A Biblioteca de Raquelfeira de frankfurt – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Painel das Letras: 50 anos mais cinco http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/05/11/painel-das-letras-50-anos-mais-cinco/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/05/11/painel-das-letras-50-anos-mais-cinco/#comments Sat, 11 May 2013 06:00:44 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3967 Continue lendo →]]> Planejado para os 50 anos do Teatro Oficina, em 2008, “Do Pré-Tropicalismo aos Sertões: Conversas com Zé Celso”, de Miguel de Almeida, ficou pronto só agora, cinco anos depois. O empecilho foi o famigerado artigo 20 do Código Civil, que estipula a necessidade de autorização de retratados em obras com fins comerciais. No livro da Imprensa Oficial, mais de cem fotos intercalam a transcrição de 20 horas de conversas com o diretor. “Tive de procurar todos os atores. Daí um morreu, o outro sumiu, o outro não dá resposta. Estamos nas mãos de uma legislação estúpida”, diz Almeida. Uma nota na edição agradece informações sobre quem não foi identificado.

A proposta de dispensar a autorização prévia seguiria para o Senado em março, mas um recurso de última hora fez com que voltasse para análise dos deputados

Morcegos renovados
O recém-anunciado desaparecimento da arma que matou Paulo Cesar Farias e a namorada Suzana Marcolino, em 23 de junho de 1996, será só a cereja do bolo do posfácio que Lucas Figueiredo prepara para a nova edição de seu “Morcegos Negros”, previsto pela Record para junho.

O livro-reportagem sobre os bastidores do governo Collor, publicado em 2000, vendeu 35 mil cópias até 2003, quando saiu de catálogo.

O editor Carlos Andreazza diz que a Record quer relançar os cinco títulos do jornalista —nenhum vendeu menos de 10 mil exemplares.

E avisa: vem outra grande reportagem por aí.

Ilustração de Luani Guarnieri

Aplicativo A escritora Ana Maria Machado estreia nos tablets com game inspirado no livro “Uma, Duas, Três Princesas” (acima), que a Ática lança neste mês.

Time Habitué de debates no Brasil,o moçambicano  Mia Couto volta para a Bienal do Livro Rio, no fim de agosto, para divulgar “Cada Homem É uma Raça” (Companhia das Letras).

Com ele, já são 19 os autores internacionais divulgados pelo evento, entre best-sellers (Nicholas Sparks, Sylvia Day) e nomes elogiados pela crítica (César Aira, Francine Prose).

Preparação Dos R$ 18,9 milhões do orçamento previsto para a participação do Brasil na Feira de Frankfurt, R$ 2,42 milhões serão gastos com o estande das editoras. Na divisão, o governo fica com R$ 1,75 milhão. Os outros R$ 670 mil são pagos pelo Brazilian Publishers, parceria da Câmara Brasileira do Livro com a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Boletim Os seis autores que o Brazilian Publishers levará a Frankfurt serão selecionados conforme notas recebidas numa planilha com seis variáveis. Vai quem pontuar mais. As editoras signatárias do projeto farão as indicações e a seleção final.

Digital Chama-se Descaminhos a editora colaborativa que estreia na Amazon, no dia 21, com a obra completa de autores pouco lembrados, como Pagu, Jorge Andrade e Maria de Lourdes, e títulos de contemporâneos, como Menalton Braff e Heloisa Prieto.

Clássicos A Cosac Naify acertou com Maria Emilia Bender, ex-sócia da Companhia das Letras, uma colaboração continuada para a edição de clássicos estrangeiros, na série que já teve “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, e “Anna Kariênina”, de Tolstói.

Estreia Fernando Henrique Cardoso, que deve se tornar imortal em breve, terá seu primeiro livro como autor da Companhia das Letras em junho. “Pensadores que Inventaram o Brasil” reunirá ensaios sobre Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre e Antonio Candido, entre outros, e um inédito sobre Raymundo Faoro.

Cinema “Garota, Interrompida”, livro da americana Susanna Kaysen que inspirou o filme de 1999, será o primeiro título do selo de ficção Única, da editora Gente.

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Painel das Letras: O preço de Frankfurt http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/27/painel-das-letras-o-preco-de-frankfurt/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/27/painel-das-letras-o-preco-de-frankfurt/#comments Sat, 27 Apr 2013 06:00:27 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3945 Continue lendo →]]> Saiu anteontem, um mês após o anúncio pelo Ministério da Cultura, a nomeação oficial de Renato Lessa para a presidência da Fundação Biblioteca Nacional. E o cientista político já assume sob críticas quanto às cifras que serão gastas pelo governo na Feira de Frankfurt, em outubro —o Brasil será homenageado, e cabe à fundação organizar a participação brasileira.

Questionado pela Folha, o MinC informou que o orçamento será de R$ 18,9 milhões e que, desses, já estão garantidos R$ 15,7 milhões. A Câmara Brasileira do Livro foi autorizada a captar via Lei Rouanet R$ 13 milhões para o evento —um plano B, para o caso de a verba não ser toda liberada pela União. A falta de clareza causou confusão. O MinC diz que “em nenhuma hipótese” o gasto passará de R$ 18,9 mi.

O preço de Frankfurt 2
Questionado sobre quanto desse montante será pago pela Fundação Biblioteca Nacional, o MinC assegura que “nenhum valor é do orçamento direto da FBN”, mas sim do Fundo Nacional de Cultura. Os gastos incluem o pavilhão brasileiro, estande de editoras, programação em museus de Frankfurt, passagens e hospedagens de autores, palestrantes, artistas e equipe de produção, tradução simultânea, tradução de material impresso e mais.

