O brasileiro lê ainda menos do que se pensava. E algumas curiosidades...
28/03/12 18:23Queria escrever sobre o Millôr. Digo, o Millôr na minha vida. Só uma história envolvendo “A Verdadeira História do Paraíso” e aulas de teatro no colégio. Nada, assim espero, documentado em vídeo para a posteridade. Mas texto com emoção demanda tempo. Precisa escrever, deixar descansar e, depois que assentar, reler e tirar tudo o que for piegas, o que em geral reduz o texto a um terço do que era inicialmente (às vezes também não sobra nada).
E, enfim, hoje é dia de fechamento da “Ilustríssima”, um momento da semana em que as horas duram no máximo 30 minutos, então achei melhor ficar num pragmático post sem emoção.
É que hoje foram divulgados os números da terceira Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada com 5.012 pessoas de 315 municípios no ano passado. A anterior, com o mesmo número de pesquisados, é de 2007.
Uma das informações principais da pesquisa, o fato de o brasileiro ler menos livros por ano do que informou a última pesquisa, saiu no meu primeiro Painel das Letras, de 11/2.
Tem uma coisa: talvez o problema esteja na forma como a pesquisa foi feita ou lida em 2007. É provável que os números estivessem errados antes, e não que a situação tenha piorado.
Mas seguem dados dignos de nota:
– O Instituto Pró-Livro destaca que os brasileiros leem quatro livros por ano. Primeiro, é importante ressaltar aqui, já que eles não fizeram isso na divulgação deles, que o número era 4,7 na pesquisa de 2007. A segunda coisa é que esse dado inclui livros lidos na escola. Tirando livros lidos na escola, o número era de 1,3 em 2007, que é o número mais real. E esse caiu neste ano também (não encontrei na pesquisa que eles mandaram agora, mas cobrei e atualizo aqui)
– A pesquisa considera como leitor aqueles que leram ao menos um livro nos últimos três meses. Por esse critério, 43% dos leitores são homens, ante 57% de mulheres.
– Os homens leem mais que as mulheres dos cinco aos 17 anos. Ou seja, na escola. Dos 18 aos 39, a diferença fica dentro da margem de erro. Dos 40 a perder de vista (ou a perder a vista. Desculpem, não me controlei), as mulheres leem mais.
– 48% dos leitores são estudantes, e 52% não são. Entre os não leitores, 16% estão na escola (gente…) e 84% não estão.
– Entre os escritores brasileiros mais admirados, Monteiro Lobato continua em primeiro, mas agora seguido de Machado de Assis, que tomou um fôlego e passou Paulo Coelho (que caiu do segundo para o terceiro lugar) e Jorge Amado (que caiu do terceiro para o quarto).
– Confesso que acho temerário Augusto Cury ter subido da 17ª para a 10ª posição, e isso é uma crítica com conhecimento de causa. Foi uma das piores coisas que li a trabalho. Padre Marcelo, nosso maior best-seller de 2010 e 2011, que não li, estreia na lista em 14º lugar, à frente de Manuel Bandeira (16º) e Clarice Lispector (19º).
– Fernando Pessoa aparece em 18º lugar entre os escritores brasileiros mais admirados. Não contem isso para os portugueses.
– Silas Malafaia, ele mesmo, aparece em 24º, à frente de Pedro Bandeira.
– A Bíblia foi o livro mais marcante na vida dos leitores que participaram da pesquisa, seguido de “A Cabana” e “Ágape”, que empurraram o antigo segundo colocado, “O Sítio do Picapau Amarelo” (que não é exatamente um livro, mas dá para entender o conceito) para a quarta posição. “Pequeno Príncipe” segue firme e forte em quinto lugar. “Dom Casmurro”, em sexto, fica imediatamente à frente de “Crepúsculo”.
– Sobre e-books, 17% já leu livros digitais no computador, 1% leu no celular e 82% nunca leu. Aliás, 70% nunca nem ouviu falar em livros digitais.
