Cresce número de títulos, caem tiragens de livros no Brasil. E outras curiosidades...
11/07/12 13:41Foram anunciados hoje os resultados da Pesquisa de Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, realizada anualmente pela Fipe/USP, sob encomenda do carioca sindicado dos editores (Snel) e da paulistana Câmara Brasileira do Livro (CBL). Refere-se a 2011.
Coloco aqui os principais destaques, como fiz com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, mas não sem antes fazer as ressalvas também feitas naquele caso. A principal: o Fipe é um instituto da maior credibilidade, mas há que se levar em conta que os números em cima dos quais eles trabalham são merecedores de alguma desconfiança.
Como só há uma editora com capital aberto no país, a Saraiva, as outras casas não são obrigadas a disponibilizar seus números e não gostam de fazer isso. O desafio anual dos responsáveis pela pesquisa é convencer as editoras de que os números que elas passam não serão repassados para o mercado, apenas a somatória de todos os números.
Outra ressalva é que só uma parcela das editoras do país, estas estimadas em algo em torno de 500, participa. Neste ano, responderam ao questionário 178 editoras, das quais 128 podem ser “emparelhadas”, ou seja, podem entrar na comparação do ano a ano porque também responderam no ano passado. Mas, como todas as grandes editoras entram nessa conta, as participantes correspondem a 57% do faturamento do setor.
Escrevi a respeito no caderno “Mercado” desta quinta, com destaque para como o mercado editorial hoje depende das compras feitas pelo governo para não encolher.
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Aos números que mais me chamaram a atenção, então:
— Em 2011, foram editados 58,2 mil títulos, entre novos e reedições, ante 54,8 mil em 2010, um aumento de 6,28%.
— O crescimento do número de exemplares produzidos foi menor, de 1,47% (passou de 492 milhões para 499 milhões). O que significa, na comparação com o número de títulos, que o mercado está trabalhando com tiragens menores. É um movimento curioso. Num mercado em crescimento, o natural seria que as tiragens também crescessem (como lembraram nos comentários, isso tem a ver também o fato de a reimpressão hoje ser bem mais barata, e a estocagem, cada vez mais cara).
–O crescimento de faturamento no setor foi de 7,36%. Descontada a variação de 6,5% do IPCA, foi um crescimento apertado, de apenas 0,81%. Em 2010, descontada a inflação, o crescimento de faturamento com vendas para o governo e para o mercado tinha sido de 2,63%.
— Considerando só vendas ao mercado, houve decréscimo de 3,27% no faturamento. Em 2010 já tinha havido decréscimo, de 2,24%.
— O número de exemplares de livros vendidos ao mercado cresceu 9,8%. Você pode entender que o brasileiro está comprando mais livros, quiçá lendo mais.
— O preço médio do livro caiu 6,11%, se considerado só o mercado (isso explica o faturamento cair, apesar de a venda de exemplares crescer). Não é nada que você possa perceber: o preço médio da venda das editoras para as livrarias (que fica em torno de 50% do valor final do livro) passou de R$ 12,94 para R$ 12,15.
— A maior queda de exemplares produzidos foi no subsetor de obras gerais, ou seja, a ficção e a não ficção que entram nas listas de mais vendidos. Nesse caso, houve queda de 26,5% no número de exemplares e um crescimento de 8,74% no número de títulos. Outra vez as tiragens: para se manterem nas livrarias, que privilegiam lançamentos, as editoras preferem lançar mais títulos em levas menores.
— Se o preço médio do livro para o mercado caiu, o preço nas vendas para o governo teve um aumento de 6,55%, chegando a uma média de R$ 7,48. Snel e CBL dizem que o valor para o governo varia ano a ano, porque há ano em que o governo compra livros para crianças pequenas, que podem ser mais caros, em outros compra livros para adolescentes. O fato é que em 2010 esse preço médio também tinha crescido.
— Um dado curioso diz respeito ao subsetor religioso, no qual as vendas para o governo tiveram um aumento de 487,2% (porque a base inicial era muito baixa). Antes que alguém questionasse por que um Estado laico estaria comprando livros religiosos, a CBL esclareceu que esse número diz respeito a editoras que se identificam como religiosas, mas que não necessariamente os livros vendidos são religiosos. Hm.
— Depois de três anos de crescimento expressivo na participação do total de vendas ao mercado, o porta-a-porta teve uma queda brusca. Em 2010, representava 21,66% das vendas. Agora, representa 9,07%. Crise na Avon, maior vendedora do porta-a-porta? Crescimento de outros meios, como vendas em igrejas e templos (que passou de 1,26% para 4,03%)?
