Livrarias novas no centro de São Paulo
14/02/12 16:53Você sai da nova livraria da Unesp, ali perto da praça da Sé, caminha uns 20 minutos e chega à Argumento, de volta a São Paulo e agora instalada na rua do Triunfo. Não sem antes dar uma passada na loja da Edusp, próxima à da Unesp. Isso em 2013, caso se concretizem todos os projetos noticiados no sábado no Painel das Letras (para assinantes Folha/UOL), e deduzindo que a presença de livrarias tornará caminhável aquela região perto da Luz.
Por ora, ponho a mão no fogo só pela da Unesp, cujos planos estão mais avançados.
Agora em março, a livraria de 120 m² na esquina com a praça da Sé fecha para reforma. O estacionamento do prédio da editora será desativado para que a loja ocupe, no total, 350 m². O projeto (foto) é do Fernando Brandão, o arquiteto da Livraria Cultura. A livraria deve ser inaugurada em agosto, dentro das celebrações dos 25 anos da Editora Unesp.
Já a Edusp pretende inaugurar suas primeiras livrarias fora de campi da USP até o ano que vem. A primeira será uma de arte no recém-inaugurado MAC Ibirapuera, mas a que mais interessa a este post deve ser instalada perto da livraria da Unesp –eles preferem não dizer onde (embora eu saiba, cof). Haverá ainda uma terceira, na Consolação, perto do Copan, num prédio da USP.
E daí tem a volta da Argumento a São Paulo.
Essa é uma ideia antiga do Marcus Gasparian, sócio da livraria e da editora Paz e Terra, mas que vinha sendo postergado porque, bem, não é fácil ser dono de um prédio perto da Luz em São Paulo (embora eu seja da opinião que mais difícil é não ser dono de prédio nenhum).
Primeiro foi o risco de a sede da editora, na rua do Triunfo, ser desapropriado por conta das intervenções urbanísticas da Nova Luz. É no térreo da sede que Gasparian quer montar a livraria. Pelos mapeamentos já divulgados, o predinho dos anos 50 escapou dessa.
Gasparian acredita prefeitura e Estado estão prestes a resolver outro empecilho: o fato de o endereço estar no “quartel general dos noias”, entre as ruas dos Gusmões e Vitória. Com o possível “fim da guerra na cracolândia”, mais a inauguração da Fatec ali perto, ele espera uma boa frequência de clientes. Mais precisamente, que a região se torne “um Soho de São Paulo”.
A ideia é que a Argumento ocupe uns 500 m² do térreo. Não seria uma megastore, mas uma “livraria de butique, com vendedores que saibam falar sobre livros”. Um pouco o perfil do que eram as lojas da Argumento em São Paulo, fechadas entre os anos 90 e 2000.
Soho me parece otimismo, mas me peguei compartilhando dele. Não é mal pensar num centrão com pelo menos três boas livrarias num futuro próximo em São Paulo.
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Por outro lado, fecha no Conjunto Nacional a loja exclusiva da editora Record. Cá entre nós, não vai deixar saudade. Diga quantas vezes você entrou lá. Eu só entrei uma vez, no lançamento do livro mais recente da Tatiana Salem Levy.
Procurei a editora, que informou que “o projeto da loja exclusiva não se mostrou positivo para eles nem para a Record” e que a Cultura precisava “rentabilizar” o espaço. “Do nosso lado, ficou claro, depois desses dois anos de operação, que a venda de livros no conjunto ocorre mesmo na loja principal da Cultura, não nas pequenas”, informou a diretora comercial, Roberta Machado.
Sergio Herz, diretor da Cultura, diz que a livraria retomou o espaço para “inaugurar um projeto”.
A Cultura é locatária, e não proprietária, dos espaços que ocupa no Conjunto Nacional. As parcerias –além da loja da Record, há a da Companhia das Letras, que a editora usa em lançamentos, e a do IMS, não muito mais movimentada que a da Record– foi uma maneira que a livraria encontrou de ocupar todas as lojas que aluga na galeria.
