A Biblioteca de Raquelintrínseca – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Painel das Letras: Sem patrocínio http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/painel-das-letras-sem-patrocinio/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/painel-das-letras-sem-patrocinio/#respond Sat, 09 Mar 2013 06:00:00 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3723 Continue lendo →]]> A Biblioteca Mário de Andrade celebrou ao conseguir, em dezembro, autorização para captar R$ 5 milhões via Lei Rouanet. Chegou a anunciar, em evento, o Bradesco como patrocinador de seu projeto de preservação e difusão de obras raras —segundo servidores, havia um acordo verbal. Mas o banco diz nunca ter firmado nada. Declinou da proposta, informa, em dezembro mesmo. Falta agora quem abrace a causa: são 7.700 obras do século 15 ao 19 à espera de digitalização e disponibilização na internet, além da catalogação de 5.700 volumes e do restauro de 200 livros e cem mapas

A vida do comandante

Menos de 24 horas após a morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, na última terça, já estava à venda o e-book da biografia “El Comandante”, de Rory Carroll, ex-correspondente do jornal britânico “Guardian” na Venezuela. Ontem, saiu a versão impressa.

A edição brasileira chega em abril, pela Intrínseca, com tradução de George Schlesinger.
Ao longo do livro, Carroll deixa cada vez mais clara sua crítica ao presidente, pela lacuna entre a retórica e o que via no dia a dia venezuelano. O livro, diz a “Economist”, vale pelos detalhes, como o relato da aflição da equipe quando Chávez decidiu que havia muito vermelho ao redor e começou a se vestir de amarelo.

iPad A editora e-stilingue estreia no dia 14 com o infantil “Dragoberto” (acima), com texto de Alfredo Stahl e arte de Beatriz Bittencourt; é uma aposta nos interativos digitais, mercado ainda pouco explorado no Brasil

Só faltam 69 Paulo Coelho é um dos 70 autores que o governo levará a Frankfurt, em outubro, quando o Brasil será tema da maior feira editorial do mundo. O mago contou no Twitter. A lista, mesmo, sai só na próxima quinta.

Investigação A homenagem em Frankfurt, aliás, animou a revista francesa “Livres Hebdo”, voltada a profissionais da área, a dedicar uma futura edição ao mercado brasileiro. A jornalista Mylène Moulin vem falando com editores no Rio e em SP.

Primeiros passos “O Autor como Editor” é a oficina que Vanderley Mendonça, da Edith e da Demônio Negro, inicia no dia 19 no espaço Intermeios, em Pinheiros. As oito aulas, a R$ 720, incluem  design, impressão, vendas e registro no ISBN, essa causa inesgotável de dor de cabeça.

Primeiros passos 2  O editor se compromete a, no fim do curso, auxiliar a produção de obras de alunos cujos originais aprove.

Amor A relação entre uma idosa com mal de Alzheimer e seu cuidador é retratada no romance “Por Amor”, estreia do diretor de cinema, teatro e TV Mario Masetti na literatura. Sai pela Sá Editora neste semestre.

Casa “Sergio Y. Vai à América”, romance do colunista da Folha Alexandre Vidal Porto, vencedor do 1º Prêmio Paraná de Literatura, foi contratado pela Companhia das Letras. No ano passado, como parte da premiação, o governo paranaense imprimiu mil cópias e as distribuiu para bibliotecas do país.

Polêmica Em “A Última Lição de Michel Foucault”, Geoffroy de Lagasnerie analisa o interesse pelo neoliberalismo que o filósofo expressou no fim da vida. Para o autor, Foucault não deu as costas à esquerda: apenas viu no pensamento neoliberal um “lugar de imaginação” a ser explorado. A tradução, por André Telles, será lançada em maio pela Três Estrelas.

Habemus papa O espanhol Juan José Arias, que foi correspondente por 30 anos do “El País” no Vaticano, aceitou debater o papado com o português Luis Miguel Rocha, autor do best-seller “O Último Papa”, em maio, na Flipoços, em Poços de Caldas.

