A Biblioteca de Raqueledith – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Painel das Letras: Sem patrocínio http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/painel-das-letras-sem-patrocinio/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/painel-das-letras-sem-patrocinio/#respond Sat, 09 Mar 2013 06:00:00 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3723 Continue lendo →]]> A Biblioteca Mário de Andrade celebrou ao conseguir, em dezembro, autorização para captar R$ 5 milhões via Lei Rouanet. Chegou a anunciar, em evento, o Bradesco como patrocinador de seu projeto de preservação e difusão de obras raras —segundo servidores, havia um acordo verbal. Mas o banco diz nunca ter firmado nada. Declinou da proposta, informa, em dezembro mesmo. Falta agora quem abrace a causa: são 7.700 obras do século 15 ao 19 à espera de digitalização e disponibilização na internet, além da catalogação de 5.700 volumes e do restauro de 200 livros e cem mapas

A vida do comandante

Menos de 24 horas após a morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, na última terça, já estava à venda o e-book da biografia “El Comandante”, de Rory Carroll, ex-correspondente do jornal britânico “Guardian” na Venezuela. Ontem, saiu a versão impressa.

A edição brasileira chega em abril, pela Intrínseca, com tradução de George Schlesinger.
Ao longo do livro, Carroll deixa cada vez mais clara sua crítica ao presidente, pela lacuna entre a retórica e o que via no dia a dia venezuelano. O livro, diz a “Economist”, vale pelos detalhes, como o relato da aflição da equipe quando Chávez decidiu que havia muito vermelho ao redor e começou a se vestir de amarelo.

iPad A editora e-stilingue estreia no dia 14 com o infantil “Dragoberto” (acima), com texto de Alfredo Stahl e arte de Beatriz Bittencourt; é uma aposta nos interativos digitais, mercado ainda pouco explorado no Brasil

Só faltam 69 Paulo Coelho é um dos 70 autores que o governo levará a Frankfurt, em outubro, quando o Brasil será tema da maior feira editorial do mundo. O mago contou no Twitter. A lista, mesmo, sai só na próxima quinta.

Investigação A homenagem em Frankfurt, aliás, animou a revista francesa “Livres Hebdo”, voltada a profissionais da área, a dedicar uma futura edição ao mercado brasileiro. A jornalista Mylène Moulin vem falando com editores no Rio e em SP.

Primeiros passos “O Autor como Editor” é a oficina que Vanderley Mendonça, da Edith e da Demônio Negro, inicia no dia 19 no espaço Intermeios, em Pinheiros. As oito aulas, a R$ 720, incluem  design, impressão, vendas e registro no ISBN, essa causa inesgotável de dor de cabeça.

Primeiros passos 2  O editor se compromete a, no fim do curso, auxiliar a produção de obras de alunos cujos originais aprove.

Amor A relação entre uma idosa com mal de Alzheimer e seu cuidador é retratada no romance “Por Amor”, estreia do diretor de cinema, teatro e TV Mario Masetti na literatura. Sai pela Sá Editora neste semestre.

Casa “Sergio Y. Vai à América”, romance do colunista da Folha Alexandre Vidal Porto, vencedor do 1º Prêmio Paraná de Literatura, foi contratado pela Companhia das Letras. No ano passado, como parte da premiação, o governo paranaense imprimiu mil cópias e as distribuiu para bibliotecas do país.

Polêmica Em “A Última Lição de Michel Foucault”, Geoffroy de Lagasnerie analisa o interesse pelo neoliberalismo que o filósofo expressou no fim da vida. Para o autor, Foucault não deu as costas à esquerda: apenas viu no pensamento neoliberal um “lugar de imaginação” a ser explorado. A tradução, por André Telles, será lançada em maio pela Três Estrelas.

Habemus papa O espanhol Juan José Arias, que foi correspondente por 30 anos do “El País” no Vaticano, aceitou debater o papado com o português Luis Miguel Rocha, autor do best-seller “O Último Papa”, em maio, na Flipoços, em Poços de Caldas.

