A Biblioteca de Raquelbiblioteca nacional – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Painel das Letras: O preço de Frankfurt http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/27/painel-das-letras-o-preco-de-frankfurt/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/27/painel-das-letras-o-preco-de-frankfurt/#comments Sat, 27 Apr 2013 06:00:27 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3945 Continue lendo →]]> Saiu anteontem, um mês após o anúncio pelo Ministério da Cultura, a nomeação oficial de Renato Lessa para a presidência da Fundação Biblioteca Nacional. E o cientista político já assume sob críticas quanto às cifras que serão gastas pelo governo na Feira de Frankfurt, em outubro —o Brasil será homenageado, e cabe à fundação organizar a participação brasileira.

Questionado pela Folha, o MinC informou que o orçamento será de R$ 18,9 milhões e que, desses, já estão garantidos R$ 15,7 milhões. A Câmara Brasileira do Livro foi autorizada a captar via Lei Rouanet R$ 13 milhões para o evento —um plano B, para o caso de a verba não ser toda liberada pela União. A falta de clareza causou confusão. O MinC diz que “em nenhuma hipótese” o gasto passará de R$ 18,9 mi.

O preço de Frankfurt 2
Questionado sobre quanto desse montante será pago pela Fundação Biblioteca Nacional, o MinC assegura que “nenhum valor é do orçamento direto da FBN”, mas sim do Fundo Nacional de Cultura. Os gastos incluem o pavilhão brasileiro, estande de editoras, programação em museus de Frankfurt, passagens e hospedagens de autores, palestrantes, artistas e equipe de produção, tradução simultânea, tradução de material impresso e mais.

Para explicar o total do investimento brasileiro, a FBN cita gastos de outros homenageados: Argentina (2010), R$ 20 milhões; Catalunha (2007), R$ 39 milhões; Índia (2006), R$ 12 milhões; Coréia (2005), R$ 45 milhões.

O governo da Nova Zelândia, que gastou R$ 11 milhões em 2012, diz que essas cifras não são comparáveis, dadas as especificidades de cada país.

Norma Personagens como a moça Crase e o caçador Singular contam histórias da gramática em “Crônicas da Norma” (Callis/Instituto Antonio Houaiss; imagem acima, por José Carlos Lollo), de Blandina Franco, que chega em breve às livrarias

O leitor comum
O título da estreia de Luciano Trigo na poesia, “Motivo”, tem sua provocação. Leitor atento da atual produção poética, o jornalista e escritor diz ter concluído que pouco do que se edita no gênero é digno de nota. Resolveu reunir em seu livro só o que “se justificasse por algum motivo, alguma fagulha de originalidade”.

Trigo já escreveu ficção, ensaios e infantis. Com “Motivo”, que sai em maio pela 7Letras, quer fazer diferença num cenário que considera voltado ao próprio umbigo. “Parece uma poesia escrita entre amigos, para amigos e que perdeu a capacidade de tocar o leitor comum.”

Poesia A 7Letras, aliás, casa das que mais publicam poesia no país, com média de quatro títulos ao mês, inicia em maio a publicação da obra completa do português Ruy Belo (1933-1978). Começa com “Aquela Grande Rio Eufrates”, “O Problema da Habitação” e “Boca Bilíngue”.

Concurso Foram 900 inscritos em 2012, na estreia do Prêmio Paraná de Literatura. A segunda edição será lançada nesta segunda, selecionando obras inéditas em romance, contos e poesia. Cada vencedor ganha R$ 40 mil e mil cópias editadas pela Biblioteca Pública do Paraná. Edital e informações em bpp.pr.gov.br e seec.pr.gov.br.

Cinema Carlos Augusto Calil já definiu pontos da reorganização da obra de Paulo Emilio Salles Gomes (1916-1977), que passa da Cosac Naify para a Companhia das Letras

Cinema 2 Calil planeja volumes com textos antes só publicados em jornais. Da produção crítica de Salles Gomes, só saíram pela Cosac Naify os livros referentes a Jean Vigo.

Ficção científica  “Fragmento de História Futura”, do francês Gabriel de Tarde (1843-1908), ganha edição em maio pela Cultura & Barbárie, com tradução de Fernando Scheibe. O misto de ficção e ensaio se passa no século 31, 500 anos após os homens migrarem para as entranhas da Terra, com a extinção do Sol.

Guerra A Bertrand Brasil comprou “Masters of the Air”, de Donald L. Miller, livro que Steven Spielberg usa como base para sua próxima série de TV. Na Bienal, a editora lança os que originaram suas séries anteriores, “Band of Brothers” e “The Pacific”.

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Marta Suplicy e José Castilho comentam os novos rumos das políticas de livro e leitura http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/11/livro-e-leitura/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/11/livro-e-leitura/#comments Thu, 11 Apr 2013 11:00:50 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3890 Continue lendo →]]> As políticas de livro e leitura do país deixarão de ser atribuição da Fundação Biblioteca  Nacional (FBN) e voltarão à estrutura do Ministério da Cultura, em Brasília.

A decisão da ministra Marta Suplicy, ainda não divulgada oficialmente, foi consolidada na última segunda-feira, quando José Castilho Marques Neto, presidente da Editora Unesp, aceitou o convite para voltar ao cargo de secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), com mais responsabilidades do que tinha de 2006 a 2011.

A reportagem de capa da “Ilustrada” de hoje traz a explicação dessa novela toda (que venho  acompanhando há dois anos, mas que começou nos tempos de Monteiro Lobato).

Abaixo, minhas entrevistas com Marta Suplicy e com José Castilho Marques Neto –concedidas respectivamentes por e-mail (via assessoria de imprensa) e telefone apenas após conclusão da edição de hoje, ontem à tarde. Falei ainda com Ana de Hollanda, citada na reportagem. Galeno Amorim, ex-presidente da FBN, a quem liguei e escrevi desde terça, não foi localizado.

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Marta na Comissão de Cultura da Câmara, em foto de Joel Rodrigues/Folhapress


Pouco após assumir o MinC, no fim do ano passado, a sra. disse à Folha estar estudando a volta das políticas de livro e leitura para Brasília. Qual sua avaliação do desempenho da Biblioteca Nacional nesse setor e por que resolveu dissociar a área dela?
Marta: A ida da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) para a FBN incumbiu  e priorizou ações para a FBN que atrapalharam a sua função principal e desvirtuou o processo que estava sendo implantado de formação de leitores a partir dos eixos do Plano Nacional do Livro e Leitura – PNLL.