Para explicar o total do investimento brasileiro, a FBN cita gastos de outros homenageados: Argentina (2010), R$ 20 milhões; Catalunha (2007), R$ 39 milhões; Índia (2006), R$ 12 milhões; Coréia (2005), R$ 45 milhões.

O governo da Nova Zelândia, que gastou R$ 11 milhões em 2012, diz que essas cifras não são comparáveis, dadas as especificidades de cada país.

Norma Personagens como a moça Crase e o caçador Singular contam histórias da gramática em “Crônicas da Norma” (Callis/Instituto Antonio Houaiss; imagem acima, por José Carlos Lollo), de Blandina Franco, que chega em breve às livrarias

O leitor comum
O título da estreia de Luciano Trigo na poesia, “Motivo”, tem sua provocação. Leitor atento da atual produção poética, o jornalista e escritor diz ter concluído que pouco do que se edita no gênero é digno de nota. Resolveu reunir em seu livro só o que “se justificasse por algum motivo, alguma fagulha de originalidade”.

Trigo já escreveu ficção, ensaios e infantis. Com “Motivo”, que sai em maio pela 7Letras, quer fazer diferença num cenário que considera voltado ao próprio umbigo. “Parece uma poesia escrita entre amigos, para amigos e que perdeu a capacidade de tocar o leitor comum.”

Poesia A 7Letras, aliás, casa das que mais publicam poesia no país, com média de quatro títulos ao mês, inicia em maio a publicação da obra completa do português Ruy Belo (1933-1978). Começa com “Aquela Grande Rio Eufrates”, “O Problema da Habitação” e “Boca Bilíngue”.

Concurso Foram 900 inscritos em 2012, na estreia do Prêmio Paraná de Literatura. A segunda edição será lançada nesta segunda, selecionando obras inéditas em romance, contos e poesia. Cada vencedor ganha R$ 40 mil e mil cópias editadas pela Biblioteca Pública do Paraná. Edital e informações em bpp.pr.gov.br e seec.pr.gov.br.

Cinema Carlos Augusto Calil já definiu pontos da reorganização da obra de Paulo Emilio Salles Gomes (1916-1977), que passa da Cosac Naify para a Companhia das Letras

Cinema 2 Calil planeja volumes com textos antes só publicados em jornais. Da produção crítica de Salles Gomes, só saíram pela Cosac Naify os livros referentes a Jean Vigo.

Ficção científica  “Fragmento de História Futura”, do francês Gabriel de Tarde (1843-1908), ganha edição em maio pela Cultura & Barbárie, com tradução de Fernando Scheibe. O misto de ficção e ensaio se passa no século 31, 500 anos após os homens migrarem para as entranhas da Terra, com a extinção do Sol.

Guerra A Bertrand Brasil comprou “Masters of the Air”, de Donald L. Miller, livro que Steven Spielberg usa como base para sua próxima série de TV. Na Bienal, a editora lança os que originaram suas séries anteriores, “Band of Brothers” e “The Pacific”.

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Painel das Letras: Maomé e a montanha http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/20/painel-das-letras-maome-e-a-montanha/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/20/painel-das-letras-maome-e-a-montanha/#comments Sat, 20 Apr 2013 06:00:20 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3937 Continue lendo →]]> Enquanto o Brasil não vai à Alemanha como homenageado na Feira do Livro de Frankfurt, em outubro, a Alemanha vem ao Brasil. A já anunciada parceria entre a Bienal do Livro do Rio, de agosto a setembro, e o Goethe-Institut resultará na vinda de vários autores de língua alemã, entre eles Wladimir Kaminer (“Balada Russa”, Globo), Reinhard Kleist (“Cash”, 8Inverso), Manfred Geier (“Do que Riem as Pessoas Inteligentes?”, Record) e Ilija Trojanow (“O Colecionador de Mundos”, Companhia das Letras). A abertura do Ano Alemanha + Brasil será em 13 de maio, no Theatro Municipal. A programação do ano terá oficinas para tradutores e será encerrada na Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro.

Ameaça amazônica
As vendas de editoras brasileiras pela Amazon não chegam a 1,5% de seus faturamentos, mas isso não impediu que profissionais do país fossem alertados por estrangeiros do potencial “predatório” da varejista, alvo de muitas críticas na Feira do Livro de Londres, nesta semana. Ao saber, por uma editora brasileira, que a Amazon estreou aqui, um executivo de uma das maiores editoras do mundo disse: “Então o crescimento que o país vinha alcançando vai parar”.

O Brasil, aliás, desistiu de ir de outra feira, a de Nova York, a seis semanas do evento. A Fundação Biblioteca Nacional informou que a nova gestão redefinirá sua política de participação em feiras.

Em Paris Um autorretrato (acima) do poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) foi encontrado entre as obras gráficas do escultor Geoffroy-Dechaume (1816-1892). O desenho fica em exposição a partir desta segunda (22) na capital francesa

Vale-livros A ministra da Cultura, Marta Suplicy, afirma que tem conversado com livreiros para que exponham placas com a frase “Aqui se aceita Vale-Cultura”. A meta é estimular a compra de livros com o benefício, que deve ser distribuído a partir de julho.

