Painel das Letras: O preço dos exclusivos digitais
26/01/13 03:00Das 388 pessoas que compraram “e-Quintana” desde 20 de novembro, quando o livro saiu pelo selo digital Foglio, da Objetiva, quase três quartos o fizeram na última semana pela Amazon. Vendido só como e-book, o volume de poemas de Mário Quintana pulou para o topo da lista de mais vendidos da Amazon após o site indicá-lo num de seus boletins informativos via e-mail a clientes, no domingo. Foram 278 unidades até ontem, média de 56 por dia. O preço baixo (R$ 4,75) ajudou.
Outras editoras também vêm investindo em títulos só para o digital, com menos texto e mais baratos. A Companhia das Letras lançou ontem “Discursos de Lincoln”, a R$ 1,99, e começa a publicar em fevereiro, pelo selo Paralela, “Porque Você É Minha”, de Beth Key, em oito partes (R$ 2,99 cada uma). A Globo vem oferecendo contos de Monteiro Lobato a R$ 1,99.
Troca ‘O Reizinho do Castelo Perdido’ sai em março, pela Melhoramentos, com ilustrações de Ziraldo e texto de Mauricio de Sousa —uma inversão dos papéis que cada um deles teve em ‘O Maior Anão do Mundo’ (2011)
Motor novo Um ano serviu de balão de ensaio para o selo Motor, da editora Ímã. Criado para dar voz a autores de ficção, por meio da impressão sob demanda e de e-books, recebeu 185 inscrições e editou 20 títulos. Não deu prejuízo, mas também não deu lucro.
Agora, fechou parceria com a americana Publush para um modelo de edição colaborativa, que deve estrear em março. Júlio Silveira, um dos sócios, diz que a meta é que o autor engaje leitores pela internet, enquanto o livro estiver sendo escrito, e consiga apoiadores via crowdfunding (“vaquinha” virtual) para que o volume já saia com boa visibilidade.
Imortalidade 1 Já são 11 os postulantes à cadeira de Lêdo Ivo na Academia Brasileira de Letras um mês após a morte do poeta.
Imortalidade 2 Aos favoritos —a jornalista Rosiska Darcy de Oliveira, o escritor João Almino e o poeta Antonio Cicero— juntaram-se, entre outros, o poeta Marcus Accioly, a historiadora Mary del Priore e o romancista Felizbelo da Silva. Este chega à décima candidatura, após perder o prazo para concorrer à vaga de Moacyr Scliar, em 2011.
Nova história Enquanto aguarda a imortalidade, Del Priore amplia seu currículo literário. A historiadora estreia na ficção em fevereiro, com o juvenil “A Descoberta do Novo Mundo” (Planeta). Será o primeiro romance de uma série sobre três períodos da história do país: Colônia, Império e República Velha.
Cem anos “O Rei Baltazar”, romance inédito e inacabado de José Cândido de Carvalho (1914-1989), ficou para 2014, quando o escritor faria cem anos. Até lá, a José Olympio quer divulgar sua obra para adoção em escolas.
Teatro Estreia em junho, no Sesc Consolação, o monólogo “Festa no Covil”, baseado no romance do mexicano Juan Pablo Villalobos, que saiu pela Companhia das Letras. Robson Catalunha interpreta o filho do narcotraficante, sob direção de Mika Lins.
De grão em grão Em menos de dois meses de operação, as vendas de e-books das parceiras Kobo e Livraria Cultura chegaram a 3% do total de vendas de todas as 17 lojas da Cultura —até novembro, não alcançavam 1%. Isso em número de unidades, não em faturamento, já que e-books são mais baratos.
Juvenil 1 Deu certo com a Autêntica, que descobriu Paula Pimenta, e com a Verus, que encontrou Patrícia Barboza —ambas eram blogueiras e hoje são best-sellers. Agora, a Intrínseca estreia na ficção jovem nacional com Isabela Freitas, 22, cujo blog www.isabelafreitas.com.br tem média de 120 mil visualizações diárias.
Juvenil 2 O livro, sem título definido, terá textos inéditos e do blog. Sai na Bienal do Rio, no fim de agosto.
