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A Biblioteca de Raquel

Raquel Cozer

Perfil Raquel Cozer é jornalista especializada na cobertura de livros

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Amazon ou Apple: qual a maior vilã da novela?

Por Raquel Cozer
13/04/12 14:06

 

A Amazon parece ser o melhor tipo de vilã de novela que existe. Ela arruma briga com qualquer um que atravesse seu caminho, não está nem aí para regras ancestrais do mercado e tem motivações que podem ser vistas com ressalvas por quase todo mundo, mas sabe como ninguém ganhar torcedores, e, se não fosse ela, a história toda não teria audiência nenhuma.

A reviravolta desses últimos dias foi digna de Aguinaldo Silva.

Mas vamos começar do começo.

***

Um dos primeiros posts d’A Biblioteca de Raquel, em janeiro de 2010, trazia cenas de alguns dos primeiros capítulos dessa novela. Ainda longe de se empenhar em seduzir editoras brasileiras, a Amazon levava ao extremo as consequências de uma crise enorme com editoras gringas.

Na época, ela tinha retirado de seu site todos os livros físicos e digitais da Macmillan Books, uma das maiores editoras dos EUA, por conta de uma briga sobre o preço dos e-books.

Em resumo, a Amazon queria fazer o que todas as livrarias fazem hoje no Brasil: ter o direito de estipular o preço de venda dos livros, dando-se à liberdade de cortar ou até tornar negativa a margem de lucro em nome do aumento das vendas.

Em tempos de popularização do Kindle, valia a pena comprar livros a, sei lá, US$ 15 e vendê-los a US$ 9,99, porque o importante era ter acervo para estimular a venda do e-reader.

Mas era uma atitude agressiva demais. No Brasil, quase nenhuma livraria vende por menos do que compra –isso só faz sentido quando há um plano de ação maior por trás. O Submarino é um dos poucos varejistas que recorre ao procedimento. Também é conhecido por não prestar contas das vendas com a assiduidade prevista, mas isso é um outro núcleo narrativo desta história.

***

Entre as livrarias cujas prestações de contas são mais assíduas, a Fnac pratica um desconto padrão de 20% nos grandes lançamentos, reduzindo a própria margem de lucro, mas ganhando com isso movimentação na loja –que vive também da venda de eletrônicos.

A Amazon fazia isso de forma tão agressiva que as editoras começaram a querer usar o modelo de agenciamento, pelo qual cabe a elas definir o preço final de venda e às livrarias não mais que intermediar um negócio pré-definido. A Macmillan, mais incisiva na briga àquela altura, foi a que acabou com todos os livros eliminados da Amazon, que depois voltou atrás.

Ultimamente, após anos de negociações, e-books de grande lançamentos não saem na Amazon por menos que US$ 14,99, quando a ideia da empresa era vender tudo a no máximo US$ 9,99.

Não dá para definir o vilão nesse caso: a Amazon defende seu modelo de negócio, não o bem estar dos compradores, enquanto as editoras percebem que o modelo de negócio da Amazon, que por acaso beneficia os compradores, sufoca o negócio delas.

***

A novela já estava uns bons capítulos avançada quando apareceu a Apple, travestida de mocinha num mercado monopolizado pela Amazon, e disse às editoras que caberia a elas definir o preço final dos livros –modelo que eles chamam nos EUA de agenciamento.

As grandes editoras todas fecharam com ela, ao ponto de, no Brasil, a loja dela estar prevista para estrear ainda neste mês, antes da loja da Amazon (que começou a negociar muito antes), com a aprovação de muitas das principais casas por aqui.

Até que nesta semana a mocinha Apple ganhou ares de maçã podre em manchetes de todo o mundo, ao lado daquela palavra que a gente não ouve tanto desde os tempos de Pablo Escobar, o que decerto não é boa referência: formação de cartel.

Os EUA acusou a Apple e as cinco maiores editoras do mundo (HarperCollins, Hachette, Simon&Schuster, Macmillan e Penguin) de terem atuado em conjunto para chegar a um modelo de vendas. Quem explica bem essa história é a Roberta Campassi, aqui e aqui, no Publishnews.

***

O problema não é o modelo de agenciamento, mas o conluio feito para evitar a venda da Amazon a preços reduzidos. As editoras envolvidas podem vir a ter de pagar milhões de dólares  em ressarcimento aos consumidores, o que transparece como clara vitória da Amazon.

Das envolvidas no processo, só Penguin, Macmillan e Apple ainda não fizeram acordos judiciais, dispostas a enfrentar a ação na justiça para provar que há distorções no processo.

Hoje foi dia de a Amazon voltar a assumir ares de mocinha.

A varejista, que antes do lançamento dos iBooks detinha 90% do mercado de e-books, aproveitou a deixa para anunciar que está “ansiosa” para voltar a abaixar os preços de seus livros eletrônicos, notícia obviamente recebida com vivas entre os consumidores.

Mas é notório que boas vilãs sabem o discurso exato para seduzir o público.

***

Estou cheia de febre, fora da Redação, então neste final de semana não haverá Painel das Letras. Mas neste finde volto ao blog, com posts da Bienal de Brasília, que começa amanhã.