— O faturamento com e-books foi de R$ 869 mil, sendo a maior parte, quase R$ 400 mil, em obras gerais, cuja oferta nesse formato é mais variada que a de livros didáticos, religiosos ou técnicos. Anyway, não chega a 0,02% do faturamento total do setor editorial.
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As imagens acima são da Jane Mount, que criou um projeto, o Ideal Bookshelf, pelo qual ilustra fotos de livros em prateleiras. Eu já o tinha linkado aqui na biblioteca em 2010, mas agora tem novidade: em novembro sai o livro inspirado no blog. (Em jornalismo, isso que fiz, de colocar imagens que não trazem informação sobre o texto, chama-se “pôr um calhau” =P.)
Raquel, o André Barcinski publicou hoje um post sobre a coletânea da Granta…e não é que o assunto também está rendendo no blog dele? rsss….eu realmente não entendo o ser humano!
Haha, eu vi. Essa caixa de comentários teve uma repercussão que só vendo…
Belo post. Melhor ainda quando se lê os comentários, exceto o da nervosinha lá (há de se notar o aumento da agressividade na era pós-modem-de-56k).
A questão é por demais complexa. E falando com (nova) experiência de alguém que está divulgando sua primeira obra, com uma tiragem até boa para uma editora pequena – 2000 – é uma questão também frustrante, e olhe que não falo isso por estar vendendo pouco, nem é esse o caso, falo porque é um retorno árido, semi-invisível mesmo: escrever é brincar de trapézio sem rede de proteção.
Às vezes, me pergunto se a culpa não é dos próprios literatos, que insistem em forjar uma aura de distância. Uma frase tua na Flica está na minha cabeça há meses: “a maioria dos escritores brasileiros acha que faz alta literatura”, ou algo assim. Os desdobramentos não poderiam ser mais verdadeiros.
Abs
Um fator quase nunca é comentado, mas que eu acho importante e deveria entrar nas pesquisas, é o número médio de páginas dos livros vendidos no Brasil.
Reparei que os best-sellers brasileiros têm em média 100-200 páginas. Você confirma?
Eu vendo o livro Dianética através de meu programa de rádio e depois que o leitor recebe a obra em casa e vê que tem 600 páginas, ele perde o ânimo de ler.
Isso é confirmado por sua experiência no tema?
Cem páginas eu não diria, Lucia, mas 200 acho que sim, acho que a maioria fica por aí. Ultimamente vejo muitos livros enormes, seja algo como Liberdade, do Franzen, ou algo como as Crônicas de Gelo e Fogo, que dominam as listas hoje.
não seria de 200 a 300? eheh
sobre livros grandes, depois de “ulysses”, emendarei com “seu quirino”, um romance de 822 páginas, com apenas um parágrafo, sobre as ruminações de um homem que uma vez descobriu que sua mulher era na verdade um travesti, do jonatas costa ferreira.
e aí talvez, quem sabe, um “homem sem qualidades”. ahaha
porém, uma pergunta provocativa: quando o autor deixa de ser novo?
Quando fica encardido? =)
ou quando a primeira tiragem grande dele encalha! (se bem que a pequena também….).
nos sebos, há escritores consagrados que são verdadeiros encalhes. até me surpreende que editoras relancem as obras deles.
(só um ps: parece que ontem, no ims, na festa da granta e talz, os escolhidos foram questionados e o responsável falou que eles colocam quem quiser. eheh)
Mas é, não é? A Granta coloca quem a Granta quer colocar. O povo fala como se fosse concurso público, como se fosse possível selecionar objetivamente um autor pela qualidade do texto, como se isso fosse objetivo –e, pior, questionam o jornalismo que não se baseia no ressentimento deles… Se ressentimento fizesse bom jornalismo, Tio Rei seria realmente o rei =P
Sobre encalhes, pois é, um dono de sebo me disse que Jorge Amado e Lygia são recordistas de encalhes. E não param de sair reedições!
Raquel, qual é o seu ritmo de leitura de livros? Por exemplo, quantos livros você lê por mês/ano?
Olha, Sérgio, depende muito. Tem época que preciso ler até dois livros por semana, tem época em que estou envolvida com pautas que exigem a leitura de outros documentos e acabo não conseguindo ler nada. Só sei que na última viagem em férias, quase sem acesso à internet, li três livros e vários quadrinhos franceses (rs). O acesso à internet atrapalha muito também. Uma coisa importante: sempre leio até o fim livros sobre os quais vou escrever, mas, se não for escrever sobre o livro e achar o livro ruim, paro no meio sem dó.