Quais as prioridades da área de livro e leitura em sua gestão como ministra?
Marta: Retomar a centralidade do PNLL na condução da política pública do ministério para a área. Trabalhar fortemente na institucionalização de uma política de Estado para o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas buscando torná-la perene, supragovernamental e que não sofra processo de descontinuidade na troca democrática de governos. E também não deixar de focar na formação de leitores, na modernização de bibliotecas publicas que precisam ser centros culturais de inclusão e no incentivo aos mediadores de leitura.

A gestão de Galeno Amorim  priorizou a compra de acervo para bibliotecas, com um programa de aquisição de livros a preços baixos. A primeira fase do programa foi encerrada sem ser finalizada, já que intermediários, como editores e pontos de venda, não entregaram todos os livros pedidos pelas bibliotecas. Galeno previa para junho um segundo edital, que corrigiria problemas do primeiro e no qual bibliotecas que não receberam livros na primeira fase teriam créditos. Esse edital será lançado?
Marta: Não. A necessária política de acervo para as bibliotecas públicas será reavaliada pelos novos responsáveis com a diretriz de valorizar o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e a construção de um verdadeiro sistema de bibliotecas que atenda o leitor do século 21.

Quem ficará responsável pela participação do Brasil na feira de Frankfurt e pelas políticas de internacionalização da literatura brasileira?
Marta: A Fundação Biblioteca Nacional, tendo Renato Lessa  como responsável.

Tive a informação de que a sra. nomeará José Castilho Marques Neto para comandar essas políticas. Essa informação procede? Por que o escolheu?
Marta: Sim,  porque ele é um excelente quadro propulsor do melhor programa de política de livros e leitura que já tivemos.

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José Castilho Marques Neto, em foto de José Carlos Barretta/Folhapress

Você foi secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura de 2006 a 2011. Sua função agora será a mesma?
Castilho: O enfoque do PNLL é o mesmo, mas seu papel na estrutura do ministério será mais preponderante. Será um papel não apenas de conselheiro, mas de coordenação das políticas implementadas de livro, leitura, literatura e biblioteca. O PNLL antes só chegava nas bordas.

Quais serão as prioridades na sua gestão?
Castilho: Temos uma pauta que foi consenso no Congresso Nacional de Cultura, em 2010, e que precisa ser implementada. Essa pauta prevê principalmente a formação de uma política de Estado da cultura, ou seja, uma institucionalização dessas políticas. Esse é o ponto inicial de uma ação do PNLL, que está na proposta que estou levando ao ministério.

O primeiro ponto é a institucionalização do PNLL em lei, porque precisamos de um plano nacional de longo prazo. O PNLL tem de ser elevado do patamar de decreto em que se encontra agora. A segunda questão é criar um organismo representativo e que tenha autoridade em financiamento para tratar dessa política. Isso seria o Instituto Nacional de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas. Terceiro, temos que finalmente projetar e instituir o Fundo Setorial Pró-Leitura.

Esse fundo foi pensado como fruto da desoneração de 2004 [quando a cadeia produtiva do livro deixou de pagar PIS/COFINS, que chegava a 9% do faturamento, e se comprometeu a pagar 1% do faturamento para estimular políticas de livro e leitura], que até hoje não foi regulamentado. Isso é importante para criar um recurso permanente para o Instituto Nacional do Livro.

De quanto seria a arrecadação desse fundo e por que a ideia não avançou?
Castilho: A estimativa em 2010 era que com o fundo se arrecadasse R$ 50 milhões por ano. Com a desoneração, o governo deixou de arrecadar R$ 500 milhões ao ano. Não foi para a frente porque não houve ação incisiva do governo e porque o setor empresarial não tocou voluntariamente nessa questão.

E como acha que a cadeia produtiva receberá o retorno dessa discussão?
Castilho: Acho que as editoras entendem a importância de um fundo para estimular ações de livro e leitura, embora, obviamente, como faz muito tempo que o assunto não vem à tona, possa render alguma polêmica. É importante registrar que, durante esse período, até 2009, o setor privado, até como resposta à questão da desoneração, criou o Instituto Pró-Livro, com apoio da Câmara Brasileira do Livro, do Sindicato dos Editores de Livros, da Abrelivros, e fez ações importantes em parceria com o governo, como a pesquisa Retratos da Leitura.

O setor privado não se furtou a contribuir para o desenvolvimento do plano e também deu uma resposta à questão da desoneração. Mas o investimento ainda é muito aquém do que foi acordado, que era de 1%. Hoje essa contribuição é voluntária, então não chega a 1% do faturamento do setor.

Qual é hoje o orçamento do PNLL? Durante a última gestão, foram anunciados R$ 373 milhões sob o guarda-chuva do PNLL, mas abrangendo ações externas ao MinC.
Castilho: Não sei como está isso exatamente agora. Combinei com a ministra de, nos próximos 15 dias, fazer um levantamento do que é tudo isso, qual o orçamento, onde está, o que está comprometido, o que ainda vai entrar.

Como era o orçamento do PNLL até 2011, quando você ainda estava lá?
Castilho: Trabalhamos de 2008 a 2010 com média de R$ 90 milhões para o fomento à leitura, modernização de bibliotecas, dentro do orçamento do programa Mais Cultura, do MinC. Até 2006, a média era de R$ 6 milhões, então houve de fato um interesse do governo. Quando começou a implementação do plano, que incluía a formação de agentes de leitura, compra de livros para bibliotecas, esse arcabouço passou de R$ 6 milhões para R$ 90 milhões.

Esse foi o patamar possível naquele momento para as ações de implementação dos quatro eixos do plano. Na ocasião, o dinheiro foi dirigido para os dois primeiros eixos, democratização de acesso e formação de mediadores. Os outros dois são a economia do livro, que foi basicamente o que aconteceu na gestão do Galeno, e a ampliação da comunicação sobre a importância do livro e da leitura, com campanhas. Isso fizemos muito pouco.

O Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas foi criado, nos anos 90, dentro da Fundação Biblioteca Nacional. Ele irá para Brasília, também, assim como o Proler?
Castilho: Aí é uma questão da história do livro e da leitura no MinC. Toda a política de formação de bibliotecas, a própria ideia de um Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, residia até o governo FHC na Secretaria do Livro, no MinC. No primeiro governo Lula, essa secretaria foi extinta e as atribuições passaram para a FBN, que tinha a Diretoria do Livro e o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, dando a normatização, acompanhamento técnico, fazendo compras para bibliotecas, os famosos kits.

Tudo isso o SNBP fez até agora. Mesmo durante o PNLL, mesmo com o surgimento da Diretoria do Livro e Leitura em 2008 no Minc, essas funções eram primeiro pensadas no PNLL, equacionadas e orçadas e planejadas na Diretoria do Livro e Leitura e executadas pelo SNBP.

Agora, qual a lógica disso tudo? Você tem uma segmentação em vários níveis de instâncias de decisão e encaminhamento, e acabam caindo gerenciamento e execução num órgão que não deve fazer isso, a Biblioteca Nacional. Isso é política pública voltada para os municípios, não para a Biblioteca Nacional. A própria Elisa Machado [que coordenava o SNBP na gestão Galeno Amorim] defendia que o sistema deveria ser sediado no MinC dentro de um órgão específico.

Se essas atribuições foram alocadas na Biblioteca Nacional, foi porque houve um desmanche institucional [no governo Collor, quando o Instituto Nacional do Livro foi esvaziado e virou departamento da FBN]. Minha divergência com a política implementada pelo Galeno é que caminhávamos para a institucionalização em Brasília e daí ele levou tudo para o Rio.

O Proler também fica na DLLLB. A questão física ainda não se resolveu, mas a tendência é ir para Brasília. O importante é a separação [em relação à FBN].

Você comentou que no primeiro governo Lula as políticas também tinham voltado para o Rio. Não se perde muito com essas idas e vindas?
Castilho: Foi um redesenho do MinC na gestão inicial do Gil, quando entenderam que a Secretaria Nacional do Livro não teria espaço em Brasília. Na época não participei da discussão. E ela foi extinta. Segundo me disse o último secretário nacional do livro do FHC, Ottaviano de Fiore, essa era uma proposta deles também. Naquele tempo, a secretaria ficou muito restrita à distribuição de kits para bibliotecas. Não havia formação de mediadores, incentivo.

Então veio o PNLL, em 2006, que costurou e deu um sentido aos investimentos públicos na área de desenvolvimento de formação leitora. O que se esperava a partir de 2010 é que fizéssemos essa transformação em uma política de Estado permanente, em vez de ficar só distribuição de livros. Que o apoio não parasse aí, mas que formasse mediadores que, por sua vez, de fato formassem leitores. Que trabalhasse no nível da comunicação e finalmente no mecanismo de incentivo da indústria. Fecharíamos toda a cadeia, da criativa à distributiva e leitora.

Embora tenha sido criticado por partir de uma lista criada por editoras, dando margem a um desencalhe de livros de pouca qualidade, o programa de aquisição de acervos para bibliotecas proposto por Galeno Amorim [com a participação de toda a cadeia produtiva e com livros comprados a R$ 10 pelas bibliotecas] distribuiu mais livros que a média dos anos anteriores. Que regularidade tinha esse trabalho antes?
Castilho: A distribuição de kits nunca foi algo dirigido dentro de um projeto coerente e de uma proposta de biblioteca. Isso começou em 2009, dentro do Mais Cultura, quando instituímos no PNLL o conceito de Biblioteca Viva, que não é só um acervo de livros, mas é dinâmica, de eventos culturais, um pólo aglutinador digital. Dentro dessa lógica começamos a fornecer também a complementalão de acervos de bibliotecas públicas.

O programa proposto pelo Galeno permitu, pela primeira vez, aos bibliotecários a escolha de seus acervos, em vez de centralizar as escolhas na FBN, que antes não levava em conta as especificidades locais. Foi um avanço, não foi?
Castilho: Sim, com certeza, não só a escolha como a compra direta pelos bibliotecários. Um dos programas que quero discutir com a ministra é um que existe já com êxito no Ministério da Educação, que é o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Uma das propostas é verificar a viabilidade do Dinheiro Direto na Biblioteca Pública. Nada melhor que a biblioteca, que conhece seus usuários e seus leitores, faça a compra direta a partir de um dinheiro recebido diretamente. Isso é um ponto positivo do programa do Galeno e é uma discussão antiga e que acompanhou os debates do PNLL, assim como a compra direto pelas livrarias nas cidades em que as bibliotecas estão. Isso é perfeitamente coerente com o espírito do plano.

O segundo edital proposto pela FBN tinha melhorias em relação ao primeiro, como o fato de as bibliotecas apresentarem suas sugestões de livros antes de as editoras serem convidadas a participar. Esse edital deveria sair em breve, beneficiando inclusive bibliotecas que, por problemas na primeira fase, não receberam os livros. Ele será lançado?
Castilho: Isso vai ser analisado, tem que fazer parte desse diagnóstico. Tem alguma possibilidade de lançar, embora eu entenda que a ótica do incentivo público deve ser mais o fomento, sem interferência no mercado. Acho que o trabalho deve ser mais no sentido de mediar leitores, fazer campanha, promover acesso. Uma coisa é desonerar, tentar algumas facilidades para a comercialização do livro, outra é interferir diretamente na cadeia da comercialização.

Quando você coloca um programa como o do livro popular, do Galeno, no qual o governo compra determinadas quantias de livro a um preço xis com o objetivo de que, além da distribuição em bibliotecas, iniciar um ciclo de vendas do setor editorial, como foi colocado… Porque foi colocado isso, o Programa do Livro Popular ser não só um programa de livros para bibliotecas, mas para estimular a cadeia comercial a lançar mais livros a R$ 10.

Não acho que seja um caminho correto, porque interfere numa atribuição que é própria do mercado, numa dinâmica de mercado. Não precisa o governo colocar verba para esse tipo de atividade. Ele tem que dirigir essa verba para formação de leitores, modernização de bibliotecas, fazer uma ação no sentido de incentivar os negócios, não interferir neles.