– Entre quem leu livros digitais, 38% lê livros piratas. Eu arriscaria dizer que muita gente que lê livros digitais piratas ficou com vergonha de dizer isso.
eu leio bastante, mas utilizo bibliotecas publicas, ou seja, meu habito de leitura não é computado pelas editoras.
Tem razão, marcia. Agora, essa pesuisa é sobre produção e vendas; a de hábitos de leitura saiu no começo do ano (linkei ela acima, no post), mas também tem número frágeis, apesar de também ser feita por um instituto respeitável
Pingback: Folha de S.Paulo - Blogs - Cresce número de títulos, caem tiragens de livros no Brasil. E outras curiosidades… | A Biblioteca de Raquel
Olá Raquel.
Gosto muito de seu textos, parabéns pelo trabalho !
Estou ansioso pela coleção “Folha – literatura Iberoamericana”, se não for pedir demais comente um pouco sobre isso quando tiveres um tempo.
Abraço !
Obrigada, Atila! =)
Só não sei se fica bem eu falar da coleção porque pode parecer propaganda da casa!
Maaaas posso dizer que achei a ideia muito boa. Todo mundo traz classicos a preços baixos, mas fazer isso com literatura contemporânea e só com nomões da região é uma bela sacada. Fiz as apresentações do Soldados de Salamina, que é um livro de que gosto muito, e do História do Pranto, cuja melhor resenha que já li foi a da Noemi Jaffe na Ilustrada, tempos atrás.
Pois é…também achei uma bela sacada da Folha para divulgar e fomentar ao brasileiro um pouco mais de sua cultura vizinha.
Há tempos que comento com os amigos sobre a falta de interesse dos brasileiros para com a cultura iberoamericana. Estamos cada vez mais anglófilos !
E penso que divulgações de forte apelo popular, como esta coleção da Folha, nos proporcionaria um envolvimento mais pessoal e crítico sobre nossos vizinhos e colonizadores, fortalecendo cada vez mais nosso senso de identidade.
Grande abraço e vou conferir seus textos com muito carinho !
Recomendo a todos q ainda ñ leram o livro do Pe. Marcelo, q leiam. Faz bem para a mente e para a alma…
Triste essa pesquisa – e mais triste ainda pensar que a tendência é só piorar.
E entre os que leram, nãoi seria o caso de verificar se o que eles leram foram livros mesmo? Explico:
Uma boa parcela de leitores é formada por pessoas que estão estudando para ingressar em vestibulares (ou já estão matriculadas em algum curso que pede, eventualmente, a leitura de livros). É sabido que existem vários resumos de obras à disposição – portanto, muitas vezes quando a pessoa enche a boca para dizer “li tal livro de Machado de Assis”, na verdade, o que ela leu foi o “resumão do Machado de Assis”…
e quem garante que os entrevistados foram sinceros em suas respostas? Os nomes mencionados são de escritores e suas obras conhecidas. Uma pessoa abordada na rua pode dizer que lê, mas na verdade o que faz é apenas dizer o nome de alguma obra e/ou escritor que conheça. A pesquisa poderia inserir na pergunta uma referência a partes da obra ou dados do escritor. Ai sim teríamos uma prova de que o entrevistado lê realmente.
É bem provável que muitos tenham aumentado. A gente vê isso mesmo entre jornalistas que cobrem literatura e não admitem que não leram o que não leram, que dirá entre quem não lê mesmo e é questionado sobre isso!
Na minha opinião isso só mudaria quando houver ações voltadas para as crianças. Os primeiros anos são onde se adquiri ou não o hábito da leitura. Tudo começa ali. Não precisaria investir muito para isso. Basta capacitar e fornecer material (livros) as professoras do ensino infantil para incutir nas crianças o gosto pela leitura. Os marmanjos são mais difíceis de adquirir o hábito da leitura, já entre as crianças é mais fácil. Não concorda?