Vale-livros 2 Em São Paulo, semanas atrás, Marta disse que o governo não tem como controlar como o vale será usado em livrarias, que vendem brinquedos e até chocolates. “Espera-se que os livreiros controlem”, disse.

Queda Aliás, o Anuário Nacional de Livrarias, coordenado pela associação do setor, a ANL, sairá no próximo dia 30 com um dado preocupante: o número de livrarias no país caiu 12% de 2011 para 2012 —hoje elas são 3.073.

Pulitzer Pedro Almeida, publisher da Lafonte, pediu reimpressão de “Jun Do”, romance de Adam Johnson que venceu o Pulitzer e passou em branco pela crítica nacional. Lançado em setembro com 5.000 cópias, tinha só 700 em estoque nesta semana.

Pulitzer 2 Sobre a mudança de título no Brasil (na tradução literal, seria ‘O Filho do Mestre dos Órfãos’), Almeida diz que o original não pareceu bom para o público brasileiro.

Visita Dos 1,7 milhão de exemplares da série “Diário de um Banana” vendidos desde 2008, mais de 1 milhão foi só em 2012, o que deu à editora V&R um crescimento de 20% no ano. E as vendas devem aumentar ainda mais em maio, quando o autor da coleção, Jeff Kinney, vem ao país lançar o sétimo volume da série.

Turnê A Intrínseca parte em maio para turnê por 14 cidades, incluindo Recife e Manaus, para apresentar seus lançamentos aos leitores. Em 2012, quando passou por nove localidades, houve média de cem pessoas por evento, público expressivo para um evento de marketing, sem autores.

Entretenimento A cronista Clarissa Correa e a jornalista Flávia Gasi, dois sucesso na web, estão entre os primeiros clientes da C! House, grupo transmídia da editora Gabriela Nascimento, do economista Thiago Ururahy e do escritor MJ Macedo, e que foca histórias que possam se desdobrar em plataformas.

Novela Vincent Villari, que assina com Maria Adelaide Amaral a próxima novela das sete, “Sangue Bom”, terá dias movimentados pela frente. Pouco após a estreia da trama global, no dia 29, ele lança pela Prumo o romance “A que Ponto Chegamos”.

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Painel das Letras: Feira itinerante http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/13/painel-das-letras-feira-itinerante/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/04/13/painel-das-letras-feira-itinerante/#comments Sat, 13 Apr 2013 06:00:00 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3915 Continue lendo →]]> Foram cerca de 1 milhão de livros vendidos desde julho de 2012, em 23 cidades onde livrarias são raridade. Agora, o evento itinerante Caminhos da Leitura tenta angariar R$ 5 milhões para alcançar, a partir do segundo semestre, outras 20 localidades. Para a primeira etapa, ainda em andamento, a Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL) captou no ano passado R$ 3,6 milhões via Rouanet. O evento surgiu da noção de que 70% das cidades brasileiras não têm livrarias. Além de debates e oficinas, oferece livros a até R$ 10. Neste fim de semana, está em Itu.

Quase como era antes

Depois de um ano no Cerlalc, centro da Unesco para o fomento da leitura na América Latina, Fabiano dos Santos Piúba voltará ao MinC. Foi convidado por José Castilho Marques Neto, novo responsável pelas políticas de livro e leitura do ministério.

Piúba comandava no MinC a Diretoria de Livro, Leitura e Literatura e retorna ao cargo. Com a diferença de que, em 2012, a diretoria agregou o sistema de bibliotecas —uma herança da passagem pela Fundação Biblioteca Nacional, que desde os anos 90 geria esse sistema.

A área de bibliotecas, aliás, deve receber de volta Elisa Machado, uma das coordenadoras cujas cartas de demissão, em março, aceleraram a decisão de Marta Suplicy de tirar Galeno Amorim da presidência da FBN. A exoneração de Elisa nunca chegou a sair.

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O mapa da arte e a Bienal

Will Gompertz, editor de arte da BBC, vem à Bienal do Livro Rio lançar “Isso É Arte?” (Zahar), sobre a evolução da arte moderna, com direito a diagrama estilo mapa do metrô (acima). Também está confirmada Emma Donoghue, do elogiado romance “Quarto” (Verus). Com eles, já há 12 nomes confirmados, a quatro meses do evento.

Estreia digital
A tão esperada estreia da Cosac Naify no mercado digital será no próximo dia 23, Dia Mundial do Livro. Os primeiros e-books serão disponibilizados nas lojas virtuais da Saraiva e da Cultura. A princípio, Amazon, Apple e Google ficam de fora.

Também neste primeiro momento, o cronograma digital será à parte, sem relação com os lançamentos físicos. A primeira leva terá, entre outros, contos avulsos de Tolstói e Tchekhov, a cerca de R$ 5 cada um, e os romances “Bonsai”, de Alejandro Zambra, e “O Filho de Mil Homens”, de Valter Hugo Mãe, com descontos de 30% a 35% em relação às edições em papel.

Cubano O premiado “O Homem de Amava os Cachorros”, de Leonardo Padura Fuentes, sairá neste ano pela Boitempo. O romance acompanha em mais de 500 páginas um escritor fictício, o líder Leon Trotski e seu algoz, o catalão Ramon Mercader.

Biografias Trotski é tema também de uma das quatro biografias assinadas por Paulo Leminski e que a Companhia das Letras reúne neste ano no volume “Vida”. As outras são sobre Jesus Cristo, Matsuo Bashô e Cruz e Souza

Desistência O escritor e diplomata João Almino conta que retirou há duas semanas sua candidatura à vaga que Rosiska Darcy de Oliveira garantiu anteontem na Academia Brasileira de Letras.