Habemus papa 2 A renúncia do papa, aliás, tem dado ibope. A Livraria Cultura percebeu, no último mês, aumento de 73% na vendas de títulos relacionados a ele, como “Sua Santidade: As Cartas Secretas de Bento 16”

]]>
0
Os percalços da impressão à moda antiga http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/17/os-percalcos-da-impressao-a-moda-antiga/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/17/os-percalcos-da-impressao-a-moda-antiga/#comments Sun, 17 Feb 2013 13:24:49 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3611 Continue lendo →]]> Saiu dias atrás na “Ilustrada”, durante a ressaca do papa e da festa pagã, uma capa sobre como microeditoras vêm oxigenando o mercado nacional com obras de qualidade.

O repórter especial Cassiano Elek Machado visitou a sede da charmosa Bolha, no Rio, numa fábrica abandonada. E eu conversei com outros quatro editores que têm se dedicado a essa coisa apaixonada que é produzir livros lindos a preços acessíveisreduzindo a margem de lucro o máximo –algo que a indústria no Brasil, infelizmente, não sabe o que significa.

Chamou minha atenção o que ouvi sobre impressoras tipográficas. Elas não são mais fabricadas no Brasil, e as que existem têm sido desmontadas para virar máquinas de corte e vinco de caixas. De pizza, disse o editor Vanderley Mendonça, da Demônio Negro. Ou então vendidas a peso, no Brás. O povo vai lá, compra e derrete para reutilizar o material.

Esse foi um motivo pelo qual os editores da curitibana Arte&Letra, Frederico e Thiago Tizzot, demoraram um ano inteiro para editar e imprimir uma coleção graciosa de livros artesanais, com clássicos, por assim dizer, menos clássicos (leia-se menos editados) da literatura.

Foi um périplo. Só em São Paulo eles foram encontrar quem trabalhasse com impressão tipográfica. Chegaram a José Carlos Gianotti, do ateliê do Instituto Acaia, na Vila Leopoldina.

Mas o tipógrafo estava mais habituado a trabalhar com livros de texto curto, de poesia ou infantis. Não tinha tipos (as peças de metal com letras) o suficiente para os livros de página cheia que a Arte&Letra queria editar –para cada uma delas, são necessárias várias letras A, várias B etc..

Gianotti foi ao Brás procurar uma família de tipos. Uma luta: quase não há mais famílias íntegras entre os tipos. Encontrou uma, por R$ 500, só para descobrir letras defeituosas e faltantes ao tentar montar uma página. Recuperou parte do dinheiro ao revendê-la e, por fim, contratou um profissional com máquina de linotipos, que funde em blocos cada linha de caracteres.

As edições de “Um Coração Singelo”, de Gustave Flaubert, “Os Assassinatos na Rua Morgue”, de Edgar Allan Poe, e “Luzes”, de Anton Tchekhov, saíram no fim do ano passado, com capa de tecido, ilustrações em xilogravura, miolos costurados à mão. Foram 200 exemplares de cada um. De “Luzes” já está sendo produzida uma segunda leva.

Levando em conta todo o processo, o preço final, R$ 59,90, é consideravelmente baixo. Foi possível só porque a Arte&Letra é também livraria, dispensando intermediários. E porque, como falei, os editores não quiseram faturar horrores em cima dos títulos. Sabiam que eles serviram como boa divulgação da editora, que também produz livros não artesanais.

***

Por coincidência (ou nem tanto, já que o mercado não está assim esbanjando tipógrafos), José Carlos Gianotti, na foto acima, é um dos personagens que o artista gráfico Gilberto Tomé entrevistou para a exposição “Mestres Tipógrafos: Impressões da Vida”, em cartaz até o dia 23 de março na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Bom Retiro.

Tomé quis procurar quem trabalhasse “como nos tempos de Gutenberg”. Dos três entrevistados, só um, o Gianotti, já imprimia livros. Os outros, Aryovaldo Cordeiro, que tem uma pequena gráfica na zona norte de São Paulo, e Roberto Rossini, na Lapa de baixo, produziam receituários e notas fiscais, além de volantes e cartões de visita. Em demandas cada vez menores, segundo Tomé.