“O Sítio do Picapau Amarelo” é um livro, sim…
O Sitio do Picapau Amarelo é uma série de livros, nenhum deles leva esse nome!
Cara Raquel, nem tudo está perdido: Machado de Assis passou a perna em Paulo Coelho!
Num é? 😉
O que mais me chocou foi a lista dos livros mais “marcantes”. Que beleza!
Mas garanto que se a pesquisa fosse feita via Facebook ou Twitter, os escritores mais lidos seriam Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu. 😉
Haha! Verdade. Qual o seu preferido? Ah, acho que chama “Apócrifo”
Acho que o pincipal erro aqui é juntar Padre Marcelo, Marta Medeiros, Jô Soares (Af Maria) com Lispector, Bandeira e Pessoa!
Isso NÃO PODE.
Mas quem fez isso foram os pesquisados! Era citação livre…
Raquel, achei bárbaro o seu texto… Adorei sua sinceridade, sua espontaneidade… Amei!
Mas eu fico aqui me perguntando… O último censo aponta 190 milhões de brasileiros… Você não acredita que um pouco mais de 5 mil pessoas numa pesquisa é algo meio “arriscado” afirmar alguma coisa?
Haha, obrigada. Fico meio sem filtro para escrever às vezes. Sobre o número de entrevistados, é assim que funcionam as pesquisas. Eles projetam dados a partir de um número bem menor. É a mesma coisa com pesquisas eleitorais, até menos gente, e os resultados costumam ser bem próximos da realidade.
Eu fiquei com a impressão de que uma parte dos leitores é formada por pessoas que ficaram com vergonha de dizer que não lêem.
Tem uma grande chance de isso ser verdade, Luciano. Soube que eles mudaram a primeira pergunta (que era “você acha importante ler?”) para não mudar os números finais, porque as pessoas ficavam constrangidas de dizerem que não liam depois de admitir que a leitura é importante. Mesmo assim, deve ter gente que diz que lê mais do que lê de fato.
To rindo sem parar com o trecho “Fernando Pessoa aparece em 18º lugar entre os escritores brasileiros mais admirados. Não contem isso para os portugueses.”. Incrível…. Muito bom seu artigo!
Abraços!!
😉
Ótima texto, apesar de, no meu ponto de vista, esta ser mais uma daquelas pesquisas tendenciosas com o selo Ibope (vide as eleições) de qualidade, no qual os dados se baseiam exclusivamente em porcentagem, e não no número real de entrevistados, o que facilmente manipula a opinião de quem a lê.
Realizada com 5.012 pessoas de 315 municípios? Isso dá aproximadamente 15 pessoas por cidade! Pra piorar, esta quantia não chega nem a 0,3% da população brasileira!
Como pode estes incríveis números informar a realidade brasileira, em toda a sua completude, num país tão amplo, seja territorialmente, culturalmente ou economicamente?
Este quadro piora ainda mais, se levarmos em conta que a pesquisa definiu um número de entrevistas proporcional ao tamanho
de cada unidade federativa (não ficando claro se territorial ou populacional).
Este tipo de pesquisa só serve para gerar comentários distópicos sobre a realidade brasileira.
Oi, Jerônimo! Obrigada pelo comentário. Mas estatística funciona assim mesmo. As pesquisas eleitorais são feitas com mais ou menos essa quantidade de gente –e costumam chegar muito perto dos resultados finais! Eles têm que escolher parcelas certas da população para não distorcer a coisa.
Uma coisa que chama a atenção nessa questão de preço de livros é que enquanto as livrarias on-line estão baixando os valores os sebos têm aumentado ridicularmente. Parei de comprar livro usado porque os novos estão mais baratos. Acho isso uma pena porque livro de sebo vem com duas histórias…
Boa definição, essa dos livros de sebos terem duas histórias ;-). Olha, tenho um conhecido dono de sebo, posso dizer que a vida não tá fácil pra eles, não…
Com relação à comparação entre quantidade de livros lidos por ano em 2007 (4,7) e na pesquisa recém divugada (4,0), resta saber também se essa diferença não é fruto da variação amostral. Eles usaram amostras, e diferentes amostras produzem diferentes resultados.