Desistência 2 “Ela teve uma campanha bem feita e iniciada de longa data. Eu não teria o apoio de amigos que já haviam assumido compromissos”, explica.

Free City  Em setembro, um mês antes de participar da Feira de Frankfurt, Almino terá seu premiado “Cidade Livre” lançado nos Estados Unidos. Será seu terceiro romance vertido para o inglês.

Frankfurt A Dublinense, que teve microestande na última Feira de Frankfurt, graças a um programa de apoio a independentes, agora colhe frutos. Seus policiais “Crime na Feira do Livro”, de Tailor Diniz, e “Fetiche”, de Carina Luft, integrarão coleção da alemã Abera, a ser lançada na feira deste ano, em outubro.

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Painel das Letras: Literatura brasileña http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/16/painel-das-letras-literatura-brasilena/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/16/painel-das-letras-literatura-brasilena/#comments Sat, 16 Mar 2013 06:00:42 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3755 Continue lendo →]]> A Fundação Biblioteca Nacional fez, a pedido da coluna, um balanço de todas as obras que chegaram a ser publicadas com seu programa de apoio à tradução de títulos brasileiros no exterior, desde sua criação, em 1991. Embora traduções para a Alemanha tenham se multiplicado desde 2010, quando o Brasil foi anunciado como convidado de honra da Feira de Frankfurt deste ano*, é em espanhol que mais se encontram obras brasileiras. Das 209 publicadas em 22 anos, 26 foram para a Espanha e 18 para a Argentina, totalizando 44 (há ainda cinco em catalão). A França é outro dos países que mais traduzem brasileiros, com 30. No geral, Clarice Lispector é a autora mais publicada, com 14 edições estrangeiras.

* 14 traduções para o alemão foram publicadas desde 1991, mas há outras 25 em andamento, muitas delas previstas para sair ainda neste ano.

Vanguarda infantil
A Cosac Naify é a única editora brasileira entre as cinco finalistas na categoria América Central e do Sul do recém-criado Bologna Prize for Best Children’s Publishers of the Year, voltado a casas que vêm se destacando internacionalmente como a “vanguarda da inovação” em livros infantis.

Concorre com a venezuelana Edicione Ekaré e as mexicanas Ediciones Tecolote, Fondo de Cultura Economica e Petra Ediciones. A votação vai até o dia 18 pelo site bolognachildrensbookfair.com. O vencedor será conhecido no dia 26, na Feira do Livro Infantil de Bolonha.

A edição do ano que vem da feira italiana, aliás, homenageará o Brasil.

HQ Assim como Cervantes, que deu um intervalo de dez anos entre dois volumes de “Dom Quixote” (1605 e 1615), Caco Galhardo demorou oito para lançar a segunda parte de sua adaptação (imagem acima). Sai em julho pela Peirópolis

Eleitos Sobre os 70 autores que o governo levará para representar o Brasil na Feira de Frankfurt, em outubro, a Libre, associação de editoras independentes, diz: “A lista é séria e traz bons autores, mas sentimos falta de diversidade: mais negros, índios, regionais (preferencialmente os que não migraram para SP e Rio) e de editoras independentes.”

Eleitos 2 Um dos regionais que migraram para São Paulo, aliás, o amazonense Milton Hatoum, alegou ter recusado o convite por já ter representado o país no evento do ano passado, na cerimônia em que o convidado de honra anterior, a Nova Zelândia, passou o bastão para o Brasil. Preferiu liberar a vaga.

Eleitos 3 Galeno Amorim, presidente da Biblioteca Nacional, diz que, em abril, o site do comitê que organiza a homenagem ao Brasil terá espaço para editoras indicarem autores cujas viagens a Frankfurt elas mesmas pretendam bancar. Serão avaliados para receber ou não a chancela do comitê e figurar na lista oficial.

Tradução A gaúcha Luisa Geisler, que na última Feira de Frankfurt atraiu interesse de editoras estrangeiras, fechou seu primeiro contrato lá fora.

Tradução 2 Seu romance “Quiçá” (Record), vencedor do Prêmio Sesc, teve os direitos adquiridos pela Siruela, editora que publica Clarice Lispector e António Lobo Antunes na Espanha.

Mitos “Literaturas de Origem” é o tema do Fórum das Letras de Ouro Preto, que neste ano acontecerá pela primeira vez no primeiro semestre. ?A ideia será discutir, de 29 de maio a 2 de junho, a “íntima relação entre as mitologias e a literatura”, segundo a coordenadora do evento, Guiomar de Grammont.

Novo foco Em maio, a Brinque-Book estreia o selo juvenil Escarlate. O primeiro título será “A Árvore: Entrecaminhos”, da brasileira Janaina Tokitaka, e marcará também a entrada da Brinque-Book no universo dos e-books: todos os livros da Escarlate sairão sempre nos dois formatos.

Originais A jovem editora independente Bateia, que já tem inéditos de Alejandro Zambra e Juan Pablo Villalobos no catálogo, recebe, até o final de julho, originais de contos e romances, em PDF, pelo email originaisnabateia@gmail.com. Os selecionados saem em 2014.

