A Biblioteca de Raquelhq – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Painel das Letras: Inéditos de Bataille http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/16/painel-das-letras-ineditos-de-bataille/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/16/painel-das-letras-ineditos-de-bataille/#comments Sat, 16 Feb 2013 05:00:18 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3601 Continue lendo →]]> A filosofia de Georges Bataille (1897-1962) se funde com seu próprio “desejo de arder intensamente”, segundo o tradutor Fernando Scheibe, nos texto inéditos em português que a Autêntica incluirá em sua edição de “O Erotismo”, prevista para abril.

Fora de catálogo há quase uma década, o volume sairá agora com um “Dossiê O Erotismo”, do qual faz parte esse registro pessoal do autor sobre o tema do livro.

Terá também a transcrição de um debate, de 1957, em que figuras como André Breton, André Masson, Hans Bellmer e Jean Wahl explicitam divergências em relação às ideias do autor, acusado de machista, entre outras coisas. Em março, a editora publica “A Parte Maldita”, na tradução de Júlio Castañon Guimarães.

 Os últimos dias de Lucian

O pintor britânico Lucian Freud (1922-2011) proibiu, em seus últimos anos, a publicação de duas biografias que já havia autorizado. Simplesmente mudou de ideia.

Mas o neto do criador da psicanálise não só manteve a autorização ao jornalista Geordie Greig como aceitou que o encontrasse por dez anos no Clark’s, em Notting Hill, onde recebia amigos e fazia quase todas as refeições.

Greig publicou várias reportagens sobre Lucian. Após a morte do pintor, começou a organizar o material, juntando com entrevistas com amigos, amantes e até alguns filhos (ele teve 13 —ou mais). A biografia resultante, prevista para outubro na Inglaterra, acaba de ter os direitos adquiridos pela Record. Deve ser lançada em 2014.

Serrote A 13ª edição da revista do IMS, nas livrarias em março, reproduzirá 12 capas de livros (imagem acima) elaboradas pelo austríaco Eugênio Hirsch (1923-2001), que criou mais de 380 delas para a Civilização Brasileira

Concurso E a 13ª “Serrote” também lançará a segunda edição do concurso de ensaísmo da publicação quadrimestral —o texto vencedor será publicado na revista. Em 2011, foram 187 inscritos.

Essas mulheres Ivone Gebara, condenada pelo Vaticano por criticar a rigidez de sua doutrina, e Amelinha e Criméia, responsáveis pela condenação do torturador Coronel Brilhante Ustra, estão entre as sete militantes investigadas em “A Aventura de Contar-se”, previsto para agosto. A historiadora Margareth Rago acaba de entregar os originais à Editora da Unicamp.

Fantasia A Bertrand Brasil adquiriu os direitos da obra adulta e juvenil de
Terry Pratchett, britânico de humor corrosivo, conhecido pela série “Discworld”. Em junho, sai o adulto “Pequenos Deuses”. No fim do ano, o primeiro infantil, “A Hat of Full of Sky”. O autor sofre de Alzheimer, drama que conta no documentário “Choosing to Die” (2011), inédito no Brasil.

Pra fora Duas HQs, “Bando de Dois”, de Danilo Beyruth, e “Oeste Vermelho”, de Marcelo Costa e Magno Costa, terão traduções bancadas pela Biblioteca Nacional. Sairão na Argentina pela Editora Municipal do Rosário. A única tradução de HQ aprovada antes no programa foi a de “Cachalote”, de Daniel Galera e Rafael Coutinho, para a França.

Top A Geração Editorial adquiriu por R$ 50 mil os direitos da trilogia “The Redemption of Callie & Kayden”, de Jessica Sorensen, autopublicação que frequenta os mais vendidos nos EUA há dois meses, com mais de 200 mil e-books vendidos. O primeiro volume sai neste ano, junto com o primeiro de outra trilogia da autora, “The Forever of Ellen & Micha”.