De certa maneira, a ideia do Programa do Livro Popular, de livros a até R$ 10, combina com uma das bandeiras da Marta Suplicy no MinC, o Vale-Cultura.
Castilho: O simples fato de o mercado editorial ter um instrumento como o Vale-Cultura vai levá-lo a investir em livros mais baratos. As editoras vão trabalhar com esse novo consumidor, que tem o Vale-Cultura no bolso, em vista. O mercado mesmo vai dar essas soluções. Assim como aconteceu quando, anos atrás, o mercado começou a se especializar em livros de bolso e de baixo custo. Temos exemplos excelentes no Brasil de livros vendidos a R$ 5, R$ 10, R$ 20, por editoras que não recebem nenhum incentivo.

O livro de baixo custo não precisa ser incentivado diretamente pelo governo, ele pode ser incentivado a partir de ações políticas culturais, que abram pontos de cultura, facilitem a divulgação desses livros, em vez de o governo interferir numa ação que o mercado pode resolver sozinho. A garantia de um investimento desses é muito tênue. Você vai colocar nisso um caminhão de dinheiro em detrimento da aplicação de outros programas de maior retorno, como a modernização de bibliotecas, para algo que o governo não domina nem deve dominar.

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Painel das Letras: Memórias de Malala http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/06/painel-das-letras-memorias-de-malala/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/06/painel-das-letras-memorias-de-malala/#respond Sat, 06 Apr 2013 06:00:14 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3882 Continue lendo →]]> As memórias da paquistanesa Malala Yousafzai, de 15 anos, que em 2012 virou símbolo da luta pelos direitos das mulheres após ser baleada no peito e na cabeça por talebans, serão publicadas pela Companhia das Letras. Malala ficou conhecida em 2009, aos 11, quando começou a denunciar práticas da milícia fundamentalista islâmica no blog Diário de uma Estudante Paquistanesa, no site da BBC. “I’m Malala”, previsto para o segundo semestre, gerou concorridos leilões internacionais nos últimos dias, mas a editora brasileira garantiu os direitos antes. A jornalista que assina a obra  não teve o nome divulgado por questão de segurança.

Oficina de ensaio
Neste ano, a concorrida oficina literária da Flip será de ensaio, em parceria com a revista “Serrote”, numa das várias investidas da publicação do IMS para promover o gênero. Será coordenada pelo editor Paulo Roberto Pires e terá participação do escritor britânico Geoff Dyer e do brasileiro Francisco Bosco.

As aulas vão de 4 a 6/7, em Paraty, com 15 vagas. As inscrições começam amanhã e se encerram em 8/5.

Interessados devem enviar currículo e ensaio próprio, inédito ou não, com até 30 mil toques, para oficinaliteraria@flip.org.br. Os selecionados serão anunciados nos sites da Flip e da “Serrote” em 27/5 e devem pagar R$ 120. O regulamento está em flip.org.br.

Infantil ‘This Is Not My Hat’, de Jon Klassen, best-seller premiado pela Association for Library Service to Children, foi comprado pela WMF Martins Fontes, que já publicou do autor ‘Quero Meu Chapéu de Volta’

Demissão Continuam as mudanças na Fundação Biblioteca Nacional. Depois de Galeno Amorim ter sido demitido, Maria Antonieta Cunha, da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), pediu as contas.

Demissão 2 Ela disse não achar ético ficar no cargo após a saída de Galeno. De qualquer modo, a DLLLB não ficará sob comando do novo presidente da FBN, o cientista político Renato Lessa. A diretoria retornará a Brasília.

Desafios Em São Paulo, quem pediu demissão foi Maria Christina de Almeida, diretora da Biblioteca Mário de Andrade. Seu substituto, o artista plástico Luiz Armando Bagolin, terá desafios como ampliar o sistema de ar condicionado, conseguir recursos para digitalizar o acervo e aumentá-lo em 8.000 títulos.

Desafios 2 Esta última tarefa será árdua. A biblioteca teve R$ 130 mil para comprar livros em 2011, ante R$ 20 mil neste ano. Mas sempre recebe doações de casas como a Companhia das Letras, a Cosac Naify e a Editora Unesp.

Digital Após longa negociação, a Ediouro assinou contrato nesta semana com a Apple, cuja loja é a que mais vende e-books no Brasil.

Digital 2 A editora carioca era, dentre as maiores do país, a única que ainda não vendia pela rival da Amazon.

Cinema Com a estreia de “O Grande Gatsby” no Festival de Cannes, em maio, novas edições da obra de F. Scott Fitzgerald são lançadas. Após a tradução da Companhia das Letras, por Vanessa Barbara, sairão a da LeYa, por Alice Klesck, e a da Geração Editorial, por Clara Averbuck —com direito de uso de imagem do filme na capa, terá apresentação de Ruy Castro.

Cinema 2 Já a estreia, neste mês, de “Meu Pé de Laranja Lima”, dirigido por Marcos Bernstein, levou a Melhoramentos a digitalizar sete títulos de José Mauro de Vasconcelos. O carro-chefe, o clássico que originou o filme, terá três versões digitais diferentes, incluindo uma fac-similar da original de 1968.

Indie O blog Casmurros prepara eventos para o Festival Baixo Centro, que vai até dia 15/4 no entorno do Minhocão. Hoje, às 16h, no Espaço Parlapatões, haverá a leitura colaborativa de “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Nos dias 10 e 11, às 19h, na praça Roosevelt, haverá conversas com os escritores Maria José Silveira e Bruno Zeni sobre São Paulo na ficção.

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Painel das Letras: Literatura brasileña http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/16/painel-das-letras-literatura-brasilena/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/16/painel-das-letras-literatura-brasilena/#comments Sat, 16 Mar 2013 06:00:42 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3755 Continue lendo →]]> A Fundação Biblioteca Nacional fez, a pedido da coluna, um balanço de todas as obras que chegaram a ser publicadas com seu programa de apoio à tradução de títulos brasileiros no exterior, desde sua criação, em 1991. Embora traduções para a Alemanha tenham se multiplicado desde 2010, quando o Brasil foi anunciado como convidado de honra da Feira de Frankfurt deste ano*, é em espanhol que mais se encontram obras brasileiras. Das 209 publicadas em 22 anos, 26 foram para a Espanha e 18 para a Argentina, totalizando 44 (há ainda cinco em catalão). A França é outro dos países que mais traduzem brasileiros, com 30. No geral, Clarice Lispector é a autora mais publicada, com 14 edições estrangeiras.