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Pode acrescentar a Bookstore, livraria especializada em arquitetura, urbanismo e arte neste roteiro, estamos com a loja na Rua Bento Freitas, 314 no prédio da sede do IAB-SP, o qual é tombado e um dos pontos turísticos do centro.
A bookstore . fez 1 ano na rua bento freitas 314 vila buarque. com 140 mts em parceria com o cafe em planta.
estamos no mercado como livraria especializada em arquitetura e urbanismo a 25 anos .
somos hoje a maior livraria no segimento na americalatina.
tel 11 29526786
ANTONIO RICARTE
Raquel,
Ótimas notícias, mas, falando em livrarias do Centro, senti falta de uma nota sobre as livrarias jurídicas, concentradas nos arredores do largo São Francisco, e de duas outras novidades, embora já não tão fresquinhas: a livraria Saraiva, situada na lateral da Faculdade de Direito (r. Cristóvão Colombo), e a livraria Martins Fontes, na praça do Patriarca, ambas com bons cafezinhos.
Aproveito a oportunidade para lembrar, ainda, das três grandes bibliotecas abertas ao público na região: Biblioteca da Faculdade de Direito (além das obras jurídicas – talvez uma das maiores coleções do Brasil – seu catálogo contém muitas obras raras da área de Humanidades), no largo São Francisco; biblioteca do Mosteiro de São Bento (muitos livros sobre Humanidades), no largo São Bento; e a tradicional Biblioteca Mário de Andrade (segunda do Brasil em tamanho e provavelmente em importância).
Há também uma outra, bem menor, mas que podia (será que ainda pode?) ser usada pelo público: a biblioteca do Tribunal de Justiça de São Paulo, no Palácio da Justiça, ali na praça Clóvis Bevilácqua, do ladinho da Catedral da Sé. Essa é especializada em Direito e contém um acervo razoável e atualizado de periódicos jurídicos, tipo de publicação nem sempre fácil de achar (mesmo na Faculdade de Direito).
Abraço!
Oi Raquel
Gostaria muuuuito que vc pudesse dar uma olhadinha no meu blog e me desse sua opinião a respeito dos meus livrinhos.
Um beijo
Mireille
Fiquei muito feliz de saber da reforma na Livraria da UNESP. Passo na frente dela duas vezes por dia, quando atravesso a rua depois de sair da estação da Sé, e várias vezes já perdi o ônibus naquele ponto de ônibus da Sé porque me distraí vendo livros na sua vitrine. Tenho certeza que esse projeto do Brandão vai ficar ótimo! 🙂
Ééé. Tô curiosa tb =)
Que boa noticia. Nós da Cia Pesosal do Faroeste, acabamos de nos mudar pra rua do Triunfo, 301, onde estamos em cartaz coma peça “cine camaleao, a boca do lixo”, que conta a historia da Boca. Ficamos felizes que esta bela rua esteja voltando ao que era. Nós aqui estamos empenhados em recuperar a memoria da rua. Alem da peça teremos um livro e doc sobre a pesquisa toda. Boa sorte.
Que bacana, Paulo. Me manda e-mail no raquel.cozer@grupofolha.com.br falando do livro e do projeto? beijo!
Enquanto isso, Salvador conta suas livrarias nos dedos de uma única mão. Ok, em uma mão ficam as Melhorzinhas, as fracas contam-se na segunda mão e pronto, acabou. : (
Que triste isso, Davi
Raquel, minha cara, faça como Stanislaw Ponte Preta que dizia “não ponho a mão no fogo por ninguém para depois não ficar com o apelido de maneta”.
Haha! Justo.
Na minha terra é mais fácil descer um disco voador do que inaugurar uma livraria. As que apareceram por aqui tiveram vida curta. Pra comprar um livro só pela internet ou viajar aproximadamente 80km até Campinas-SP.
