A Biblioteca de Raquelapple – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Painel das Letras: Memórias de Malala http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/06/painel-das-letras-memorias-de-malala/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/06/painel-das-letras-memorias-de-malala/#respond Sat, 06 Apr 2013 06:00:14 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3882 Continue lendo →]]> As memórias da paquistanesa Malala Yousafzai, de 15 anos, que em 2012 virou símbolo da luta pelos direitos das mulheres após ser baleada no peito e na cabeça por talebans, serão publicadas pela Companhia das Letras. Malala ficou conhecida em 2009, aos 11, quando começou a denunciar práticas da milícia fundamentalista islâmica no blog Diário de uma Estudante Paquistanesa, no site da BBC. “I’m Malala”, previsto para o segundo semestre, gerou concorridos leilões internacionais nos últimos dias, mas a editora brasileira garantiu os direitos antes. A jornalista que assina a obra  não teve o nome divulgado por questão de segurança.

Oficina de ensaio
Neste ano, a concorrida oficina literária da Flip será de ensaio, em parceria com a revista “Serrote”, numa das várias investidas da publicação do IMS para promover o gênero. Será coordenada pelo editor Paulo Roberto Pires e terá participação do escritor britânico Geoff Dyer e do brasileiro Francisco Bosco.

As aulas vão de 4 a 6/7, em Paraty, com 15 vagas. As inscrições começam amanhã e se encerram em 8/5.

Interessados devem enviar currículo e ensaio próprio, inédito ou não, com até 30 mil toques, para oficinaliteraria@flip.org.br. Os selecionados serão anunciados nos sites da Flip e da “Serrote” em 27/5 e devem pagar R$ 120. O regulamento está em flip.org.br.

Infantil ‘This Is Not My Hat’, de Jon Klassen, best-seller premiado pela Association for Library Service to Children, foi comprado pela WMF Martins Fontes, que já publicou do autor ‘Quero Meu Chapéu de Volta’

Demissão Continuam as mudanças na Fundação Biblioteca Nacional. Depois de Galeno Amorim ter sido demitido, Maria Antonieta Cunha, da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), pediu as contas.

Demissão 2 Ela disse não achar ético ficar no cargo após a saída de Galeno. De qualquer modo, a DLLLB não ficará sob comando do novo presidente da FBN, o cientista político Renato Lessa. A diretoria retornará a Brasília.

Desafios Em São Paulo, quem pediu demissão foi Maria Christina de Almeida, diretora da Biblioteca Mário de Andrade. Seu substituto, o artista plástico Luiz Armando Bagolin, terá desafios como ampliar o sistema de ar condicionado, conseguir recursos para digitalizar o acervo e aumentá-lo em 8.000 títulos.

Desafios 2 Esta última tarefa será árdua. A biblioteca teve R$ 130 mil para comprar livros em 2011, ante R$ 20 mil neste ano. Mas sempre recebe doações de casas como a Companhia das Letras, a Cosac Naify e a Editora Unesp.

Digital Após longa negociação, a Ediouro assinou contrato nesta semana com a Apple, cuja loja é a que mais vende e-books no Brasil.

Digital 2 A editora carioca era, dentre as maiores do país, a única que ainda não vendia pela rival da Amazon.

Cinema Com a estreia de “O Grande Gatsby” no Festival de Cannes, em maio, novas edições da obra de F. Scott Fitzgerald são lançadas. Após a tradução da Companhia das Letras, por Vanessa Barbara, sairão a da LeYa, por Alice Klesck, e a da Geração Editorial, por Clara Averbuck —com direito de uso de imagem do filme na capa, terá apresentação de Ruy Castro.

Cinema 2 Já a estreia, neste mês, de “Meu Pé de Laranja Lima”, dirigido por Marcos Bernstein, levou a Melhoramentos a digitalizar sete títulos de José Mauro de Vasconcelos. O carro-chefe, o clássico que originou o filme, terá três versões digitais diferentes, incluindo uma fac-similar da original de 1968.