Vitória Apparício Torelly, o Barão de Itararé, é até mais querido do que imaginou a Casa da Palavra. Lançada com 3.000 cópias em dezembro, a biografia “Entre sem Bater”, de Cláudio Figueiredo, já está em reimpressão

 

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Painel das Letras: Chegando a hora http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/09/painel-das-letras-chegando-a-hora/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/09/painel-das-letras-chegando-a-hora/#comments Sat, 09 Feb 2013 05:00:48 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3581 Continue lendo →]]> O comitê de organização da participação brasileira na Feira de Frankfurt deste ano, que terá o Brasil como convidado de honra, já tem definidos os nomes dos 70 autores que representarão o país durante o evento, em outubro. Os selecionados pelos curadores Maria Antonieta Cunha, Antonio Martinelli e Manuel da Costa Pinto já estão sendo contatados. O anúncio dos nomes será em março, na Feira de Leipzig, na Alemanha. O presidente da Feira de Frankfurt, Juergen Boos, costuma dizer que um dos momentos mais complicados para os países convidados é justamente a divulgação dos nomes dos escritores que viajam a convite do governo —o que sempre causa chororô entre os que ficam de fora.

Vitrine para inéditos
A revista de literatura lusófona “Pessoa” estreia em março espaço para textos inéditos, de autores conhecidos e estreantes, em seu site www.revistapessoa.com. Serão duas seções, Fingimento, para poesia, e Desassossego, de contos. A curadoria será de Luiz Ruffato.

A proposta é publicar um texto a cada 15 dias. Depois desse período, o autor faz do texto o que quiser: inclusive autorizar sua inclusão numa antologia que a Mombak —que edita a revista “Pessoa”— publicará no ano que vem. O conteúdo também ficará disponível via aplicativos que a revista desenvolve para celulares, tablets e e-readers

 

HQ O cartunista gaúcho Santiago conta memórias de sua infância e adolescência, sempre em histórias de uma página, em “Causos do Santiago”, que a independente Zarabatana prevê para abril

História Personagens reais e mitológicos, de Joana D’Arc a Robin Hood, compõem “Homens e Mulheres da Idade Média”, organizado pelo francês Jacques Le Goff. O livro foi comprado, “depois de uma pequena batalha”, pela Estação Liberdade. Deve ficar para setembro.

Novos rumos 1 Após um ano de mudanças, a LeYa começa 2013 com novo diretor comercial. Renato Bastos, profissional experiente, de perfil considerado conservador —trabalhou anos na Objetiva e passou pela Rocco— assume em breve o lugar que era de Corina Campos.

Novos rumos 2 Também em breve a LeYa apresenta seu selo feminino, Quinta Essência, que já existe em Portugal. Um título previsto é “The Juliet Society”, da ex-atriz pornô Sasha Grey, protagonista de “Confissões de uma Garota de Programa”, de Steven Soderbergh.

Por aqui 1 Sasha Grey deve vir ao Brasil neste ano, não para a Bienal do Rio, para não disputar atenção com outros best-sellers.

Por aqui 2 Sylvia Day, da trilogia “Toda Sua” (Companhia das Letras) , disse no Twitter que deve vir ao Rio. A Bienal ainda não confirma.

Batalha de Oz A chegada das edições de “O Mágico de Oz” pela Tordesilhas (R$ 39,90) e pela Zahar (R$ 19,90) estimulou a LeYa a baixar o preço da sua —lançada em 2011— de R$ 19,90 para R$ 9,90. A promoção do livro de L. Frank Baum, traduzido por Santiago Nazarian e ilustrada por Alvim, começa no dia 20.

Dor Já tem editora aqui o romance “Say Her Name”, que o americano Francisco Goldman escreveu para perscrutar a história da própria mulher, que morreu após um acidente no mar. Sairá pela Companhia das Letras.

Expansão A plataforma de autopublicação Clube de Autores se expande. Quase metade dos seus 12 mil e-books agora estão à venda pelo Google Play, segunda loja que mais vende livros digitais no Brasil.
O Clube diz ter vendido em 2012, por seu site, 18 mil e-books, uma média de 1,5 exemplar por título.

