A Biblioteca de Raquelrecord – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Painel das Letras: 50 anos mais cinco http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/05/11/painel-das-letras-50-anos-mais-cinco/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/05/11/painel-das-letras-50-anos-mais-cinco/#comments Sat, 11 May 2013 06:00:44 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3967 Continue lendo →]]> Planejado para os 50 anos do Teatro Oficina, em 2008, “Do Pré-Tropicalismo aos Sertões: Conversas com Zé Celso”, de Miguel de Almeida, ficou pronto só agora, cinco anos depois. O empecilho foi o famigerado artigo 20 do Código Civil, que estipula a necessidade de autorização de retratados em obras com fins comerciais. No livro da Imprensa Oficial, mais de cem fotos intercalam a transcrição de 20 horas de conversas com o diretor. “Tive de procurar todos os atores. Daí um morreu, o outro sumiu, o outro não dá resposta. Estamos nas mãos de uma legislação estúpida”, diz Almeida. Uma nota na edição agradece informações sobre quem não foi identificado.

A proposta de dispensar a autorização prévia seguiria para o Senado em março, mas um recurso de última hora fez com que voltasse para análise dos deputados

Morcegos renovados
O recém-anunciado desaparecimento da arma que matou Paulo Cesar Farias e a namorada Suzana Marcolino, em 23 de junho de 1996, será só a cereja do bolo do posfácio que Lucas Figueiredo prepara para a nova edição de seu “Morcegos Negros”, previsto pela Record para junho.

O livro-reportagem sobre os bastidores do governo Collor, publicado em 2000, vendeu 35 mil cópias até 2003, quando saiu de catálogo.

O editor Carlos Andreazza diz que a Record quer relançar os cinco títulos do jornalista —nenhum vendeu menos de 10 mil exemplares.

E avisa: vem outra grande reportagem por aí.

Ilustração de Luani Guarnieri

Aplicativo A escritora Ana Maria Machado estreia nos tablets com game inspirado no livro “Uma, Duas, Três Princesas” (acima), que a Ática lança neste mês.

Time Habitué de debates no Brasil,o moçambicano  Mia Couto volta para a Bienal do Livro Rio, no fim de agosto, para divulgar “Cada Homem É uma Raça” (Companhia das Letras).

Com ele, já são 19 os autores internacionais divulgados pelo evento, entre best-sellers (Nicholas Sparks, Sylvia Day) e nomes elogiados pela crítica (César Aira, Francine Prose).

Preparação Dos R$ 18,9 milhões do orçamento previsto para a participação do Brasil na Feira de Frankfurt, R$ 2,42 milhões serão gastos com o estande das editoras. Na divisão, o governo fica com R$ 1,75 milhão. Os outros R$ 670 mil são pagos pelo Brazilian Publishers, parceria da Câmara Brasileira do Livro com a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Boletim Os seis autores que o Brazilian Publishers levará a Frankfurt serão selecionados conforme notas recebidas numa planilha com seis variáveis. Vai quem pontuar mais. As editoras signatárias do projeto farão as indicações e a seleção final.

Digital Chama-se Descaminhos a editora colaborativa que estreia na Amazon, no dia 21, com a obra completa de autores pouco lembrados, como Pagu, Jorge Andrade e Maria de Lourdes, e títulos de contemporâneos, como Menalton Braff e Heloisa Prieto.

Clássicos A Cosac Naify acertou com Maria Emilia Bender, ex-sócia da Companhia das Letras, uma colaboração continuada para a edição de clássicos estrangeiros, na série que já teve “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, e “Anna Kariênina”, de Tolstói.

Estreia Fernando Henrique Cardoso, que deve se tornar imortal em breve, terá seu primeiro livro como autor da Companhia das Letras em junho. “Pensadores que Inventaram o Brasil” reunirá ensaios sobre Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre e Antonio Candido, entre outros, e um inédito sobre Raymundo Faoro.

Cinema “Garota, Interrompida”, livro da americana Susanna Kaysen que inspirou o filme de 1999, será o primeiro título do selo de ficção Única, da editora Gente.

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Painel das Letras: Inéditos de Bataille http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/16/painel-das-letras-ineditos-de-bataille/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/02/16/painel-das-letras-ineditos-de-bataille/#comments Sat, 16 Feb 2013 05:00:18 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3601 Continue lendo →]]> A filosofia de Georges Bataille (1897-1962) se funde com seu próprio “desejo de arder intensamente”, segundo o tradutor Fernando Scheibe, nos texto inéditos em português que a Autêntica incluirá em sua edição de “O Erotismo”, prevista para abril.

Fora de catálogo há quase uma década, o volume sairá agora com um “Dossiê O Erotismo”, do qual faz parte esse registro pessoal do autor sobre o tema do livro.

Terá também a transcrição de um debate, de 1957, em que figuras como André Breton, André Masson, Hans Bellmer e Jean Wahl explicitam divergências em relação às ideias do autor, acusado de machista, entre outras coisas. Em março, a editora publica “A Parte Maldita”, na tradução de Júlio Castañon Guimarães.

 Os últimos dias de Lucian

O pintor britânico Lucian Freud (1922-2011) proibiu, em seus últimos anos, a publicação de duas biografias que já havia autorizado. Simplesmente mudou de ideia.