* 14 traduções para o alemão foram publicadas desde 1991, mas há outras 25 em andamento, muitas delas previstas para sair ainda neste ano.

Vanguarda infantil
A Cosac Naify é a única editora brasileira entre as cinco finalistas na categoria América Central e do Sul do recém-criado Bologna Prize for Best Children’s Publishers of the Year, voltado a casas que vêm se destacando internacionalmente como a “vanguarda da inovação” em livros infantis.

Concorre com a venezuelana Edicione Ekaré e as mexicanas Ediciones Tecolote, Fondo de Cultura Economica e Petra Ediciones. A votação vai até o dia 18 pelo site bolognachildrensbookfair.com. O vencedor será conhecido no dia 26, na Feira do Livro Infantil de Bolonha.

A edição do ano que vem da feira italiana, aliás, homenageará o Brasil.

HQ Assim como Cervantes, que deu um intervalo de dez anos entre dois volumes de “Dom Quixote” (1605 e 1615), Caco Galhardo demorou oito para lançar a segunda parte de sua adaptação (imagem acima). Sai em julho pela Peirópolis

Eleitos Sobre os 70 autores que o governo levará para representar o Brasil na Feira de Frankfurt, em outubro, a Libre, associação de editoras independentes, diz: “A lista é séria e traz bons autores, mas sentimos falta de diversidade: mais negros, índios, regionais (preferencialmente os que não migraram para SP e Rio) e de editoras independentes.”

Eleitos 2 Um dos regionais que migraram para São Paulo, aliás, o amazonense Milton Hatoum, alegou ter recusado o convite por já ter representado o país no evento do ano passado, na cerimônia em que o convidado de honra anterior, a Nova Zelândia, passou o bastão para o Brasil. Preferiu liberar a vaga.

Eleitos 3 Galeno Amorim, presidente da Biblioteca Nacional, diz que, em abril, o site do comitê que organiza a homenagem ao Brasil terá espaço para editoras indicarem autores cujas viagens a Frankfurt elas mesmas pretendam bancar. Serão avaliados para receber ou não a chancela do comitê e figurar na lista oficial.

Tradução A gaúcha Luisa Geisler, que na última Feira de Frankfurt atraiu interesse de editoras estrangeiras, fechou seu primeiro contrato lá fora.

Tradução 2 Seu romance “Quiçá” (Record), vencedor do Prêmio Sesc, teve os direitos adquiridos pela Siruela, editora que publica Clarice Lispector e António Lobo Antunes na Espanha.

Mitos “Literaturas de Origem” é o tema do Fórum das Letras de Ouro Preto, que neste ano acontecerá pela primeira vez no primeiro semestre. ?A ideia será discutir, de 29 de maio a 2 de junho, a “íntima relação entre as mitologias e a literatura”, segundo a coordenadora do evento, Guiomar de Grammont.

Novo foco Em maio, a Brinque-Book estreia o selo juvenil Escarlate. O primeiro título será “A Árvore: Entrecaminhos”, da brasileira Janaina Tokitaka, e marcará também a entrada da Brinque-Book no universo dos e-books: todos os livros da Escarlate sairão sempre nos dois formatos.

Originais A jovem editora independente Bateia, que já tem inéditos de Alejandro Zambra e Juan Pablo Villalobos no catálogo, recebe, até o final de julho, originais de contos e romances, em PDF, pelo email originaisnabateia@gmail.com. Os selecionados saem em 2014.

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Painel das Letras: Candido na rede http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/02/painel-das-letras-candido-na-rede/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/02/painel-das-letras-candido-na-rede/#respond Sat, 02 Mar 2013 06:00:06 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3712 Continue lendo →]]> Ana Luisa Escorel, da Ouro sobre Azul, brinca que certo “provincianismo intelectual” a  levou a protelar a digitalização da obra de Antonio Candido, seu pai. Ela teme que isso facilite a pirataria —embora os principais títulos do autor de “Formação da Literatura Brasileira” já sejam encontrados para download ilegal. Mas faz parte de seus planos converter os 17 títulos do maior crítico literário do país. “Estou começando pelas bordas”, diz a dona da microeditora. A digitalização de “O Pai, a Mãe e a Filha”, dela própria, ainda neste semestre, servirá de baliza para outras incursões no segmento de e-books.

CFA Liana Farias, uma das organizadoras, junto com Lara Souto Santana, de ‘A Vida Gritando nos Cantos’ (Nova Fronteira), teve autorizada a captação de R$ 433 mil via Rouanet para a mostra ‘Caio F: Doces Memórias’, que deve passar por quatro capitais

O preço da pesquisa
“O importante é debater o modo como se gasta dinheiro público com pesquisa no Brasil”, diz à Folha o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, ex-presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, a respeito da controvérsia causada por sua afirmação de que “o problema [da fundação] é um conformismo que paira sobre servidores”.

A declaração, dada a “O Globo”, gerou reações como um texto de Flora Süssekind, ativa pesquisadora da instituição, publicado na Folha, ressaltando o esforço de funcionários ante dificuldades.

Santos, que deixou o cargo em janeiro a pedido, diz que não se referia ao centro de memória nem ao administrativo, e sim a uma parcela do centro de pesquisa que não produziria o suficiente. “Uma auditoria externa poderia avaliar isso”, sugere.

O preço da pesquisa 2
A historiadora Isabel Lustosa, outra das pesquisadoras mais produtivas da Casa Rui, defende colegas. Diz que, como a fundação não tem atividades de ensino, como uma universidade, seu impacto deve ser visto por aspectos mais amplos.

“O que você publica por outras editoras, já que a editora da Casa Rui é micro, eventos de que você participa, tudo contribui para a visibilidade da instituição.” Sobre a produção em pesquisa, diz ser “considerável para o que se tem [de condições]”.