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Painel das Letras: Sem patrocínio http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/painel-das-letras-sem-patrocinio/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/painel-das-letras-sem-patrocinio/#respond Sat, 09 Mar 2013 06:00:00 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3723 Continue lendo →]]> A Biblioteca Mário de Andrade celebrou ao conseguir, em dezembro, autorização para captar R$ 5 milhões via Lei Rouanet. Chegou a anunciar, em evento, o Bradesco como patrocinador de seu projeto de preservação e difusão de obras raras —segundo servidores, havia um acordo verbal. Mas o banco diz nunca ter firmado nada. Declinou da proposta, informa, em dezembro mesmo. Falta agora quem abrace a causa: são 7.700 obras do século 15 ao 19 à espera de digitalização e disponibilização na internet, além da catalogação de 5.700 volumes e do restauro de 200 livros e cem mapas

A vida do comandante

Menos de 24 horas após a morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, na última terça, já estava à venda o e-book da biografia “El Comandante”, de Rory Carroll, ex-correspondente do jornal britânico “Guardian” na Venezuela. Ontem, saiu a versão impressa.

A edição brasileira chega em abril, pela Intrínseca, com tradução de George Schlesinger.
Ao longo do livro, Carroll deixa cada vez mais clara sua crítica ao presidente, pela lacuna entre a retórica e o que via no dia a dia venezuelano. O livro, diz a “Economist”, vale pelos detalhes, como o relato da aflição da equipe quando Chávez decidiu que havia muito vermelho ao redor e começou a se vestir de amarelo.

iPad A editora e-stilingue estreia no dia 14 com o infantil “Dragoberto” (acima), com texto de Alfredo Stahl e arte de Beatriz Bittencourt; é uma aposta nos interativos digitais, mercado ainda pouco explorado no Brasil

Só faltam 69 Paulo Coelho é um dos 70 autores que o governo levará a Frankfurt, em outubro, quando o Brasil será tema da maior feira editorial do mundo. O mago contou no Twitter. A lista, mesmo, sai só na próxima quinta.

Investigação A homenagem em Frankfurt, aliás, animou a revista francesa “Livres Hebdo”, voltada a profissionais da área, a dedicar uma futura edição ao mercado brasileiro. A jornalista Mylène Moulin vem falando com editores no Rio e em SP.

Primeiros passos “O Autor como Editor” é a oficina que Vanderley Mendonça, da Edith e da Demônio Negro, inicia no dia 19 no espaço Intermeios, em Pinheiros. As oito aulas, a R$ 720, incluem  design, impressão, vendas e registro no ISBN, essa causa inesgotável de dor de cabeça.

Primeiros passos 2  O editor se compromete a, no fim do curso, auxiliar a produção de obras de alunos cujos originais aprove.

Amor A relação entre uma idosa com mal de Alzheimer e seu cuidador é retratada no romance “Por Amor”, estreia do diretor de cinema, teatro e TV Mario Masetti na literatura. Sai pela Sá Editora neste semestre.

Casa “Sergio Y. Vai à América”, romance do colunista da Folha Alexandre Vidal Porto, vencedor do 1º Prêmio Paraná de Literatura, foi contratado pela Companhia das Letras. No ano passado, como parte da premiação, o governo paranaense imprimiu mil cópias e as distribuiu para bibliotecas do país.

Polêmica Em “A Última Lição de Michel Foucault”, Geoffroy de Lagasnerie analisa o interesse pelo neoliberalismo que o filósofo expressou no fim da vida. Para o autor, Foucault não deu as costas à esquerda: apenas viu no pensamento neoliberal um “lugar de imaginação” a ser explorado. A tradução, por André Telles, será lançada em maio pela Três Estrelas.

Habemus papa O espanhol Juan José Arias, que foi correspondente por 30 anos do “El País” no Vaticano, aceitou debater o papado com o português Luis Miguel Rocha, autor do best-seller “O Último Papa”, em maio, na Flipoços, em Poços de Caldas.

Habemus papa 2 A renúncia do papa, aliás, tem dado ibope. A Livraria Cultura percebeu, no último mês, aumento de 73% na vendas de títulos relacionados a ele, como “Sua Santidade: As Cartas Secretas de Bento 16”

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Painel das Letras: Chegando a hora http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/09/painel-das-letras-chegando-a-hora/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/09/painel-das-letras-chegando-a-hora/#comments Sat, 09 Feb 2013 05:00:48 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3581 Continue lendo →]]> O comitê de organização da participação brasileira na Feira de Frankfurt deste ano, que terá o Brasil como convidado de honra, já tem definidos os nomes dos 70 autores que representarão o país durante o evento, em outubro. Os selecionados pelos curadores Maria Antonieta Cunha, Antonio Martinelli e Manuel da Costa Pinto já estão sendo contatados. O anúncio dos nomes será em março, na Feira de Leipzig, na Alemanha. O presidente da Feira de Frankfurt, Juergen Boos, costuma dizer que um dos momentos mais complicados para os países convidados é justamente a divulgação dos nomes dos escritores que viajam a convite do governo —o que sempre causa chororô entre os que ficam de fora.

Vitrine para inéditos
A revista de literatura lusófona “Pessoa” estreia em março espaço para textos inéditos, de autores conhecidos e estreantes, em seu site www.revistapessoa.com. Serão duas seções, Fingimento, para poesia, e Desassossego, de contos. A curadoria será de Luiz Ruffato.