Mas o neto do criador da psicanálise não só manteve a autorização ao jornalista Geordie Greig como aceitou que o encontrasse por dez anos no Clark’s, em Notting Hill, onde recebia amigos e fazia quase todas as refeições.

Greig publicou várias reportagens sobre Lucian. Após a morte do pintor, começou a organizar o material, juntando com entrevistas com amigos, amantes e até alguns filhos (ele teve 13 —ou mais). A biografia resultante, prevista para outubro na Inglaterra, acaba de ter os direitos adquiridos pela Record. Deve ser lançada em 2014.

Serrote A 13ª edição da revista do IMS, nas livrarias em março, reproduzirá 12 capas de livros (imagem acima) elaboradas pelo austríaco Eugênio Hirsch (1923-2001), que criou mais de 380 delas para a Civilização Brasileira

Concurso E a 13ª “Serrote” também lançará a segunda edição do concurso de ensaísmo da publicação quadrimestral —o texto vencedor será publicado na revista. Em 2011, foram 187 inscritos.

Essas mulheres Ivone Gebara, condenada pelo Vaticano por criticar a rigidez de sua doutrina, e Amelinha e Criméia, responsáveis pela condenação do torturador Coronel Brilhante Ustra, estão entre as sete militantes investigadas em “A Aventura de Contar-se”, previsto para agosto. A historiadora Margareth Rago acaba de entregar os originais à Editora da Unicamp.

Fantasia A Bertrand Brasil adquiriu os direitos da obra adulta e juvenil de
Terry Pratchett, britânico de humor corrosivo, conhecido pela série “Discworld”. Em junho, sai o adulto “Pequenos Deuses”. No fim do ano, o primeiro infantil, “A Hat of Full of Sky”. O autor sofre de Alzheimer, drama que conta no documentário “Choosing to Die” (2011), inédito no Brasil.

Pra fora Duas HQs, “Bando de Dois”, de Danilo Beyruth, e “Oeste Vermelho”, de Marcelo Costa e Magno Costa, terão traduções bancadas pela Biblioteca Nacional. Sairão na Argentina pela Editora Municipal do Rosário. A única tradução de HQ aprovada antes no programa foi a de “Cachalote”, de Daniel Galera e Rafael Coutinho, para a França.

Top A Geração Editorial adquiriu por R$ 50 mil os direitos da trilogia “The Redemption of Callie & Kayden”, de Jessica Sorensen, autopublicação que frequenta os mais vendidos nos EUA há dois meses, com mais de 200 mil e-books vendidos. O primeiro volume sai neste ano, junto com o primeiro de outra trilogia da autora, “The Forever of Ellen & Micha”.

Vitória Apparício Torelly, o Barão de Itararé, é até mais querido do que imaginou a Casa da Palavra. Lançada com 3.000 cópias em dezembro, a biografia “Entre sem Bater”, de Cláudio Figueiredo, já está em reimpressão

 

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Painel das Letras: Os sem cadastro http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/12/painel-das-letras-os-sem-cadastro/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/12/painel-das-letras-os-sem-cadastro/#comments Sat, 12 Jan 2013 05:00:31 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3471 Continue lendo →]]> Não à toa 74 títulos da Record inscritos no Prêmio de Literatura da Fundação Biblioteca Nacional, no fim de 2012, foram inabilitados por “insuficiência de ISBN”. Desde 2007, quando a versão brasileira do código internacional que identifica livros passou a ter 13 dígitos, em vez de dez, a editora praticamente não cadastra obras na agência nacional do International Standard Book Number. Assim como as outras cinco primeiras casas a aderir ao sistema no país, em 1978, a Record teve por anos o direito de autoatribuir seus códigos, sem ter de pagar. Com a mudança de 2007, as pioneiras perderam o privilégio. A Record continuou atribuindo seus códigos por conta —cada ISBN inclui um número da editora e outro da publicação—, sem cadastrá-los na agência.

ISBN fecha o cerco
Em anos anteriores, títulos da Record levaram o prêmio da FBN, mas isso porque a instituição, que representa o ISBN no Brasil, ainda não eliminava concorrentes por irregularidades no cadastro. A inabilitação no último prêmio foi um movimento da agência para que editoras se regularizem. Está em estudo o mesmo procedimento para aceitação de livros no depósito legal da Biblioteca Nacional —editoras são obrigadas por lei a enviar à FBN cópias de livros que publicam.

“O cadastro é bom para todos. Ele garante que livros nacionais apareçam na base de dados internacional do ISBN”, diz Andréa Coêlho, chefe da agência nacional, sem comentar o caso da Record. “Essa é uma questão antiga que trabalhamos para resolver junto com a BN”, informou a editora.

Para facilitar Embora inscrever um livro na agência do ISBN custe apenas R$ 12, algumas editoras demoram a se regularizar porque os documentos precisam ser enviados pelo correio. Prometido para 2011, o cadastro pela internet deve entrar no ar, segundo a agência, em março.

Reflexo Em 2012, a agência do ISBN atribuiu 85.360 códigos a livros, um aumento de 126% em cinco anos (foram 37.689 em 2007) e de 14% em relação a 2011 (74.996). O crescimento pode ser visto como reflexo do maior número de títulos editados no país e da chegada de obras digitais.

HQ Os álbuns de Valentina, a sensual personagem de Guido Crepax, voltarão a ser publicados no país pela L± serão sete reedições, além de “A História de O”, que sai em março impresso e como e-book.

