A Biblioteca de Raquelcasa da palavra – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 'Não comam Lacta nem bebam guaraná': as revistas modernistas no Brasil http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/01/nao-comam-lacta-nem-bebam-guarana-as-revistas-modernistas-no-brasil/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/01/nao-comam-lacta-nem-bebam-guarana-as-revistas-modernistas-no-brasil/#comments Tue, 02 Apr 2013 00:15:57 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3817 Continue lendo →]]> A primeira edição da “Klaxon”, a mais famosa revista modernista do Brasil, lançada a 15 de maio de 1922, trazia um anúncio com as palavras “coma Lacta” dispostas na página  num estilo um tanto concretista, movimento que só surgiria décadas depois. A segunda edição incluía um anúncio do guaraná Espumante, não menos criativo, com alternativas de bebida rabiscadas –assim como o da Lacta, assinado pelo poeta Guilherme de Almeida. São esses:


Mas as propagandas eram modernas demais para os empresários, que deram para trás e cancelaram anúncios previstos para as edições seguintes. Como resposta, no quarto número, os klaxistas soltaram uma nota debochada, assumindo seu papel de “únicos representantes do mais alto gosto paulista”. Orientavam: “NÃO COMAM LACTA NEM BEBAM GUARANÁ”.


A história  acima está no ótimo “Modernismo em Revista: Estética e Ideologia nos Periódicos dos Anos 1920” (Casa da Palavra), de Ivan Marques, que narra a curta e tumultuada trajetória das sete principais revistas modernistas da década de 20 no Brasil  –e que terá lançamento nesta quarta, dia 3, às 19h, na unidade Fradique da Livraria da Vila, em São Paulo.

Escrevi sobre o livro no início do mês passado, numa capa da Ilustrada que incluía o já citado aqui “A Revista do Brasil no Século XIX”.

Segue, abaixo, a entrevista feita via Facebook com o Ivan Marques.

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Qual foi o papel das revistas dentro do modernismo no Brasil?
As revistas modernistas, não só no Brasil, foram um dos principais veículos de atuação das vanguardas, que normalmente são associadas com a destruição –da velha arte, dos velhos conceitos. Mas aqui elas tiveram um papel diferente. Desde “Klaxon”, que foi a mais ousada, lançada logo depois da Semana de 1922, as revistas tiveram um papel construtor. Foram mais um espaço de debate e de autocrítica do modernismo do que propriamente de ataque das convenções. As revistas são a principal demonstração da conjunção de esforços que foi necessária para articular o modernismo num país atrasado, pré-moderno, como o Brasil.

E que influência tiveram sobre a produção artística?
Nelas saíram muitos textos que só tempos depois apareceriam em livros. Poemas de Drummond, que se tornou poeta respeitadíssimo só pela atuação nas revistas. Em livro, ele só estrearia em 1930. Todos os mineiros surgiram nelas: além de Drummond, houve Pedro Nava, Emílio Moura. Os grandes poemas de Manuel Bandeira saíram primeiro em revistas e só depois, em 1930, no livro “Libertinagem”. Capítulos inéditos de “Macunaíma” também saíram antes nelas.

O debate das revistas é profundo e atualíssimo. Diz respeito às condições de produção de arte e literatura de vanguarda num país periférico como o Brasil. Na Argentina, elas tiveram a mesma repercussão. Acho que, na década de 1920, elas foram mais importantes do que boa parte do que foi publicado em livros, até porque a edição de livros era bastante restrita. Olhar essas revistas em conjunto, e não separadamente, como faziam os estudos anteriores, dá uma ideia mais exata da construção do modernismo brasileiro. Pela comparação, é possível corrigir uma série de ideias equivocadas, repetidas nos manuais e nas histórias literárias.