Indie O blog Casmurros prepara eventos para o Festival Baixo Centro, que vai até dia 15/4 no entorno do Minhocão. Hoje, às 16h, no Espaço Parlapatões, haverá a leitura colaborativa de “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Nos dias 10 e 11, às 19h, na praça Roosevelt, haverá conversas com os escritores Maria José Silveira e Bruno Zeni sobre São Paulo na ficção.

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Painel das Letras: A primeirona http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/15/painel-das-letras-a-primeirona/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/15/painel-das-letras-a-primeirona/#comments Sat, 15 Dec 2012 05:00:29 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3398 Continue lendo →]]> É a Apple, e não a Amazon, a loja que mais está vendendo e-books no país. E muito mais. O dado surpreendeu o mercado, especialmente porque a Apple chegou na surdina e vendendo livros em dólares, com cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

O Google Play também tem ido bem, embora mostre pouca intimidade com o mercado nacional –em email recente aos usuários, a empresa informou que em breve as compras poderão ser feitas em “pesos brasileiros”.

A Amazon, cujas vendas decepcionaram, vende até menos que a Saraiva em alguns casos. Ambas estão à frente da Kobo, parceira da Livraria Cultura. Entre as pequenas editoras, a KBR, entusiasta da Amazon, informa que tem vendido mais na loja que em qualquer outra. Nenhuma das lojas divulga números de vendas.

Vivaleitura só em 2013

O Prêmio Vivaleitura, que em 2012 passou à alçada da Fundação Biblioteca Nacional, não será entregue neste ano. Os finalistas foram divulgados, mas a entrega ficou para data indefinida de 2013.

Será o primeiro ano desde 2005 sem a entrega do dinheiro aos vencedores da honraria, voltada a instituições que fomentam a leitura.

Até 2011, o Vivaleitura era parceria do MEC e do MinC com a Fundação Santillana e a OEI, organização internacional para educação, ciência e cultura. Ao assumi-lo, a FBN aumentou seu valor, de R$ 90 mil (R$ 30 mil a cada um dos três vencedores) a R$ 540 mil (R$ 30 mil a cada um dos 18 vencedores em três categorias).

Mas o edital condicionava o prêmio “à existência de disponibilidade orçamentária e financeira”. Segundo portaria de 2009, editais devem especificar a fonte dos recursos. Pelo jeito, fez falta assegurar de onde sairia o dinheiro.

Infantil “O Céu, a Terra e a Vírgula” (imagem), de Francisco Marques, o Chico dos Bonecos, traz personagens de Comênio (1592-1670) e Chesterton (1874-1936) ao sul de Minas Gerais hoje. Sai em fevereiro pela Peirópolis

Guia 1 O “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, de Leandro Narloch, pode virar série de TV. A produtora Cinefor comprou os direitos de adaptação, teve  autorizada a captação de R$ 389 mil via Rouanet e apresentará a ideia a canais.

Guia 2 Narloch já comparou o MinC a um “Ministério do Vento” em artigo na Folha, citando que “a imprensa divulgava que empinadores famosos e com extensas rabiolas entravam com projetos milionários para aproveitar o ar canalizado”. Ele diz: “Preferia ficar longe do MinC, mas aceitei por consideração à produtora, que gastou tempo e trabalho na adaptação”.

Prêmio 1 “Ventania”, de Alcione Araújo, “Habitante Irreal”, de Paulo Scott, “Quiçá”, de Luisa Geisler, “O Céu dos Suicidas”, de Ricardo Lísias”, e “K”, de Bernardo Kucinski, estão entre os 24 romances que concorrem ao Prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional. O vencedor será conhecido nesta segunda.