Juntos É da Companhia das Letras a HQ “Drawn Together”, com histórias autobiográficas do casal Aline e Robert Crumb. Deve sair em 2014. As obras do cartunista vinham sendo editadas pela Conrad, em reformulação desde a saída do editor Rogério de Campos, em 2012.

Séries Aristóteles e Freud ajudam a explicar estratégias narrativas e personagens de séries como “Mad Men” e “Breaking Bad” no curso que o escritor e jornalista Felipe Pena ministra na Casa do Saber, no Rio. As aulas agora vão virar livro, previsto para este ano pela Nova Fronteira.

Criatividade Recém-saída do selo Gutenberg, da Autêntica, Gabriela Nascimento assume a direção editoral da Reflexiva, que deve estrear neste ano com “livros de várias áreas, sendo a criatividade a linha mestra”.

Economia A jornalista Miriam Leitão, vencedora do Jabuti por “Saga Brasileira”, confirmou presença na Flipoços, de 27 de abril a 5 de maio, em Poços de Caldas (MG).

Acervo A Capivara poderá captar até R$ 604 mil via Rouanet para edição com imagens do acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que faz 175 anos em 2013. O IHGB tem um dos maiores acervos do país, com itens como cartas de Napoleão a d. João 6º e uma primeira edição dos “Lusíadas”, de Camões.

Digital Anunciado no início da gestão de Galeno Amorim na Fundação Biblioteca Nacional, em 2011, o projeto de uma biblioteca para empréstimo de livros digitais não saiu do papel. Outro, envolvendo só e-books de obras em domínio público, prometia 4.500 títulos em dois anos. Por ora, foram convertidos dez.

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Painel das Letras: Best-seller azarado http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/05/painel-das-letras-best-seller-azarado/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/05/painel-das-letras-best-seller-azarado/#comments Sat, 05 Jan 2013 05:00:23 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3458 Continue lendo →]]> Marcus Zusak, autor do best-seller “A Menina que Roubava Livros” (Intrínseca), não ficou feliz com a publicação em novembro, pela Bertrand Brasil, de seu romance “O Azarão”. “É desapontador ter assinado para meus dois primeiros livros [‘O Azarão’ e ‘Bons de Briga’, que sai em breve pela Bertrand] um contrato que não me dava o direito de interferir em quem os publicaria em outros países. Eu me culpo por ter sido jovem e ter ficado feliz por ser editado”, disse à Folha.

A australiana Scholastic negociou os dois títulos com a Bertrand em maio. Em agosto, informou ter recebido oferta mais alta da Intrínseca, editora que Zusak diz ser “sua favorita em todo o mundo”. A Bertrand se recusou a voltar atrás. Alegou que o contrato já estava fechado.

Frutos infanto-juvenis

“Poesia na Varanda”, com versos para crianças de Sonia Junqueira e ilustrações de Flávio Fargas, teve nada menos que 2,5 milhões de cópias vendidas em 2012, entre aquisições do MEC, de secretarias de Educação e fundações e outras entidades país afora.

Com isso, o grupo mineiro Autêntica, que agrega os selos Gutenberg e Nemo, aumentou as vendas de seu catálogo infanto-juvenil de 165 mil em 2011 para quase 3,5 milhões em 2012 –um crescimento de 2.000%.

Recentemente, a editora anunciou que em 2013 focaria em títulos adultos após o sucesso dos juvenis. Agora, destaca o lançamento de autores nacionais e traduções de clássicos para crianças e jovens.

Infantil Diagnosticada com dislexia aos 12, Sally Gardner relata o drama de um garoto com a doença em ‘Maggot Moon’ (imagem acima), vencedor do Costa Children’s Book Award; livro sai neste ano pela WMF Martins Fontes.

Pelo país  A pequena Terracota, que só vendia pela internet e em eventos, fechou parceria com a distribuidora Acaiaca. Busca apresentar ao país os autores estreantes em que costuma apostar. A casa já atua nesse sentido, juntando, em coletâneas, estreantes a consagrados como Moacyr Scliar e Xico Sá.

Mulheres 1 Sheryl Sandberg, COO do Facebook, fez questão de um prefácio de uma brasileira bem-sucedida nos negócios, assim como ela mesma, na edição nacional de “Lean In: Women, Work and the Will to Lead”, programado para abril pela Companhia das Letras. O nome da prefaciadora ainda é mantido em sigilo.

Mulheres 2 A executiva americana também preparou para a edição dados específicos sobre a situação profissional das mulheres no Brasil. Neste mês, a editora põe no ar um site sobre o livro.

Biografia “Vagina”, ensaio de Naomi Wolf sobre o impacto cultural do órgão sexual feminino, sai neste ano pela Geração Editorial. O título causou alvoroço em 2012 ao ser censurado pela Apple.

Moda 1 A Record promete dar “tratamento luxuoso” a “Grace”, memórias de Grace Coddington, diretora artística da “Vogue” americana. O livro sai em outubro, por ocasião das semanas de moda do Rio e de São Paulo, com tradução do jornalista Hermés Galvão, da “Vogue Brasil”.

Moda 2 O editor Carlos Andreazza diz que o convite a Galvão inicia um modelo ao qual pretende recorrer com frequência: convidar tradutores que não sejam profissionais na tradução, mas especialistas nos temas dos livros.