Olá, Raquel. Eu tive uma certa rejeição ao e-book, mas agora acho que ele é opção de leitura interessante. Isto porque alguns e-books são média 50% mais baratos, que os livros originais. Além disso, alguns títulos só podem ser encontrados no formato e-book, porque algumas edições lançadas no Brasil é como pão quente de padaria: se vc não comprar logo corre o risco de ficar sem. Pelo jeito, até agora seja pelo preço, ou pela facilidade de adquirir alguns títulos, o e-book veio para ficar.
Sim, Alessandro, concordo. =)
Cara Raquel Cozer, a Paula Pimenta nunca foi blogueira! Como sou fã e fiz um mínimo esforço para saber mais sobre ela, sei que ela escrevia poesias desde pequena, lançou um livro de poemas em 2001, depois passou a ser colunista escrevendo crônicas, fez faculdade de Jornalismo e Publicidade e então escreveu Fazendo meu filme, um romance, que foi o livro pelo qual ela ficou conhecida. Em todas as entrevistas que dá ela explica isso e no site dela tem também. Esses jornalistas inventam o que querem da cabeça deles, por isso é que a TV e os jornais estão um lixo! Ainda bem que hoje em dia tem a internet, e assim podemos ter contato direto com os famosos, para que eles possam falar por eles mesmos!
Oi, Julia! Isso nunca seria motivo para desmerecer a Paula. Ser blogueira significa publicar textos em blogs, seja de si mesma, de seus livros, de livros em geral, de um assunto específico. Como você sabe, a Paula sempre teve excelente movimentação na internet, teve a inteligência de conquistar fãs assim antes de ser publicada, o que não muda em nada o fato de ser talentosa. Ela publicava no Crônicas do Dia (http://www.cronicadodia.com.br), que tem formato de blog, entre outros. E ela escreve desde 2008 no blog do Fazendo Meu Filme (http://blogfazendomeufilme.blogspot.com.br). Em pleno século 21, não saber usar a internet para divulgar textos é que me pareceria motivo para alguém ter vergonha. Beijo!
Mas esse blog é exatamente para falar do Fazendo meu Filme. Ou seja, ela se tornou escritora e depois deve ter criado o blog pra divulgação. Sobre o outro site não era dela, apenas publicavam as crônicas lá.
Eu concordo com você, acho que ser blogueiro e saber usar a internet a favor da carreira hoje em dia é estar antenado com o mundo e com as novas tecnologias, inclusive adoro a Isabela Freitas, cheguei até a sua notícia porque ela postou, mas o que eu quis te dizer é que a Paula não começou como blogueira, como vc escreveu. Eu apenas quis alertar para a informação errada, só quis ajudar. Ela já apareceu como escritora. Ela não tinha um blog de sucesso e recebeu proposta pra escrever a partir dele, porque tinha muitos seguidores que gostavam dos textos dela, como é o caso da Isabela e da Bruna Vieira. A Paula já começou como escritora, e pelo que pesquisei aqui, acho que a Patrícia Barboza também.
Desculpe se eu me expressei mal. Acho sim, muito mérito em ser blogueiro, como disse, sigo vários blogs diariamente e adoro algumas blogueiras. Só quis mesmo explicar que esse não é o caso da Paula (e da Patrícia, pelo que parece).
Sim, sim, citei esse só porque vc disse que ela nunca foi blogueira: ela é! Se você for ver, num dos primeiros posts do blog do livro ela diz que “todo mundo” está perguntando sobre o lançamento. Porque ela já tinha leitores graças ao que publicava desde o começo da década passada em blogs. Mérito dela. A não ser que você me diga que ela publicou na internet desde o começo da década passada sem angariar nenhum fã antes de conseguir editora! rs. A Patrícia ficou conhecida com a turma do Novas Letras, com a Leila Rego, o Enderson Rafael, a Tammy Luciano etc. O trabalho deles fez tanto sucesso que todos encontraram editoras. A Bruna Vieira e a Isabela já tinham blogs só delas, a Patrícia e a Paula publicavam em blogs. Acho que o caso é como você entende a palavra “blogueiro”. O dicionário Houaiss aceita até a definição “pessoa que costuma acessar blogues”. Eu entendo como quem publica ativamente em blogs, seja próprio ou alheio.
Zé Cândido de Carvalho para leitura nas escolas será excelente. Pelo menos assim uma nova geração aprenderá a escrever com criatividade. Até Dias Gomes o copiava.