Os nomes brasileiros da "Granta", a saga
02/03/12 17:16Perdi a conta de quantos escritores (só uns três ou quatro, na verdade, estou me dando ares de grande importância aqui) me perguntaram se já tinham sido escolhidos os 20 nomes da edição com “Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros” da revista “Granta”, anunciada na última Flip.
Eu não sabia, ou não teria deixado o Ancelmo Gois dar antes a nota no “Globo” (droga).
Enfim. A decisão foi tomada na noite de quarta, num hotel em Ipanema, após quatro horas de deliberações dos jurados (Beatriz Bracher, Benjamin Moser, Cristovão Tezza, Italo Moriconi, Manuel da Costa Pinto, Marcelo Ferroni e Samuel Titan Jr.) para escolher entre os 247 textos inéditos enviados desde outubro à Alfaguara, selo de literatura da Objetiva, que publica a “Granta”.
Os 20 nomes serão conhecidos durante a próxima Flip, em julho, no lançamento da edição. Nem vou batalhar para descobrir os nomes antes disso, porque acredito que qualquer publicação prévia possa prejudicar os selecionados. Ou não. Será?
Bem. Façam suas apostas. Criem suas teorias da conspiração.
Podem me contar só as apostas, obrigada.
(Eu preciso admitir que acho ótimo que esse processo seletivo tenha acabado, porque todo escritor brasileiro com menos de 40 anos só pensava em mandar seus textos para a “Granta”, enquanto a gente tem aqui na “Ilustríssima” esse espaço lindo para inéditos. Cof)
O que eles dizem é que foram escolhidos autores “inovadores e marcantes”, com potencial para “despontar”. Considerando o tanto de assunto que rendeu a recente antologia “Geração 00”, feita por Nelson de Oliveira, a seleção pode dar o que falar. Ainda mais porque essa pretende, hm, meio que prever o futuro a partir de um texto, e não avaliar o que já foi.
E porque a “Granta” será publicada também nos EUA, na Inglaterra, na Espanha e na América Latina, com chance de chegar a outros países, um mundão editorial a perder de vista.
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Depois dos cafés literários, chegou o cof literário. Mas isso é assunto para um próximo post. Façam suas apostas. Criem suas teorias da conspiração.
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(No alto, na imagem, cascateei, porque o GIF animado que eu queria pôr aqui não entrou. Então fica sendo o equipamento do escritor do futuro, por Linus Nyström.)
oi raquel eu acho bonito eu tenho te uma amiga chamada raquel e ela e eu somos melhores amigas
Segundo essa nota no Publishnews, os autores saberão do resultado no final de maio, começo de junho, por aí:
http://www.publishnews.com.br/telas/noticias/detalhes.aspx?id=67362
Opa! Estaremos ligadas, cada uma por seu motivo 😉
Hmm voto em Tatiana Salem Levy, acho q ela estará la!
Raquel,
Você realmente esta comparando, em qualquer nivel que seja, a Ilustrissima com a Granta? O espaço de uma e outra para publicação de ficção? Você realmente acha que essa comparação é viavel?
Sinceramente, acho que essa sua imagem da Ilustrissima é fora de qualquer realidade.
Até porque, o caderno Mais! era bem melhor.
Saudações,
Diego
Poxa, você realmente não entende uma brincadeira, Diego, considerando que são dois perfis completamente diferentes de publicações? Atente para o “cof”
Não entendi a brincadeira, então.
Mas ha motivos para isso.
Primeiro, porque você, ao explicar o “‘cof” no comentario acima de osvjor, fala em “vaidade”, que poderia ser o caso, mas também em autoconsciência — de quê?, me perguntei. Consciência de que o espaço da Ilustrissima é tão interessante quanto o da Granta?
Segundo, a Folha.com e a Folha impressa adota freqüentemente um discurso de autoimportancia.
Isso inclui até misturar jornalismo com marketing — dois exemplos: 1) fazer chamada na capa de uma matéria sobre programa da TV Folha sem dizer, na chamada, que a matéria fala da TV Folha (a chamada fala apenas em “programa de TV”); 2) linkar na home (um jornal) matérias da Publifolha (uma editora). Todo mundo sabe que valor da publicidade na internet é também medida pelo numero de acessos. Uma vez que o leitor clica na pagina, o acesso esta contabilizado, mas nem sempre a matéria anunciada é a encontrada (contexto jornalistico x contexto publicitario).