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Painel das Letras: A volta da Desiderata http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/02/painel-das-letras-a-volta-da-desiderata/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/02/painel-das-letras-a-volta-da-desiderata/#comments Sat, 02 Feb 2013 05:00:35 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3565 Continue lendo →]]> Criada em 2003 como editora de humor e quadrinhos, com nomes como Millôr Fernandes e Allan Sieber, e comprada em 2008 pela Ediouro, a Desiderata não tem títulos publicados desde 2010. O último foi a HQ “Os Sertões: A Luta”, boa adaptação da obra de Euclydes da Cunha por Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa.

A diretora editorial Leila Name diz que a marca não foi extinta. Mas, agora, será uma coleção do selo Nova Fronteira. E o foco será todo nas adaptações literárias, que vendem bem para o governo —ou seja, nada de roteiro original. Na Flip, em julho, devem sair adaptações de três obras de Guimarães Rosa, por Thais dos Anjos. Uma delas será “A Terceira Margem do Rio”, já comprada para distribuição em bibliotecas públicas escolares.

O coletivo da vodca
A vodca Absolut convidou David Quiles Guilló, editor da revista espanhola “Rojo”, a produzir algum material que revelasse tendências culturais, e Guilló escolheu uma série com autores brasileiros. “Absolut 2140” terá quatro livros, com episódios escritos por 20 autores, sob edição de Joca Reiners Terron.

A história se passa na São Paulo de 2140, após uma hecatombe tecnológica que obriga o povo a aprender a se comunicar à moda antiga: basicamente, voltar a falar, ler e escrever. Foram convidados, entre outros, Santiago Nazarian, Miguel Del Castillo, Ana Paula Maia, Paulo Scott e André Sant’Anna. A Absolut estuda lançar a série na Flip, além de editá-la em inglês.

 

HQ Amy Winehouse abre a série “O Clube dos 27”, sobre músicos que não passaram da fatídica idade, como Jim Morrison e Kurt Cobain. Sai em março pela Conrad, assinado pelo trio Goffette, Eudeline e Fernandez

Visita 1 O irlandês John Banville deve vir à Flip. Vai ter editora de sobra comemorando: seu premiado romance “O Mar” (Man Booker Prize 2005) saiu pela Nova Fronteira. O mais recente, “Ancient Light”, está programado para junho pela Globo. Antes, a Rocco publica “O Cisne de Prata”, policial assinado sob o pseudônimo Benjamin Black.

Visita 2 Francine Prose, boa romancista e autora de “Anne Frank: A História do Diário que Comoveu o Mundo” (Zahar), é mais uma presença confirmada na Bienal do Livro Rio. Nicholas Sparks e James C. Hunter, entre outros, já foram anunciados.

Efeito Nobel 1 Não vai mais faltar Mo Yan nas livrarias. A Companhia das Letras acaba de adquirir dois importantes romances do autor, que não tinha editora no país até ganhar o Nobel, em 2012.

Efeito Nobel 2 “Frog”, o mais recente, aborda os efeitos da política de filho único na China. O outro, “Red Sorghum” (1987), sobre a invasão da China pelo Japão nos anos 30, originou o longa homônimo de Zhang Yimou.

Efeito Nobel 3 A editora espera publicar ambos em 2014. Antes, ainda este ano, a Cosac Naify publica a tradução de “Change”,  do chinês, por Amilton Reis.

Digital 1 Assídua entre os mais vendidos da loja nacional da Amazon, com e-books a preços baixos e uma infinidade de promoções, a independente KBR vendeu, em menos de dois meses, 4.143 exemplares de seus 98 títulos, segundo a editora Noga Sklar. Os recordistas são “Paris para Principiantes”, de Paulo de Faria Pinho, com 653 e-books vendidos até quinta-feira, e “O Rabino e o Psicanalista”, de Rosane Chonchol, com 527.

Digital 2 Já “Nelson Rodrigues por Ele Mesmo”, de Sonia Rodrigues, vendeu 120 cópias pela KBR. Filha de Nelson, Sonia disse à Folha em dezembro que das boas vendas do livro depende a vinda à tona de inéditos do autor.

Digital 3 E a Objetiva lança em breve seu primeiro título exclusivamente digital fora do selo Foglio, que só publica textos curtos. “Diários da Síria”, do franco-americano Jonathan Littell, de 178 páginas, custará R$ 9,90.