Gente, que loucura isso. Comentaram algo assim também no Facebook. Você mora onde?
Moro em Itapira-SP. Pra comprar livro aqui preciso encomedar na papelaria.
Precisamos de uma boa livraria de rua na Zona Norte, região de Santana ou Tucuruvi.. enfim, que vingue todas….
Só tem nos shoppings?
É, tem coisas que só a cidade de São Paulo oferece. Uma pena pra quem não mora por aí… Como eu.
E vc é de onde, Mônica? Sem livrarias na cidade também?
Prédios históricos e São Paulo não combinam. Pelo menos não sob a ótica desses arquitetos modernistas desgraçados de hoje em dia. Tomara que esses discípulos do Niemeyer e as crias da USP fiquem longe do projeto. No que tange a livraria em si não sei se irá adiantar muita coisa, não. Creio que será só um empreendimento agradável, mesmo. O que há de ser vendido nele será o mesmo que é vendido na livraria cultura: “A Cabana”, “Ágape” etc.
Ou seja: É cultura pra inglês vê.
Gustavo, a Cultura vende muito mais que isso! Eles têm um acervo bom e vendedores que sabem do que falam, em geral. Acho que você está confundindo com livrarias de aeroporto ou rodoviária, tipo Laselva e Nobel, focadas em best-sellers. Ademais, o modernismo é uma marca da arquitetura paulistana!
Boa noite,
Acho interessante e fico feliz de ver essa transformação urbana e cultural.
Abçs.
Tomara que tenha a urbana também!
Ah, no meu blog dou dicas de livrarias..confiram em: …
Mentira, não tenho blog, apesar de ter muitas dicas de livrarias.
Cada vez mais desencano de livrarias e me perco em sebos. Apesar de algumas editoras estarem se tocando e ampliando os catálogos de livros de bolso, algumas delas continuam lançando livros – achados facilmente na internet – a 80 reais. Hoje mesmo comprei um Faulkner por 30 reais (reimpressão de 2009, aproximadamente 70 reais da cosac naify) em um sebo recém-descoberto na Sete de Abril. No mesmo sebo, comprei uma edição d`Os Três Mosqueteiros por 3 reais!
O grande problema é a leitura não acompanhar as compras. (o problema secundário é o fim dos espaços).
Haha, sei como é, Lucas. Eu sofro um bocado com o problema primário e o secundário…
Realmente essas livrarias de editoras do Conjunto Nacional sempre me intrigaram. Por que raios vc vai à loja da Record ou da Companhia se há uma Cultura do lado? Se ainda houvesse algum tipo de desconto…
Pois é, Faber, a coisa é que a Cultura não quer abrir mão dos espaços que aluga, porque quer que o Cj. Nacional seja associado à loja. Isso quem fala é o Pedro Herz. Como eles alugam as lojas, preferiram fazer essas parcerias para ter algum tipo de rentabilidade. Não lembro bem como é a divisão de atribuições, mas ao que me lembre a própria Cultura continua pagando o aluguel…
realmente a cultura é muito importante e não há ato mais cultural que a leitura. Assim, convido a todos que leiam meu blog: http://padoks.blogspot.com
onde encontrarão, acima de tudo, cultura.
Estou considerando cobrar por comentários-propaganda (cof)
Seria muito interessante ver o centro de São Paulo se transformando assim.
Lá existem vários prédios históricos, belos detalhes arquitetônicos, museus, centros culturais e teatros, mas não é um lugar seguro para uma caminhada.
Pois é. Estou considerando a caminhada entre livrarias de 2013 nesse cenário otimista em que terá acabado a “guerra da cracolândia” (cof). Mas é de se imaginar que com a inauguração da Fatec e da unidade do Mackenzie a coisa melhore um pouco por lá
Sinto desapontar o comentarista, mas já vi mais assaltos no eixo Paulista-Jardins do que no Centro. E ando bem mais pelo Centro – onde, aliás, moro – do que pelos Jardins.