Difícil calcular assim, enfim. Você sabe quantos livros lê por mês/ano?
Hahahahaha…é, a Internet é uma grande inimiga da leitura.
Bom, eu não gosto de largar livros já começados; prefiro insistir na leitura, mesmo não gostando muito, afinal, posso mudar de opinião mais pra frente. Na verdade, o único livro que comecei e não terminei foi “A Ratazana”, do Günter Grass, que odiei.
Enfim, o meu ritmo varia. Ler livros não faz parte do meu trabalho (infelizmente…), então sigo um ritmo ditado pela minha vida. Geralmente leio 2 livros simultaneamente: um romance e outro de história/filosofia/biografia. Não gosto de ler dois romances ao mesmo tempo.
Realmente, é díficil calcular uma média, mas devo ler algo em torno de 25-30 livros por ano.
Aliás, o que vc acha melhor: ler o máximo possível de livros, para ter contato com mais autores e obras; ou ler menos, porém “degustando” mais cada livro, relendo trechos, deixando ideias sobre ele amadurecerem em sua mente? A mesma questão se aplica a música: é preferível conhecer diversos artistas e albúns, ou focar em alguns, notando as nuances das canções, a performance da cada instrumento, os significados das letras?
Haha, ler dois ao mesmo tempo, pra mim, só a trabalho, mesmo. Por mim, leria um de cada vez, sem mais nada para atrapalhar. Mas leio rápido, o que ajuda. Sobre ler mais, sabe do que sinto falta? De conhecer mais autores a fundo. Acho que li muitos autores, mas de raros eu li muitos livros sabe? A outra opção seria ler mais livros de menos autores. Talvez fosse melhor,nesse sentido de que você fala de “desgustar” mais
Venho tendo esse mesmo sentimento nos últimos tempos. Outra dia li uma entrevista na qual o entrevistado era questionado sobre qual era o seu autor favorito. Daí, comecei a pensar nisso, que, mesmo dos meus autores favoritos (Dostoiévski, Tolstói, Machado de Assis, George Orwell, Hermann Hesse etc.), li poucos livros, e de nenhum a obra completa. É que é difícil estabelecer um programa de leitura, pois sempre surgem livros para “fura a fila” – seja um livro que vc ganha, seja um livro que vc vê em uma promoção, seja um livro que vc pega emprestado, seja um livro que um livro tem ligação com o que vc está lendo, seja um livro que alguém comenta que é bom.
Raquel,
Gostei Muito do Artigo!
Traz indicadores interessantes; exemplos: o número de títulos aumentou e “o brasileiro está comprando mais livros, quiçá lendo mais”.
Mas, no meu entendimento, a consistência da produção literária nacional ainda depende muito do Seu Trabalho; i.e. de toda a mídia especializada em Literatura.
E, infelizmente, não são todos os que estão dispostos a explorar novos autores e títulos. Ainda vejo no jornalismo literário muita inércia, preguiça e outros intere$$e$.
Coisas do tipo: Se eu escrevo sobre Machado de Assis, sobre Saramago ou sobre Clarice Lispector, terei um bom número de leitores. Se eu faço a resenha de um best-seller americano, recém lançado nos cinemas, alcançarei um maior público. Se eu cubro a Blip – nome hipotético de evento literário – consigo publicar a matéria no jornal.
Enfim, leitores e escritores carecem da ousadia de Jornalistas que saibam construir uma ponte que transponha-nos da mesmice.
Salutos! Jorge
Oi, Xerxes. Tentar a gente tenta. Agora, você não tem noção da quantidade de livro que chega nos jornais. Mesmo grandes autores ficam ali de lado, com resenhas pequenas ou sem resenha nenhuma. Há muita, muita coisa ruim, também. Você passa os olhos e vê que é ruim. E daí o que é bom acaba se perdendo no meio. De todo modo, acho curiosa a crítica quanto a escrever sobre novos autores quando mesmo os novos autores não leem os novos, só querem emular velhos autores e falar mal de outros novos que eles ainda não leram.