Poesia 1 A Biblioteca Nacional analisou anteontem o recurso do poeta Marcus Fabiano pela anulação do prêmio a “Carlos Drummond de Andrade: Poesia 1930-62” (Cosac Naify), sob os argumentos de que a inscrição só poderia ser feita pelo autor ou mediante autorização por escrito dele e de que uma edição crítica não poderia concorrer a um prêmio autoral.

Poesia 2 A instituição deve se posicionar depois de amanhã. Petição on-line pela anulação do resultado reúne cerca de 150 assinaturas.

Atualiação: Liguei na FBN na segunda em busca do resultado da análise do recurso. Fui informada de que o resultado original do prêmio, embora já tivesse sido divulgado no site da fundação, só tinha sido publicado no “Diário Oficial da União” naquela segunda. Daí que, legalmente, me informaram, o resultado da análise do recurso não poderia sair no mesmo dia. A última informação que tive é a de que sai amanhã.

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Painel das Letras: Ensaístas na Flip http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/22/painel-das-letras-ensaistas-na-flip/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/22/painel-das-letras-ensaistas-na-flip/#comments Sat, 22 Dec 2012 05:00:06 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3429 Continue lendo →]]> Dois expoentes do ensaio pessoal –gênero que usa questões autobiográficas como ponto de partida para reflexões– debaterão na Flip em 2013. São eles os americanos Geoff Dyer, autor de “Jeff em Veneza, Morte em Varanasi” (Intrínseca), e John Jeremiah Sullivan, que escreve para revistas como a “Harper’s”. Ambos terão livros pela Companhia das Letras em breve: “But Beautiful”, de Dyer, sobre jazz, sai em abril, e “Pulphead”, de Sullivan, um dos volumes de ensaios mais elogiados nos EUA em 2011, fica pronto em junho.

Clássicos em mangá
“O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, “Manifesto do Partido Comunista”, de Marx e Engels (acima), e “Interpretação dos Sonhos”, de Freud, estão entre os 11 clássicos em mangá que a L&PM lança a partir de fevereiro de 2013.

Publicada originalmente pela East Press, sob edição de Kasuke Maruo, a coleção é mais uma aposta da editora gaúcha num segmento de sucesso no exterior, mas para o qual as grandes casas do país nunca deram muita bola.

Os títulos, organizados por Alexandre Boide, sairão sempre em duplas, começando com “Hamlet”, de Shakespeare, e “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.

Caso antigo 1 Em 2006, Fernando Gasparian ofereceu sua editora, a Paz e Terra, a Sérgio Machado, dono da Record. “Fico triste por não ver os livros nas lojas”, disse. Ficaram de falar após a Feira de Frankfurt, em outubro. Fernando morreu enquanto Machado estava no evento.

Caso antigo 2 O negócio que Marcus, filho de Fernando, fechou anteontem com Machado ocorreu pelo mesmo motivo. Com a compra de seu 15º selo, a Record soma 8.700 títulos, mais do dobro do que têm editoras como a Companhia das Letras e a Rocco.

Caso antigo 3 Por falar em Frankfurt, na feira deste ano falava-se na compra que a Record estaria realizando. Mas seriam duas editoras, não só uma. “Não há mais nada em vista por ora”, diz Machado.

Estreia Autor de cinco livros de contos e um de aforismos, Marcelino Freire conclui, em Buenos Aires, seu primeiro romance, “Só o Pó”, que sai pela Record em 2013. O tema: “Muitos velhos. Quando  meu parágrafo cansa de um velho, pega outro pelas mãos”.

Exportação 1 Também no ano que vem, “Contos Negreiros”, do pernambucano, sairá na Argentina, pela Santiago Arcos, traduzido com bolsa da FBN por Lucia Tennina.

Exportação 2 O selo Edith, criado pelo autor, também repercute lá fora. Um de seus títulos, “Copacubana”, de Hector Bisi, ganhou quatro páginas na elogiada revista literária colombiana “El Malpensante”. A tradução para o espanhol foi encomendada pelo selo a Cristian de Nápoli e está à venda na Amazon.

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Painel das Letras: Nova casa de Maigret http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/08/painel-das-letras-nova-casa-de-maigret/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/08/painel-das-letras-nova-casa-de-maigret/#comments Sat, 08 Dec 2012 05:00:50 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3395 Continue lendo →]]> Quase toda a obra de Georges Simenon (1903-1989), belga que escreveu mais de 500 livros e já teve 500 milhões de exemplares vendidos no mundo, será publicada pela Companhia das Letras a partir de fevereiro de 2014. A editora prevê para o ano de estreia 11 volumes do inspetor Maigret (personagem de mais de cem títulos) e um romance não relacionado. São quase 400 livros contratados, o que exigirá da editora 30 anos de publicações se mantiver o ritmo de um livro por mês. O superlativo autor ainda terá títulos até 2016 pela L&PM. A casa diz que “é passível de sério questionamento” a decisão dos agentes de passar a obra à Companhia por esta ser associada à Penguin, que publica Simenon. “Tentaremos todas esferas judiciais para garantir nossos direitos”, informou a editora gaúcha.

Linha de chegada

Amazon, Kobo e Google estrearam com pendências para não perderem a corrida dos livros digitais no país.

Após avisar editoras de que ficariam fora da estreia se não mandassem seus arquivos até terça, a Amazon entrou no ar inclusive sem títulos enviados meses atrás.