Que tipo de ideias equivocadas?
Para começar, a ideia de que a vanguarda de 1922 foi destruidora, polêmica. Como disse, o esforço de construção e de aprofundamento crítico da produção modernista estava em primeiro plano. Outro exemplo: os manuais dizem que a revista “Festa”, do Rio, era espiritualista e universalista. Mas a leitura da revista mostra que a preocupação deles era também com a arte nacional. Também se diz que o nosso “primeiro modernismo” ou “modernismo heroico” se preocupou apenas com questões estéticas. O que as revistas mostram, desde o começo, é a preocupação com a busca da identidade nacional. Para os modernistas, a afirmação dessa identidade era fundamental para que o movimento brasileiro não fosse apenas uma imitação leviana das vanguardas estrangeiras. Nas revistas o peso das questões ideológicas é grande, ao lado da discussão estética, que está quase sempre atrelada à questão nacional.

Quais foram os critérios para escolher as sete revistas para o livro?
Busquei as que existiram no período do chamado “modernismo heróico”, dos anos 1920. A primeira delas, “Klaxon”, é de 1922. A última, “Antropofagia”, de 1928. É o período forte da cultura modernista, a fase de combate. Também busquei revistas que tiveram impacto nacional, não apenas presas aos seus grupos de origem. Essas sete revistas existiram por conta do esforço das mesmas pessoas. À medida que uma desaparecia, outra surgia. Daí o debate pôde ser aprofundado ao longo da década. Mário de Andrade foi a figura que costurou a história das revistas. Além de ser um dos criadores de “Klaxon”, foi o principal coadjuvante das mineiras “A Revista” (BH) e “Verde” (Cataguases). Foi ele o responsável por essa visão construtora.

Quando você fala sobre impacto nacional, considerando uma entrevista como a “Verde”, do interior, você se refere a impacto nos grandes centros, no eixo Rio-São Paulo, ou elas repercutiam também em outros Estados e regiões?
Sim, repercutiam em outros Estados. Vários modernistas, sobretudo Mário, se preocuparam em distribui-las para todo o Brasil e para fora dele. Uma revista como a “Verde” foi genuinamente um órgão nacional do modernismo, embora fosse feita por rapazes de uma pequena cidade de Minas. O mesmo se pode dizer de “A Revista”. Os mineiros foram responsáveis por ela, mas foi um porta-voz de todos os modernistas em 1925. Essas sete formam um conjunto importante.

E no entanto os próprios responsáveis por elas, como Rosário Fusco, ainda no caso da “Verde”, as chamariam de “folclore”. Como você vê isso?
Essa questão é interessante. Os modernistas, depois de velhos, parecem ter tido certa vergonha dessa fase do modernismo, como quem tem vergonha da própria infância. Mas elas foram importantes, sim. Os textos que publicaram, de criação e de crítica, são da maior relevância. Talvez essa “folclorização” (= desvalorização) do modernismo tenha começado em 1942, com a conferência de Mário sobre os 20 anos do modernismo. Ele disse que tudo fora uma brincadeira, uma orgia. Esse balanço de Mário, como o depoimento do Fusco, é exagerado.

As revistas foram importantes não só para o desenvolvimento da cultura modernista, mas também porque a publicação de livros nos anos 1920 ainda era escassa. Elas talvez tenham sido a principal obra dos modernistas na década. No caso de “Verde”, com certeza a revista foi a principal coisa que fizeram. Com exceção de poucas obras (“Macunaíma”, de Mário, “Memórias Sentimentais de João Miramar”, de Oswald), o movimento modernista quase não produziu livros nos anos 1920. A criação circulava nas revistas. E também o debate, a autocrítica. Ali o modernismo brasileiro foi encontrando a sua cara, seus caminhos e seus impasses

Você comenta no livro que boa parte dos textos não eram assinados. Esses textos são de autoria facilmente identificável?
Na maioria dos casos, sim. Quando as revistas foram reeditadas e ganharam os estudos individuais, nos anos 1970, 1980, ainda era possível verificar a autoria com os modernistas ainda vivos. Há casos em que não foi possível. Explico no livro que, de fato, essas ideias não pertenciam a um autor só, mas diziam respeito ao conjunto dessas vozes modernistas que se exprimiam nas revistas. O questionamento da autoria, no final, também diz respeito à ação da vanguarda. Havia o interesse de fortalecer a ideia de grupo, de ações que não eram individuais.