Essa diferença é muito acima da margem de erro, estatístico!
Raquel, você teve acesso ao documento final da pesquisa? Pelo texto eu não consigo saber se a diferença é muito acima da margem de erro. Ficarei muito agradecido se você me informar como posso obter uma cópia do documento.
A margem de erro aparece no primeiro link que coloquei; ela é relativa, não absoluta, de 1,4 pontos percentuais. De modo que, do 4,7 de 2007, estaria nessa margem se ficasse agora entre 4,63 e 4,76
E tive acesso, sim. Me dá seu email que eu mando!
http://perse.doneit.com.br/paginas/DetalhesLivro.aspx?ItemID=1425 Publiquei meu livro “O que aconteceu nos 13 anos em que trabalhei na Noite. Sexo, drogas, álcool, loucura e mentiras.” enfim. É possível ler gratuitamente 50 páginas do livro. Comprãoooooo para eu pegar a pensão dos meus filhos e não precisar assaltar o mercado aqui do bairro.
Este livro tem como público alvo: todos aqueles que gostam de uma boa literatura, aqueles que se interessam pela noite paulista, aqueles que pretendem montar um bar, restaurante ou balada. Entre 1994 e 2007, trabalhei em mais de 25 estabelecimentos, a pior experiência da minha vida, que me prejudicou pelo resto da minha vida.
Tive acesso à pesquisa anterior (de 2007) para um trabalho acadêmico e, entre o susto de constatar o que já imaginava e a esperança de ver índices em alta, agarrei-me à esperança. Ansiava resultados ainda melhores e que funcionariam, por si só, como incentivo a outros possíveis leitores. Apesar das diversas campanhas e dos projetos com esse fim, fico me perguntando se o quadro é reversível – ainda que, necessariamente, isso exija um esforço de década(s). Sensação de caminhar, caminhar e nunca chegar. Pior ainda, retroceder.
Olá Raquel,
Uma perguntinha: e os preços, como ficam nessa história?
Gosto muito dos seus comentários e acompanho muitos deles pelas indicações da Denise Bottmann via twitter.
Muito bom o seu post.
Um abraço,
Marcos Veiga.
O preço do livro? Vem caindo na última década, dizem as pesquisas da indústria, embora nao o suficiente para ficarem baratos, porque as tiragens no Brasil sao muito pequenas. Mas há dois problemas maiores que o preço: 1) o fato de uma imensa maioria de municípios no Brasil nem ter livrarias e 2) o fato de que não há políticas de leitura abrangentes no Brasil, então mesmo quando tem acesso o leitor não se interessa. =\
O problema dos preços é complicado.
O preço é alto porque as tiragens são pequenas e as tiragens são pequenas porque o preço é alto.
E se nas grandes capitais o preço é alto, onde os salários são melhores, imagine nos outros municipios.
A melhor política de leitura que o governo poderia fazer é cortar impostos para baratear livros impressos, eletrônicos e e-readers.
Absurdo que os impostos do kindle sejam mais caros que o aparelho em si.
Pois é! Tá parada no Senado a proposta de desonerar os e-readers.
“Eu arriscaria dizer que muita gente que lê livros digitais piratas ficou com vergonha de dizer isso.”
Bem complicada essa questão. Por um lado, ninguém quer que os autores dos seus livros favoritos morram de fome por causa da pirataria. Por outro, desde que minha irmã me deu um leitor de ebooks (Sony Reader) em 2009, eu devo ter lido uma média de 3 livros por mês (uma meia dúzia comprados nos sites de ebooks americanos, o resto pirataria), motivado simplesmente pela absurda conveniência da coisa toda. Livros de qualidade, atualizados, de graça e sem ter nem que sair de casa pra buscar? Como é que vc não cai de boca?
