Painel das Letras: O Fórum da Record
06/10/12 03:00A organização do Fórum das Letras de Ouro Preto, criado em 2005, desistiu de desistir da edição deste ano.
O cancelamento tinha sido anunciado em julho, meses depois de Guiomar de Grammont, idealizadora do Fórum, virar editora-executiva na Record. Mas a Record resolveu apoiar o evento, marcado agora para o período entre 22 e 25/11. Em troca, o Fórum homenageará a casa carioca, que completa 70 anos neste mês.
Ontem, o evento foi autorizado a captar R$ 766 mil via Lei Rouanet. Pelo prazo curto, Guiomar acha que arrecadará menos, e por isso focará em escritores nacionais. Nélida Piñon, autora da Record, abre o evento, mas Guiomar diz que haverá autores de outras editoras.
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Pé atrás com o digital
Editoras que tiveram livros comprados pelo governo no último edital do Plano Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) foram recentemente convidadas a participar do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) Alfabetização na Idade Certa. Foram selecionados para uso em sala de aula 75 dos mais de 250 títulos adquiridos para bibliotecas.
Mas um detalhe incomodou editores: a exigência da cessão de uma cópia em PDF de cada obra adquirida. Para o sindicato de editores, a compra de livros impressos não pressupõe o uso do conteúdo em formato digital.
O MEC diz que o uso é só para projeção em sala de aula e que ninguém é obrigado a participar, embora editoras de mais de 60% dos títulos já tenham dado seu aval.
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Infantil Questões existenciais permeiam “A Incrível Fuga da Cebola” (acima), da italiana Sara Fanelli, que a Ática lança em dezembro. Ao fim, o bulbo que foge da frigideira pode ser destacado do livro e virar brinquedo
Sintomas do amadurecimento
Editoras têm percebido que suas equipes enviadas à Feira de Frankfurt estão cada vez maiores. Sônia Jardim, vice-presidente da Record, brinca que vai em excursão, com seis editores da casa —resultado, em parte, da divisão de cargos pós-saída da diretora Luciana Villas-Boas, no começo do ano.
A Sextante, que em 2011 mandou três pessoas, desta vez vai com cinco. Para o editor Marcos Pereira, isso é sinal de amadurecimento do mercado, hoje menos centrado na figura do diretor editorial.
No começo do ano, após a sociedade com a Penguin, a Companhia das Letras também mudou sua estrutura, criando cargos de publishers e editores sêniores.
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A jato Os escassos quatro meses que Maria Helena Rouanet teve para traduzir as 370 páginas de “O Caçador de Pipas” foram moleza perto do prazo que terá agora para as 512 de “The Casual Vacancy”, de J.K. Rowling. A carioca teve o nome confirmado nesta semana, e a Nova Fronteira programou o romance para a primeira semana de dezembro.
Parceria Os agentes Valéria Martins, da Shahid Produções Culturais, e Stephane Chao, responsável pela obra de Alberto Mussa, uniram esforços. João Gilberto Noll e Ana Maria Gonçalves são os primeiros a terem seus livros trabalhados no exterior.
Preparação 1 A escolha da Alemanha como homenageada da Bienal do Rio de 2013—ideia com a qual o Sindicato Nacional de Editores de Livros retribui o tributo ao Brasil na Feira de Frankfurt no ano que vem—poderá conferir um toque mais literário ao evento carioca.
Preparação 2 É essa a impressão de Sônia Jardim, presidente do Snel, a partir das sugestões já recebidas de editoras, do instituto Goethe e da Feira de Frankfurt, parceiros na empreitada. Diferentemente dos EUA, país homenageado em 2010, a Alemanha não é pródiga em best-sellers comerciais.
Intercâmbio Antônio Moura será o primeiro autor a viajar pelo Programa de Intercâmbio de Autores Brasileiros no Exterior, da Biblioteca Nacional. Vai no dia 28 para a Inglaterra, onde saiu “Rio Silêncio”. Em novembro, vão à Argentina Altair Martins (“A Parede no Escuro”), Andréa del Fuego (“Os Malaquias”) e Bernardo Carvalho (“Nove Noites”).
Católicos Autor do best-seller “O Último Papa”, romance baseado na teoria de assassinato de João Paulo 1º, o português Luís Miguel Rocha estará na Flipoços 2013, em Poços de Caldas. Seu “A Mentira Sagrada” foi lançado neste ano pela Jangada.
Evangélicos Gilberto Freyre e Celso Furtado debateram com teólogos em 1962, no Recife, o lugar dos protestantes na nossa sociedade. Na “Conferência do Nordeste 50 Anos Depois”, o metodista Anivaldo Padilha, o presbiteriano Joaquim Beato e outros reavivaram a discussão. O resultado em livro será lançado pela Mauad.
Indiano A obra-prima de R.K. Narayan (1906-2001), uma das maiores vozes da literatura indiana, sai pela Guarda-Chuva em dezembro. “O Guia” foi adaptado na Broadway —trata de um homem que ajuda a amante a virar dançarina— e, agora, traduzido por Léa Nachbin.
Brasília – O Ministério da Cultura vai distribuir para todo o país ao menos 20 mil livros contendo o detalhamento das 53 metas do Plano Nacional de Cultura. Com 214 páginas, a publicação pretende divulgar os objetivos desta década para o setor e, assim, possibilitar que gestores públicos, artistas, grupos de cultura popular e tradicional, produtores e cidadãos em geral possam acompanhar e contribuir para a execução do plano nacional.
Quando?
raquel,
não tem muito a ver com o tópico, mas resolvi ilustrar uma experiência recente: resolvi comprar o livro “rostos na multidão” (cujo título é baseado na edição em inglês (será que o livro todo? talvez desista, eheh) infelizmente), da mexicana valeria luiselli. no site de uma grande livraria, o livro de 29,90 custa 23,62! no site da própria editora, existe uma edição digital a 19,90 (sic). é assim mesmo que esperam formar (e consolidar) um mercado digital?
Acho que o mercado digital só vai se formar quando existirem aparelhos de leitura suficientes. E espero que, quando isso acontecer, as editoras estejam preparadas para trabalhar melhor esses preços…
Para Raquel!!
Letícia nem olhou para o quadro da indústria, ficou procurando algo no quadro da cultura, de vez em quando fazia um biquinho e perguntou.
– Cadê Monteiro Lobato? To vendo o Jeca Tatu, mas o Lobatinho não ta ai.
Maria Aparecida e Dona Carla olharam para o quadro, a procura do grande escritor.
– Esqueceram de colocar, mas não se preocupe vou conversar com o diretor do museu para fazer um novo com a foto dele em destaque. Disse Maria Aparecida.
Mais uma porta era aberta, Maria Aparecia e Dona Carla a ultrapassam, Letícia ficou sozinha olhando o quadro e baixinho disse.
– O paizinho da Emília!
E em sua imaginação ela viu Monteiro Lobato bem no meio do quadro, Letícia deu um lindo sorriso e correu para o próximo cômodo.
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Terminei este conto
– Vocês demoraram, fiquei preocupada. Disse ela.
– Tia Iolanda! Que bonequinha é essa? Pergunta Letícia.
– Eu a fiz nesta tarde. Disse a negra.
– O rostinho dela é cor de rosa. Disse a menininha.
– O nome dela vai ser Emilia? Perguntou Dona Carla.
– Emilia não! Vai ser Anastácia! Disse Letícia.
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