Curiosamente, os modernistas acabaram construindo vozes tão particulares, tão pessoais: Mário, Oswald, Drummond, Bandeira. É impossível confundi-los. Mas nas revistas as ideias pareciam mesmo não ter autoria específica. Pertenciam a todos.

Como essas revistas eram produzidas?
À exceção da “Festa”, que teve um mecenas, não havia dinheiro para a produção delas. O que havia eram vaquinhas literárias, apoios localizados. Elas acabavam por falta de condições. Mas também porque é difícil publicar por muitos anos uma revista dessa natureza, que tem mesmo o caráter efêmero tão frequentemente atribuído às ações de vanguarda. Sem dinheiro nenhum, público nenhum, elas duraram pouco. Sofriam do que foi chamado “mal dos três números”. No terceiro número, desapareciam, como ocorreu com “Estética” (RJ) e “A Revista” (MG).

Você escreve que as crônicas se tornaram uma das melhores traduções do modernismo. Embora, na verdade, sejam anteriores ao movimento. De que maneira  o traduzem?
Sim, elas eram importantes e praticadas desde o século 19. A hipótese é que, a partir da década de 1920, a crônica encontrou sua linguagem específica, seu jeitinho brasileiro, sua leveza, simplicidade. A partir da influência que sofreu do movimento modernista. Talvez a crônica seja mesmo das melhores traduções do modernismo. E nas revistas houve os primeiros experimentos. Crônicas de Drummond, já definindo novos parâmetros para esse gênero. Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, todos beberam nessa fonte modernista.

As crônicas traduzem o modernismo em suas características fundamentais: temas cotidianos, linguagem coloquial, tom despretensioso etc. É a “vida ao rés-do-chão”, como disse muito bem Antonio Candido, num texto famoso sobre a crônica brasileira. E ele pensava, claro, nessa tradição moderna da crônica, formada a partir do modernismo.

Que legado que essas revistas nos deixam, olhando 90 anos depois?
Elas são o testemunho vivo de um dos períododos mais agitados da cultura brasileira. E mostram, entre outras coisas, que o modernismo não se limitou à Semana de Arte Moderna e menos ainda à cidade de São Paulo. O movimento em 1922 era ainda imaturo e se aprofundou ao longo da década. Um dos canais desse aprofundamento foram as revistas. A leitura delas, com 90 anos de distância, mostra as dificuldades de construção do modernismo num país como o Brasil. A gente tem muitas vezes a ideia de que o país estava “pronto” para o moderno, mas isso não é verdade. Esse “moderno” custou caro e exigiu uma série de esforços.

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Painel das Letras: Festa para a poesia http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/23/painel-das-letras-festa-para-a-poesia/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/23/painel-das-letras-festa-para-a-poesia/#comments Sat, 23 Mar 2013 06:00:52 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3789 Continue lendo →]]> OBS: Cometi o erro mais idiota na coluna: no texto de abertura, o valor para captação na Rouanet do Festival de Poesia de Curitiba é de R$ 539 mil, não R$ 539 milhões, como escrevi no impresso, um valor que não faz o menor sentido para um evento literário. Sabia que era uma coisa e escrevi outra –nossa senhora dos atos falhos saberá explicar. Já avisei o jornal do erro e corrigi no texto abaixo. Peço desculpas aos organizadores. 

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Um evento anual representativo para a poesia como o Festival de Teatro de Curitiba é para a dramaturgia no país. Eis o plano ambicioso da produtora Abaporu, que teve autorizada a captação de R$ 539 mil via Rouanet. A primeira edição do Festival de Poesia de Curitiba está prevista para outubro, com sete dias de eventos pela cidade.