Então se não entendi a brincadeira, não foi por ma vontade; foi por ser leitor da Folha mesmo.
Enfim, obrigado por responder.
Complementando: acho legal que as pessoas tenham orgulho da empresa onde trabalhem, mas o modo de mostrar esse orgulho, de promover a empresa, deve ser adequado. Por isso falei em marketing e em publicidade: entendi sua brincadeira como um elogio sério, e isso me fez pensar nos outros casos de promoção da empresa pelo jornal, do jornal por ele mesmo, ou pelos reporteres.
Ai, tenho essa péssima mania de nunca explicar ironia, então foi mal, culpa minha dar margem a leituras assim. É que não gosto de tratar os leitores como se precisassem ser levados pela mão, até porque sempre vai ter quem saiba mais do que eu sobre os assuntos que abordo aqui.
Mas, enfim, para explicar: como eu tinha acabado de citar que todos os escritores preferiram mandar o texto para a Granta, imaginei que estava claro que era só uma brincadeira no estilo “olha, deem uma chance, nós também temos espaço”. Em nenhum momento comparei a Granta à Ilustríssima.
O curioso foi que o primeiro comentário para este post, do Eduardo, foi dizendo que eu estava incensando demais a Granta.
E não sou eu quem poderia te responder sobre procedimentos da empresa, mas é claro que eu, pessoalmente, não acho a Ilustríssima ruim como você acha. Acho que falta melhorar muita coisa, que às vezes erramos a mão, outras acertamos. Vivo decepcionada com resultados, em especial quando saem textos meus, mas continuo aqui tentando fazer a coisa direito.
Em tempo: autoconsciência, para mim, é o que destrói a vaidade.
Ok Raquel! Obrigado, abraço!
Oi. Você ainda não me respondeu se vão publicar meu conto “Encontro com Luana Piovani no Lago dos Patos”, na Ilustríssima. Bjs.
Oi, Rynaldo, não fazemos seleção de originais, obrigada
olá Raquel! realmente gostaria que vc desse uma olhada no meu blog
publiquei uma crônica e gostaria de sua opinião
OK ?
Olá, Raquel!
Você teria algum conselho pra quem tá começando a fazer ficção? Tenho um blog de ficção científica, mas por ser um gênero desprezado ninguém me procura pra nada, parece que estou falando com as paredes… ah, também tentei alguns concursos mas fui sempre rejeitado, por isso desencanei… Uma luz, please!
obrigado!
Eita, nem soube desse concurso, passou que nem vi, também no final do ano passado estava tão enfiado em outro universo, que nem poderia ser diferente. Espero que o Daniel Galera esteja entre os selecionados… Abraço
Prezada Raquel, já me candidatei a uma publicação na Ilustríssima, mas penso que registrei a candidatura no e-mail errado. Qual é o canal correto?
Oi, Thiago! Só publicamos na Ilustríssima textos que nós mesmos encomendamos aos autores. Infelizmente, não temos equipe para fazer seleção de originais…
PEGANDO CARONA AQUI. Não é comentário. É um pedido. Poderias abordar a matéria da Folha de hoje (3/3) “Edição de ‘Mussolini’ perde dez capítulos”? Comprei o livro e já o li. Não sabia desse fato nem da supressão das notas,índice onomástico e fotos. Fui lesado. É um caso típico de estelionato (art. 171 CP). A Nova Fronteira quando era da família do Carlos Lacerda era decente e muito boa. Agora, da Ediouro, já vi que virou patifaria pura. Agradeço se escreveres alguma coisa. Abraços.
Arturo Gouveia (A Farsa dos Milênios e O Mal Absoluto) é ótimo, mas, não vai ser selecionado porque é paraibano.
“Perdi a conta de quantos escritores (só uns três ou quatro, na verdade, estou me dando ares de grande importância aqui)”
Ah, Raquel, como tava com saudade de passar pelo teu blog. Adoro teus textos (para essa última frase, imagine a entonação da Edna Mode, do filme “Os incríveis”, quando fala “Adoro suas visitas.”)
Minhas apostas? Daniel Galera, Michel Laub, Carol Bensimon, Antônio Xerxenesky e João Paulo Cuenca. Pode se considerar “apostas” aqueles pelos quais você torce — não exatamente os que você crê que entrarão na lista? Sempre me confundo nesse quesito…
Hahahaha, Edna Moda, que lembrança. Você me fez ganhar o dia a um minuto de ele acabar!
acho que se pode acrescentar tatiana salem levy, verônica stigger, andré sant’anna (talvez), carola saavedra e o t1una.