E alguns textos do site foram vertidos via tradutores on-line, caso de “Companheiro Inesperado”, de Toni Griffin. “Quebrando fora da cidade pequena, nunca Brian pensou que ele encontrar seu companheiro”, diz a sinopse do livro.

O Google estreou sem grandes editoras como Companhia das Letras e Ediouro, ainda em negociações.

E a Kobo pôde oferecer só 8.000 dos 15 mil e-books nacionais da Livraria Cultura, já que nem todos os arquivos em PDF foram convertidos ao formato ePub.

Mas a loja canadense teve bons números. Antes da estreia, já tinha vendido mil aparelhos de leitura. Desde quarta, 20% dos e-books vendidos foram para o novo aparelho.

Infantil “Os Coelhos Tapados” (imagem acima) e “Os Coelhos Tapados Vão ao Zoológico”, de Dav Pilkey, autor de “As Aventuras do Capitão Cueca”, saem em janeiro pela Cosac Naify. A tradução é de Daniel Pellizzari

Rio antigo Ruas, edifícios, botequins e suas tipologias guiarão o livro que Michelle Strzoda inicia em sua segunda investida sobre a história do Rio. Com o designer Rafael Nobre e ainda sem editora, a autora de “O Rio de Joaquim Manuel de Macedo” (Casa da Palavra) pesquisará a evolução do subúrbio, da orla e de outras áreas na memória visual do carioca.

Estreia A gaúcha Letícia Wierzchowski, de “A Casa das Sete Mulheres” (Record), está de editora nova. Será dela a primeira ficção nacional da Intrínseca, “Clarões e Sombras”, em junho. O primeiro ficcionista nacional contratado, Miguel Sanches Neto, ainda escreve seu livro.

Novo rumo 1 Após estourar com os livros juvenis de Paula Pimenta no selo Gutenberg, a Autêntica planeja investir na ficção adulta. O selo terá, em 2013, títulos como “Sobre o Sexo na Casa Branca”, de Larry Flynt com David Eisenbach.

Novo rumo 2 Em seu selo principal, a Autêntica investirá mais em literatura contemporânea, sendo a maior aposta “Tinta”, de Fernando Trías de Bes.

Novo rumo 3 Mas os autores de juvenis não serão esquecidos. Prova disso é que a editora traduziu para o inglês o best-seller “Fazendo Meu Filme 1”, de Paula Pimenta, numa edição digital que deve entrar no ar na semana que vem na Amazon e na loja da Apple. Vai se chamar “Shooting My Life’s Script”, com tradução de Thiago Nasser e revisão de Dan O’Shea.

Ressaca Luiz Fernando Carvalho virou fã da Balada Literária. Após convencer o recluso Raduan Nassar a fazer uma inesperada aparição no evento organizado por Marcelino Freire, o cineasta quis participar também da tradicional Ressaca Literária. No dia 16, vai ao lançamento da HQ “Suburbia”, baseada em sua série global, no centro b_arco.

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Uma Feira de Frankfurt atípica, especialmente para brasileiros http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/15/uma-feira-de-frankfurt-atipica-especialmente-para-brasileiros/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/15/uma-feira-de-frankfurt-atipica-especialmente-para-brasileiros/#comments Mon, 15 Oct 2012 11:18:41 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3167 Continue lendo →]]>

O pavilhão da Nova Zelândia, que levou o slogan “Enquanto você dormia” para a feira. De cair o queixo (e também de cair os visitantes às vezes, porque era meio escuro demais)

Foi uma Feira de Frankfurt atípica a que terminou ontem aqui na Alemanha, segundo todos os editores com quem conversei. Como foi minha primeira vez no evento, o maior do mercado editorial no mundo, eu não saberia dizer.

Para mim, o que chamou a atenção foi o mundo que aquilo é. A comparação característica de cursos de jornalismo informa que o espaço onde ficam os oito pavilhões temáticos corresponde a 14 campos de futebol. Agora imagine 14 campos de futebol dispostos num labirinto, no qual se você sai do lado errado terá de atravessar todo o campo de volta até chegar àquele que o interessa, ou a outro errado. Meu senso de direção não ajudou muito.

O atípico, segundo editores, foi o fato de ter estado bem mais vazio que de costume antes do fim de semana, quando a feira é aberta ao público geral –nos outros dias, fica aberto só a profissionais do mercado. Já vinha esvaziando ao longo dos anos, mas desta vez, disseram eles, chamou mais a atenção. Eles creditam isso à crise prolongada na Europa e ao fato de as editoras terem sido compradas umas pelas outras na década passada.

Na sexta à tarde, já estava com certa cara de fim de festa. Editores pagam multa se desmontam os estandes antes do fim da feira, mas vários preferiram isso ou simplesmente abandonar os livros a ter de ficar lá nos últimos dias, quando os negócios entre editores são mais fracos.

O estande do Brasil serviu de ponto de encontro entre agentes e editores brasileiros e estrangeiros (foto de divulgação da FBN)

Foi atípica também a postura de uma parcela dos editores brasileiros participantes. Presentes à feira em outros anos apenas em busca de grandes sucessos estrangeiros, neste ano editores também queriam vender o seu peixe.

