A Biblioteca de Raquelrocco – A Biblioteca de Raquel http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br Raquel Cozer Mon, 18 Nov 2013 13:27:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Painel das Letras: Inéditos malditos http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/05/18/painel-das-letras-ineditos-malditos/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/05/18/painel-das-letras-ineditos-malditos/#respond Sat, 18 May 2013 06:00:16 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=4018 Continue lendo →]]> A obra do poeta baiano Gregório de Matos (1636-1695), atualmente mais lembrado em  antologias ou livros didáticos, será editada pela Autêntica a partir deste ano. Estão previstos cinco volumes do Boca do Inferno, assim conhecido pelos poemas obscenos e pelas sátiras implacáveis, com versos fixados e anotados por Marcello Moreira e ensaio introdutório e glossário de João Adolfo Hansen, coautor das notas. A base é uma série de textos até agora inéditos guardados na biblioteca da UFRJ. Joaci Pereira Furtado, que fez o meio de campo com a Autêntica, será o editor.

“Viagem ao Mundo do Sexo”, de Lupin, página da HQ “Seres Urbanos”

HQ na berlinda
Os organizadores de “Seres Urbanos (1991-1998): Coletânea da HQ Underground Cearense” travam um embate com a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult). Aprovada em edital de incentivo às artes, decisão publicada no “Diário Oficial do Estado” em julho de 2012, a obra não recebeu os prometidos R$ 15 mil. Meses após abrir uma conta para receber o valor, sem notícias da Secult, os responsáveis souberam que nova análise julgara a HQ “imprópria para menores” por conter “cenas de sexo explícito e de violência”.

O artista Weaver Lima discute o fato de o projeto aprovado voltar a ser analisado e diz que o critério não consta do edital. A Secult afirma que pode fazer análises em qualquer fase e que parte dos livros se destina a bibliotecas, que atendem a menores.

Atalho Caetano Galindo vem há oito meses contando no blog da Companhia das Letras sua saga para traduzir “Infinite Jest”, romance de mais de mil páginas de David Foster Wallace. Até esta semana, verteu 919 páginas. É um trabalhão: o livro não deve sair antes de 2014.

Atalho 2 Mas, desde o início de abril, a Livraria da Vila oferece a edição portuguesa, “A Piada Infinita” (Quetzal), na tradução de Salvato Telles de Menezes e Vasco Teles de Menezes. A venda é proibida, já que a Companhia tem os direitos de comercialização no Brasil.

Atalho 3 A Companhia afirma que, em geral, casos do gênero acontecem por falta de informação das transportadoras e das lojas. A Livraria da Vila diz que não tinha conhecimento da exclusividade, mas que pode interromper a comercialização.

Inédito A revista “Acéphale”, encabeçada por Georges Bataille de 1936 a 1939, terá seus quatro volumes lançados pela Cultura & Barbárie, isolados e, depois, numa caixa. A obra buscava resgatar as ideias de Nietzsche do uso indesejado por nazistas. A tradução é de Fernando Scheibe.

Zumbis Com a estreia da filme homônimo com Brad Pitt, no final de junho, o livro “Guerra Mundial Z”, de Max Brooks, lançado em 2010 pela Rocco, ganhará tratamento especial, incluindo cartazes em ônibus e “blitz” na estreia do filme, com promotores vestidos de mortos-vivos distribuindo trechos da obra.

Zumbis 2 O livro, assinado pelo filho do diretor Mel Brooks com a atriz Anne Bancroft, vendeu 20 mil cópias antes de esgotar. A nova edição será de 30 mil exemplares. Nos EUA, retornou à lista dos mais vendidos: figura há 40 semanas no ranking de ficção do “New York Times”

Fantasia “The Fall of Arthur”, enorme poema incompleto de J.R.R. Tolkien que será lançado nos EUA na próxima semana, ganha tradução só no fim do ano pela WMF Martins Fontes. Antes disso, os fãs terão acesso a nova edição de “Folha e Árvore”, que inclui o conto “Folha, de Migalha” e o ensaio “Sobre Contos de Fadas”, uma declaração do autor sobre seu gênero literário.