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Painel das Letras: Ensaístas na Flip http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/22/painel-das-letras-ensaistas-na-flip/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/22/painel-das-letras-ensaistas-na-flip/#comments Sat, 22 Dec 2012 05:00:06 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3429 Continue lendo →]]> Dois expoentes do ensaio pessoal –gênero que usa questões autobiográficas como ponto de partida para reflexões– debaterão na Flip em 2013. São eles os americanos Geoff Dyer, autor de “Jeff em Veneza, Morte em Varanasi” (Intrínseca), e John Jeremiah Sullivan, que escreve para revistas como a “Harper’s”. Ambos terão livros pela Companhia das Letras em breve: “But Beautiful”, de Dyer, sobre jazz, sai em abril, e “Pulphead”, de Sullivan, um dos volumes de ensaios mais elogiados nos EUA em 2011, fica pronto em junho.

Clássicos em mangá
“O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, “Manifesto do Partido Comunista”, de Marx e Engels (acima), e “Interpretação dos Sonhos”, de Freud, estão entre os 11 clássicos em mangá que a L&PM lança a partir de fevereiro de 2013.

Publicada originalmente pela East Press, sob edição de Kasuke Maruo, a coleção é mais uma aposta da editora gaúcha num segmento de sucesso no exterior, mas para o qual as grandes casas do país nunca deram muita bola.

Os títulos, organizados por Alexandre Boide, sairão sempre em duplas, começando com “Hamlet”, de Shakespeare, e “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.

Caso antigo 1 Em 2006, Fernando Gasparian ofereceu sua editora, a Paz e Terra, a Sérgio Machado, dono da Record. “Fico triste por não ver os livros nas lojas”, disse. Ficaram de falar após a Feira de Frankfurt, em outubro. Fernando morreu enquanto Machado estava no evento.

Caso antigo 2 O negócio que Marcus, filho de Fernando, fechou anteontem com Machado ocorreu pelo mesmo motivo. Com a compra de seu 15º selo, a Record soma 8.700 títulos, mais do dobro do que têm editoras como a Companhia das Letras e a Rocco.

Caso antigo 3 Por falar em Frankfurt, na feira deste ano falava-se na compra que a Record estaria realizando. Mas seriam duas editoras, não só uma. “Não há mais nada em vista por ora”, diz Machado.

Estreia Autor de cinco livros de contos e um de aforismos, Marcelino Freire conclui, em Buenos Aires, seu primeiro romance, “Só o Pó”, que sai pela Record em 2013. O tema: “Muitos velhos. Quando  meu parágrafo cansa de um velho, pega outro pelas mãos”.

Exportação 1 Também no ano que vem, “Contos Negreiros”, do pernambucano, sairá na Argentina, pela Santiago Arcos, traduzido com bolsa da FBN por Lucia Tennina.

Exportação 2 O selo Edith, criado pelo autor, também repercute lá fora. Um de seus títulos, “Copacubana”, de Hector Bisi, ganhou quatro páginas na elogiada revista literária colombiana “El Malpensante”. A tradução para o espanhol foi encomendada pelo selo a Cristian de Nápoli e está à venda na Amazon.

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Sexo por sexo, fique com a HQ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/08/03/sexo-por-sexo-fique-com-a-hq/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/08/03/sexo-por-sexo-fique-com-a-hq/#comments Fri, 03 Aug 2012 23:40:16 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=2435 Continue lendo →]]>

De Roland Topor, “Je T’Aime”, via 50Watts.com

Em uma semana, “Cinquenta Tons de Cinza” vendeu 10.316 exemplares, segundo o Publishnews. A contagem feita pelo site engloba as maiores redes do país, cujas vendas equivalem a cerca de 30% do total da comercialização via livrarias brasileiras.

Ou seja, em sete dias, “Cinquenta Tons de Cinza” teve cerca de 30 mil cópias vendidas em território nacional. Isso equivale a dez vezes a tiragem média de uma obra literária por aqui –sendo que esta, em geral, demora mais de um ano para se esgotar, isso quando se esgota.

Nos últimos dias, soube da reportagem em tom ultrapessoal da revista “Época”, vi Xico Sá dizer que o livro não chega aos pés das Sabrinas da vida, li Contardo Calligaris numa defesa entusiástica da leitura ininterrupta das 1.500 páginas dos três volumes da série.