O artista fez a partir das entrevistas uma publicação, de 200 exemplares, que integra a exposição. É uma metaedição, impressa em tipografia e sobre a impressão em tipografia, com tipógrafos que são tanto personagens quando editores. Aos sábados, Tomé faz demonstrações do uso de máquinas tipográficas, das quais o público pode participar.

Para quem se interessa, a boa notícia é que São Paulo em breve terá uma oficina tipográfica permanente aberta ao público, a de Vanderley Mendonça, personagem singular: editor de artesanais na Demônio Negro e independentes na Edith, diretor numa multinacional de embalagens de alimentos e esgrimista profissional. Mas essa história fica para um próximo texto.

]]>
15
Painel das Letras: Ensaístas na Flip http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/22/painel-das-letras-ensaistas-na-flip/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/22/painel-das-letras-ensaistas-na-flip/#comments Sat, 22 Dec 2012 05:00:06 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3429 Continue lendo →]]> Dois expoentes do ensaio pessoal –gênero que usa questões autobiográficas como ponto de partida para reflexões– debaterão na Flip em 2013. São eles os americanos Geoff Dyer, autor de “Jeff em Veneza, Morte em Varanasi” (Intrínseca), e John Jeremiah Sullivan, que escreve para revistas como a “Harper’s”. Ambos terão livros pela Companhia das Letras em breve: “But Beautiful”, de Dyer, sobre jazz, sai em abril, e “Pulphead”, de Sullivan, um dos volumes de ensaios mais elogiados nos EUA em 2011, fica pronto em junho.

Clássicos em mangá
“O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, “Manifesto do Partido Comunista”, de Marx e Engels (acima), e “Interpretação dos Sonhos”, de Freud, estão entre os 11 clássicos em mangá que a L&PM lança a partir de fevereiro de 2013.

Publicada originalmente pela East Press, sob edição de Kasuke Maruo, a coleção é mais uma aposta da editora gaúcha num segmento de sucesso no exterior, mas para o qual as grandes casas do país nunca deram muita bola.

Os títulos, organizados por Alexandre Boide, sairão sempre em duplas, começando com “Hamlet”, de Shakespeare, e “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.

Caso antigo 1 Em 2006, Fernando Gasparian ofereceu sua editora, a Paz e Terra, a Sérgio Machado, dono da Record. “Fico triste por não ver os livros nas lojas”, disse. Ficaram de falar após a Feira de Frankfurt, em outubro. Fernando morreu enquanto Machado estava no evento.

Caso antigo 2 O negócio que Marcus, filho de Fernando, fechou anteontem com Machado ocorreu pelo mesmo motivo. Com a compra de seu 15º selo, a Record soma 8.700 títulos, mais do dobro do que têm editoras como a Companhia das Letras e a Rocco.

Caso antigo 3 Por falar em Frankfurt, na feira deste ano falava-se na compra que a Record estaria realizando. Mas seriam duas editoras, não só uma. “Não há mais nada em vista por ora”, diz Machado.

Estreia Autor de cinco livros de contos e um de aforismos, Marcelino Freire conclui, em Buenos Aires, seu primeiro romance, “Só o Pó”, que sai pela Record em 2013. O tema: “Muitos velhos. Quando  meu parágrafo cansa de um velho, pega outro pelas mãos”.

Exportação 1 Também no ano que vem, “Contos Negreiros”, do pernambucano, sairá na Argentina, pela Santiago Arcos, traduzido com bolsa da FBN por Lucia Tennina.

Exportação 2 O selo Edith, criado pelo autor, também repercute lá fora. Um de seus títulos, “Copacubana”, de Hector Bisi, ganhou quatro páginas na elogiada revista literária colombiana “El Malpensante”. A tradução para o espanhol foi encomendada pelo selo a Cristian de Nápoli e está à venda na Amazon.

]]>
3