Amazon quebra silêncio com palestra no Brasil
11/05/12 00:56Em 2011, 5 milhões de e-books em inglês foram vendidos pela Amazon em países onde não se fala língua inglesa, especialmente o Brasil. Só no primeiro trimestre de 2012, já foi metade disso. O que significa que, até o fim deste ano, mais de 10 milhões de e-books em inglês devem ser vendidos fora de EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália etc.
Não tenho parâmetro para falar desses números, mas foi justamente por isso que eles me chamaram a atenção. Em geral, a Amazon divulga porcentagens (“de tantos livros vendidos, tantos foram e-books”), não números totais, o que é sempre um bom truque para usar os números a seu favor sem necessariamente revelar quais eles são.
Dez milhões é pouco mais do que “Ágape”, do Padre Marcelo, vendeu em um ano e meio (quase 8 milhões), e “Ágape” vendeu mais do que quase qualquer livro que você possa imaginar.
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Os tais 10 milhões apareceram na palestra de Pedro Huerta, o executivo de conteúdo para Kindle na América Latina, que falou ontem no Congresso do Livro Digital. Tendo ido aos dois anteriores, me sinto à vontade para dizer que foi a melhor conferência que acompanhei das três edições.
Em especial porque a Amazon, esse demoninho, nunca dá o ar oficial de sua graça no Brasil –temos uma média de zero entrevista à imprensa desde que resolveu entrar neste mercado, e, tirando conversas com editoras, nunca tinha se manifestado tão abertamente por aqui.
Mas também porque Pedro Huerta, é preciso dizer, é um showman. Na boa, não sei como foram as últimas conversas com editores, mas, se eu fosse um deles, estaria antes do fim da palestra com o contrato assinado, sem prestar atenção nas letras pequenas. O cara é um missionário, como bem definiu Carlo Carrenho, um dos sócios do Publishnews.
Huerta nasceu no Peru (“você voa até Manaus e vira de bicicleta à esquerda”) e estudou engenharia em alemão (“algo tão difícil quanto as negociações com editores brasileiros”). Por nove anos, foi presidente da gigante Random House no México. Isso até a Amazon bater à sua porta. Digo, telefonar. “Quando a Amazon liga, você atende. Sempre”, ele diz.
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Essa equação (Amazon ligar e você atender) não tem sido tão simples desde que Huerta se propôs a convencer editores brasileiros de que a varejista americana é uma boa parceira. Editores brasileiros, afinal, não mais difíceis do que estudar engenharia em alemão, e as condições do contrato da Amazon não são nenhuma maravilha, segundo relatos.
Mas o discurso de Huerta no congresso foi inteligente. Ele usou o próprio passado como editor para argumentar: “Como editor, distribuidor, autor, professor, livreiro, o que quer que seja, enfrentar o digital tem uma implicação definitiva na sua vida. Você entra num mundo do qual não há saída e tem de abrir mão de ideias que nunca mais recuperará.”
O mote de convencimento (“em menos de 60 segundos, qualquer livro em qualquer idioma disponível para você”) ganha força num mercado como o latino-americano, onde não é tão fácil quanto nos EUA encontrar livrarias físicas –que dirá o livro que você procura nelas.
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Entre os números que Huerta mostrou, com ênfase no Reino Unido (escolhido como exemplo justamente por não ser tão avançado quanto os EUA no mercado digital), estão os de compras de consumidores antes e depois da aquisição do Kindle: nos 12 meses anteriores à aquisição, um assinante da Amazon compra dez livros; nos 12 meses posteriores, são 30, entre físicos e digitais.
“Se você perguntar o que reinará nesse mercado em 2015, ninguém saberá responder. Nem Amazon, nem Google, nem Apple” (quiçá o Sebo do Messias). O argumento da Amazon: na dúvida, digitalize tudo, resolva as questões de direitos autorais e saia arriscando.