O André tem menos de 40?
48. tá conservado!
Tá?
Não li nada deles, mas torceria por essas autoras, ainda assim. O André, ai, que preguiça dele, viu?
Raquel, como faço para submeter um original à Ilustríssima? Quais os pré-requisitos – tanto do original – texto – quanto do já nada original autor?
não precisa ser de um tamanho específico, escrito em determinada fonte, cujo tamanho é tal, obedecendo a certas margens e enviado para o email correspondente, desde que o texto seja sobre. hem?
Ok, se tiver mais de 6.000 caracteres, com espaço, eu nem me dou ao trabalho de ler. Ajudou? =P
então vamos (até já incluí o rafael eheh) enviar!
😀
oi tudo bem
valeu, t, minha dúvida era justamente essa. obrigado pela resposta, Raquel.
Rafael, Tiago, só pra esclarecer: em geral a gente é que pede textos pros autores. Vocês podem enviar algo se quiserem, é claro, e vou dar uma olhada porque vcs avisaram aqui, mas não temos nenhum compromisso de avaliar tudo e dar resposta, ok? Infelizmente, somos uma equipe pequena. A gente mal consegue dar conta de avaliar livros que as editoras nos enviam, quanto mais sair lendo originais, já que somos jornalistas e não uma editora. Normalmente os inéditos a gente encomenda em vez de avaliar tudo o que chega. Explico isso porque comecei a receber uma infinidade de emails com originais depois que falei aqui com vcs… Beijo
raquel!
e nem cheguei a sequer olhar um para enviar! ahahaha
Ó, tô dizendo que vou olhar o que vc enviar, se vc enviar. Mas é que precisava escrever isso aqui, pq minha caixa postal atulhou! rs
foi!
Expliquei melhor no seu último comentário, Rafael. Acho que eu passei a impressão errada aqui, desculpe =(
Minha cara Raquel. Sempre tive um pé atrás quando uma meia-dúzia (aqui de 7) se reúne para deliberar o que é o melhor d’alguma coisa. Logo lembro o acontecido quando Luis Jardim com seus contos de Maria Perigosa derrotou o conjunto de contos de Guimarães Rosa que originou Saggarana. Como disse Lucila Soares no seu livro Rua do Ouvidor 110, “entrou para o folclore da literatura brasileira”. Além do que, como escreveu Rafael Cardoso na apresentação de seu livro A Arte Brasileira em 25 Quadros, “O presente livro já nasce polêmico, como todo estudo que parte do princípio antológico para abordar um assunto”. No caso em comento criou-se 7 pitonisas da literatura brasileira? Beijão.
To curiosa para saber o que essa meia dúzia de sete pensou. Vai saber se são os melhores, se não estão perdendo um Guimarães (que não o deixem escapar)
só tenho uma pergunta: o que significa o “cof” (só conheço como onomatopeia de tosse)?
O pigarrinho da vaidade, o pigarrinho da autoconsciência, por aí vai. Você pode fazer sua leitura quando chegarmos ao post, Osvaldo
Ok, um prêmio como este é bacana, mas será que você e outros veículos de imprensa não estão super valorizando?
Quantas vezes você viu uma antologia – ou uma seleção de textos de vários autores reunidos – realmente despontar aqui e no exterior e, outra coisa, o prêmio conta com VINTE selecionados… Impossível um número tão grande de “novos gênios”…
Literatura é algo muito além disso, Raquel… O livro que fica, que marca a história, vai muito além de “badalaçaõ literária”. Por que a Objetiva não optou por fazer um trabalho de divulgação e investimento na obra BEM FUNDAMENTADO e A LONGO PRAZO?
Acho que isso deve ser pensado. Por que divulgação de escritor novo ganha caráter de “premiação”/favor? Uma valorização assim não deveria ser um processo normal… empresas investirem de forma CONSISTENTE em gente nova e com potencial porque INCLUSIVE, elas poder vir a gerar rendimento futuro para essas empresas… Isso não deveria ser natural?
Pense nisso…
Obrigada,
Eduardo
Eduardo, a questão é que a Granta é a mais respeitada publicação literária inglesa. E a que sair aqui será publicada em todos esses países que falei –não, as antologias a que você se refere no Brasil nunca tiveram essa abrangência. Dito isso, isso é =P