Fantasia 2 Lançada antes pela Conrad, “Folha e Árvore” terá a tradução totalmente revisada por Monica Stahel.

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Clarice: 'Eu pinto tão mal que dá gosto' http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/05/14/clarice-eu-pinto-tao-mal-que-da-gosto/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/05/14/clarice-eu-pinto-tao-mal-que-da-gosto/#comments Tue, 14 May 2013 16:18:08 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3973 Continue lendo →]]>

“Retrato de Clarice” (Paris, 1947), de Alfredo Ceschiatti

Escrever sobre Clarice Lispector é sempre uma oportunidade de publicar fotografias de Clarice Lispector, autora de fotogenia incomum para o meio literário (digam o que quiserem sobre cadernos de literatura, mas nunca foi simples encontrar grandes fotos para ilustrar resenhas).

Neste post, nada de fotos da autora. Neste sentido, basta o retrato em nanquim acima, de Alfredo Ceschiatti, um dos cinco ou seis que a autora recebeu de artistas e manteve nas paredes de seu apartamento no Leme, no Rio. Um retrato para fazer jus ao tema do post, o volume “Clarice Lispector: Pinturas”, do angolano Carlos Mendes Sousa, que acaba de sair pela Rocco.

Mendes Sousa, professor de literatura brasileira na Universidade do Minho e um dos maiores especialistas do mundo em Clarice, fez um estudo de sua relação com as artes plásticas, seja como colecionadora, seja como jornalista, seja como, hm, bem, artista.

Clarice não pintava bem como escrevia, é verdade. Mas o que escrevia, diz Mendes Sousa, transparecia muito do que pensava sobre as artes plásticas.

“Pergunto-me também como é que vou cair de quatro em fatos e fatos. É que de repente o figurativo me fascinou: crio a ação humana e estremeço. Também quero o figurativo assim como um pintor que só pintasse cores abstratas quisesse mostrar que o que fazia por gosto, e não por não saber desenhar” (trecho de “A Hora da Estrela”)

Mais do que isso, argumenta o autor, “a atmosfera pictórica contamina a escrita de Clarice Lispector em aspectos mais ou menos visíveis, como os jogos de luz e sombra, os recortes formais, as descrições, a presença da cor etc., elementos observáveis especialmente nos planos narrativo ou estilístico-retórico”. Como nesse trecho de “Água Viva”:

“Vou te dizer uma coisa: não sei pintar nem melhor nem pior do que faço. Eu pinto um ‘isto’. E escrevo com ‘isto’ –é tudo o que posso. Inquieta. Os litros de sangue que circulam nas veias. Os músculos se contraindo e retraindo. A aura do corpo em plenúrio. Parambólica –o que quer que queira dizer essa palavra. Parambólica que sou. Não posso me resumir porque não se pode somar uma cadeira e duas maçãs. Eu sou uma cadeira e duas maçãs. E não me somo.”

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“Pássaro da Liberdade” (1975, óleo sobre madeira), de Clarice Lispector

A segunda metade do livro é dedicada à parte que deve interessar a mais leitores, com duas dezenas de pinturas feitas pela autora –dezesseis delas foram tema de mostra do Instituto Moreira Salles no Rio, em 2009.

Mendes identifica dois movimentos que se impõem nas pinturas de Clarice, a fuga e a concentração, e desenvolve uma análise sobre representações, aproximando-as também do que ela escrevia. Mas usa as palavras da própria, em conferência na Universidade do Texas, em 1963, para resumir, de forma muito mais simples, por que ela pintava:

“Quanto ao fato  de escrever, digo –se interessar a alguém– que estou desiludida. É que escrever não trouxe o que eu queria, isto é, paz. Minha literatura, não sendo de forma alguma uma catarse que me faria bem, não me serve como meio de libertação. […] O que me ‘descontrai’, por incrível que pareça, é pintar, e não ser pintora de forma alguma, e sem aprender nenhuma técnica. Pinto tão mal que dá gosto e não mostro meus, entre aspas, ‘quadros’ a ninguém. É relaxante e ao mesmo tempo excitante mexer com cores e formas, sem compromisso com coisa alguma. É a coisa mais pura que faço.”