O novo presidente, Manolo Florentino, enfrentará outra questão: selecionar qual das cinco áreas de pesquisa receberá a única vaga para pesquisador das 49 a serem abertas em concurso neste ano, o primeiro desde 2002.

FBN A Fundação Biblioteca Nacional enfrenta mudanças. A chefe de gabinete da ministra da Cultura Marta Suplicy, Maristela Rangel, teve autorizada a nomeação como diretora-executiva da FBN. Substitui Loana Lagos Maia, que respondia ao presidente Galeno Amorim.

FBN 2 E, dois meses após Lucilia Garcez deixar de ser secretária-executiva do Plano Nacional do Livro e Leitura,  sem nunca ter sido nomeada, Ronaldo Teixeira da Silva, ex-secretário-adjunto do MEC, vem atuando informalmente no cargo em Brasília.

E no digital… Mauro Widman, gerente de vendas da Amazon no Brasil, deixou a empresa americana.

Contos O 3º Festival Nacional do Conto será desta vez em Florianópolis. ?O evento, organizado por Carlos Schroeder  e realizado pelo Sesc, ocorre de 19 a  23 de março. Estão confirmados Luiz Vilela, João Silvério Trevisan, Julián Fuks e outros.

Fruto O pianista André Mehmari escreve, a pedido da Osesp, obra baseada em poemas de Paulo Leminski. “Toda Poesia”, do autor, saiu pela Companhia das Letras —cuja sócia Lilia Moritz Schwarcz integra o conselho da orquestra.

Fruto 2 A peça estreia em outubro, na Sala São Paulo, com a Orquestra de Heliópolis sob a batuta do maestro Isaac Karabtchevsky, mais o Coro da Osesp e o pianista Pablo Rossi

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Painel das Letras: O que vai... volta http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/23/painel-das-letras-o-que-vai-volta/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/23/painel-das-letras-o-que-vai-volta/#respond Sat, 23 Feb 2013 06:00:18 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3692 Continue lendo →]]> Em Brasília, já é dado como certo, para março, o retorno da Diretoria de Livro, Leitura e Literatura (DLLL), que passou menos de um ano no Rio. A diretoria foi transferida para a sede da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio, devido ao empenho do presidente da instituição, Galeno Amorim, para agregar todas as políticas de livro e leitura na FBN. A medida incomodou especialistas, por ser considerada um retrocesso em relação ao esforço que vinha sendo feito para a criação do Instituto do Livro —antes de ela se concretizar, José Castilho, que coordenava o Plano Nacional do Livro e Leitura, criticou em carta de demissão “a transposição da estrutura do MinC para aquela autarquia [a FBN]”. No ministério, a percepção é a de que o processo paralisou o setor. A ministra Marta Suplicy vem consultando nomes para a FBN e para a DLLL. A dúvida agora é se Galeno fica em uma das duas —ou se sai de vez.

Desabafo de Nara

“Eu fiz uma coisa horrorosa”, disse Nara Leão (1942-1989) a João Vicente Salgueiro, Roberto Menescal e Sérgio Cabral em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, no Rio, em 6 de julho de 1977. A íntegra da conversa, nunca antes publicada, está na edição da Coleção Encontros que a Azougue Editorial prevê para março, com entrevistas com a cantora.

A “coisa horrorosa” foi a entrevista que Nara concedera, 13 anos antes, à revista “Fatos e Fotos” –também presente na edição–, na qual dizia: “A bossa nova me dá sono”. “Não sei como me receberam depois de braços abertos, porque foi terrível, mesmo”, comenta em 1977.

Estão previstas também para breve edições com entrevistas de Gilberto Mendes, Antonio Cicero e outros.

Integral “O Cancioneiro” de Francesco Petrarca (1304-1374) ganhará tradução integral de Vilma de Katinszk na edição que a Ateliê e a Editora da Unicamp planejam para setembro, contendo 700 ilustrações de Enio Squeff (acima) feitas a partir dos poemas

A vida do bispo 1 Com a venda de anunciadas 178.962 cópias num megaevento de lançamento no último sábado, no Rio, a biografia “Nada a Perder”, de Edir Macedo, cujo ritmo de vendas andava caindo, foi para o topo da lista de mais vendidos.

A vida do bispo 2 No total, segundo a Planeta, foram 800 mil exemplares vendidos no Brasil desde agosto, mais 600 mil no exterior. Mas essa conta inclui só a venda em livrarias, diz a editora. Os livros comercializados nos templos e via porta-a-porta, que não saem com o selo da Planeta, devem aumentar bastante o total.

Entressafra Depois de 11 anos com contrato exclusivo com a Ediouro, por onde publicou dezenas de títulos, o escritor e antologista Flávio Moreira da Costa busca novos ares. Seu agente, Paul Christoph, inicia conversas. O autor gaúcho diz ter sete projetos em andamento.

Estreia O primeiro romance da poeta Bruna Beber está previsto pela Record para o ano que vem.

Paixão Em “Como os Franceses Inventaram o Amor” , a pesquisadora Marilyn Yalom, da Universidade Stanford, analisa por que o sentimento é tão associado à França. Sai pela Prumo em abril. Marilyn é mulher de Irvin D. Yalom, autor de “Quando Nietzsche Chorou”.

Solidão 1 Também em abril, a Novo Conceito lança “Na Companhia das Estrelas”, de Peter Heller. O título saiu timidamente nos EUA, mas logo alcançou as listas de best-sellers e os selos de qualidade do “Guardian” e da Amazon, que o elencaram entre os melhores de 2012.

Solidão 2 O livro conta a história de um homem que, ao sobreviver a uma doença que matou seus conhecidos, se isola num aeroporto apenas com um cachorro.

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Painel das Letras: Os sem cadastro http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/12/painel-das-letras-os-sem-cadastro/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/12/painel-das-letras-os-sem-cadastro/#comments Sat, 12 Jan 2013 05:00:31 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3471 Continue lendo →]]> Não à toa 74 títulos da Record inscritos no Prêmio de Literatura da Fundação Biblioteca Nacional, no fim de 2012, foram inabilitados por “insuficiência de ISBN”. Desde 2007, quando a versão brasileira do código internacional que identifica livros passou a ter 13 dígitos, em vez de dez, a editora praticamente não cadastra obras na agência nacional do International Standard Book Number. Assim como as outras cinco primeiras casas a aderir ao sistema no país, em 1978, a Record teve por anos o direito de autoatribuir seus códigos, sem ter de pagar. Com a mudança de 2007, as pioneiras perderam o privilégio. A Record continuou atribuindo seus códigos por conta —cada ISBN inclui um número da editora e outro da publicação—, sem cadastrá-los na agência.