A Simon & Schuster, uma das maiores do mundo, serviu de exemplo. Nos primeiros seis meses de 2011, 16% de seu faturamento correspondeu à venda de e-books. No primeiro trimestre deste ano, o número já chega a 26%. Com um detalhe importante: a venda de fundo de catálogo, ou seja, dos livros lançados anos atrás, é sempre “infinitamente maior” no digital do que em papel, sem que a editora precise gastar mais dinheiro com logística.
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Outra questão, mais polêmica, tem a ver com o preço do e-book. Conhecida por achatá-los a um nível kamikaze para editoras, a Amazon defende que descontos aumentam as vendas –passado um dia deles, disse Huerta, as vendas se mantêm mais altas que antes.
Terminada a palestra, microfones abertos para perguntas, algo raríssimo em qualquer evento envolvendo a Amazon, não houve editor capaz de questionar as condições de negociação da empresa, consideradas predatórias por quase todo o mercado.
Mas não houve quem no mesmo auditório deixasse de aplaudir quando, horas mais cedo, o inglês Jonathan Nowell, executivo da Nielsen Bookscan (que mede vendas de livros na boca do caixa), disse que editores deveriam pensar em saídas digitais e complementou: “O que não podemos fazer é entregar nosso reino a Amazon, Google e Apple.”
Eu comprei um dvd de ópera na amazom-rossine la pietra del paragone 2007 e ainda não chegou e êles querem saber se gostei do protuto,fazer algum comentario.Como sempre comprei e nunca deu problema não tenho mais o número do pedido e o e-mail deles e agora não sei se compro de novo ou espero um pouco mais? obrigado
Já faz alguns meses que todas as entregas internacionais ao Brasil estão atrasando, Valmir. Não é coisa da Amazon, são imbróglios da alfândega, algo assim (não acompanhei essa história de perto). Em resumo: espera mais um pouco…
A conta que não fecha é todo mundo querer ficar rico. Aí não fecha mesmo. Sugiro criar a lei da classe média. Ninguém pode ser rico e ninguém pode ser deixado pobre.
Isso não chama comunismo? =P
raquel,
somando todas as opiniões aqui presente, parece que os leitores do blog andam favoráveis e mais conscientes acerca do livro digital que os editores brasileiros.
Acho que os editores têm mais preocupações, visto que é o ganha pão deles e um modelo de negócio que eles ainda não sabem se vai funcionar. Agora, as primeiras pessoas que conheci a consumirem o livro digital como produto eram todas editores!
A impressão que eu tenho é que a Record é um exemplo pra gente pensar o digital.
Olha só: ela publica, sim, uma récua de gente, inclusive iniciantes totalmente desconhecidos da literatura e uma penca de outros estilos de livro, e está vivendo; tem gente que não publica nada disso e está morrendo. Por quê?
O que eu quero dizer é que a Record ganha por diversidade. Porque vende 50 numa edição e 550 mil noutra.
Enfim, desconsiderando os exageros, o digital é exatamente isso: as editoras vão pagar as edições pelo conjunto do catálogo, que quanto maior melhor.
Uma vez que os editores não têm os inúmeros custos exclusivos do livro físico, então, a edição não vai ter de se pagar logo sob pena de virar picadinho, entende? Todos os livros – os esgotados também – podem continuar vendendo. Mesmo que a conta-gotas. Diferente de hoje que, quando um livro se esgota ou não vende logo, todo o trabalho dispensado ali se perde.
Se você vai no site da Companhia das Letras, por exemplo, você encontra muita gente pedindo pra republicarem livros esgotados. Basta entrar numa universidade pública qualquer no Brasil que estudantes e professores lá estão xerocando vários livros esgotados – impossíveis de achar ainda em sebo. (O ponto aqui não é a moralidade da xérox, certo?)
E o digital é até melhor pra uma grande editora, que tem um catálogo variado. A própria Record, com o digital, por exemplo, poderia prescindir do galpão cheio de estoque, cheio de livro interessante também – porque não encalha só livro ruim. Se estivessem disponíveis digitalmente, esses livros estariam vendendo. Pra mim, pra todos nós.