Habemus papa 2 A renúncia do papa, aliás, tem dado ibope. A Livraria Cultura percebeu, no último mês, aumento de 73% na vendas de títulos relacionados a ele, como “Sua Santidade: As Cartas Secretas de Bento 16”

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Painel das Letras: Best-seller azarado http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/05/painel-das-letras-best-seller-azarado/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/05/painel-das-letras-best-seller-azarado/#comments Sat, 05 Jan 2013 05:00:23 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3458 Continue lendo →]]> Marcus Zusak, autor do best-seller “A Menina que Roubava Livros” (Intrínseca), não ficou feliz com a publicação em novembro, pela Bertrand Brasil, de seu romance “O Azarão”. “É desapontador ter assinado para meus dois primeiros livros [‘O Azarão’ e ‘Bons de Briga’, que sai em breve pela Bertrand] um contrato que não me dava o direito de interferir em quem os publicaria em outros países. Eu me culpo por ter sido jovem e ter ficado feliz por ser editado”, disse à Folha.

A australiana Scholastic negociou os dois títulos com a Bertrand em maio. Em agosto, informou ter recebido oferta mais alta da Intrínseca, editora que Zusak diz ser “sua favorita em todo o mundo”. A Bertrand se recusou a voltar atrás. Alegou que o contrato já estava fechado.

Frutos infanto-juvenis

“Poesia na Varanda”, com versos para crianças de Sonia Junqueira e ilustrações de Flávio Fargas, teve nada menos que 2,5 milhões de cópias vendidas em 2012, entre aquisições do MEC, de secretarias de Educação e fundações e outras entidades país afora.

Com isso, o grupo mineiro Autêntica, que agrega os selos Gutenberg e Nemo, aumentou as vendas de seu catálogo infanto-juvenil de 165 mil em 2011 para quase 3,5 milhões em 2012 –um crescimento de 2.000%.

Recentemente, a editora anunciou que em 2013 focaria em títulos adultos após o sucesso dos juvenis. Agora, destaca o lançamento de autores nacionais e traduções de clássicos para crianças e jovens.

Infantil Diagnosticada com dislexia aos 12, Sally Gardner relata o drama de um garoto com a doença em ‘Maggot Moon’ (imagem acima), vencedor do Costa Children’s Book Award; livro sai neste ano pela WMF Martins Fontes.

Pelo país  A pequena Terracota, que só vendia pela internet e em eventos, fechou parceria com a distribuidora Acaiaca. Busca apresentar ao país os autores estreantes em que costuma apostar. A casa já atua nesse sentido, juntando, em coletâneas, estreantes a consagrados como Moacyr Scliar e Xico Sá.

Mulheres 1 Sheryl Sandberg, COO do Facebook, fez questão de um prefácio de uma brasileira bem-sucedida nos negócios, assim como ela mesma, na edição nacional de “Lean In: Women, Work and the Will to Lead”, programado para abril pela Companhia das Letras. O nome da prefaciadora ainda é mantido em sigilo.

Mulheres 2 A executiva americana também preparou para a edição dados específicos sobre a situação profissional das mulheres no Brasil. Neste mês, a editora põe no ar um site sobre o livro.

Biografia “Vagina”, ensaio de Naomi Wolf sobre o impacto cultural do órgão sexual feminino, sai neste ano pela Geração Editorial. O título causou alvoroço em 2012 ao ser censurado pela Apple.

Moda 1 A Record promete dar “tratamento luxuoso” a “Grace”, memórias de Grace Coddington, diretora artística da “Vogue” americana. O livro sai em outubro, por ocasião das semanas de moda do Rio e de São Paulo, com tradução do jornalista Hermés Galvão, da “Vogue Brasil”.

Moda 2 O editor Carlos Andreazza diz que o convite a Galvão inicia um modelo ao qual pretende recorrer com frequência: convidar tradutores que não sejam profissionais na tradução, mas especialistas nos temas dos livros.

Poesia 1 A Biblioteca Nacional analisou anteontem o recurso do poeta Marcus Fabiano pela anulação do prêmio a “Carlos Drummond de Andrade: Poesia 1930-62” (Cosac Naify), sob os argumentos de que a inscrição só poderia ser feita pelo autor ou mediante autorização por escrito dele e de que uma edição crítica não poderia concorrer a um prêmio autoral.