A proposta é publicar um texto a cada 15 dias. Depois desse período, o autor faz do texto o que quiser: inclusive autorizar sua inclusão numa antologia que a Mombak —que edita a revista “Pessoa”— publicará no ano que vem. O conteúdo também ficará disponível via aplicativos que a revista desenvolve para celulares, tablets e e-readers

 

HQ O cartunista gaúcho Santiago conta memórias de sua infância e adolescência, sempre em histórias de uma página, em “Causos do Santiago”, que a independente Zarabatana prevê para abril

História Personagens reais e mitológicos, de Joana D’Arc a Robin Hood, compõem “Homens e Mulheres da Idade Média”, organizado pelo francês Jacques Le Goff. O livro foi comprado, “depois de uma pequena batalha”, pela Estação Liberdade. Deve ficar para setembro.

Novos rumos 1 Após um ano de mudanças, a LeYa começa 2013 com novo diretor comercial. Renato Bastos, profissional experiente, de perfil considerado conservador —trabalhou anos na Objetiva e passou pela Rocco— assume em breve o lugar que era de Corina Campos.

Novos rumos 2 Também em breve a LeYa apresenta seu selo feminino, Quinta Essência, que já existe em Portugal. Um título previsto é “The Juliet Society”, da ex-atriz pornô Sasha Grey, protagonista de “Confissões de uma Garota de Programa”, de Steven Soderbergh.

Por aqui 1 Sasha Grey deve vir ao Brasil neste ano, não para a Bienal do Rio, para não disputar atenção com outros best-sellers.

Por aqui 2 Sylvia Day, da trilogia “Toda Sua” (Companhia das Letras) , disse no Twitter que deve vir ao Rio. A Bienal ainda não confirma.

Batalha de Oz A chegada das edições de “O Mágico de Oz” pela Tordesilhas (R$ 39,90) e pela Zahar (R$ 19,90) estimulou a LeYa a baixar o preço da sua —lançada em 2011— de R$ 19,90 para R$ 9,90. A promoção do livro de L. Frank Baum, traduzido por Santiago Nazarian e ilustrada por Alvim, começa no dia 20.

Dor Já tem editora aqui o romance “Say Her Name”, que o americano Francisco Goldman escreveu para perscrutar a história da própria mulher, que morreu após um acidente no mar. Sairá pela Companhia das Letras.

Expansão A plataforma de autopublicação Clube de Autores se expande. Quase metade dos seus 12 mil e-books agora estão à venda pelo Google Play, segunda loja que mais vende livros digitais no Brasil.
O Clube diz ter vendido em 2012, por seu site, 18 mil e-books, uma média de 1,5 exemplar por título.

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Painel das Letras: Linha de chegada http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/20/painel-das-letras-linha-de-chegada/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/20/painel-das-letras-linha-de-chegada/#comments Sat, 20 Oct 2012 06:00:24 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3234 Continue lendo →]]> A concorridíssima corrida pelo mercado de livros digitais no Brasil deve fazer com que Amazon, Google, Kobo e Apple estreiem aqui em novembro com poucos dias de diferença. Quem conhece a Amazon acha improvável que ela compre a Saraiva, conforme rumores recentes, mas acredita na estreia da amazon.com.br, com venda de e-books em português, no mês que vem (atualmente o link está fora do ar). Embora a venda do Kindle no Brasil esteja indefinida, há 300 mil usuários do Kindle Books em português no mundo, considerados aí os aplicativos para tablets e celulares, o que torna a venda só de e-books um bom negócio por ora.

A empresa já fechou com quase 200 editoras nacionais, a maior parte representada pela distribuidora Xeriph, mas ainda não com as seis representadas pela DLD, que respondem por cerca de 35% dos best-sellers no país. A mesma DLD, no entanto, fechou com Kobo –que estreia já com um modelo de e-reader– Google e Apple.

Livro, obra de arte

Detalhe de obra do brasileiro Odires Mlászho, que esteve exposta em SP

A organização da participação brasileira na Feira de Frankfurt 2013 estuda fortalecer a presença do país com estandes em vários pavilhões, além do estande principal, de 500 m². Já foi solicitada à feira área de 100 m² no pavilhão de livros de arte para a mostra “Além da Biblioteca”, com obras artistas como Lucia Mindlin Loeb, Marilá Dardot e Odires Mlászho, feitas a partir do objeto livro.

Em alta 1 A Companhia das Letras fortalece seu time de jovens autores. De Andrea del Fuego, 37, contratou romance inédito e ainda comprou “Os Malaquias” (Língua Geral, 2010), vencedor do Prêmio José Saramago.

Em alta 2 A editora assinou também com a roteirista Juliana Frank, 27, que estreou como romancista em 2011 com “Quenga de Plástico” e lança em breve “Cabeça de Pimpinela”, ambos pela 7Letras. A Companhia prevê para 2013 o inédito “Meu Coração de Pedra Pomes”.

Tons digitais Em dez meses no mercado digital, a Intrínseca comercializou 28 mil e-books. Quase um terço disso, cerca de 9.000, diz respeito às vendas dos dois primeiros títulos de “Cinquenta Tons” só em setembro.

Força Na Feira de Frankfurt, a Sextante adquiriu os direitos de “Davi e Golias”, que Malcolm Gladwel começou a escrever após publicar na “New Yorker” artigo explicando que em quase um terço das batalhas os mais fracos vencem se forem criativos.

I’ll be back Também na feira, Marcos Pereira, sócio da Sextante, ouviu de Arnold Schwarzenegger a notícia de que virá ao Brasil em maio para promover um evento de fisiculturismo no Rio e divulgar a biografia “Total Recall”, que a casa carioca lança no mês que vem. O ator esteve num fórum de sustentabilidade em Manaus em 2011.

