele era irritante para mim como para todo mundo e isso era só engraçado, mas depois de trabalhar com um personagem desses por tanto tempo você encontra neles detalhes que vêm de você, e isso me causou uma enorme simpatia por ele, da melhor maneira possível.

A passagem irregular do tempo também é forte na HQ, são vários quadros que acontecem no mesmo dia seguidos de outros que pulam anos da vida de Wilson. Como foi trabalhar isso?
Tentei reproduzir a maneira como nos lembramos da nossa vida. Você olha para trás e pode se lembrar de dez coisas que aconteceram num único dia, e depois não consegue se lembrar de mais nada do que fez nos quatro anos seguintes. Você se lembra de pontos altos num sentido emocional. Seja lá por que motivo, algumas coisas grudam na sua cabeça. O que você tem que fazer nesse tipo de história é capturar os momentos que grudam na sua cabeça por razões que não saberia articular por escrito, mas que têm impacto.

Você está trabalhando no roteiro do filme baseado no livro, certo?
Sim, acabei de terminar o primeiro rascunho. Porque, sabe, filmes exigem várias etapas de rascunhos, nunca é como você pensa no primeiro momento. Mas vai ser transformado em filme, espero que logo.

Isso é algo que você já fez antes, em “Mundo Cão”, que é muito parecido esteticamente com a HQ que o originou. No caso de “Wilson”, você pensa em alguma solução estética para levar para a tela esses estilos tão diferentes que percorrem a história?
Falamos sobre isso [Clowes e o diretor Alexander Payne, que trabalha com ele no roteiro), mas concluímos que no filme esse formato causaria mais distração do que qualquer outra coisa. De certa maneira, numa HQ, você se acostuma com os vários traços e, ao final, nem nota mais os diferentes estilos, mas achamos que num filme isso tiraria a atenção. Estamos tentando resolver de uma maneira diferente, fazer como um filme que funcione em termos cinematográficos.

E já sabe que ator será o Wilson?
Não pensei ainda, é uma dessas coisas que você precisa esperar para pensar quando estiver com o roteiro final em mãos, porque vai saber o que acontece no meio do caminho…

Mas há algum ator que você olhe e pense que daria um ótimo Wilson?
Ninguém aparece para mim como uma escolha certeira. Muita gente pode ser boa. Certamente não vou querer dizer o nome de alguém, porque depois o ator lê no jornal que o papel é dele, isso não cabe a mim.

É notória sua rejeição pelo termo graphic novel, e agora você lançou seu primeiro livro nesse formato. Desistiu de reclamar?
Eu desisti. Por anos, não queria que usassem o termo porque acho que seja pouco fiel ao que fazemos. Muito do que as pessoas chamam de graphic novel não é romance, como “Maus”, de Art Spiegelman, que é puramente factual. “Maus” não é uma ficção, e romance é ficção. Tentei o quanto pude fazer com que as pessoas percebessem que é uma descrição ruim, mas tive que me adaptar. Não tinha mais o que fazer.

Mas foi depois que o termo se estabeleceu que cartunistas começaram a ter uma espécie de “status literário”. Como aconteceu com você, que já teve seu trabalho comparado com Philip Roth, entre outros, pela forma como reproduz a sociedade americana.
Acho que essas comparações não são algo que tenha um pé muito forte na realidade. Certamente há muito mais atenção dedicada a cartunistas hoje do que já houve. Mas não é como se estivéssemos sendo cotados para o Prêmio Nobel. Não acho que tenhamos mudado o suficiente a vida das pessoas.

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Art Spiegelman e o Painel das Letras http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/02/12/a-estreia-no-painel-das-letras-com-art-spiegelman/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/02/12/a-estreia-no-painel-das-letras-com-art-spiegelman/#comments Sun, 12 Feb 2012 15:15:39 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=49 Continue lendo →]]>

Taí por que precisei dar aquela pausa no blog: estreei ontem como colunista do Painel das Letras (link para assinantes Folha/UOL), na “Ilustrada”. Como vou continuar como repórter e fechadora da “Ilustríssima”, e a “Ilustríssima” e a coluna são inadiáveis, sobrou pro blog.