Agora, o que sempre fiz, no Estadão e na Folha (embora aqui um pouco menos, já que acumulo funções, com o Painel das Letras, a edição da Ilustríssima e o blog), foi buscar recortes nada relacionados a lançamentos. Para ficar em alguns exemplos, o uso de lei Rouanet para a publicação de livros, o impacto de políticas de livro e leitura, o papel de instituições públicas como a FBN, a tradução de brasileiros para o exterior, o caminho de escritores até entrar no mercado no Brasil. Aliás, justamente o excesso de livros que chega na redação, do qual falo acima, me inspirou a escrever no Estadão uma matéria sobre superprodução de livros, uma matéria que inclusive questiona procedimentos das grandes editoras, que alguns leitores adoram dizer que a imprensa defende (se soubessem quanta gente em editoras me odeia por causa da coluna, não falariam isso).
Mas, enfim, não importa o que eu faça, sempre vai ter gente acusando disso ou daquilo. A gente aprende a lidar, estamos aqui dando a cara a tapa. Se for uma crítica com sugestão concreta, pode até ajudar, pena que quase nunca é. E muitas vezes é só agressividade gratuita, essas coisas que a internet proporciona… beijo, Raq
Oi Raquel,
Desculpe-me se me expressei mal.
Não foi uma crítica dirigida à Você ou ao Seu Blog – percebo o seu esforço por realizar um trabalho diferenciado.
Estou me referindo ao padrão das notícias que leio sobre a Literatura nos jornais, nas revistas e nos blogs. Poucas acrescentam, a grande maioria é realmente muito superficial e insossa, eterna repetição.
Imagino que deve ser a mesma impressão que Você tem quanto a avalanche de livros que recebe.
A gente não pode generalizar.
O grande desafio é o seguinte: como filtrar, destilar, tocar a essência? Trabalho para verdadeiro alquimista…
Beijo, Jorge
E no fim ninguém sabe criar a pedra filosofal… rs. É mesmo um desafio
(metáforas a parte) será?
Sim, é. Seguimos tentando.
sempre me assusto com a tiragem da cosac (pois é uma das poucas editoras a colocar o número de exemplares). sempre acho imensa (em torno de 3000 eheh). talvez por isso tenha operado quase sempre no vermelho.
Mas as grandes e médias costumam trabalhar com esse número, né? Vez por outra a gente vê uma menor trabalhando com 1.500, coisa assim (lembrei agora dos 150 mil volumes que a Leya teve de recolher)
sim. mas é um número que me assusta. se não for da lista de mais vendidos ou algo com um trabalho de propaganda bacaninha, é basicamente certo de encalhar, não. e aí vem o que vc já sabe muito bem.
Libro de lista costuma sair com uns cinco, dez. Mas, de fato, é difícil vender 3.000 cópias de um livro de literatura
Vide que a Cosac ultimamente tem feito muitas promoções pra ver se consegue se livrar dos estoques.
Nesta pesquisa fica distinto publicações independentes, onde o autor realiza via editora, porém banca os custos? Será este o motivo do menor número de exemplares?
Não é, Carla, porque os exemplares dos independentes também não entraram na contagem…
“Anyway”? jura? não existem palavras suficientes em português? que mico.
É um blog, é informal, não sofre por isso. Faço tudo segundo a cartilha nos textos “off-blog” (ups, off, outro estrangeirismo. Aliás, blog sozinho já é um estrangeirismo, que mico). =P
Putz…será que não dá para ler em paz um “blog” num “site” sem me deparar com comentários mal-humorados? rsss..Logo logo a Raquel e outros blogueiros vão ter que colocar um “disclaimer” alertando que a linguagem de um “blog” pode (e deve??) ser informal…Um dia escrevo um comentário sobre uma conversa que tive sobre este tema com o Professor Pasquale Cipro Neto, num vôo Congonhas-Brasília, há uns cinco anos…
Ô, Marcelo, por leitores como você vale a pena. Vc tem toda a liberdade para criticar e discordar, é claro, mas a vida aqui seria bem melhor sem a agressividade gratuita =)
Mico mesmo eh não saber receber critica.
(mico também eh escrever tudo errado, mas o teclado não eh em portugues)
Se eu não soubesse receber críticas, não teria aceitado seu comentário, como tanta gente faz quando tem blog. Acho só que há maneiras e maneiras de fazer uma crítica. E que é realmente cansativo quando ela é feita de forma agressiva. Se vc não tivesse feito questão de usar o “jura?” e “nenhuma palavra em português” e “que mico”, eu responderia apenas: puxa, que pena que incomodou, não foi minha intenção incomodar ninguém.
Mico mesmo é ser pedante por motivo besta e ainda querer ter razão.