Todo mundo quer Sem editor no Brasil, o chinês Mo Yan deve permanecer assim por algum tempo devido a uma briga internacional. Com o anúncio do Nobel, a mega-agência Wylie disse estar negociando a obra dele com vários países. Mas a agente americana Sandra Dijkstra afirma que representa Mo Yan “desde o começo”.

Outro chinês Enquanto isso, a Estação Liberdade adquiriu em Frankfurt romance de outro chinês inédito no Brasil, Chen Zhongshi. “No País do Cervo Branco”, volume de 800 páginas sobre clãs rivais na China rural no século 20, levou em 1997 o Prêmio Mao Dun –o mesmo que Mo Yan ganhou em 2011 pelo romance “Wa”.

Poço seco 1 “A literatura era, no final das contas, um recurso não renovável –como o petróleo, a água– que foi drenado e consumido a cada nova geração”, argumenta o filósofo britânico Lars Iyer, em texto na “Serrote #12”, que chega às livrarias no dia 29. “Chegamos a um ponto em que o modernismo e o pós-modernismo encontraram o poço seco.”

Poço seco 2 Iyer defende que vivemos uma “inflação” de autores e leitores e que nos resta “perseguir os rastros do literário”. Antes de a revista chegar, o editor Paulo Roberto Pires fala sobre a relação de editores com a filosofia, no dia 23, na Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia, em Curitiba.

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Uma Feira de Frankfurt atípica, especialmente para brasileiros http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/15/uma-feira-de-frankfurt-atipica-especialmente-para-brasileiros/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/15/uma-feira-de-frankfurt-atipica-especialmente-para-brasileiros/#comments Mon, 15 Oct 2012 11:18:41 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3167 Continue lendo →]]>

O pavilhão da Nova Zelândia, que levou o slogan “Enquanto você dormia” para a feira. De cair o queixo (e também de cair os visitantes às vezes, porque era meio escuro demais)

Foi uma Feira de Frankfurt atípica a que terminou ontem aqui na Alemanha, segundo todos os editores com quem conversei. Como foi minha primeira vez no evento, o maior do mercado editorial no mundo, eu não saberia dizer.

Para mim, o que chamou a atenção foi o mundo que aquilo é. A comparação característica de cursos de jornalismo informa que o espaço onde ficam os oito pavilhões temáticos corresponde a 14 campos de futebol. Agora imagine 14 campos de futebol dispostos num labirinto, no qual se você sai do lado errado terá de atravessar todo o campo de volta até chegar àquele que o interessa, ou a outro errado. Meu senso de direção não ajudou muito.

O atípico, segundo editores, foi o fato de ter estado bem mais vazio que de costume antes do fim de semana, quando a feira é aberta ao público geral –nos outros dias, fica aberto só a profissionais do mercado. Já vinha esvaziando ao longo dos anos, mas desta vez, disseram eles, chamou mais a atenção. Eles creditam isso à crise prolongada na Europa e ao fato de as editoras terem sido compradas umas pelas outras na década passada.

Na sexta à tarde, já estava com certa cara de fim de festa. Editores pagam multa se desmontam os estandes antes do fim da feira, mas vários preferiram isso ou simplesmente abandonar os livros a ter de ficar lá nos últimos dias, quando os negócios entre editores são mais fracos.

O estande do Brasil serviu de ponto de encontro entre agentes e editores brasileiros e estrangeiros (foto de divulgação da FBN)

Foi atípica também a postura de uma parcela dos editores brasileiros participantes. Presentes à feira em outros anos apenas em busca de grandes sucessos estrangeiros, neste ano editores também queriam vender o seu peixe.

É preciso esclarecer, para que ninguém fique com a impressão de que o mundo está deslumbrado com a produção brasileira: apenas uma minoria das editoras presentes à feira conseguiu realizar boas vendas, embora na média tenha sido um ano bom para brasileiros, considerados os padrões. Editoras como Record, Companhia das Letras e Callis vieram a Frankfurt neste ano com foco nas vendas (as duas primeiras também se empenharam nas compras), enquanto outras grandes, como Globo, Sextante, Intrínseca, seguiram o tradicional modus operandi de apenas adquirir candidatos a best-sellers.

Também entra nessa conta o fato de a literatura produzida no Brasil ser pouco comercial, que é justamente o centro de tudo em Frankfurt. O total de direitos vendidos por todas as editoras brasileiras não chega a um décimo do valor pelo qual a Random House comprou um único título americano, “Not That Kind of Girl”, de Lena Dunham, atriz e roteirista da série “Girls”. Este foi comprado por US$ 3,5 milhões, enquanto pelos cálculos iniciais (23% dos formulários respondidos) as vendas das editoras brasileiras no intervalo de um ano, considerando as conversas iniciadas em Frankfurt, devem ficar em torno de US$ 200 mil.

De todo modo, autores como Daniel Galera, Michel Laub, Carola Saavedra e Alberto Mussa conseguiram inclusive ultrapassar a difícil barreira do mercado de língua inglesa, pouco afeito a títulos traduzidos.

A literatura feita no Brasil ainda não é um hit, mas com certeza anda mais cotada que nos últimos 30 anos. A Granta com brasileiros, o programa de traduções de brasileiros no exterior, oferecido pela Biblioteca Nacional a editoras estrangeiras, e o fato de o Brasil ter sido o “país que acontece” em termos econômicos nos últimos anos decerto têm influência nisso.