Eu certamente ficaria com a consciência mais tranquila se pudesse ir na biblioteca da minha universidade local e achar nela todos os livros que eu encontro facilmente em PDF na rede. Mas aí eu vou na biblioteca, e a edição mais recente que eles têm do Gene Egoísta (Richard Dawkins), por exemplo, é da década de 80. Na rede, vc acha a versão revista e atualizada que saiu alguns anos atrás. Muito complicado.
Olha, Marcelo, entendo vc. Eu nao preciso ler piratas pq recebo PDF das editoras para ler a trabalho. Não sei se daria conta de só comprar. Por outro lado, já comprei bastante na Amazon –onde ainda não há editoras nacionais e o livro é mais barato
acho que a única complicação é se o livro não está disponível.
Duas coisas:
– Esse Painel das Letras é bom mesmo, né? Pesquisei aqui para ler um e 2 das 2 notas que li me interessaram bastante (editais Funarte e Hornby na Cia, a saber). Depois tenho que correr atrás para lê-los todos: senão vou ser surpreendido por muita coisa que você tinha falado há séculos.
– Saudade de comentar aqui. Continuo lendo (e compartilhando no face). Pow, alarmantes os dados. Se não estou apoplético é por causa do humor misturado aos dados.
Abraço!
Duas coisas
– <3
– Será que deveria ter sido mais comedida? rs. A gente ri para não chorar…
Pronto, cumprida a promessa. Já me atualizei e posso testemunhar que sou um ser humano mais feliz. 😛
Não deveria. Quando a gente não conseguir ver a verve da Raquel, começaremos a mandar cartas indignadas aos censores.
[Isso me fez lembrar que citei você na versão “enhanced” da entrevista que fizeram comigo pro caderno jovem da Gazeta do Povo. É só fazer Ctrl+F e buscar seu nome para não ler o resto, se não se interessar 😉 Tó, o link http://oleitorcomum.blogspot.com.br/2012/02/egopress.html ]
Haha!
Que chique! Gracias. Vou compartilhar 😉
“Dos 40 a perder de vista (ou a perder a vista. Desculpem, não me controlei)”… essa foi cruel com nós, velhotes ceguetas… 🙂
O panorama descrito parece desanimador. E com a morte do Millôr a gente descobre o Twitter que muita gente nem sabia quem era o Millôr. Tratei logo de informar à minha filha e mostrar uns livros do Millôr pra ela.
Boa! Vc viu o tumblr “Quem é Millôr?”
vi, sim. inacreditável. ou talvez seja só gente muito jovem. aí dá pra entender, embora seja lamentável.
Raquel, acho que tem um erro aqui: “Entre os estudantes, 48% são leitores, 16% não são (gente…). Entre quem não estuda, o número de leitores cai para 52% e o de não leitores sobe para 84% (vish!)”
Como o número de leitores CAI para 52% entre quem não estuda, se entre quem estuda apenas 48% o são?
É verdade, tem um erro! Eu devo ser uma não leitora de pesquisas. rs. Brigada, vou arrumar!
Raquel, ainda sobre esse dado, não seria o caso de dizer que “dos leitores, 48% são estudantes e 52% não são, e dos não leitores, 16% são estudantes e 84% não são”? Assim as estatísticas fecham, e dizem alguma coisa bem diferente…
Abraço
Eu percebi isso e já tinha arrumado! Gracias 😉
Se O Pequeno Príncipe continua na quinta posição é sinal de que as candidatas a Miss continuam lendo. Continuam alfabetizadas.
É o maior “long-seller” (best-seller a longo prazo) da história do Brasil! Continua nas listas de mais vendidos anuais, entra ano e sai ano…
será que não é uma assinatura da lista e por isso sempre consta? ou o esqueceram, tá em pdf. eheh
é inexplicável. as candidatas da venezuela compram seus exemplares no brasil?