Poesia 2 A instituição deve se posicionar depois de amanhã. Petição on-line pela anulação do resultado reúne cerca de 150 assinaturas.

Atualiação: Liguei na FBN na segunda em busca do resultado da análise do recurso. Fui informada de que o resultado original do prêmio, embora já tivesse sido divulgado no site da fundação, só tinha sido publicado no “Diário Oficial da União” naquela segunda. Daí que, legalmente, me informaram, o resultado da análise do recurso não poderia sair no mesmo dia. A última informação que tive é a de que sai amanhã.

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De volta à Ilustrada http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/04/de-volta-a-ilustrada/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/04/de-volta-a-ilustrada/#comments Fri, 04 Jan 2013 18:03:29 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3437 Continue lendo →]]> Acumulou poeira no blog no meu dezembro pós-férias, mas explico, com o perdão da cabotinagem. É que voltei à rotina diária da “Ilustrada” –até outubro, eu me dividia entre a “Ilustríssima”, ajudando o Paulo Werneck a editar textos de repórteres, e a coluna Painel das Letras, na “Ilustrada”. Não sobrava muito tempo para reportagens. Daqui para a frente ficarei direto na cobertura diária de literatura (oba) e mercado editorial. Vocês me aguentem.

Acabei não conseguindo postar no blog mais que a coluna Painel das Letras, mas não faltou assunto para o caderno: em dezembro teve a chegada da Amazon e das outras lojas de livros digitais ao Brasil, o que rendeu balanço sobre a evolução acervos digitais nacionais; fui ao Rio preparar um perfil do Jorge Oakim, dono da Intrínseca (editora que vem  incomodando o mercado com lances fortes como o da compra de “50 Tons”); escrevi com o Matheus Magenta um balanço da Fundação Biblioteca Nacional, que vem acumulando tantas políticas de livro e leitura que ninguém mais consegue acompanhar (a reportagem rendeu um editorial incisivo hoje no “Estadão”); e fui ver a quantas anda a venda de espaços em livrarias para editoras, o que torna a vida ainda mais difícil para os pequenos editores e livreiros.

Ah, teve a chegada da terceira edição de “A Comédia Humana”, de Balzac, na versão organizada por Paulo Rónai para a Globo. É algo que espero fazer mais neste retorno à “Ilustrada”: voltar a acompanhar a produção literária, e não só o mercado editorial.

No meio tempo a gente encontra horário para escrever aqui.

Por ora, fiquem com um bom 2013. Volto já.

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Painel das Letras: Nova casa de Maigret http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/08/painel-das-letras-nova-casa-de-maigret/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/08/painel-das-letras-nova-casa-de-maigret/#comments Sat, 08 Dec 2012 05:00:50 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3395 Continue lendo →]]> Quase toda a obra de Georges Simenon (1903-1989), belga que escreveu mais de 500 livros e já teve 500 milhões de exemplares vendidos no mundo, será publicada pela Companhia das Letras a partir de fevereiro de 2014. A editora prevê para o ano de estreia 11 volumes do inspetor Maigret (personagem de mais de cem títulos) e um romance não relacionado. São quase 400 livros contratados, o que exigirá da editora 30 anos de publicações se mantiver o ritmo de um livro por mês. O superlativo autor ainda terá títulos até 2016 pela L&PM. A casa diz que “é passível de sério questionamento” a decisão dos agentes de passar a obra à Companhia por esta ser associada à Penguin, que publica Simenon. “Tentaremos todas esferas judiciais para garantir nossos direitos”, informou a editora gaúcha.

Linha de chegada

Amazon, Kobo e Google estrearam com pendências para não perderem a corrida dos livros digitais no país.

Após avisar editoras de que ficariam fora da estreia se não mandassem seus arquivos até terça, a Amazon entrou no ar inclusive sem títulos enviados meses atrás.

