Painel das Letras: Best-seller azarado
05/01/13 03:00Marcus Zusak, autor do best-seller “A Menina que Roubava Livros” (Intrínseca), não ficou feliz com a publicação em novembro, pela Bertrand Brasil, de seu romance “O Azarão”. “É desapontador ter assinado para meus dois primeiros livros [‘O Azarão’ e ‘Bons de Briga’, que sai em breve pela Bertrand] um contrato que não me dava o direito de interferir em quem os publicaria em outros países. Eu me culpo por ter sido jovem e ter ficado feliz por ser editado”, disse à Folha.
A australiana Scholastic negociou os dois títulos com a Bertrand em maio. Em agosto, informou ter recebido oferta mais alta da Intrínseca, editora que Zusak diz ser “sua favorita em todo o mundo”. A Bertrand se recusou a voltar atrás. Alegou que o contrato já estava fechado.
Frutos infanto-juvenis
“Poesia na Varanda”, com versos para crianças de Sonia Junqueira e ilustrações de Flávio Fargas, teve nada menos que 2,5 milhões de cópias vendidas em 2012, entre aquisições do MEC, de secretarias de Educação e fundações e outras entidades país afora.
Com isso, o grupo mineiro Autêntica, que agrega os selos Gutenberg e Nemo, aumentou as vendas de seu catálogo infanto-juvenil de 165 mil em 2011 para quase 3,5 milhões em 2012 –um crescimento de 2.000%.
Recentemente, a editora anunciou que em 2013 focaria em títulos adultos após o sucesso dos juvenis. Agora, destaca o lançamento de autores nacionais e traduções de clássicos para crianças e jovens.
Infantil Diagnosticada com dislexia aos 12, Sally Gardner relata o drama de um garoto com a doença em ‘Maggot Moon’ (imagem acima), vencedor do Costa Children’s Book Award; livro sai neste ano pela WMF Martins Fontes.
Pelo país A pequena Terracota, que só vendia pela internet e em eventos, fechou parceria com a distribuidora Acaiaca. Busca apresentar ao país os autores estreantes em que costuma apostar. A casa já atua nesse sentido, juntando, em coletâneas, estreantes a consagrados como Moacyr Scliar e Xico Sá.
Mulheres 1 Sheryl Sandberg, COO do Facebook, fez questão de um prefácio de uma brasileira bem-sucedida nos negócios, assim como ela mesma, na edição nacional de “Lean In: Women, Work and the Will to Lead”, programado para abril pela Companhia das Letras. O nome da prefaciadora ainda é mantido em sigilo.
Mulheres 2 A executiva americana também preparou para a edição dados específicos sobre a situação profissional das mulheres no Brasil. Neste mês, a editora põe no ar um site sobre o livro.
Biografia “Vagina”, ensaio de Naomi Wolf sobre o impacto cultural do órgão sexual feminino, sai neste ano pela Geração Editorial. O título causou alvoroço em 2012 ao ser censurado pela Apple.
Moda 1 A Record promete dar “tratamento luxuoso” a “Grace”, memórias de Grace Coddington, diretora artística da “Vogue” americana. O livro sai em outubro, por ocasião das semanas de moda do Rio e de São Paulo, com tradução do jornalista Hermés Galvão, da “Vogue Brasil”.
Moda 2 O editor Carlos Andreazza diz que o convite a Galvão inicia um modelo ao qual pretende recorrer com frequência: convidar tradutores que não sejam profissionais na tradução, mas especialistas nos temas dos livros.
Poesia 1 A Biblioteca Nacional analisou anteontem o recurso do poeta Marcus Fabiano pela anulação do prêmio a “Carlos Drummond de Andrade: Poesia 1930-62” (Cosac Naify), sob os argumentos de que a inscrição só poderia ser feita pelo autor ou mediante autorização por escrito dele e de que uma edição crítica não poderia concorrer a um prêmio autoral.
Poesia 2 A instituição deve se posicionar depois de amanhã. Petição on-line pela anulação do resultado reúne cerca de 150 assinaturas.
Atualiação: Liguei na FBN na segunda em busca do resultado da análise do recurso. Fui informada de que o resultado original do prêmio, embora já tivesse sido divulgado no site da fundação, só tinha sido publicado no “Diário Oficial da União” naquela segunda. Daí que, legalmente, me informaram, o resultado da análise do recurso não poderia sair no mesmo dia. A última informação que tive é a de que sai amanhã.
ainda bem que somos brasileiros… e bom humor nunca nos falta 😉
=D
Raquel, nos 40 anos da morte de Soledad, a infeliz mulher do cabo anselmo
http://boitempoeditorial.wordpress.com/2013/01/08/soledad-nas-vesperas-da-morte/
Raquel, minha querida, o que é um “tratamento luxuoso” num livro da Record? Será com capa em tecido adamascado enfeitado com rendas e gregas? Ou virá com iluminuras tipo góticas? Porque em termos de erros de revisão, seus livros (os que ultimamente li) tem carradas deles.
Haha, Cesar! Sabe que tenho achado esse problema recorrente em livros de várias editoras conceituadas? Será a pressa do mercado em publicar hoje em dia?
Raquel, ou pressa ou má remuneração aos revisores. A Leya, na 1ª ed. do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil dá o Aleijadinho como escultor. Na edição ampliada ele já vem promovido como escritor. Se sair uma terceira tá sujeito a vir como estripador ou estuprador. Ultimamente tenho lido livros de duas editoras portuguesas (Relógio D’Água e Cavalo de Ferro) e esses problemas revisionais são inexistentes.
Meu Deus, como assim escritor?? (Espero que pelo menos não venha como o meio termo “estrupador” rs)
Oi Raquel, comenta meu Embrulho líquido, vai? Sou traveca mas tenho tutano de poeta, né não?