Curioso vc citar a Record, Alan. Você está certíssimo quanto a ela ganhar pela diversidade (embora eu tenha restrições a editoras que atulham o mercado de livros), mas é uma das grandes editoras que menos investem no livro digital.
Raquel, tenho uma dúvida, como assim vc compra um e-book? Eles te liberam uma senha pra ti ler em algum lugar, ou te enviam um arquivo poe e-mail, por exemplo? me explique por gentileza!
Na Amazon, vc clica na compra do livro pelo site e ele é automaticamente descarregado no seu Kindle (sem que ele precise estar conectado ao computador, é wireless mesmo). É o único método de compra que uso
Como editores da Ophicina de Arte & Prosa, fizemos agora nosso primeiro ebook. Foi bom? Ainda não sei. Não temos resultados (ainda). Mas, com certeza, não há o incomparável, o indiscutível prazer de tocar, folhear, sentir o cheiro. Por outro lado, sabemos, nós que vimos nascer o celular, que este caminho do livro digital é sem volta. Ainda que por um tempo, seja adequado e recomendável para os didáticos e paradidáticos, para os romances, poesias, épicos e tantos outros, o papel ainda chama.
Sou fã da AMAZON … A dificuldade deles vai sempre “bater” da legislação, burocracia, altos impostos e logística !!
Creio que algumas editoras irão quebrar , mesmo não sendo essa a vontade da AMAZON ! Ela só quer “acreditar” no Brasil e isso é ótimo para nós consumidores !
Eu adoro comprar na Amazon, Rogerio, mas acho as condições deles predatória pras editoras, e não há mercado que sobreviva em condições predatórias. Se a editora não lucra, não produz, e aí como ficam os consumidores? Não dá pra pensar só em consumo quando se pensa no mercado (roubei essa frase de um entrevistado recente, rs). E a Amazon não está exatamente batalhando pelo consumidor, é um modelo de negócio…Dito isto, adoro comprar livros a 9 dólares 😛
Tambem sou fã do seu trabalho ! Respeito a opinião e vou pensar melhor…
De qualquer maneira, ninguem segura a AMAZON e podemos aprender muito com eles .. Acho que no final vai ser bom !
att.
;-), Puxa, brigada! Pois é, eu também não tenho uma opinião assim tão definida. Vejo vantagens na chegada da Amazon e ao mesmo tempo temo efeitos dela sobre o mercado. Mas vai que é como disse o missionário, rs, digo, o Huerta: com a chegada da Amazon, a gente pode deixar conceitos estabelecidos definitivamente para trás
Tenho comprado sistematicamente ebooks da amazon ao preço medio de U$ 10,0. Para quem mora no interior, longe de livrarias fisicas boas, é uma grande mudança. Mesmo porque com a facilidade e acesso a lançamentos, é difícil deixar de comprar. É até perigoso, precisa controlar o impulso…
Sim! Eu já teho uma pilha virtual de pivros não lidos no Kindle… Um perigo pro bolso da gente! Rs
Taí o grande e novo campo a ser explorado nos e-books: a compra por impulso.
Costumo dizer que tenho alguns “preços mentais” que me fariam consumir desbragadamente. Se um pocket-book custa 9,90 , por exemplo, fica difícil resistir. Minha estante tá cheia deles, a maioria na fila de leitura.
Por outro lado, fico meses namorando um livro de 49,90 antes de comprá-lo.
É óbvio que, se o preço cair e a quantidade de unidades vendidas continuar a mesma, a conta não vai fechar.
A aposta (e o risco) é acreditar que à 5,00 ou 10,00 reais, se vai vender muito mais livros.
Ou os editores são míopes (e não veêm essa chance) ou não tem fé na expansão do mercado brasileiro.
Se o livro digital D. Pedro I de Isabel Lustosa custar R$ 5 Reais e o livro físico custar R$ 45 Reais, eu ainda vou preferir o livro físico.
Olha, Gildo, nesse caso eu prefiriria o digital! Para mim tanto faz ler em um ou em outro formato, o que importa é ler.