=) (tks, Bruce)
Mico é não ter teclado em português e reclamar por causa de algumas palavras em inglês…
Hahahaha <3
Ótima matéria, Raquel. Tenho só uma dúvida: esse parâmetro utilizado para ver um “real” faturamento não induz a erro? Digo: o IPCA é medido com vários produtos e seus pesos na economia. O que não significa, necessariamente, que a inflação no setor dos livros foi de 6,5% ao consumidor amplo. Digamos que a inflação no setor tenha sido, em média, 2%, aí o “real” faturamento (descontada a inflação) seria mais alto, não? Essa referência é utilizada há anos?
Atenciosamente,
Ian
Excelent post, Raquel! A queda nas tiragens e ao mesmo tempo o aumento no número de títulos é explicada pelo avanço da tecnologia de impressão digital que apresenta custos decrescentes ano a ano. Em breve a necessidade de grandes tiragens, para viabilizar um preço menor, será coisa do passado.
Sim, verdade, é um fator. Como estocar é muito caro, também… Anyway, é bizarro um país do tamanho do Brasil ter tiragens tão pequenas, né. O Franzen ficou assustado quando soube que o “Liberdade” vendeu “só” 20 mil por aqui, ele acostumado com o gigantesco mercado americano
Sobre a estocagem… caramba, isso não vai se resolver tão cedo! Pelo menos eles parecem ter aprendido a lição. Contudo, será que a 34, a Record e a Cosac estariam a fim de fazer uma doação para um jovem bacharel? 😀
=)
Estranho essa queda das vendas de porta-a-porta. Há dois meses assisti a um painel sobre licenciamento e um representante de uma associação do setor disse que uma característica da “nova classe média” (bingo!) era apostar na educação dos filhos, com expectativas de ascebnção social, e que por isso livros eram um setor em alta. Mas, ao mesmo tempo, era um público que não tem o hábito de entrar em livraria – pelo contrário, sente até um certo medo. Por isso, o porta-a-porta estava crescendo, especialmente em setores de de autoaperfeiçoamento e paradidáticos. Bem, talvez ele estivesse trabalhando com dados de 2010.
Sugestão de foto: http://www.business-spotlight.de/files/business/leadimages/_avonauschnitt.jpg
Sim, certamente ele estava trabalhando com dados de 2010, porque esta nova pesquisa só foi consolidada tipo no último mês. O porta-a-porta cresceu por três anos seguidos e de repente teve essa queda… Haha, adorei a foto! Vou procurar algumas outras 😉
É sempre bom acompanhar esses números, muito embora as ressalvas que você fez sejam significativas. Não entendi os seguintes dados:
“– Considerando só vendas ao mercado, houve decréscimo de 3,27% no faturamento. Em 2010 já tinha havido decréscimo, de 2,24%.
– O número de exemplares de livros vendidos ao mercado cresceu 9,8%. Você pode entender que o brasileiro está comprando mais livros, quiçá lendo mais. ”
Descresceu o faturamento, mas cresceu o número de exemplares vendidos,certo? No entanto, como se explica a pequena queda no valor de venda das editoras para as livrarias? Tenho certa dificuldade de entender esses números…
O que significa vendas em templos e igrejas? Bíblias e afins?
Obrigada pela informação. Boa matéria, essa.
Oi, Iara, obrigada. Vamos lá.
As coisas de que você fala estão diretamente relacionadas: o número de exemplares vendidos cresceu, mas, como houve a queda no preço médio do livro, o faturamento cresceu menos que a inflação. Era essa sua dúvida?
Vendas em templos e igrejas: não frequento (rs), não sei como é em templos evangélicos, talvez algum leitor mais informado possa ajudar. Em católicas, será que tem igreja vendendo tipo o Ágape? Eu não saberia…
Raquel
O número de livrarias e editoras evangélicas tem crescido consideravelmente nos últimos anos, talvez proporcionalmente ao crescimento do número de evangélicos no país. Há, também, inúmeras igrejas evangélicas que possuem livrarias em seus templos, o que favorece as vendas. Creio também que o aumento do consumo de livros por esse segmento, assim como o de CDs, tem influência direta do aumento da renda das classes “C” e “D”, nas quais é grande o número de evangélicos. Não sei se o meu comentário foi útil…
Sim, vc PRECISA tornar esse blog mais multimídia. Vou ser sua assistente! 🙂
Haha, eu juro que sempre coloco umas fotinhos quando dá, mas fica difícil em tempos de correria. Vez por outra vejo um vídeo legal, mas daí quando vejo você já postou, e eu prefiro retuitar seu post que postar a mesma coisa 😉