Planejam-se debates, leituras, shows, performances em faculdades, “saraokês” (mistura de sarau com karaokê) em bares e declamações de poetas populares nas ruas. “A ideia é não fazer um negócio chato”, resume o poeta e curador Sergio Conti. Alice Ruiz cuidará dos debates, para os quais vêm sendo sondados nomes como Arnaldo Antunes, Mário Bortolotto e Chacal. Falta patrocinador, mas está apalavrado o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, importante agente cultural da cidade.

Festa para a poesia 2
Poeta maior de Curitiba e marido por 19 anos de Alice Ruiz, Paulo Leminski (1944-1989) não será homenageado no festival neste ano. Se o evento emplacar, ele será lembrado na edição de 2014, quando completaria 70 anos.

Mas a voz do povo já o celebra: primeirão nas recentes listas de mais vendidos da Livraria Cultura e da Martins Fontes, Leminski faz raríssima aparição poética na atual lista de mais vendidos da Folha, em nono lugar em ficção.

Seu “Toda Poesia”, lançado há três semanas pela Companhia das Letras, já teve 15 mil cópias impressas.
E “Arnaldo Antunes Lê Paulo Leminski”, que a produtora Mínimas fez a pedido da editora, teve 18 mil visualizações no YouTube, ante média de 600/mês de outros vídeos da Companhia.

FOTOGRAFIA O Instituto Moreira Salles lança em julho “A Vida em Movimento”, coedição com a Éditions Hazan, com imagens de Jacques Henri Lartigue (1894-1986); elas estarão em mostra no IMS-RJ, em junho

Crônicas A produtora Mínimas já preparou seu segundo “booktrailer” para a Companhia das Letras, baseado em “O Amor Acaba”, de Paulo Mendes Campos. Foi filmado com livreiros de São Paulo como figurantes e deve estrear nos próximos dias.

Repaginada O escritor Antonio Xerxenesky deixou o Instituto Moreira Salles rumo à Cosac Naify, onde assume o cargo de editor do site. Será responsável por levar novos colunistas e colaboradores ao blog da editora.

Cadê? Pedro Cezar (“Só Dez por Cento É Mentira: Manoel de Barros”) teve o projeto do documentário “Tudo Vai Ficar da Cor que Você Quiser” —sobre o escritor Rodrigo de Souza Leão, com roteiro e direção de Letícia Simões e Ramon Mello— selecionado em julho por edital da Secretaria de Estado de Cultura do Rio. Passados oito meses, não veio a verba de R$ 197 mil. A secretaria diz que deve sair nos próximos dias.

Leva Três obras do crítico Luiz Costa Lima devem sair neste ano pela EdUFSC.

Leva 2 “Mímesis: Desafio ao Pensamento”, do crítico, terá nova edição preparada por Sérgio Alcides, que também organiza para a editora da Universidade Federal de Santa Catarina um volume com “Dispersa Demanda: Ensaios sobre Literatura e Teoria” e “Pensando nos Trópicos”.

Matadores A DarkSide Books lança em junho “Serial Killers: Anatomia do Mal”, de Harold Schechter, que analisa matadores e sua ligação com a cultura. Está lá, por exemplo, Ed Gein, inspiração para Norman Bates (“Psicose”) e Hannibal Lecter (“O Silêncio dos Inocentes”).

Fantasia Carolina Munhoz, 24, já teve mais de 20 mil cópias de “A Fada” e “O Inverno das Fadas”, ambos do ano passado, vendidos pelo selo Fantasy, da Casa da Palavra. No próximo semestre, ela lança “Feérica”.

Inéditos A LeYa Brasil quer bombar o 5º Prêmio LeYa, em abril. O concurso, que paga o equivalente a R$ 256 mil, nunca pegou do lado de cá do oceano. Em Portugal, quem ganha vira best-seller.

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Painel das Letras: Inéditos de Bataille http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/16/painel-das-letras-ineditos-de-bataille/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/16/painel-das-letras-ineditos-de-bataille/#comments Sat, 16 Feb 2013 05:00:18 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3601 Continue lendo →]]> A filosofia de Georges Bataille (1897-1962) se funde com seu próprio “desejo de arder intensamente”, segundo o tradutor Fernando Scheibe, nos texto inéditos em português que a Autêntica incluirá em sua edição de “O Erotismo”, prevista para abril.