E alguns textos do site foram vertidos via tradutores on-line, caso de “Companheiro Inesperado”, de Toni Griffin. “Quebrando fora da cidade pequena, nunca Brian pensou que ele encontrar seu companheiro”, diz a sinopse do livro.

O Google estreou sem grandes editoras como Companhia das Letras e Ediouro, ainda em negociações.

E a Kobo pôde oferecer só 8.000 dos 15 mil e-books nacionais da Livraria Cultura, já que nem todos os arquivos em PDF foram convertidos ao formato ePub.

Mas a loja canadense teve bons números. Antes da estreia, já tinha vendido mil aparelhos de leitura. Desde quarta, 20% dos e-books vendidos foram para o novo aparelho.

Infantil “Os Coelhos Tapados” (imagem acima) e “Os Coelhos Tapados Vão ao Zoológico”, de Dav Pilkey, autor de “As Aventuras do Capitão Cueca”, saem em janeiro pela Cosac Naify. A tradução é de Daniel Pellizzari

Rio antigo Ruas, edifícios, botequins e suas tipologias guiarão o livro que Michelle Strzoda inicia em sua segunda investida sobre a história do Rio. Com o designer Rafael Nobre e ainda sem editora, a autora de “O Rio de Joaquim Manuel de Macedo” (Casa da Palavra) pesquisará a evolução do subúrbio, da orla e de outras áreas na memória visual do carioca.

Estreia A gaúcha Letícia Wierzchowski, de “A Casa das Sete Mulheres” (Record), está de editora nova. Será dela a primeira ficção nacional da Intrínseca, “Clarões e Sombras”, em junho. O primeiro ficcionista nacional contratado, Miguel Sanches Neto, ainda escreve seu livro.

Novo rumo 1 Após estourar com os livros juvenis de Paula Pimenta no selo Gutenberg, a Autêntica planeja investir na ficção adulta. O selo terá, em 2013, títulos como “Sobre o Sexo na Casa Branca”, de Larry Flynt com David Eisenbach.

Novo rumo 2 Em seu selo principal, a Autêntica investirá mais em literatura contemporânea, sendo a maior aposta “Tinta”, de Fernando Trías de Bes.

Novo rumo 3 Mas os autores de juvenis não serão esquecidos. Prova disso é que a editora traduziu para o inglês o best-seller “Fazendo Meu Filme 1”, de Paula Pimenta, numa edição digital que deve entrar no ar na semana que vem na Amazon e na loja da Apple. Vai se chamar “Shooting My Life’s Script”, com tradução de Thiago Nasser e revisão de Dan O’Shea.

Ressaca Luiz Fernando Carvalho virou fã da Balada Literária. Após convencer o recluso Raduan Nassar a fazer uma inesperada aparição no evento organizado por Marcelino Freire, o cineasta quis participar também da tradicional Ressaca Literária. No dia 16, vai ao lançamento da HQ “Suburbia”, baseada em sua série global, no centro b_arco.

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Painel das Letras: Linha de chegada http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/20/painel-das-letras-linha-de-chegada/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/20/painel-das-letras-linha-de-chegada/#comments Sat, 20 Oct 2012 06:00:24 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3234 Continue lendo →]]> A concorridíssima corrida pelo mercado de livros digitais no Brasil deve fazer com que Amazon, Google, Kobo e Apple estreiem aqui em novembro com poucos dias de diferença. Quem conhece a Amazon acha improvável que ela compre a Saraiva, conforme rumores recentes, mas acredita na estreia da amazon.com.br, com venda de e-books em português, no mês que vem (atualmente o link está fora do ar). Embora a venda do Kindle no Brasil esteja indefinida, há 300 mil usuários do Kindle Books em português no mundo, considerados aí os aplicativos para tablets e celulares, o que torna a venda só de e-books um bom negócio por ora.

A empresa já fechou com quase 200 editoras nacionais, a maior parte representada pela distribuidora Xeriph, mas ainda não com as seis representadas pela DLD, que respondem por cerca de 35% dos best-sellers no país. A mesma DLD, no entanto, fechou com Kobo –que estreia já com um modelo de e-reader– Google e Apple.