Prêmio 2 Também concorrem “Memórias de Antes Cadáver”, de Narjara Medeiros, “Suicidas”, de Raphael Montes, “Sozinho no Deserto Extremo”, de Luiz Bras, “Lotte e Zweig”, de Deonísio da Silva, “A Felicidade É Fácil”, de Edney Silvestre, “Dois Rios”, de Tatiana Salem Levy, “Valentia”, de Deborah Kietzman Goldemberg, “Domingo sem Deus”, de Luiz Ruffato”…

Prêmio 3 …”O Mendigo que Sabia de Cor Erasmo de Rotterdam”, de Evandro Affonso Ferreira, “Procura do Romance”, de Julián Fuks, “Solidão Continental”, de João Gilberto Noll, “O Livro das Horas”, de Nélida Piñon, “A Condessa de Picaçurova”, de Antonio Salvador, “Deus Foi Almoçar”, de Ferréz, “O Manuscrito Secreto de Marx”, de Armando Avena, “Caderno de Ruminações”, de Francisco JC Dantas, “Meninos Perdidos”, de Adriane Sarmento, “Perdição”, de Luiz Vilela, e “O Inventário de Júlio Reis”, de Fernando Molica.

Prêmio 4 Cada um dos títulos foi citado por pelo menos um dos três jurados na categoria romance: Felipe Pena, Geraldo Moreira Prado e Erick Felinto.

Teste 1 Depende das vendas na Amazon de “Nelson Rodrigues por Ele Mesmo” e “Brasil em Campo”, organizados por Sonia Rodrigues e distribuídos pela KBR, a vinda à tona de até 850 crônicas do autor inéditas em livro.

Teste 2 A herdeira, que obteve no espólio o direito de explorar digitalmente por 18 meses a prosa de Nelson (o contrato com a Nova Fronteira exclui o digital), avaliará o desempenho antes de editar (ou não) outros dois e-books.

Caseira 1 A Cultura e Barbárie, que terceirizava acabamento e impressão de seus livros, agora faz tudo internamente. Espera ampliar o catálogo e ter edições mais personalizadas, como “Delírio de Damasco”, de Veronica Stigger, costurado à mão.

Caseira 2 Para 2013, estão previstos os inéditos “A Psicanálise e o Inconsciente”, de D.H. Lawrence, traduzido por Alexandre Nodari, e “Locus Solus”, de Raymond Roussel, por Fernando Scheibe.

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Painel das Letras: Linha de chegada http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/20/painel-das-letras-linha-de-chegada/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/20/painel-das-letras-linha-de-chegada/#comments Sat, 20 Oct 2012 06:00:24 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3234 Continue lendo →]]> A concorridíssima corrida pelo mercado de livros digitais no Brasil deve fazer com que Amazon, Google, Kobo e Apple estreiem aqui em novembro com poucos dias de diferença. Quem conhece a Amazon acha improvável que ela compre a Saraiva, conforme rumores recentes, mas acredita na estreia da amazon.com.br, com venda de e-books em português, no mês que vem (atualmente o link está fora do ar). Embora a venda do Kindle no Brasil esteja indefinida, há 300 mil usuários do Kindle Books em português no mundo, considerados aí os aplicativos para tablets e celulares, o que torna a venda só de e-books um bom negócio por ora.

A empresa já fechou com quase 200 editoras nacionais, a maior parte representada pela distribuidora Xeriph, mas ainda não com as seis representadas pela DLD, que respondem por cerca de 35% dos best-sellers no país. A mesma DLD, no entanto, fechou com Kobo –que estreia já com um modelo de e-reader– Google e Apple.

Livro, obra de arte

Detalhe de obra do brasileiro Odires Mlászho, que esteve exposta em SP

A organização da participação brasileira na Feira de Frankfurt 2013 estuda fortalecer a presença do país com estandes em vários pavilhões, além do estande principal, de 500 m². Já foi solicitada à feira área de 100 m² no pavilhão de livros de arte para a mostra “Além da Biblioteca”, com obras artistas como Lucia Mindlin Loeb, Marilá Dardot e Odires Mlászho, feitas a partir do objeto livro.