O que ela pensaria de ver sua produção mais pessoal em um livro? Bem, vai saber. Mas essa acima é uma declaração de 12 anos antes da maior parte da criação dela como pintora, em 1975. Mais tarde, Clarice não só mostraria os quadros a amigos como presentaria alguns deles, como Nélida Piñon, Maria Bonomi e Autran Dourado, com as obras.

“Volumes” (1975, óleo e colagem de papel sobre tela), de Clarice Lispector

“Escuridão e Luz: Centro da Vida” (1975, óleo sobre madeira), de Clarice

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Painel das Letras: O resgate de Maura http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/19/painel-das-letras-o-resgate-de-maura/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/01/19/painel-das-letras-o-resgate-de-maura/#comments Sat, 19 Jan 2013 14:11:43 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3480 Continue lendo →]]> Nascida rica no interior de Minas, em 1930, e anunciada como escritora relevação em edição de 1958 do “Jornal do Brasil”, Maura Lopes Cançado morreu no esquecimento, em 1993. Estava cega e vivia sozinha, após inúmeras internações em instituições psiquiátricas, numa das quais matou outra paciente. Passados 20 anos, é tão deixada de lado que nem verbete na Wikipedia tem*.

A jornalista carioca Daniela Lima pretende trazê-la à tona. Passou dois anos investigando a vida da autora de “Hospício É Deus” (1965) e “O Sofredor do Ver” (1968) e agora termina uma biografia, ainda em busca de editora. Seu plano é que a obra saia simultaneamente a uma reedição de “Hospício É Deus”, há anos fora de catálogo.

* Atualização em 21/01: depois da publicação desta nota, foi criada uma página para a autora. Para alguma coisa a nota já serviu ;-).

HQ Em “A Arte: Conversas Imaginárias com a Minha Mãe” (acima), híbrido de ensaio, autobiografia e ficção que sai neste ano pela WMF Martins Fontes, o espanhol Juanjo Sáez revê a história da arte e sua memória familiar

Você decide 1 A Verus quer trazer a uma nova geração os livros no estilo “Enrola e Desenrola”, lançados pela Ediouro nos anos 80 e considerados precursores do RPG, nos quais o leitor escolhe ao fim de cada página opções de continuidade da trama.

Você decide 2 A editora comprou seis títulos da enorme série “Escolha sua Aventura”. Os primeiros serão “O Abominável Homem da Neve” e “Jornada ao Fundo do Mar”, ambos de R.A. Montgomery. Se forem bem aceitos, outros serão adquiridos.

Infantojuvenil A Zahar prevê para abril o lançamento do selo Pequena Zahar, sob coordenação de Dolores Prades. Os títulos iniciais serão “Os Detetives do Prédio Azul”, de Flávia Lins e Silva, e “Jemmy Button: O Menino que Darwin Levou de Volta para Casa”, com texto de Alix Barzelay e ilustrações de Jennifer Uman e Valerio Vidali.

Mais “Godô Dança”, infantil de Carolina Vigna-Marú, foi tão bem avaliado pela Manole-em especial pela boa venda ao governo- que a editora lançará outros títulos sobre o cão fora do comum: “Godô Cozinha”, “Godô Planta” e “Godô Joga Capoeira”.

Superação É da Rocco “Sauve-Toi, La Vie t’Appelle (salve-se, a vida o chama), do neuropsiquiatra Boris Cyrulnik. No livro, o francês, único sobrevivente de uma família de judeus morta no Holocausto, usa as próprias memórias para realizar um estudo de caso sobre superação.