Livro, obra de arte

Detalhe de obra do brasileiro Odires Mlászho, que esteve exposta em SP

A organização da participação brasileira na Feira de Frankfurt 2013 estuda fortalecer a presença do país com estandes em vários pavilhões, além do estande principal, de 500 m². Já foi solicitada à feira área de 100 m² no pavilhão de livros de arte para a mostra “Além da Biblioteca”, com obras artistas como Lucia Mindlin Loeb, Marilá Dardot e Odires Mlászho, feitas a partir do objeto livro.

Em alta 1 A Companhia das Letras fortalece seu time de jovens autores. De Andrea del Fuego, 37, contratou romance inédito e ainda comprou “Os Malaquias” (Língua Geral, 2010), vencedor do Prêmio José Saramago.

Em alta 2 A editora assinou também com a roteirista Juliana Frank, 27, que estreou como romancista em 2011 com “Quenga de Plástico” e lança em breve “Cabeça de Pimpinela”, ambos pela 7Letras. A Companhia prevê para 2013 o inédito “Meu Coração de Pedra Pomes”.

Tons digitais Em dez meses no mercado digital, a Intrínseca comercializou 28 mil e-books. Quase um terço disso, cerca de 9.000, diz respeito às vendas dos dois primeiros títulos de “Cinquenta Tons” só em setembro.

Força Na Feira de Frankfurt, a Sextante adquiriu os direitos de “Davi e Golias”, que Malcolm Gladwel começou a escrever após publicar na “New Yorker” artigo explicando que em quase um terço das batalhas os mais fracos vencem se forem criativos.

I’ll be back Também na feira, Marcos Pereira, sócio da Sextante, ouviu de Arnold Schwarzenegger a notícia de que virá ao Brasil em maio para promover um evento de fisiculturismo no Rio e divulgar a biografia “Total Recall”, que a casa carioca lança no mês que vem. O ator esteve num fórum de sustentabilidade em Manaus em 2011.

Todo mundo quer Sem editor no Brasil, o chinês Mo Yan deve permanecer assim por algum tempo devido a uma briga internacional. Com o anúncio do Nobel, a mega-agência Wylie disse estar negociando a obra dele com vários países. Mas a agente americana Sandra Dijkstra afirma que representa Mo Yan “desde o começo”.

Outro chinês Enquanto isso, a Estação Liberdade adquiriu em Frankfurt romance de outro chinês inédito no Brasil, Chen Zhongshi. “No País do Cervo Branco”, volume de 800 páginas sobre clãs rivais na China rural no século 20, levou em 1997 o Prêmio Mao Dun –o mesmo que Mo Yan ganhou em 2011 pelo romance “Wa”.

Poço seco 1 “A literatura era, no final das contas, um recurso não renovável –como o petróleo, a água– que foi drenado e consumido a cada nova geração”, argumenta o filósofo britânico Lars Iyer, em texto na “Serrote #12”, que chega às livrarias no dia 29. “Chegamos a um ponto em que o modernismo e o pós-modernismo encontraram o poço seco.”

Poço seco 2 Iyer defende que vivemos uma “inflação” de autores e leitores e que nos resta “perseguir os rastros do literário”. Antes de a revista chegar, o editor Paulo Roberto Pires fala sobre a relação de editores com a filosofia, no dia 23, na Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia, em Curitiba.

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Sexo por sexo, fique com a HQ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/08/03/sexo-por-sexo-fique-com-a-hq/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/08/03/sexo-por-sexo-fique-com-a-hq/#comments Fri, 03 Aug 2012 23:40:16 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=2435 Continue lendo →]]>

De Roland Topor, “Je T’Aime”, via 50Watts.com

Em uma semana, “Cinquenta Tons de Cinza” vendeu 10.316 exemplares, segundo o Publishnews. A contagem feita pelo site engloba as maiores redes do país, cujas vendas equivalem a cerca de 30% do total da comercialização via livrarias brasileiras.