T., na verdade é a conta mais difícil de fechar. Porque precisa de um modelo novo de negócio. De modo simples, quando mais barato o livro, mais se precisa vender pra ele se pagar e gerar lucro ainda.
Pra colocar um livro à 5 reais, ele ia precisar vender mais de 100 exemplares pra isso, dependendo do livro. Pra muitas editoras vender essa quantidade em ebook é muito difícil. Não vale a pena.
Concordo com você, m. E acho difícil também esquecer os direitos autorais nesse meio. O tema soa conservador demais em tempos digitais, mas há uma coisa que não pode ser ignorada: se o autor não for ganhar dinheiro pelo que escreve, ele não vai escrever. Ponto. Acho que é mais fácil falar em abrir mão dos direitos quando você nunca vendeu nada mesmo ou quando você já ganhou o suficiente, como o Paulo Coelho. Tem muita gente nesse meio termo que, acredite-se ou não, ganha uma graninha importante com direitos autorais. (t., fica valendo como resposta pra ti, tb ;-))
pois é, M.
a chave é que vc disse: é um novo modelo, novas expectativas etc.
digo que precisa ser 5 reais pq nossa cultura internética, a princípio, não aceita pagar mais do que isso. vide a questão da música.
mas tem livro físico que é lançado (taí a record pra provar) que não vende 100 exemplares. e aí tem a questão do armazenamento, transporte etc.
quem escreve literatura sabe que não vai ficar rico ou pagar a conta da tv a cabo. e o livro físico não vai acabar.
esobre o fetiche, a raquel (+ jose) tem a pilha dela no kindle pra provar que talvez seja por aí mesmo |P
A questão é que com o livro impresso, dá pra você calcular sua margem com mais segurança. “Ok, vou imprimir 500, porque esse é o público desse livro”.
Com ebook, não dá, muitas vezes é um dinheiro que você investe e morre ali.
AINDA. Isso vai mudar. E aí as contas vão fechar.
A questão digital ainda é muito complicada. É fácil falar que os livros devem custar até 5 reais. Mas aí a conta da editora não fecha. E agora?
São outros modelos, outras regras e outros paradigmas.
Não acho que se “entregue” algo nem a Google, Amazon ou Apple. Até porque nenhuma delas pede exclusividade.
É mais jogo pras editoras estar em todas as plataformas, todos os fornecedores, do que não estar.
Fazer e-books no Brasil ainda não é rentável. Mas é questão de posicionamento. Você pode até estar deixando de ganhar dinheiro, mas você está lá. E por enquanto, estar é o que importa.
Eu acho que o equívoco nisso é que todos os envolvidos, editores, autores, livreiros, pensam o digital como o livro de papel. Não é. Depois de um investimento compartilhado (entre digital e papel, pois o processo é um e o mesmo) na produção do livro, isto é, revisão, edição de texto, criação de capa, o digital vai pro ar e fica lá para sempre, não custa nada, só vai vendendo e rendendo para a editora e o autor, o que é isso, gente? Enquanto isso, o papel é impresso, gasta papel, tinta, hora-máquina, gente, empacotamento, expedição, frete, chega na loja toma poeira, é consignado, e no finalzinho da cauda longa vira papel picado, ou, sei lá, conhecem aquela piada do editor que se suicida se atirando da pilha de livros encalhados… Além do mais, o que é melhor para um autor e/ou editor, vender 3 mil livros a R$35 (os numeros enganam, pois 50% são da loja e uns 30% do que sobra é o custo de impressão, sem contar frete), ou vender 300 mil livros a R$12, com o percentual da loja, ok, mas sem custo adicional nenhum? A CONTA FECHA. TRANSBORDA.
Oba, quero uma conta que transborde. Agora, a sério, existe o vício do mercado com o mecanismo no papel, mas a Amazon não tava ajudando muito nesse sentido. Digo, não sei como ficaram os contratos na conta final, mas sei que eles chegaram no Brasil se oferecendo a comprar livros dos editores por 30% do valor, enquanto livreiros compram com 50% de desconto. E queria poder estipular o preço final do livro, que é o que todo livreiro faz, mas que eles, pelo tamanho que têm, podem fazer de forma canibalizadora sem ter prejuízo, enquanto a editora passa a ter problemas com outras livrarias, que passam a exigir mais descontos do que recebem para poder igualar com o preço da Amazon. A conta acaba ficando um pouco mais complicada do que parece nesse sentido.