Fora de catálogo há quase uma década, o volume sairá agora com um “Dossiê O Erotismo”, do qual faz parte esse registro pessoal do autor sobre o tema do livro.

Terá também a transcrição de um debate, de 1957, em que figuras como André Breton, André Masson, Hans Bellmer e Jean Wahl explicitam divergências em relação às ideias do autor, acusado de machista, entre outras coisas. Em março, a editora publica “A Parte Maldita”, na tradução de Júlio Castañon Guimarães.

 Os últimos dias de Lucian

O pintor britânico Lucian Freud (1922-2011) proibiu, em seus últimos anos, a publicação de duas biografias que já havia autorizado. Simplesmente mudou de ideia.

Mas o neto do criador da psicanálise não só manteve a autorização ao jornalista Geordie Greig como aceitou que o encontrasse por dez anos no Clark’s, em Notting Hill, onde recebia amigos e fazia quase todas as refeições.

Greig publicou várias reportagens sobre Lucian. Após a morte do pintor, começou a organizar o material, juntando com entrevistas com amigos, amantes e até alguns filhos (ele teve 13 —ou mais). A biografia resultante, prevista para outubro na Inglaterra, acaba de ter os direitos adquiridos pela Record. Deve ser lançada em 2014.

Serrote A 13ª edição da revista do IMS, nas livrarias em março, reproduzirá 12 capas de livros (imagem acima) elaboradas pelo austríaco Eugênio Hirsch (1923-2001), que criou mais de 380 delas para a Civilização Brasileira

Concurso E a 13ª “Serrote” também lançará a segunda edição do concurso de ensaísmo da publicação quadrimestral —o texto vencedor será publicado na revista. Em 2011, foram 187 inscritos.

Essas mulheres Ivone Gebara, condenada pelo Vaticano por criticar a rigidez de sua doutrina, e Amelinha e Criméia, responsáveis pela condenação do torturador Coronel Brilhante Ustra, estão entre as sete militantes investigadas em “A Aventura de Contar-se”, previsto para agosto. A historiadora Margareth Rago acaba de entregar os originais à Editora da Unicamp.

Fantasia A Bertrand Brasil adquiriu os direitos da obra adulta e juvenil de
Terry Pratchett, britânico de humor corrosivo, conhecido pela série “Discworld”. Em junho, sai o adulto “Pequenos Deuses”. No fim do ano, o primeiro infantil, “A Hat of Full of Sky”. O autor sofre de Alzheimer, drama que conta no documentário “Choosing to Die” (2011), inédito no Brasil.

Pra fora Duas HQs, “Bando de Dois”, de Danilo Beyruth, e “Oeste Vermelho”, de Marcelo Costa e Magno Costa, terão traduções bancadas pela Biblioteca Nacional. Sairão na Argentina pela Editora Municipal do Rosário. A única tradução de HQ aprovada antes no programa foi a de “Cachalote”, de Daniel Galera e Rafael Coutinho, para a França.

Top A Geração Editorial adquiriu por R$ 50 mil os direitos da trilogia “The Redemption of Callie & Kayden”, de Jessica Sorensen, autopublicação que frequenta os mais vendidos nos EUA há dois meses, com mais de 200 mil e-books vendidos. O primeiro volume sai neste ano, junto com o primeiro de outra trilogia da autora, “The Forever of Ellen & Micha”.