Em alta 1 A Companhia das Letras fortalece seu time de jovens autores. De Andrea del Fuego, 37, contratou romance inédito e ainda comprou “Os Malaquias” (Língua Geral, 2010), vencedor do Prêmio José Saramago.

Em alta 2 A editora assinou também com a roteirista Juliana Frank, 27, que estreou como romancista em 2011 com “Quenga de Plástico” e lança em breve “Cabeça de Pimpinela”, ambos pela 7Letras. A Companhia prevê para 2013 o inédito “Meu Coração de Pedra Pomes”.

Tons digitais Em dez meses no mercado digital, a Intrínseca comercializou 28 mil e-books. Quase um terço disso, cerca de 9.000, diz respeito às vendas dos dois primeiros títulos de “Cinquenta Tons” só em setembro.

Força Na Feira de Frankfurt, a Sextante adquiriu os direitos de “Davi e Golias”, que Malcolm Gladwel começou a escrever após publicar na “New Yorker” artigo explicando que em quase um terço das batalhas os mais fracos vencem se forem criativos.

I’ll be back Também na feira, Marcos Pereira, sócio da Sextante, ouviu de Arnold Schwarzenegger a notícia de que virá ao Brasil em maio para promover um evento de fisiculturismo no Rio e divulgar a biografia “Total Recall”, que a casa carioca lança no mês que vem. O ator esteve num fórum de sustentabilidade em Manaus em 2011.

Todo mundo quer Sem editor no Brasil, o chinês Mo Yan deve permanecer assim por algum tempo devido a uma briga internacional. Com o anúncio do Nobel, a mega-agência Wylie disse estar negociando a obra dele com vários países. Mas a agente americana Sandra Dijkstra afirma que representa Mo Yan “desde o começo”.

Outro chinês Enquanto isso, a Estação Liberdade adquiriu em Frankfurt romance de outro chinês inédito no Brasil, Chen Zhongshi. “No País do Cervo Branco”, volume de 800 páginas sobre clãs rivais na China rural no século 20, levou em 1997 o Prêmio Mao Dun –o mesmo que Mo Yan ganhou em 2011 pelo romance “Wa”.

Poço seco 1 “A literatura era, no final das contas, um recurso não renovável –como o petróleo, a água– que foi drenado e consumido a cada nova geração”, argumenta o filósofo britânico Lars Iyer, em texto na “Serrote #12”, que chega às livrarias no dia 29. “Chegamos a um ponto em que o modernismo e o pós-modernismo encontraram o poço seco.”

Poço seco 2 Iyer defende que vivemos uma “inflação” de autores e leitores e que nos resta “perseguir os rastros do literário”. Antes de a revista chegar, o editor Paulo Roberto Pires fala sobre a relação de editores com a filosofia, no dia 23, na Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia, em Curitiba.

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Amazon ou Apple: qual a maior vilã da novela? http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/04/13/amazon-e-apple-qual-a-vila-esta-novela/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/04/13/amazon-e-apple-qual-a-vila-esta-novela/#comments Fri, 13 Apr 2012 17:06:31 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=741 Continue lendo →]]>

 

A Amazon parece ser o melhor tipo de vilã de novela que existe. Ela arruma briga com qualquer um que atravesse seu caminho, não está nem aí para regras ancestrais do mercado e tem motivações que podem ser vistas com ressalvas por quase todo mundo, mas sabe como ninguém ganhar torcedores, e, se não fosse ela, a história toda não teria audiência nenhuma.

A reviravolta desses últimos dias foi digna de Aguinaldo Silva.

Mas vamos começar do começo.

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Um dos primeiros posts d’A Biblioteca de Raquel, em janeiro de 2010, trazia cenas de alguns dos primeiros capítulos dessa novela. Ainda longe de se empenhar em seduzir editoras brasileiras, a Amazon levava ao extremo as consequências de uma crise enorme com editoras gringas.

Na época, ela tinha retirado de seu site todos os livros físicos e digitais da Macmillan Books, uma das maiores editoras dos EUA, por conta de uma briga sobre o preço dos e-books.