É preciso esclarecer, para que ninguém fique com a impressão de que o mundo está deslumbrado com a produção brasileira: apenas uma minoria das editoras presentes à feira conseguiu realizar boas vendas, embora na média tenha sido um ano bom para brasileiros, considerados os padrões. Editoras como Record, Companhia das Letras e Callis vieram a Frankfurt neste ano com foco nas vendas (as duas primeiras também se empenharam nas compras), enquanto outras grandes, como Globo, Sextante, Intrínseca, seguiram o tradicional modus operandi de apenas adquirir candidatos a best-sellers.

Também entra nessa conta o fato de a literatura produzida no Brasil ser pouco comercial, que é justamente o centro de tudo em Frankfurt. O total de direitos vendidos por todas as editoras brasileiras não chega a um décimo do valor pelo qual a Random House comprou um único título americano, “Not That Kind of Girl”, de Lena Dunham, atriz e roteirista da série “Girls”. Este foi comprado por US$ 3,5 milhões, enquanto pelos cálculos iniciais (23% dos formulários respondidos) as vendas das editoras brasileiras no intervalo de um ano, considerando as conversas iniciadas em Frankfurt, devem ficar em torno de US$ 200 mil.

De todo modo, autores como Daniel Galera, Michel Laub, Carola Saavedra e Alberto Mussa conseguiram inclusive ultrapassar a difícil barreira do mercado de língua inglesa, pouco afeito a títulos traduzidos.

A literatura feita no Brasil ainda não é um hit, mas com certeza anda mais cotada que nos últimos 30 anos. A Granta com brasileiros, o programa de traduções de brasileiros no exterior, oferecido pela Biblioteca Nacional a editoras estrangeiras, e o fato de o Brasil ter sido o “país que acontece” em termos econômicos nos últimos anos decerto têm influência nisso.

PS: para quem não acompanhou, escrevi sobre a feira na “Ilustrada” ao longo da semana: a participação do Brasil, a inusitada presença de Schwarzenegger, o desprezo de editores sobre Mo Yan antes do anúncio do Nobel, a iniciativa de três editoras infantis brasileiras de figurar entre as maiores do mundo no pavilhão de língua inglesa e o balanço final. A coluna Painel das Letras, no post abaixo, também foi quase toda dedicada à feira.

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Painel das Letras: O país que acontece http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/13/painel-das-letras-o-pais-que-acontece/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/13/painel-das-letras-o-pais-que-acontece/#comments Sat, 13 Oct 2012 06:00:28 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3164 Continue lendo →]]>

Peguei só um pedacinho do centro de agentes na Feira de Frankfurt, um formigueiro de negociações. Em tese, como jornalista, nem poderia estar lá, mas a porta dos fundos tava aberta…

Anos atrás, a bem-sucedida agente literária americana Barbara Zitwer mirou a Coreia do Sul. O resultado tem sido visto por leitores de outras dezenas de países: títulos como “Por Favor, Cuide da Mamãe” (Intrínseca), de Kyung-Sook Shin, vencedor do Man Asian Prize, e “Our Happy Time”, de Gong Ji-Young, comprado pela Record.

“Apresentei ao mundo todos os melhores escritores sul-coreanos”, disse Zitwer ontem, elétrica, entre uma reunião e outra na central de agentes da Feira de Frankfurt.

A meta agora é fazer o mesmo com brasileiros, trabalho que iniciou com conversas na feira. “Vamos encarar: o Brasil é o país que acontece. Vou levar suas melhores vozes para o mundo.” Ler mesmo, por ora, ela ainda não leu nenhum.

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Granja pós-Granta

Por falar em vozes brasileiras, um enorme cartaz destacava a edição com os “Melhores Jovens Brasileiros” da “Granta” no estande da revista literária em Frankfurt. Uma divulgação que certamente seria difícil para a “Granja”, antologia-paródia com lançamento previsto para a Balada Literária, dia 2/12. Sai pela Casa Impressora de Almeria e reúne 15 autores novos ou novíssimos –não no sentido de pouca idade, mas de não ter publicado nada ou quase nada, como Juliana Amato, Laura Caselli e João Gomes. Os organizadores, Felipe Valério e Luis Rafael Montero, publicaram livros pelo selo Edith, que edita a coleção “Que Viagem”, uma paródia da série “Amores Expressos”, da Companhia das Letras.

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Jovem sobre o muro de Berlim, em 11 de novembro de 1989

Fotos 70 anos de história estão representados por 435 imagens, de nomes como Raymond Depardon (acima), Robert Capa e Martin Parr, em “Magnum: Contatos”, que o IMS lança em novembro

Segredo 1 Um dos motivos pelos quais nenhum título alcançou o status de “livro da feira” nesta edição foi o excesso de oferta de eróticos, que editores compram sem empolgação, mais para não ficarem de fora da onda. Um dos mais concorridos, “S.E.C.R.E.T.”, ficou com a Globo Livros.

Segredo 2 Primeiro de uma série “erótica sofisticada, de qualidade”, segundo os agentes, “S.E.C.R.E.T.” tem autora também secreta. Quem assina é E.M. Adeline, pseudônimo para uma das “principais produtoras de TV do Canadá”.

Cocaína Em Frankfurt, a Companhia das Letras fechou contrato para o próximo livro de Roberto Saviano. Chama-se “Zero Zero Zero”, trata do tráfico internacional de cocaína –como funcionam as redes, como é a economia etc.— e ainda está sendo escrito. O italiano entrega o livro à Feltrinelli no final do ano.