Vitória Apparício Torelly, o Barão de Itararé, é até mais querido do que imaginou a Casa da Palavra. Lançada com 3.000 cópias em dezembro, a biografia “Entre sem Bater”, de Cláudio Figueiredo, já está em reimpressão

 

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Painel das Letras: Nova casa de Maigret http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/08/painel-das-letras-nova-casa-de-maigret/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/08/painel-das-letras-nova-casa-de-maigret/#comments Sat, 08 Dec 2012 05:00:50 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3395 Continue lendo →]]> Quase toda a obra de Georges Simenon (1903-1989), belga que escreveu mais de 500 livros e já teve 500 milhões de exemplares vendidos no mundo, será publicada pela Companhia das Letras a partir de fevereiro de 2014. A editora prevê para o ano de estreia 11 volumes do inspetor Maigret (personagem de mais de cem títulos) e um romance não relacionado. São quase 400 livros contratados, o que exigirá da editora 30 anos de publicações se mantiver o ritmo de um livro por mês. O superlativo autor ainda terá títulos até 2016 pela L&PM. A casa diz que “é passível de sério questionamento” a decisão dos agentes de passar a obra à Companhia por esta ser associada à Penguin, que publica Simenon. “Tentaremos todas esferas judiciais para garantir nossos direitos”, informou a editora gaúcha.

Linha de chegada

Amazon, Kobo e Google estrearam com pendências para não perderem a corrida dos livros digitais no país.

Após avisar editoras de que ficariam fora da estreia se não mandassem seus arquivos até terça, a Amazon entrou no ar inclusive sem títulos enviados meses atrás.

E alguns textos do site foram vertidos via tradutores on-line, caso de “Companheiro Inesperado”, de Toni Griffin. “Quebrando fora da cidade pequena, nunca Brian pensou que ele encontrar seu companheiro”, diz a sinopse do livro.

O Google estreou sem grandes editoras como Companhia das Letras e Ediouro, ainda em negociações.

E a Kobo pôde oferecer só 8.000 dos 15 mil e-books nacionais da Livraria Cultura, já que nem todos os arquivos em PDF foram convertidos ao formato ePub.

Mas a loja canadense teve bons números. Antes da estreia, já tinha vendido mil aparelhos de leitura. Desde quarta, 20% dos e-books vendidos foram para o novo aparelho.

Infantil “Os Coelhos Tapados” (imagem acima) e “Os Coelhos Tapados Vão ao Zoológico”, de Dav Pilkey, autor de “As Aventuras do Capitão Cueca”, saem em janeiro pela Cosac Naify. A tradução é de Daniel Pellizzari

Rio antigo Ruas, edifícios, botequins e suas tipologias guiarão o livro que Michelle Strzoda inicia em sua segunda investida sobre a história do Rio. Com o designer Rafael Nobre e ainda sem editora, a autora de “O Rio de Joaquim Manuel de Macedo” (Casa da Palavra) pesquisará a evolução do subúrbio, da orla e de outras áreas na memória visual do carioca.

Estreia A gaúcha Letícia Wierzchowski, de “A Casa das Sete Mulheres” (Record), está de editora nova. Será dela a primeira ficção nacional da Intrínseca, “Clarões e Sombras”, em junho. O primeiro ficcionista nacional contratado, Miguel Sanches Neto, ainda escreve seu livro.

Novo rumo 1 Após estourar com os livros juvenis de Paula Pimenta no selo Gutenberg, a Autêntica planeja investir na ficção adulta. O selo terá, em 2013, títulos como “Sobre o Sexo na Casa Branca”, de Larry Flynt com David Eisenbach.

Novo rumo 2 Em seu selo principal, a Autêntica investirá mais em literatura contemporânea, sendo a maior aposta “Tinta”, de Fernando Trías de Bes.

Novo rumo 3 Mas os autores de juvenis não serão esquecidos. Prova disso é que a editora traduziu para o inglês o best-seller “Fazendo Meu Filme 1”, de Paula Pimenta, numa edição digital que deve entrar no ar na semana que vem na Amazon e na loja da Apple. Vai se chamar “Shooting My Life’s Script”, com tradução de Thiago Nasser e revisão de Dan O’Shea.

Ressaca Luiz Fernando Carvalho virou fã da Balada Literária. Após convencer o recluso Raduan Nassar a fazer uma inesperada aparição no evento organizado por Marcelino Freire, o cineasta quis participar também da tradicional Ressaca Literária. No dia 16, vai ao lançamento da HQ “Suburbia”, baseada em sua série global, no centro b_arco.