O resumo que mais se aproximou do que penso foi o de Francesca Angiolillo, editora-adjunta da Ilustrada, no sábado passado: “[O livro tem] um vocabulário irritantemente pobre (que faz com que as hiperdescritivas cenas de sexo sejam o menos constrangedor da narrativa)”.

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Antes de “Cinquenta Tons” sair por aqui, Luiz Schwarcz escreveu no Blog da Companhia que não conhecia nenhuma mulher que tivesse conseguido parar de ler antes de terminar os três volumes, por mais que torcessem o nariz. Admiro (mentira) a força de vontade delas.

Não me lembro de ter lido algo tão ruim desde que enfrentei “O Vendedor de Sonhos”, de Augusto Cury. A trama é tão óbvia, tão no estilo fantasia romântica adolescente –o primeiro livro, pelo menos, tem muito menos sexo do que os comentários fazem pensar–, que eu preferia uma tortura nada sexual no estilo “Audition”, de Takashi Miike, a ter de ler o segundo.

(Abaixo, o trailer de “Audition”, essa obra de arte. A cena de tortura está aqui, mas é um spoiler para quem não viu o filme, além de não ser NADA indicada a mentes sensíveis.).

[There is a video that cannot be displayed in this feed. Visit the blog entry to see the video.]

A Companhia das Letras já começou a divulgar sua versão de livro erótico, “Toda Sua”, de Sylvia Day, com uma curiosa apresentação na linha “é mais bem escrito que ‘Cinquenta Tons'”. Logo mais chegam o da LeYa, “Luxúria”, e o da Record, “Belo Desastre”.

A onda de genéricos atingiu até outros gêneros. Prestes a lançar a antologia de contos de terror “Mistérios Noturnos”, a Universo dos Livros resolveu mudar o nome para “Tons de Sedução” e substituir a imagem de cemitério da capa pela de uma taça de vinho, bem ao estilo “Cinquenta Tons”. A pressão do leitores fez a casa voltar atrás, com título e capa originais.

O que acho engraçado é o discurso de “capa discreta para não constranger”, já que a esta altura até meu pai sabe que capas com sofisticadas taças de vinho, gravatas e saltos altos são sinônimo de literatura erótica feminina. Tive noção na Flip, quando um editor da Companhia das Letras me deu um livro da Sylvia Day. Antes de parar para deixá-lo na pousada, andei com ele para tudo o que é lado, me acreditando protegida pela discreta capa ilustrada com abotoaduras, até esbarrar em outro editor. Que perguntou, na lata: “Lendo pornografia, Raquel?”.

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 Atualização em 8/8: segundo o “Guardian”, “Cinquenta Tons” já é o livro mais vendido na história do Reino Unido, tendo passado “O Código da Vinci”.

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Minha dica: sexo por sexo, fique com o de Chester Brown. “Pagando por Sexo”, HQ recém-lançada pela WMF Martins Fontes, sobre as experiências do autor após decidir nunca mais transar por amor, vale mais que qualquer uma das variações de “Cinquenta Tons”.

Foi mal: só achei no Google cenas da HQ com textos em espanhol ou inglês

Primeiro porque é baseado em fatos reais, sem nada das fantasias juvenis de uma fã nada jovem de “Crepúsculo”. A história se passa nos anos 90, quando o canadense Chester Brown, hoje com 52 anos, se viu na encruzilhada entre a falta de vontade de viver o lado “pesado” dos namoros e a necessidade de continuar fazendo sexo. E passou a só transar com prostitutas.

Segundo porque, por ser baseada em fatos reais, é muito mais convincente. O quadrinista descreve sem pudor suas experiências e seus pensamentos durante o sexo, sem que isso seja constrangedor. Terceiro, enfim, porque, ao contrário de “Cinquenta Tons”, o livro diverte.

Brown, defensor da descriminalização da prostituição no Canadá, mantém há nove anos um relacionamento com a mesma garota de programa. Diz ficar feliz por saber que ela não faria sexo com ele se não ganhasse por isso –mas eu arriscaria ver romantismo nessa monogamia toda.

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