ISBN fecha o cerco
Em anos anteriores, títulos da Record levaram o prêmio da FBN, mas isso porque a instituição, que representa o ISBN no Brasil, ainda não eliminava concorrentes por irregularidades no cadastro. A inabilitação no último prêmio foi um movimento da agência para que editoras se regularizem. Está em estudo o mesmo procedimento para aceitação de livros no depósito legal da Biblioteca Nacional —editoras são obrigadas por lei a enviar à FBN cópias de livros que publicam.

“O cadastro é bom para todos. Ele garante que livros nacionais apareçam na base de dados internacional do ISBN”, diz Andréa Coêlho, chefe da agência nacional, sem comentar o caso da Record. “Essa é uma questão antiga que trabalhamos para resolver junto com a BN”, informou a editora.

Para facilitar Embora inscrever um livro na agência do ISBN custe apenas R$ 12, algumas editoras demoram a se regularizar porque os documentos precisam ser enviados pelo correio. Prometido para 2011, o cadastro pela internet deve entrar no ar, segundo a agência, em março.

Reflexo Em 2012, a agência do ISBN atribuiu 85.360 códigos a livros, um aumento de 126% em cinco anos (foram 37.689 em 2007) e de 14% em relação a 2011 (74.996). O crescimento pode ser visto como reflexo do maior número de títulos editados no país e da chegada de obras digitais.

HQ Os álbuns de Valentina, a sensual personagem de Guido Crepax, voltarão a ser publicados no país pela L± serão sete reedições, além de “A História de O”, que sai em março impresso e como e-book.

Juntos É da Companhia das Letras a HQ “Drawn Together”, com histórias autobiográficas do casal Aline e Robert Crumb. Deve sair em 2014. As obras do cartunista vinham sendo editadas pela Conrad, em reformulação desde a saída do editor Rogério de Campos, em 2012.

Séries Aristóteles e Freud ajudam a explicar estratégias narrativas e personagens de séries como “Mad Men” e “Breaking Bad” no curso que o escritor e jornalista Felipe Pena ministra na Casa do Saber, no Rio. As aulas agora vão virar livro, previsto para este ano pela Nova Fronteira.

Criatividade Recém-saída do selo Gutenberg, da Autêntica, Gabriela Nascimento assume a direção editoral da Reflexiva, que deve estrear neste ano com “livros de várias áreas, sendo a criatividade a linha mestra”.

Economia A jornalista Miriam Leitão, vencedora do Jabuti por “Saga Brasileira”, confirmou presença na Flipoços, de 27 de abril a 5 de maio, em Poços de Caldas (MG).

Acervo A Capivara poderá captar até R$ 604 mil via Rouanet para edição com imagens do acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que faz 175 anos em 2013. O IHGB tem um dos maiores acervos do país, com itens como cartas de Napoleão a d. João 6º e uma primeira edição dos “Lusíadas”, de Camões.

Digital Anunciado no início da gestão de Galeno Amorim na Fundação Biblioteca Nacional, em 2011, o projeto de uma biblioteca para empréstimo de livros digitais não saiu do papel. Outro, envolvendo só e-books de obras em domínio público, prometia 4.500 títulos em dois anos. Por ora, foram convertidos dez.

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Painel das Letras: Best-seller azarado http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/05/painel-das-letras-best-seller-azarado/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/05/painel-das-letras-best-seller-azarado/#comments Sat, 05 Jan 2013 05:00:23 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3458 Continue lendo →]]> Marcus Zusak, autor do best-seller “A Menina que Roubava Livros” (Intrínseca), não ficou feliz com a publicação em novembro, pela Bertrand Brasil, de seu romance “O Azarão”. “É desapontador ter assinado para meus dois primeiros livros [‘O Azarão’ e ‘Bons de Briga’, que sai em breve pela Bertrand] um contrato que não me dava o direito de interferir em quem os publicaria em outros países. Eu me culpo por ter sido jovem e ter ficado feliz por ser editado”, disse à Folha.

A australiana Scholastic negociou os dois títulos com a Bertrand em maio. Em agosto, informou ter recebido oferta mais alta da Intrínseca, editora que Zusak diz ser “sua favorita em todo o mundo”. A Bertrand se recusou a voltar atrás. Alegou que o contrato já estava fechado.

Frutos infanto-juvenis

“Poesia na Varanda”, com versos para crianças de Sonia Junqueira e ilustrações de Flávio Fargas, teve nada menos que 2,5 milhões de cópias vendidas em 2012, entre aquisições do MEC, de secretarias de Educação e fundações e outras entidades país afora.

Com isso, o grupo mineiro Autêntica, que agrega os selos Gutenberg e Nemo, aumentou as vendas de seu catálogo infanto-juvenil de 165 mil em 2011 para quase 3,5 milhões em 2012 –um crescimento de 2.000%.

Recentemente, a editora anunciou que em 2013 focaria em títulos adultos após o sucesso dos juvenis. Agora, destaca o lançamento de autores nacionais e traduções de clássicos para crianças e jovens.

Infantil Diagnosticada com dislexia aos 12, Sally Gardner relata o drama de um garoto com a doença em ‘Maggot Moon’ (imagem acima), vencedor do Costa Children’s Book Award; livro sai neste ano pela WMF Martins Fontes.

Pelo país  A pequena Terracota, que só vendia pela internet e em eventos, fechou parceria com a distribuidora Acaiaca. Busca apresentar ao país os autores estreantes em que costuma apostar. A casa já atua nesse sentido, juntando, em coletâneas, estreantes a consagrados como Moacyr Scliar e Xico Sá.

Mulheres 1 Sheryl Sandberg, COO do Facebook, fez questão de um prefácio de uma brasileira bem-sucedida nos negócios, assim como ela mesma, na edição nacional de “Lean In: Women, Work and the Will to Lead”, programado para abril pela Companhia das Letras. O nome da prefaciadora ainda é mantido em sigilo.