Surrealista 1 Vítima de uma tuberculose extrapulmonar que o manteve internado boa parte da vida e o matou aos 28 anos, o surrealista Max Blecher (1909-1938) produziu o bastante para virar um dos maiores nomes da literatura romena no século 20.

Surrealista 2 Blecher ainda é inédito no Brasil, mas por pouco tempo. Em março, com subsídio da Romênia e tradução de Fernando Klabin, a Cosac Naify lança o romance “Acontecimentos na Irrealidade Imediata”.

Trintão O hit “Alongue-se”, de Bob Anderson, precursor do alongamento no Brasil, terá em março edição comemorativa de 30 anos pela Summus. Após 28 reimpressões de três edições diferentes, vem recauchutado, com novas informações -inclusive sobre trabalho em frente ao computador, tema que não dava ibope quando o livro saiu aqu

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Painel das Letras: Ensaístas na Flip http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/22/painel-das-letras-ensaistas-na-flip/ http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/12/22/painel-das-letras-ensaistas-na-flip/#comments Sat, 22 Dec 2012 05:00:06 +0000 http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/?p=3429 Continue lendo →]]> Dois expoentes do ensaio pessoal –gênero que usa questões autobiográficas como ponto de partida para reflexões– debaterão na Flip em 2013. São eles os americanos Geoff Dyer, autor de “Jeff em Veneza, Morte em Varanasi” (Intrínseca), e John Jeremiah Sullivan, que escreve para revistas como a “Harper’s”. Ambos terão livros pela Companhia das Letras em breve: “But Beautiful”, de Dyer, sobre jazz, sai em abril, e “Pulphead”, de Sullivan, um dos volumes de ensaios mais elogiados nos EUA em 2011, fica pronto em junho.

Clássicos em mangá
“O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, “Manifesto do Partido Comunista”, de Marx e Engels (acima), e “Interpretação dos Sonhos”, de Freud, estão entre os 11 clássicos em mangá que a L&PM lança a partir de fevereiro de 2013.

Publicada originalmente pela East Press, sob edição de Kasuke Maruo, a coleção é mais uma aposta da editora gaúcha num segmento de sucesso no exterior, mas para o qual as grandes casas do país nunca deram muita bola.

Os títulos, organizados por Alexandre Boide, sairão sempre em duplas, começando com “Hamlet”, de Shakespeare, e “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.

Caso antigo 1 Em 2006, Fernando Gasparian ofereceu sua editora, a Paz e Terra, a Sérgio Machado, dono da Record. “Fico triste por não ver os livros nas lojas”, disse. Ficaram de falar após a Feira de Frankfurt, em outubro. Fernando morreu enquanto Machado estava no evento.

Caso antigo 2 O negócio que Marcus, filho de Fernando, fechou anteontem com Machado ocorreu pelo mesmo motivo. Com a compra de seu 15º selo, a Record soma 8.700 títulos, mais do dobro do que têm editoras como a Companhia das Letras e a Rocco.

Caso antigo 3 Por falar em Frankfurt, na feira deste ano falava-se na compra que a Record estaria realizando. Mas seriam duas editoras, não só uma. “Não há mais nada em vista por ora”, diz Machado.

Estreia Autor de cinco livros de contos e um de aforismos, Marcelino Freire conclui, em Buenos Aires, seu primeiro romance, “Só o Pó”, que sai pela Record em 2013. O tema: “Muitos velhos. Quando  meu parágrafo cansa de um velho, pega outro pelas mãos”.

Exportação 1 Também no ano que vem, “Contos Negreiros”, do pernambucano, sairá na Argentina, pela Santiago Arcos, traduzido com bolsa da FBN por Lucia Tennina.

Exportação 2 O selo Edith, criado pelo autor, também repercute lá fora. Um de seus títulos, “Copacubana”, de Hector Bisi, ganhou quatro páginas na elogiada revista literária colombiana “El Malpensante”. A tradução para o espanhol foi encomendada pelo selo a Cristian de Nápoli e está à venda na Amazon.

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