Mais Tolkien O pacote de livros de J.R.R. Tolkien que vem sendo lançado pela WMF Martins Fontes ganhou um adicional inédito nesta feira: o longo poema “The Fall of Arthur”, que o autor começou a escrever antes de se dedicar ao “Hobbit”. Fica para o fim do ano que vem, quando sai o segundo filme da trilogia baseada no “Hobbit”.

Estrela virtual O selo Gutenberg bem que tentou, mas ainda não conseguiu emplacar a best-seller mineira Paula Pimenta em editoras estrangeiras. Enquanto isso não acontece, a editora investe em outra blogueira: Bruna Vieira, de apenas 18 anos, que virou uma espécie de celebridade virtual com dicas de moda e comportamento no blog Depois dos Quinze.

Contato imediato A organização da Feira de Frankfurt quer contratar alguém no Brasil até o fim do ano como parte de seu projeto de ampliar a presença no país em 2013.

Poesia Quando voltar da feira do Brasil, o editor Ítalo Moriconi se dedicará à finalizar os primeiros títulos traduzidos da coleção Ciranda da Poesia, da Eduerj, que até hoje só lançou brasileiros. Entre os primeiros autores, estão a francesa Natalie Quintane, vertida por Paula Glenadel, e a austríaca Ingeborg Bachmann, por Vera Lins.

Titanic A maior reportagem já feita sobre o Titanic, publicada em 1955 por Walter Lord (1917-2002), sai no mês que vem pelo selo Três Estrelas, com o título “Uma Noite Fatídica”. A história se concentra entre a última noite no navio e o resgate, e é rica em detalhes: Lord conseguiu entrevistar a maior parte dos então cerca de 60 sobreviventes.

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Painel das Letras: O Fórum da Record http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/06/painel-das-letras-o-forum-da-record/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/10/06/painel-das-letras-o-forum-da-record/#comments Sat, 06 Oct 2012 06:00:43 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3137 Continue lendo →]]> A organização do Fórum das Letras de Ouro Preto, criado em 2005, desistiu de desistir da edição deste ano.

O cancelamento tinha sido anunciado em julho, meses depois de Guiomar de Grammont, idealizadora do Fórum, virar editora-executiva na Record. Mas a Record resolveu apoiar o evento, marcado agora para o período entre 22 e 25/11. Em troca, o Fórum homenageará a casa carioca, que completa 70 anos neste mês.

Ontem, o evento foi autorizado a captar R$ 766 mil via Lei Rouanet. Pelo prazo curto, Guiomar acha que arrecadará menos, e por isso focará em escritores nacionais. Nélida Piñon, autora da Record, abre o evento, mas Guiomar diz que haverá autores de outras editoras.

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Pé atrás com o digital

Editoras que tiveram livros comprados pelo governo no último edital do Plano Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) foram recentemente convidadas a participar do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) Alfabetização na Idade Certa. Foram selecionados para uso em sala de aula 75 dos mais de 250 títulos adquiridos para bibliotecas.

Mas um detalhe incomodou editores: a exigência da cessão de uma cópia em PDF de cada obra adquirida. Para o sindicato de editores, a compra de livros impressos não pressupõe o uso do conteúdo em formato digital.

O MEC diz que o uso é só para projeção em sala de aula e que ninguém é obrigado a participar, embora editoras de mais de 60% dos títulos já tenham dado seu aval.

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Infantil Questões existenciais permeiam “A Incrível Fuga da Cebola” (acima), da italiana Sara Fanelli, que a Ática lança em dezembro. Ao fim, o bulbo que foge da frigideira pode ser destacado do livro e virar brinquedo

Sintomas do amadurecimento

Editoras têm percebido que suas equipes enviadas à Feira de Frankfurt estão cada vez maiores. Sônia Jardim, vice-presidente da Record, brinca que vai em excursão, com seis editores da casa —resultado, em parte, da divisão de cargos pós-saída da diretora Luciana Villas-Boas, no começo do ano.

A Sextante, que em 2011 mandou três pessoas, desta vez vai com cinco. Para o editor Marcos Pereira, isso é sinal de amadurecimento do mercado, hoje menos centrado na figura do diretor editorial.

No começo do ano, após a sociedade com a Penguin, a Companhia das Letras também mudou sua estrutura, criando cargos de publishers e editores sêniores.

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A jato Os escassos quatro meses que Maria Helena Rouanet teve para traduzir as 370 páginas de “O Caçador de Pipas” foram moleza perto do prazo que terá agora para as 512 de “The Casual Vacancy”, de J.K. Rowling. A carioca teve o nome confirmado nesta semana, e a Nova Fronteira programou o romance para a primeira semana de dezembro.

Parceria Os agentes Valéria Martins, da Shahid Produções Culturais, e Stephane Chao, responsável pela obra de Alberto Mussa, uniram esforços. João Gilberto Noll e Ana Maria Gonçalves são os primeiros a terem seus livros trabalhados no exterior.

Preparação 1 A escolha da Alemanha como homenageada da Bienal do Rio de 2013—ideia com a qual o Sindicato Nacional de Editores de Livros retribui o tributo ao Brasil na Feira de Frankfurt no ano que vem—poderá conferir um toque mais literário ao evento carioca.

Preparação 2 É essa a impressão de Sônia Jardim, presidente do Snel, a partir das sugestões já recebidas de editoras, do instituto Goethe e da Feira de Frankfurt, parceiros na empreitada. Diferentemente dos EUA, país homenageado em 2010, a Alemanha não é pródiga em best-sellers comerciais.