Mas ao menos estreei com a sorte de ficar sabendo na véspera que Art Spiegelman enfim aceitou um convite para vir ao Brasil, para participar da quarta edição do Congresso Internacional de Jornalismo Cultural, de 28 a 31 de maio, promovido pela “Cult”.

(A coisa toda foi meio tensa. Com a saída do Sesc e a volta pro Tuca, o congresso mudou de data. O cartunista tinha confirmado participação na data anterior. Só fui saber na sexta de manhã, poucas horas antes de fechar a coluna, que a nova data era até melhor para ele.)

Agora é torcer para o homem não desistir de novo. Em 2007, ele confirmou e cancelou depois. De lá para cá, foi convidado inúmeras vezes, mas nunca chegou perto de aceitar.

Em 2009, quando saiu aqui a HQ “Breakdowns – Retratos do Artista Quando Jovem %@&*!”, falei com ele para uma capa da “Ilustrada”.

É meu xodó essa entrevista, porque, sabe, é o cara do “Maus”. E tinham comentado que ele não era muito de dar entrevistas, o que me causou uma leve taquicardia enquanto o telefone chamava. Mas daí ele atendeu. E falou, falou, falou por quase uma hora. Queria acreditar que foi porque se encantou com minha habilidade para questões pertinentes (cof), mas a verdade é que, bem, olhem a foto e avaliem se ele parece alguém que não gosta de falar.

Enfim. A entrevista ainda está no ar, então reproduzo aqui só um trecho pequeno da íntegra que saiu no on-line (a versão publicada no papel foi bem menor) para tirar uma dúvida depois.

 

Há dois anos [em 2007], o sr. fez as pessoas aqui acreditarem que você vinha pro Brasil [para a Flip], e não veio.
Eu também acreditava que ia!

Daí chegou-se a falar que o sr. viria no ano seguinte, e também não veio…
Escrevi para o Luiz [Schwarcz], meu editor, para dizer que realmente quero ir, mas nunca parece dar certo quando há uma oportunidade. Da primeira vez teve a ver com uma doença séria do meu sogro, e tivemos de ir para a França, onde o pai de Françoise vivia. Depois disso, cada vez houve um empecilho, como estar no meio de um projeto e ter um prazo para entregá-lo, então nunca consegui marcar algo, mas realmente quero ir algum dia. Só estive no Rio uma vez…

Quando?
Hmm, deixe-me ver, estou tentando lembrar, foi uma exposição do meu trabalho no museu Oscar Niemeyer, no final dos anos 90. Mas preciso ir, passei um tempo muito bom no Rio, mas não fomos a outros lugares. Um dos problemas que tivemos foi que minha mulher olhou o mapa e disse: “Ótimo, vamos sobrevoar a Amazônia, sempre quis ir à Amazônia”. Isso quase matou toda a viagem para mim. Eu disse: ‘Meus ancestrais ficaram milhares de anos tentando sair da floresta. Não quero ir voluntariamente, não quero arriscar a vida da minha família’.

 

Como transcrevi essa parte só para o on-line, na época não me dei conta. Museu Oscar Niemeyer? O de Curitiba? Não achei nenhuma referência a exposição dele no Brasil nos anos 90. Nem tampouco da presença dele por aqui. Alguém se lembra dessa exposição?

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Spiegelman sob a sombra de "Maus", em tira de "Breakdowns"

Só para finalizar, perguntei à Companhia das Letras se há previsão de sair por aqui “Metamaus”, o livro + DVD sobre a criação de “Maus” que lá fora foi publicado no ano passado. Por ora a resposta é não. De todo modo, “Breakdowns”, uma autobiografia em fragmentos de quadrinhos, que saiu aqui em 2009, dá alguma pista do que significa “Maus” na vida do autor.

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