Em resumo, a Amazon queria fazer o que todas as livrarias fazem hoje no Brasil: ter o direito de estipular o preço de venda dos livros, dando-se à liberdade de cortar ou até tornar negativa a margem de lucro em nome do aumento das vendas.

Em tempos de popularização do Kindle, valia a pena comprar livros a, sei lá, US$ 15 e vendê-los a US$ 9,99, porque o importante era ter acervo para estimular a venda do e-reader.

Mas era uma atitude agressiva demais. No Brasil, quase nenhuma livraria vende por menos do que compra –isso só faz sentido quando há um plano de ação maior por trás. O Submarino é um dos poucos varejistas que recorre ao procedimento. Também é conhecido por não prestar contas das vendas com a assiduidade prevista, mas isso é um outro núcleo narrativo desta história.

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Entre as livrarias cujas prestações de contas são mais assíduas, a Fnac pratica um desconto padrão de 20% nos grandes lançamentos, reduzindo a própria margem de lucro, mas ganhando com isso movimentação na loja –que vive também da venda de eletrônicos.

A Amazon fazia isso de forma tão agressiva que as editoras começaram a querer usar o modelo de agenciamento, pelo qual cabe a elas definir o preço final de venda e às livrarias não mais que intermediar um negócio pré-definido. A Macmillan, mais incisiva na briga àquela altura, foi a que acabou com todos os livros eliminados da Amazon, que depois voltou atrás.

Ultimamente, após anos de negociações, e-books de grande lançamentos não saem na Amazon por menos que US$ 14,99, quando a ideia da empresa era vender tudo a no máximo US$ 9,99.

Não dá para definir o vilão nesse caso: a Amazon defende seu modelo de negócio, não o bem estar dos compradores, enquanto as editoras percebem que o modelo de negócio da Amazon, que por acaso beneficia os compradores, sufoca o negócio delas.

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A novela já estava uns bons capítulos avançada quando apareceu a Apple, travestida de mocinha num mercado monopolizado pela Amazon, e disse às editoras que caberia a elas definir o preço final dos livros –modelo que eles chamam nos EUA de agenciamento.

As grandes editoras todas fecharam com ela, ao ponto de, no Brasil, a loja dela estar prevista para estrear ainda neste mês, antes da loja da Amazon (que começou a negociar muito antes), com a aprovação de muitas das principais casas por aqui.

Até que nesta semana a mocinha Apple ganhou ares de maçã podre em manchetes de todo o mundo, ao lado daquela palavra que a gente não ouve tanto desde os tempos de Pablo Escobar, o que decerto não é boa referência: formação de cartel.

Os EUA acusou a Apple e as cinco maiores editoras do mundo (HarperCollins, Hachette, Simon&Schuster, Macmillan e Penguin) de terem atuado em conjunto para chegar a um modelo de vendas. Quem explica bem essa história é a Roberta Campassi, aqui e aqui, no Publishnews.

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O problema não é o modelo de agenciamento, mas o conluio feito para evitar a venda da Amazon a preços reduzidos. As editoras envolvidas podem vir a ter de pagar milhões de dólares  em ressarcimento aos consumidores, o que transparece como clara vitória da Amazon.

Das envolvidas no processo, só Penguin, Macmillan e Apple ainda não fizeram acordos judiciais, dispostas a enfrentar a ação na justiça para provar que há distorções no processo.

Hoje foi dia de a Amazon voltar a assumir ares de mocinha.

A varejista, que antes do lançamento dos iBooks detinha 90% do mercado de e-books, aproveitou a deixa para anunciar que está “ansiosa” para voltar a abaixar os preços de seus livros eletrônicos, notícia obviamente recebida com vivas entre os consumidores.

Mas é notório que boas vilãs sabem o discurso exato para seduzir o público.

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Estou cheia de febre, fora da Redação, então neste final de semana não haverá Painel das Letras. Mas neste finde volto ao blog, com posts da Bienal de Brasília, que começa amanhã.

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