PS: para quem não acompanhou, escrevi sobre a feira na “Ilustrada” ao longo da semana: a participação do Brasil, a inusitada presença de Schwarzenegger, o desprezo de editores sobre Mo Yan antes do anúncio do Nobel, a iniciativa de três editoras infantis brasileiras de figurar entre as maiores do mundo no pavilhão de língua inglesa e o balanço final. A coluna Painel das Letras, no post abaixo, também foi quase toda dedicada à feira.

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Painel das Letras: O país que acontece http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/13/painel-das-letras-o-pais-que-acontece/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/13/painel-das-letras-o-pais-que-acontece/#comments Sat, 13 Oct 2012 06:00:28 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3164 Continue lendo →]]>

Peguei só um pedacinho do centro de agentes na Feira de Frankfurt, um formigueiro de negociações. Em tese, como jornalista, nem poderia estar lá, mas a porta dos fundos tava aberta…

Anos atrás, a bem-sucedida agente literária americana Barbara Zitwer mirou a Coreia do Sul. O resultado tem sido visto por leitores de outras dezenas de países: títulos como “Por Favor, Cuide da Mamãe” (Intrínseca), de Kyung-Sook Shin, vencedor do Man Asian Prize, e “Our Happy Time”, de Gong Ji-Young, comprado pela Record.

“Apresentei ao mundo todos os melhores escritores sul-coreanos”, disse Zitwer ontem, elétrica, entre uma reunião e outra na central de agentes da Feira de Frankfurt.

A meta agora é fazer o mesmo com brasileiros, trabalho que iniciou com conversas na feira. “Vamos encarar: o Brasil é o país que acontece. Vou levar suas melhores vozes para o mundo.” Ler mesmo, por ora, ela ainda não leu nenhum.

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Granja pós-Granta

Por falar em vozes brasileiras, um enorme cartaz destacava a edição com os “Melhores Jovens Brasileiros” da “Granta” no estande da revista literária em Frankfurt. Uma divulgação que certamente seria difícil para a “Granja”, antologia-paródia com lançamento previsto para a Balada Literária, dia 2/12. Sai pela Casa Impressora de Almeria e reúne 15 autores novos ou novíssimos –não no sentido de pouca idade, mas de não ter publicado nada ou quase nada, como Juliana Amato, Laura Caselli e João Gomes. Os organizadores, Felipe Valério e Luis Rafael Montero, publicaram livros pelo selo Edith, que edita a coleção “Que Viagem”, uma paródia da série “Amores Expressos”, da Companhia das Letras.

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Jovem sobre o muro de Berlim, em 11 de novembro de 1989

Fotos 70 anos de história estão representados por 435 imagens, de nomes como Raymond Depardon (acima), Robert Capa e Martin Parr, em “Magnum: Contatos”, que o IMS lança em novembro

Segredo 1 Um dos motivos pelos quais nenhum título alcançou o status de “livro da feira” nesta edição foi o excesso de oferta de eróticos, que editores compram sem empolgação, mais para não ficarem de fora da onda. Um dos mais concorridos, “S.E.C.R.E.T.”, ficou com a Globo Livros.

Segredo 2 Primeiro de uma série “erótica sofisticada, de qualidade”, segundo os agentes, “S.E.C.R.E.T.” tem autora também secreta. Quem assina é E.M. Adeline, pseudônimo para uma das “principais produtoras de TV do Canadá”.

Cocaína Em Frankfurt, a Companhia das Letras fechou contrato para o próximo livro de Roberto Saviano. Chama-se “Zero Zero Zero”, trata do tráfico internacional de cocaína –como funcionam as redes, como é a economia etc.— e ainda está sendo escrito. O italiano entrega o livro à Feltrinelli no final do ano.

Mais Tolkien O pacote de livros de J.R.R. Tolkien que vem sendo lançado pela WMF Martins Fontes ganhou um adicional inédito nesta feira: o longo poema “The Fall of Arthur”, que o autor começou a escrever antes de se dedicar ao “Hobbit”. Fica para o fim do ano que vem, quando sai o segundo filme da trilogia baseada no “Hobbit”.

Estrela virtual O selo Gutenberg bem que tentou, mas ainda não conseguiu emplacar a best-seller mineira Paula Pimenta em editoras estrangeiras. Enquanto isso não acontece, a editora investe em outra blogueira: Bruna Vieira, de apenas 18 anos, que virou uma espécie de celebridade virtual com dicas de moda e comportamento no blog Depois dos Quinze.

Contato imediato A organização da Feira de Frankfurt quer contratar alguém no Brasil até o fim do ano como parte de seu projeto de ampliar a presença no país em 2013.

Poesia Quando voltar da feira do Brasil, o editor Ítalo Moriconi se dedicará à finalizar os primeiros títulos traduzidos da coleção Ciranda da Poesia, da Eduerj, que até hoje só lançou brasileiros. Entre os primeiros autores, estão a francesa Natalie Quintane, vertida por Paula Glenadel, e a austríaca Ingeborg Bachmann, por Vera Lins.

Titanic A maior reportagem já feita sobre o Titanic, publicada em 1955 por Walter Lord (1917-2002), sai no mês que vem pelo selo Três Estrelas, com o título “Uma Noite Fatídica”. A história se concentra entre a última noite no navio e o resgate, e é rica em detalhes: Lord conseguiu entrevistar a maior parte dos então cerca de 60 sobreviventes.

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