Ou seja, em sete dias, “Cinquenta Tons de Cinza” teve cerca de 30 mil cópias vendidas em território nacional. Isso equivale a dez vezes a tiragem média de uma obra literária por aqui –sendo que esta, em geral, demora mais de um ano para se esgotar, isso quando se esgota.

Nos últimos dias, soube da reportagem em tom ultrapessoal da revista “Época”, vi Xico Sá dizer que o livro não chega aos pés das Sabrinas da vida, li Contardo Calligaris numa defesa entusiástica da leitura ininterrupta das 1.500 páginas dos três volumes da série.

O resumo que mais se aproximou do que penso foi o de Francesca Angiolillo, editora-adjunta da Ilustrada, no sábado passado: “[O livro tem] um vocabulário irritantemente pobre (que faz com que as hiperdescritivas cenas de sexo sejam o menos constrangedor da narrativa)”.

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Antes de “Cinquenta Tons” sair por aqui, Luiz Schwarcz escreveu no Blog da Companhia que não conhecia nenhuma mulher que tivesse conseguido parar de ler antes de terminar os três volumes, por mais que torcessem o nariz. Admiro (mentira) a força de vontade delas.

Não me lembro de ter lido algo tão ruim desde que enfrentei “O Vendedor de Sonhos”, de Augusto Cury. A trama é tão óbvia, tão no estilo fantasia romântica adolescente –o primeiro livro, pelo menos, tem muito menos sexo do que os comentários fazem pensar–, que eu preferia uma tortura nada sexual no estilo “Audition”, de Takashi Miike, a ter de ler o segundo.

(Abaixo, o trailer de “Audition”, essa obra de arte. A cena de tortura está aqui, mas é um spoiler para quem não viu o filme, além de não ser NADA indicada a mentes sensíveis.).

[There is a video that cannot be displayed in this feed. Visit the blog entry to see the video.]

A Companhia das Letras já começou a divulgar sua versão de livro erótico, “Toda Sua”, de Sylvia Day, com uma curiosa apresentação na linha “é mais bem escrito que ‘Cinquenta Tons'”. Logo mais chegam o da LeYa, “Luxúria”, e o da Record, “Belo Desastre”.

A onda de genéricos atingiu até outros gêneros. Prestes a lançar a antologia de contos de terror “Mistérios Noturnos”, a Universo dos Livros resolveu mudar o nome para “Tons de Sedução” e substituir a imagem de cemitério da capa pela de uma taça de vinho, bem ao estilo “Cinquenta Tons”. A pressão do leitores fez a casa voltar atrás, com título e capa originais.

O que acho engraçado é o discurso de “capa discreta para não constranger”, já que a esta altura até meu pai sabe que capas com sofisticadas taças de vinho, gravatas e saltos altos são sinônimo de literatura erótica feminina. Tive noção na Flip, quando um editor da Companhia das Letras me deu um livro da Sylvia Day. Antes de parar para deixá-lo na pousada, andei com ele para tudo o que é lado, me acreditando protegida pela discreta capa ilustrada com abotoaduras, até esbarrar em outro editor. Que perguntou, na lata: “Lendo pornografia, Raquel?”.

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 Atualização em 8/8: segundo o “Guardian”, “Cinquenta Tons” já é o livro mais vendido na história do Reino Unido, tendo passado “O Código da Vinci”.

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Minha dica: sexo por sexo, fique com o de Chester Brown. “Pagando por Sexo”, HQ recém-lançada pela WMF Martins Fontes, sobre as experiências do autor após decidir nunca mais transar por amor, vale mais que qualquer uma das variações de “Cinquenta Tons”.

Foi mal: só achei no Google cenas da HQ com textos em espanhol ou inglês

Primeiro porque é baseado em fatos reais, sem nada das fantasias juvenis de uma fã nada jovem de “Crepúsculo”. A história se passa nos anos 90, quando o canadense Chester Brown, hoje com 52 anos, se viu na encruzilhada entre a falta de vontade de viver o lado “pesado” dos namoros e a necessidade de continuar fazendo sexo. E passou a só transar com prostitutas.