É bem verdade que assim que meus livros entraram na loja (Amazon.com), já vieram com 20% de desconto para o leitor. Eu bem que gostei, vender barato é comigo mesma. Mas ao que eu saiba, a Amazon é que banca, isso é, eu recebo o percentual pelo preço cheio. Quanto aos 30%… não estou por dentro de todas as negociações, claro, mas como eu costumo dizer em crônica… não seria o contrário?? A Amazon fica com 30% e a editora com 70??? Nisso é que dá muita conversa e pouca informação, rsrs. Eu como editora pequena tenho uma negociação de editora pequena, não posso revelar números, mas em nenhum momento me senti prejudicada em nada… nada mais desfavorável do que as livrarias brasileiras, pelo contrário… Ah, e sou eu que determino o preço dos meus livros do jeito que eu quero.
Não, a Amazon queria comprar pagando só 30% do valor, dei até nta sobre isso no Estadão. E ela é quem banca o desconto final, sim, mas imagina isso pra quem vende pra centenas de outras livrarias físicas e virtuais; as outras vao exigir descontos maiores, como modelo de negócio para uma grande editora é o caos. Você tem a vantagem de ser uma independente, Noga, sem uma imensa estrutura a ser adaptada. Sua estrutura tá nascendo junto com esse formato, o que torna as coisas bem mais fáceis de lidar pra vcs!
Sim. TRANSBORDA. Mas em quanto tempo? Quanto capital de giro a editora tem que ter pra esperar transbordar?
Um livro impresso, se tudo der certo se paga em dois anos, mais ou menos.
Um ebook, ainda não se paga. Não no Brasil.
É, falta o aparelho de leitura pro ebook pegar. Agora, não tem a logística de distribuição nem estoque, que demandam tempo e grana, então nesse sentido se pagará mais facilmente quando as pessoas tiverem e-readers de fato. Daí vem outra questão que vale discussão: não tendo custos de impressão, distribuição e estoque, a porcentagem do autor poderia ser maior. Ainda não é o que acontece, até onde sei
O fato de ainda ser caro comprar um Kindle ou um Nook, não impede de se ler o e-book. O aplicativo Kindle pode ser baixado para qualquer máquina, e não é tão ruim assim ler no notebook. Até comprar meu tablet, eu lia direto no notebook.
Olha, Inalda, o aplicativo é ótimo, mas confesso que minha vista doeu horrores por ler dois livros inteiros no aplicativo para Kindle no notebook, no início do ano! Mas ler no próprio Kindle é uma maravilha =)
O mercado digital não começou do dia para a noite lá fora também. O problema do Brasileiro é esperar um retorno imediato em qualquer investimento. Em um primeiro momento as contas podem não fechar, e o mercado digital seria apenas um caça-niqueis, já que os mesmos livros seriam publicados nos dois formatos. Mas como tempo, insistência e o acesso a leitores digitais em conta, o mercado digital decolaria aqui também, como está decolando nos outros mercados que já embarcaram nessa nova era. Falo nova era porque apesar do choro e do protecionismo das editoras, os livros digitais vieram pra ficar… não dá pra frear o progresso. Se você tentar, acaba sendo esmagado por ele.
Editores Brasileiros querem ter lucros altos sem investir muito. Por isso que os livros aqui são caros.