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Painel das Letras: A volta da Primavera http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/11/03/a-volta-da-primavera/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/11/03/a-volta-da-primavera/#comments Sat, 03 Nov 2012 10:42:09 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3383 Continue lendo →]]> São Paulo voltará a ter, depois de três anos, sua versão completa da Primavera dos Livros, evento promovido por editoras independentes da associação Libre e que no Rio já está na 11ª edição. A última edição paulistana com apoio da prefeitura foi em 2009, no CCSP; em 2010, houve uma versão reduzida na Livraria Cultura.

Neste ano, após tentar negociar com a prefeitura a realização na praça D. José Gaspar (centro), a Libre conseguiu o aval do governo estadual para levar a feira para a tenda de eventos ao lado da Biblioteca São Paulo (zona norte). Será nos próximos dias 22 a 25, com 45 pequenas e médias editoras vendendo livros com até 50% de desconto. Haverá concerto da Villa-Lobos Jazz Band e mesas com Clara Averbuck, Joca Reiners Terron, Marcelo Mirisola e outros.

HQ “Graphic novel infantil que delicia adultos”, segundo o site BoingBoing, “Giants Beware” sai em 2013 pela V&R. De Jorge Aguirre e Rafael Rosado, conta a história de uma menininha que caça gigantes

Nossa língua indígena 1 A editora Limiar conseguiu autorização para captar R$ 1,73 milhão via Rouanet para uma exposição no Museu da Língua Portuguesa sobre a influência das línguas indígenas na formação do português brasileiro. Agora só falta convencer o Museu da Língua Portuguesa.

Nossa língua indígena 2 O editor Norian Segatto diz que o projeto, baseado no “Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena”, de Clóvis Chiaradia, foi elogiado no museu, mas que, após ele entrar com o pedido de captação, soube que a instituição não teria data para a mostra. Com a aprovação, tentará retomar a conversa. Mas já pensa em locais alternativos.

Para exportação 1 Após o sucesso nas vendas de direitos de romances de autores como Michel Laub e Daniel Galera, a Companhia das Letras trabalha na não ficção para exportação. O projeto surgiu em parceria com a Penguin, e dois títulos, cujos autores a editora ainda não revela, já têm garantida a publicação tanto no Brasil quanto nos EUA e no Reino Unido.

Para exportação 2 Já a alemã Suhrkamp, que anda interessada no Brasil, prevê para 2013 -além do novo livro de Galera, “Barba Ensopada de Sangue”- novas edições de clássicos nacionais.

Para exportação 3 Estão previstos “Os Sertões”, de Euclydes da Cunha, “Macunaíma”, de Mário de Andrade, obras de Augusto Boal e “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, com prefácio original de Antonio Candido e introdução de Sérgio Costa.

Nunca acaba Até o final do ano, a Intrínseca terá mandado imprimir 2,5 milhões de cópias de “Cinquenta Tons”. Já foram vendidos 650 mil do primeiro livro e 350 mil do segundo -esses continuam rodando nas gráficas. O terceiro sai nesta quinta com 600 mil exemplares. E, no fim deste mês, sai ainda uma caixa com os três volumes, com algo entre 150 e 200 mil unidades.

Vai ou não vai A notícia, nesta semana, da tentativa da Livraria Saraiva de vender apenas sua loja on-line causou estranheza -foi a falta de uma loja on-line própria que fez a americana Borders falir. O que se ouve no mercado é que, na verdade, a venda planejada pela Saraiva inclui também as lojas físicas. A empresa não comenta.

Dueto Aos 96, Cleonice Berardinelli se prepara para gravar com Maria Bethânia um CD com poemas de Pessoa. A ideia surgiu no lançamento da “Antologia Poética: Fernando Pessoa” (Casa da Palavra), no Rio, quando Maria Bethânia leu trechos do livro organizado pela imortal.

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