Segundo porque, por ser baseada em fatos reais, é muito mais convincente. O quadrinista descreve sem pudor suas experiências e seus pensamentos durante o sexo, sem que isso seja constrangedor. Terceiro, enfim, porque, ao contrário de “Cinquenta Tons”, o livro diverte.

Brown, defensor da descriminalização da prostituição no Canadá, mantém há nove anos um relacionamento com a mesma garota de programa. Diz ficar feliz por saber que ela não faria sexo com ele se não ganhasse por isso –mas eu arriscaria ver romantismo nessa monogamia toda.

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"Fifty Shades", o livro pornô da mamãe http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/03/17/fifty-shades-o-porno-da-mamae/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/03/17/fifty-shades-o-porno-da-mamae/#comments Sat, 17 Mar 2012 04:21:08 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=469 Continue lendo →]]> Em algum momento depois que séries de livros ganharam status de arroz de festa nas listas de mais vendidos, parei de discernir umas das outras. No começo eu conseguia. No começo mesmo, e o começo desta onda de séries nas listas é bem marcado pela chegada de “Harry Potter”, eu inclusive aprendi a admirar a coisa toda (sou defensora de “Harry Potter” enquanto fenômeno, ainda que dizer isso vá abalar minha credibilidade de repórter de literatura entre os menos tolerantes. Mas isso é assunto para um outro post, que um dia, talvez, quem sabe).

Depois vieram os sub-“Harry Potter”, e em seguida chegaram os vampiros, acompanhados dos vampiros para adultos, e um dia me disseram como eram bons os livros da Charlaine Harris, então resolvi dar uma chance para “True Blood” para constatar que a história era uma bela de uma porcaria –ninguém pode me acusar de não dar chance, até Augusto Cury eu já li a trabalho. Depois baixaram os anjos, foi isso? Ai, daí já é a parte que eu não entendo. Alguma coisa dos tronos, crônicas de alguma coisa, guerra, fogo, luz, raio, estrela, luar, sei lá.

E então veio “Fifty Shades of Grey”, cinquenta tonalidades de cinza. “Fifty Shades” me parece um capítulo tão sui generis dessa série de livros em série que consegui até guardar o nome.

Para começo de conversa, o livro surgiu antes na internet, em episódios, como uma fan fiction inspirada em “Crepúsculo”, assinada por uma tal E.L. James, ex-executiva de TV londrina. Os protagonistas são um bilionário e sua namorada universitária, que, dizem, lembram muito os da série da Stephanie Meyer (juro que não vou me voluntariar para confirmar essa informação) e passam o tempo encontrando alternativas não exatamente saudáveis para esquentar a relação.

Um dia, uma pequena editora na Austrália encontrou a história na rede e se ofereceu para publicá-la. De lá para cá, sendo “lá” algo como o fim do ano passado, no boca a boca, o livro teve mais de 250 mil cópias vendidas. Não vendeu mais porque ninguém imaginava a procura e a editora não deu conta das reimpressões, o que por sua vez estimulou as vendas digitais.

Acontece que “Fifty Shades” é uma trilogia de fantasia escapista erótica que ficou conhecida como “mummy porn”, o pornô da mamãe. Ao ponto de, segundo o “Good Morning America”, da ABC, surgirem relatos de leitoras sobre como o livro deu um upgrade naquela vidinha sexual mansa que elas andavam levando, porque as pessoas adoram dividir intimidades em entrevistas.

A coisa ficou tão grande, sem conotação erótica aqui, que nos EUA agora as pessoas chamam “Fifty Shades” de “O Livro”, acompanhando a palavra com aquelas abomináveis aspinhas de dedos no ar. Nesta semana, a Random House pagou US$ 1 milhão pelos direitos dos três livros. Por aqui, também nesta semana um leilão acirradíssimo entre editoras respeitáveis culminou com a ida da obra para a Intrínseca, que promete publicar o primeiro volume ainda neste ano.

Como é “O Livro”? Bem, se você lê em inglês, há umas frases aqui.

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O livro tarado na imagem acima integra “Bent Object of My Affection”, em que Terry Border coloca objetos em situações amorosas ou sexuais. No Google Images há outras da sequência.

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