Intercâmbio Antônio Moura será o primeiro autor a viajar pelo Programa de Intercâmbio de Autores Brasileiros no Exterior, da Biblioteca Nacional. Vai no dia 28 para a Inglaterra, onde saiu “Rio Silêncio”. Em novembro, vão à Argentina Altair Martins (“A Parede no Escuro”), Andréa del Fuego (“Os Malaquias”) e Bernardo Carvalho (“Nove Noites”).

Católicos Autor do best-seller “O Último Papa”, romance baseado na teoria de assassinato de João Paulo 1º, o português Luís Miguel Rocha estará na Flipoços 2013, em Poços de Caldas. Seu “A Mentira Sagrada” foi lançado neste ano pela Jangada.

Evangélicos Gilberto Freyre e Celso Furtado debateram com teólogos em 1962, no Recife, o lugar dos protestantes na nossa sociedade. Na “Conferência do Nordeste 50 Anos Depois”, o metodista Anivaldo Padilha, o presbiteriano Joaquim Beato e outros reavivaram a discussão. O resultado em livro será lançado pela Mauad.

Indiano A obra-prima de R.K. Narayan (1906-2001), uma das maiores vozes da literatura indiana, sai pela Guarda-Chuva em dezembro. “O Guia” foi adaptado na Broadway —trata de um homem que ajuda a amante a virar dançarina— e, agora, traduzido por Léa Nachbin.

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Bienal do Livro em Brasília começa com protesto http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/04/15/primeiras-impressoes-da-bienal/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/04/15/primeiras-impressoes-da-bienal/#comments Sun, 15 Apr 2012 16:37:27 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=790 Continue lendo →]]> Para quem está acostumado a bienais do livro do Rio e/ou de São Paulo, a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que começou ontem em Brasília, parece sui generis. É claro que falo isso do alto da minha falta de conhecimento de bienais de outros Estados.

Vocês podem me ajudar a ter uma ideia de se elas se parecem com a de Brasília.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi que não encontrei os estandes da maior parte das grandes editoras de livros de interesse geral do país. Do nosso umbigo Rio-São Paulo –tirando o grande estande da Geração Editorial, cujo editor, Luiz Fernando Emediato, é o curador do evento–, encontrei só os das editoras Globo, Companhia das Letras e Record, pelo que entendi sob responsabilidade de distribuidoras.

E eles não chegam a um quinto do tamanho dos estandes de dois andares com playground, piscina, quatro vagas na garagem e vista para o mar que essas editoras mantém nos grandes centros. O da Companhia me lembrou um pouco uma banca de jornal, pelo tamanho.

Talvez isso diga algo sobre a distribuição de livros no país.

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Em compensação, sebos e livrarias brasilienses estão em todos os cantos, com várias promoções de livros (e bugigangas, como fantoches) a R$ 10,  característica bem menos comum nas bienais Rio/SP, embora eu tenha ouvido relato sobre livros em geral mais caros nos estandes do que nas próprias livrarias.

Um dos mais concorridos é o do Sebinho, melhor lugar para se comprar livros em Brasília, segundo ouvi. Entre os estandes, chamam a atenção expositores como a TV Brasil, a Câmara dos Deputados e o Governo do Distrito Federal, este em vários espaços, além do Comitê da Copa. É lá que a gente deposita reclamações?

O público estimado para ontem, dia da abertura, foi de 20 mil pessoas. Tendo passado lá boa parte da tarde, eu arriscaria dizer que me pareceu menos, mas, dada a enormidade dos pavilhões montados na Esplanada, pode ser que eu só não tenha tido a dimensão. O público esperado para todos os nove dias do evento é de 500 mil pessoas, então haja visitação escolar, porque no que depender só de público espontâneo teríamos com sorte uns 120 mil, considerando que dias de semana costumam ser mais vazios.

O orçamento divulgado é de R$ 6,8 milhões, um quarto do orçamento da última Bienal do Livro Rio, mas um valor considerável para um evento literário no país. A entrada é gratuita, como deveria ser a de todo evento que se propõe a atrair leitores.

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Houve investimentos das secretarias de Estado da Cultura e da Educação, em parceria com o Instituto Terceiro Setor, dentro do Plano do Distrito Federal de Livro e Leitura. O que não significa que professores locais, em greve há 34 dias, tenham achado a ideia boa.

Trezentos e cinquenta grevistas aproveitaram a cerimônia de abertura para uma manifestação. “A Bienal está sendo feita sem que os professores estejam em sala de aula. Estamos aqui para dizer que o governo [do Distrito Federal] não tem competência para a educação”, disse uma professora ao “Correio Braziliense”.

Pela manhã, os professores só acalmaram durante a fala do Nobel nigeriano Wole Solyinka, homenageado do evento e autor da Geração Editorial, a editora do curador. À noite, numa ótima fala sobre religiões –que comento noutro post–, Solyinka comentou: “O que vimos aqui foi uma demonstração de liberdade de expressão. Não entendi as palavras, mas entendi a paixão dos professores. E não conheço a situação deles aqui, mas posso dizer que é ainda um pouco melhor que a dos professores na Nigéria.”

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As fotos acima são de Carol Matias (as duas primeiras) e Junior Aragão (Wole Soyinka).

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