Mulheres 2 A executiva americana também preparou para a edição dados específicos sobre a situação profissional das mulheres no Brasil. Neste mês, a editora põe no ar um site sobre o livro.

Biografia “Vagina”, ensaio de Naomi Wolf sobre o impacto cultural do órgão sexual feminino, sai neste ano pela Geração Editorial. O título causou alvoroço em 2012 ao ser censurado pela Apple.

Moda 1 A Record promete dar “tratamento luxuoso” a “Grace”, memórias de Grace Coddington, diretora artística da “Vogue” americana. O livro sai em outubro, por ocasião das semanas de moda do Rio e de São Paulo, com tradução do jornalista Hermés Galvão, da “Vogue Brasil”.

Moda 2 O editor Carlos Andreazza diz que o convite a Galvão inicia um modelo ao qual pretende recorrer com frequência: convidar tradutores que não sejam profissionais na tradução, mas especialistas nos temas dos livros.

Poesia 1 A Biblioteca Nacional analisou anteontem o recurso do poeta Marcus Fabiano pela anulação do prêmio a “Carlos Drummond de Andrade: Poesia 1930-62” (Cosac Naify), sob os argumentos de que a inscrição só poderia ser feita pelo autor ou mediante autorização por escrito dele e de que uma edição crítica não poderia concorrer a um prêmio autoral.

Poesia 2 A instituição deve se posicionar depois de amanhã. Petição on-line pela anulação do resultado reúne cerca de 150 assinaturas.

Atualiação: Liguei na FBN na segunda em busca do resultado da análise do recurso. Fui informada de que o resultado original do prêmio, embora já tivesse sido divulgado no site da fundação, só tinha sido publicado no “Diário Oficial da União” naquela segunda. Daí que, legalmente, me informaram, o resultado da análise do recurso não poderia sair no mesmo dia. A última informação que tive é a de que sai amanhã.

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De volta à Ilustrada http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/04/de-volta-a-ilustrada/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/04/de-volta-a-ilustrada/#comments Fri, 04 Jan 2013 18:03:29 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3437 Continue lendo →]]> Acumulou poeira no blog no meu dezembro pós-férias, mas explico, com o perdão da cabotinagem. É que voltei à rotina diária da “Ilustrada” –até outubro, eu me dividia entre a “Ilustríssima”, ajudando o Paulo Werneck a editar textos de repórteres, e a coluna Painel das Letras, na “Ilustrada”. Não sobrava muito tempo para reportagens. Daqui para a frente ficarei direto na cobertura diária de literatura (oba) e mercado editorial. Vocês me aguentem.

Acabei não conseguindo postar no blog mais que a coluna Painel das Letras, mas não faltou assunto para o caderno: em dezembro teve a chegada da Amazon e das outras lojas de livros digitais ao Brasil, o que rendeu balanço sobre a evolução acervos digitais nacionais; fui ao Rio preparar um perfil do Jorge Oakim, dono da Intrínseca (editora que vem  incomodando o mercado com lances fortes como o da compra de “50 Tons”); escrevi com o Matheus Magenta um balanço da Fundação Biblioteca Nacional, que vem acumulando tantas políticas de livro e leitura que ninguém mais consegue acompanhar (a reportagem rendeu um editorial incisivo hoje no “Estadão”); e fui ver a quantas anda a venda de espaços em livrarias para editoras, o que torna a vida ainda mais difícil para os pequenos editores e livreiros.

Ah, teve a chegada da terceira edição de “A Comédia Humana”, de Balzac, na versão organizada por Paulo Rónai para a Globo. É algo que espero fazer mais neste retorno à “Ilustrada”: voltar a acompanhar a produção literária, e não só o mercado editorial.

No meio tempo a gente encontra horário para escrever aqui.

Por ora, fiquem com um bom 2013. Volto já.

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Painel das Letras: Por que Drummond http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/29/painel-das-letras-por-que-drummond/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/29/painel-das-letras-por-que-drummond/#comments Sat, 29 Dec 2012 05:00:42 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3432 Continue lendo →]]> A poeta Leila Míccolis, integrante do júri que escolheu “Carlos Drummond de Andrade: Poesia 1930-62”, da Cosac Naify, como vencedora do Prêmio Biblioteca Nacional de Literatura, diz que preferia ter premiado um poeta vivo. “Eu tinha outra escolha, mas respeitei a decisão coletiva.” Seu colega de júri Francisco Orban avalia que caberia à organização decidir se o livro estava habilitado ou não —já que, pelo edital, a inscrição só poderia ser feita pelo autor ou pela editora com autorização por escrito do autor. A BN já manifestou que só analisará o caso se houver recurso de algum concorrente.

Estreia 1 O primeiro romance de Cadão Volpato, “Pessoas que Passam pelos Sonhos”, sai em maio pela Cosac Naify. O livro chegou a ser anunciado pela editora portuguesa Babel, mas, com a mudança de rumos da casa, que passou a focar em infantis, Volpato conseguiu desfazer o contrato.

Estreia 2 O livro trata de “um arquiteto distraído num tempo ruim para as distrações: a América do Sul entre 1969 e 1979”, diz o autor.

Best-seller A literatura pop de Raphael Draccon atraiu a Random House Mondadori. A trilogia fantástica “Dragões de Éter” (LeYa) teve os direitos comprados pela gigante, que deve publicá-la em 2013 no México.

Mídia O espanhol Pascual Serrano, do diário “Rebelión”, será editado no Brasil. Com o colega Ignacio Ramonet, diretor do “Le Monde Diplomatique”, e o professor da Universidade Federal Fluminense Dênis de Moraes, lança em 2013 pela Boitempo “Mídia, Hegemonia e Contra-Hegemonia”, uma reflexão sobre o poder da mídia.

Vocação A Eduerj prepara uma série voltada a uma “história cultural de forte inclinação literária, mas que mobiliza múltiplas disciplinas”, segundo o editor Italo Moriconi. O primeiro será “A Vocação Moderna de Barcelona”, de Joan Ramon Resina, que investiga a cidade que abraçou um projeto moderno, mas acabou se tornando “moderna pela metade”.

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