Concordo plenamente com você, Daniel. Depois é mais fácil criar desculpas como “o brasileiro não gosta de ler”, ou “a renda do brasileiro é muito baixa” etc etc etc…com o livro digital não vai ter mais desculpas de que a “logistica é cara”, de que “o papel é caro” etc…
se tivesse sido mais clara a pergunta então!
pq, diferentemente do estoque físico, justamente não há um estoque virtual, não há custo de transporte, entre outras coisas.
logo, essa conta diminui bastante, não? talvez fique mais fácil de fechar.
será que é necessário a formação de leitores digitais ou somente fomentar “público leitor”? pq, pra este último, nada como uma campanhazinha de marketing bem feita, talvez não de um título em si, mas do formato do produto, já inicie o processo.
recordo que no surgimento do cd, várias pessoas compravam os discos sem ter um tocador de cd.
a questão é que não pode raciocinar em cima do livro virtual como se faz com o físico. que acha?
Raquel, quem é o autor da figura do post abaixo, a figura do mimimi (keep calm etc)? Parece que ninguém sabe… rs
Pois é, eu sempre dou o crédito, mas essa ficou involuntariamente de Creative Commons, rs. Criações internéticas. Se o autor se manifestar, coloco aqui o crédito com louvor….
questão complicada, mas nem tanto. talvez seja esse arriscar mesmo mencionado.
uma idéia que talvez esteja muito fechada é a que somente quem tem leitor digital compra livro digital. ora, se há um livro esgotado fisicamente, por ex, mas a r$1,99 (levando-se em conta que livros virtuais devem custar no máximo em torno de 5 reais), como virtual, mesmo não tendo leitor digital, comprar-se-ia (aproveitar as aulas) para ler no pc.
livros virtuais devem ser vendidos como se baixava mp3 no início: fetiche, fissura em ter. por isso, devem custar no máximo 5 reais. mais do que isso, não vale e gera dúvida. mas que editora quer isso? nenhuma. mas, no caso, ganhando-se dinheiro em cima.
é outra cultura de venda etc. poucos são os que enxergam isso, no meio. se fossem mais organizados, nem precisariam necessariamente da amazon. poderiam vender os livros virtuais no próprio site da editora.
enfim.
quem ganha com a vinda da amazon são os autores independentes, a princípio.
É, a coisa só vai andar quando começarem a surgir de verdade os leitores digitais por aqui. Algum editor fez ao final uma pergunta sobre a conta não fechar, considerados os descontos, mas a pergunta era tão enrolada que o Huerta não entendeu (ou se fez de desentendido, o que é mais provável, rs)
A maioria dos editores ainda tem medo do mercado digital. E mesmo quando colocam um pé, este está completamente protegido: os preços incompatíveis com o que o mercado exige hoje. Escrevi um ensaio sobre isso que pode ajudar a entender melhor: http://blog.fimdolivro.com.br/2011/05/aquiles-e-tartaruga-ou-o-paradoxo-dos.html
A lógica do mercado precisa ser renovada, Raphael, como você escreveu.
Eu estou usando o Kindle para Iphone e Ipad e lendo meu primeiro livro digital em inglês – sugestão de um artigo que li – The Lady in Gold.
Estou achando ótimo, apesar de minha velocidade não ser das melhores. Estou dentro.
Olha, o Kindle para iPad é ótimo, mas teste um Kindle em si. Você não vai nem sentir diferença em relação a um livro. Você até esquece que não é papel. E o Kindle ainda tem uma bateria tipo infinita, é bizarro!
Fui comprar um Kindle touch esta semana. Preço: 139 dólares, impostos: 159 dólares! Desisti. Realmente Raquel, é bizarro!
Pois é, a Amazon está justamente esperando a desineração da importação para entrar no Brasil. Pelo site não vale a pena comprar. Tem que pedir pra algum amigo que vá para os EUA trazer. Meu marido e eu compramos os nossos assim…
Eu comprei o kindle pela Amazon mesmo. O preço o imposto é absurdo sim, mas ao invés de ficar esperando infinitamente, já estou usufruindo muito das facilidades principalmente pra ler ao ar livre
Como vocês ficaram sabendo o imposto que pagariam?
Fui comprar diretamento pelo amazon.com e até o ultimo momento da compra estavam me cobrando apenas U$ 107,00 dolares para o brasil (kindle touch s/ 3g).
Falou que era sugeito a imposto mas~o site nao mostrou nada de valores.
Se puderem me informar serei grato.