Painel das Letras: Chegando a hora
09/02/13 03:00O comitê de organização da participação brasileira na Feira de Frankfurt deste ano, que terá o Brasil como convidado de honra, já tem definidos os nomes dos 70 autores que representarão o país durante o evento, em outubro. Os selecionados pelos curadores Maria Antonieta Cunha, Antonio Martinelli e Manuel da Costa Pinto já estão sendo contatados. O anúncio dos nomes será em março, na Feira de Leipzig, na Alemanha. O presidente da Feira de Frankfurt, Juergen Boos, costuma dizer que um dos momentos mais complicados para os países convidados é justamente a divulgação dos nomes dos escritores que viajam a convite do governo —o que sempre causa chororô entre os que ficam de fora.
Vitrine para inéditos
A revista de literatura lusófona “Pessoa” estreia em março espaço para textos inéditos, de autores conhecidos e estreantes, em seu site www.revistapessoa.com. Serão duas seções, Fingimento, para poesia, e Desassossego, de contos. A curadoria será de Luiz Ruffato.
A proposta é publicar um texto a cada 15 dias. Depois desse período, o autor faz do texto o que quiser: inclusive autorizar sua inclusão numa antologia que a Mombak —que edita a revista “Pessoa”— publicará no ano que vem. O conteúdo também ficará disponível via aplicativos que a revista desenvolve para celulares, tablets e e-readers
HQ O cartunista gaúcho Santiago conta memórias de sua infância e adolescência, sempre em histórias de uma página, em “Causos do Santiago”, que a independente Zarabatana prevê para abril
História Personagens reais e mitológicos, de Joana D’Arc a Robin Hood, compõem “Homens e Mulheres da Idade Média”, organizado pelo francês Jacques Le Goff. O livro foi comprado, “depois de uma pequena batalha”, pela Estação Liberdade. Deve ficar para setembro.
Novos rumos 1 Após um ano de mudanças, a LeYa começa 2013 com novo diretor comercial. Renato Bastos, profissional experiente, de perfil considerado conservador —trabalhou anos na Objetiva e passou pela Rocco— assume em breve o lugar que era de Corina Campos.
Novos rumos 2 Também em breve a LeYa apresenta seu selo feminino, Quinta Essência, que já existe em Portugal. Um título previsto é “The Juliet Society”, da ex-atriz pornô Sasha Grey, protagonista de “Confissões de uma Garota de Programa”, de Steven Soderbergh.
Por aqui 1 Sasha Grey deve vir ao Brasil neste ano, não para a Bienal do Rio, para não disputar atenção com outros best-sellers.
Por aqui 2 Sylvia Day, da trilogia “Toda Sua” (Companhia das Letras) , disse no Twitter que deve vir ao Rio. A Bienal ainda não confirma.
Batalha de Oz A chegada das edições de “O Mágico de Oz” pela Tordesilhas (R$ 39,90) e pela Zahar (R$ 19,90) estimulou a LeYa a baixar o preço da sua —lançada em 2011— de R$ 19,90 para R$ 9,90. A promoção do livro de L. Frank Baum, traduzido por Santiago Nazarian e ilustrada por Alvim, começa no dia 20.
Dor Já tem editora aqui o romance “Say Her Name”, que o americano Francisco Goldman escreveu para perscrutar a história da própria mulher, que morreu após um acidente no mar. Sairá pela Companhia das Letras.
Expansão A plataforma de autopublicação Clube de Autores se expande. Quase metade dos seus 12 mil e-books agora estão à venda pelo Google Play, segunda loja que mais vende livros digitais no Brasil.
O Clube diz ter vendido em 2012, por seu site, 18 mil e-books, uma média de 1,5 exemplar por título.
O que é bom deve ser compartilhado, principalmente quando se trata de literatura. E este artigo é tão relevante, Raquel, que tomei a liberdade de reproduzi-lo na minha Revista PROTEXTO (http://remisson.com.br/2013/02/14/painel-das-letras-chegando-a-hora/), para a alegria dos nossos leitores. E, de quebra, te convido, Raquel e aos teus leitores para conhecerem nossa página e, gostando, se inscreverem e escreverem lá. Um abraço e um maravilhoso 2013 para ti e tua família.
Raquel, tinha esquecido mas não posso deixar passar em branco: um elogio.
De parabéns a Estação Liberdade ao adquirir o direito de publicação do livro de Jacques Le Goff. Gosto bastante dos livros do historiador e tenho admiração pelo catálogo da editora.
Cara Raquel:
1. essa coisa de ser selecionado por fulano, beltrano e sicrano reunidos sob a rotulação”curadoria” dá azo a suspeitas lobbystas. Principalmente em terras deste Brasil varonil. Cony, na sua crônica na Folha de ontem (08), abordou com muita perspicácia o nefasto cancro do lobby.
2. pelo informado sobre a mudança na LeYa (Novos Rumos 1) dá esperanças que a editora venha a melhorar em suas publicações num futuro não tão distante.
Abração.
Oi, César! Curadorias sempre dividirão opiniões –ainda não inventaram uma forma objetiva de se selecionar artistas ;-). Sobre a LeYa, a mudança é no comercial, não no editorial, então isso interferirá menos nas publicações e mais na postura de venda. O mercado hoje é muito agressivo, você sabe. Pelo que ouvi do Renato Bastos, ele faz menos concessões em procedimentos comuns ao mercado, o que pode vir a ser bom.
“Sobre a LeYa, a mudança é no comercial, não no editorial, então isso interferirá menos nas publicações e mais na postura de venda.” Raquel, me impressiona que você faça um comentário tão ingênuo. Todo mundo sabe das interferências frequentes e decisivas que os departamentos comercial e de marketing fazem nas decisões editoriais das grandes editoras. Tal como nos grandes jornais (este inclusive), o tal modelo Igreja-Estado é mais da boca pra fora do que prática efetiva.
Gustavo, você não entendeu. A LeYa já é assumidamente uma editora comercial no Brasil. Eles estão contratando um diretor comercial mais conservador (no sentido de fazer concessões a livrarias, promoções, descontos) que a anterior. A editora não vai se tornar mais comercial do que já é ao contratar um diretor comercial mais conservador. Tampouco isso fará com que procurem produtos menos comerciais, como imaginou o César, já que nesse sentido estão bem, obrigada.
Aliás, acabei de me dar conta de quem é você. Hahahahahaha
Eitcha, a gente se conhece?!
O que eu quis dizer não é que a editora vai se tornar mais comercial ou menos comercial, mas o diretor comercial com certeza pode influenciar nos livros que a editora publica, nas capas, na escolha dos títulos, etc. Quer dizer, eu acho que a troca de um diretor comercial pode sim influenciar na linha editorial da empresa.