Do que estamos falando? =P
Mandou bem Raquel! Bacana a citação do recurso do poeta Marcus Fabiano e da petição publica que agora já possui mais de 200 assinaturas.
No fim, saiu só hoje o resultado (o original, com Drummond) no Diário Oficial –o que significa que vai demorar ainda mais uns dias para poderem anunciar o resultado do recurso, que na teoria já está decidido. Se alguém souber algo e quiser falar, tá aqui o espaço!
Às vezes tua coluna parece mais uma coluna social do que qualquer outra coisa. Significa.
Mercado editorial e coluna social, tudo a ver. Sabia que em vários países são comuns contratos que tornam escritores reféns a vida toda? Autores como Stephen King e Le Carré só agora, por conta de uma lei que passa a ter efeito neste ano, terão o direito de decidir sobre seus primeiros livros, se querem vê-los publicados ou não. Passaram quatro décadas sem poder opinar. Mas, enfim, tô só jogando conversa fora, já que vc se deu ao trabalho de ler e comentar a coluna social
Nossa…de cada 10 notinhas dessa coluna, 8 noticiaram sobre escritores estrangeiros…
Não trabalho com cotas, Oscar, mas, se vc for ver as três colunas anteriores, a maior parte delas é sobre autores nacionais.
Começou animado o ano! Sera que veremos posts com dezenas de comentarios transloucados em breve? Uhu! Ahahah
Haha, ó aí o Gustavo respondendo sua pergunta hahahaha
ahahah!
não foi minha intenção, sério!
mas bom saber agora que vc tem uma coluna social de personalidades estrangeiras.
em dez anos, seus escritos estarão em consultórios!
Hahahaha
O sr T ( ou será sra???? )riu, riu e riu mas não disse a que veio…nem coragem pra escrever o seu nome aqui, esse ser tem…lamentável…
O Thiago Luna está sempre por aqui, quase sempre com o próprio blog linkado, sempre assinando t, por estilo, e não como anonimato. Ele riu para confortar esta pobre blogueira porque sabe como são comuns os ataques nos comentários (muitas vezes, esses sim, anônimos). E porque me dou ao trabalho de publicar e responder, enquanto blogueiros em geral preferem deletar comentários raivosos.
Desculpa te dizer isso Raquel, mas se você acha que eu te ataquei ao tecer meu comentário, o problema já não é mais meu…se não aceita críticas é melhor fechar o espaço dos comentários…se bem que você parece entender melhor de liberdade de expressão, pelo menos não deleta críticas como muitos outros pseudo jornalistas ou blogueiros fazem…e depois essa gente vem falar de censura…parabéns pela atitude…
Não falei que você atacou, falei que muita gente ataca. Aceito críticas quando elas cabem; outras vezes, especialmente quando são comentários com o único intuito de ofender, como o do “Gustavo”, acho só graça mesmo. No seu caso, tinha explicado que não trabalho com cotas para autores nacionais, embora as colunas frequentemente tragam mais notas sobre autores nacionais que internacionais, como você pode verificar lendo as anteriores. Sem problemas sobre isso =)
impressão minha ou tá rolando um clima “sr. t, na sala de estar, com o candelabro”?
oscar, prazer. baixe meus livros, leia todos e os divulgue, por gentileza.
na verdade, eu estava enrolando pra tecer um comentário. talvez tenha sido a falta constante de luz aqui na cidade.
recentemente, li um texto do professor idelber avelar acerca da sobrevaloração do cortázar:
“Tanto isso é verdade que todos os fãs de Cortázar no Brasil que o tenham lido – já que ele também tem fãs que nunca o leram – o elogiam com os clichês tomados diretamente daquele marco de interpretação. Na verdade, não há outra celebração possível de Cortázar, ela é sempre a mesma”
me pergunto se isso não acontece com todos, principalmente os que passam a integrar o “cânone”. alguém “celebra” machado, dostoiévski, kafka etc. por razões que não aquelas que os consagraram? não sei quanto a universidades pelo mundo, mas no brasil, a academia se sobressai na arte da redução, do temor e da preguiça intelectual. qualquer motivação ou olhar distinto gera repulsa. soa como se fosse uma praga.
o prêmio dado ao drummond é muito reflexo disso. se tivessem respeitado uma regra básica do regulamento (como aparece aqui no blog descrito) teria dado mais trabalho a eles. imagine a controvérsia, a justificativa e o falatório dos vizinhos. por que um e não outro?
taí o jurado c e o jabuti.
mas vou mesmo é mandar uma mensagem de texto pra empresa responsável pela luz na cidade. ela tem uma reposta padrão reconfortante!
=)
raquel,
já podemos voltar a rir? |D
Eba!
Lógico que é a editora preferida dele no mundo, é a que paga mais……
É, não é muito padrão no mercado uma editora fazer proposta depois que a outra já está com o contrato avançado… Acho que caberia à editora australiana ou recusar a proposta inicial da Bertrand ou ignorar a proposta posterior da Intrínseca. Tentarem usar isso para renegociar um contrato já feito é estranho
Paga mais? Para os autores, né? Ficou rica pagando pouco aos colaboradores…
Achei que eles tinham ficado ricos vendendo livros! Você trabalhou pra eles?
A que se refere exatamente o texto do penúltimo parágrafo??
“Tem uma imagem no meio da coluna também…não sei como vcs fazem nesse caso. Seja como for, o conteúdo da legenda é:”
Hahaha, eles postam a coluna da Redação. Tinha visto agora e tirei, mas pelo jeito não a tempo de evitar que fosse percebido. rs. Regra básica de jornalismo: nunca coloque recado no meio de texto a ser publicado (tem o clássico “aqui entra a foto da velha” no crédito de uma foto publicada em jornal)