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Hector Abad: "Ir ao teatro é como comer fígado cru de cachorro"

Por Raquel Cozer
09/04/12 00:41

Abad, com essa cara de bom homem, virou persona non grata dos "teatreros"

Mais de cem companhias de cerca de 30 países ocupando por 16 dias algo como 20 salas de de Bogotá, sem contar uma infinidade de peças de rua (não eram infinitas, só não contei). E o escritor colombiano Hector Abad Faciolince resolve, dois dias após o começo do Festival Ibero-Americano de Teatro de Bogotá, abrir assim sua coluna no prestigioso “El Espectador”:

“Há gente que tem fobia aos sapos, aos aviões, às cobras. Eu tenho fobia ao teatro. Digo sem orgulho, quase com pena: ir ao teatro me causa aversão parecida com comer o fígado cru de um cachorro. Os comediantes entram no palco, gritam, gesticulam, fazem o público rir, e sinto uma mescla de constrangimento, raiva e mal-estar. Quero sair correndo. Sentado na cadeira, não posso: vejo um espetáculo ridículo, caduco, morto-vivo. Uma velharia que cheira mal, uma farsa.”

Sob o sutil título “Contra o teatro”, ele assume a irracionalidade da fobia. Lembra que os sapos causam nojo, embora sejam inócuos, e diz que “teatreros” (como seria isso em português?) são inofensivos como os sapos. E daí argumenta: gênios da literatura, como Shakespeare, Ibsen e Sófocles, fizeram teatro, mas isso quando eles e o teatro estavam vivos. “Homero era um gênio e escreveu as obras primas do épico, mas a quem ocorre hoje fazer poemas épicos?”

***

Bem, os teatreros em Bogotá viveram dias de fúria. Segundo Abad, que neste domingo publicou uma tréplica, nunca um artigo seu provocou tanta ira. A réplica mais contundente, do diretor Fabiano Rubiano, começa dizendo que de fato você esbarra em muita peça ruim até encontrar uma boa, “tal como acontece na literatura”, para então elencar os erros de Abad:

1) Homero nunca escreveu –narrava e, como era cego, também devia fazer gestos repugnantes para quem tem fobia a gestos; 2) Os poemas épicos foram feitos séculos depois de Homero; 3) A Cervantes também disseram que romances de cavalaria eram ultrapassados quando escreveu “Dom Quixote”; 4) Ai, cansei. A resposta é boa, mas enorme, o resto você lê aqui.

A tréplica de Abad saiu neste domingo, sob o título “A arte como obrigação”. E vai ainda mais longe que o artigo inicial. Diz que o teatro, quando “estava vivo e era importante”, era combatido pelas autoridades, mas que agora elas o financiam e ainda assim as salas ficam vazias.

“Talvez o que eles temam –porque muitos vivem da teta pública– é que o Estado perceba que o teatro é um pouco menos importante que a água potável e as escolas, e dê mais fundos a essas coisas que às obras dos iracundos que vivem de subvenções públicas, mas não de público.”

***

Não acho coisa do demônio o incentivo público à cultura, embora  tenha fortes ressalvas à maneira como isso é feito no Brasil. E não faço ideia de como é na Colômbia, então não seria honesto entrar nesse ponto. Ouvi de colombianos críticas ao teatro local, mas as três peças do país que vi eram bem ok. Uma delas inclusive achei ótima. E olha que era teatro dança. Se o teatro morreu, tive ótimas experiências post-mortem no festival em Bogotá.

De Abad, me impressionou a virulência dos textos, até porque uma argumentação violenta sempre enfraquece uma discussão. Ele esteve no Flip de 2011 e não me lembro dele como alguém irascível. Ok, a bem da verdade, não lembro praticamente nada sobre a passagem dele pelo Brasil (ele veio mesmo? A Restrepo não ganhou por W.O.?).

E ele não está entre os poucos colombianos que li –com o autor que leio nestes dias, completo uma mão. Mas devo lê-lo em breve: ele volta ao Brasil neste mês para a Bienal de Brasília, quando lançará “O Livro de Receitas para Mulheres Tristes”.

Até entendo pontos da argumentação dele, embora ache que também poderiam ser usados contra a literatura e discorde do contexto geral. O que posso dizer é que queria ter Hector Abad ao lado sempre que alguém do “Você gosta de teatro?” me abordasse na Paulista.

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Pôsteres para gostar de ler

Por Raquel Cozer
07/04/12 13:37

Está difícil achar tempo, mas aproveito uma folga em Bogotá, onde acompanho os últimos dias do Festival Ibero-Americano de Teatro (a gente se vira nos 30), para espanar a poeira daqui.

Ainda quero comentar a adaptação de “1984” dirigida por Tim Robbins, sobre a qual escrevi na Ilustrada de ontem; citar outras adaptações que chamaram a atenção; falar do preço do livro na Colômbia, que citei no Painel das Letras de hoje; falar de colombianos cujos livros voltam na bagagem. No que diz respeito à intenção, a atualização do blog está uma maravilha.

Mas, só para manter as estantes em dia, vai uma do arquivo de links não postados, de que lembrei ao visitar um sebo por aqui (a associação que fiz eu explico depois, ou não).

***

Enfim. Quando A Biblioteca de Raquel estava ainda no Estadão, escrevi sobre um projeto do inglês Philip Bradley, que adaptou antigos pôsteres de guerra para a campanha Save Libraries. Se tiver um tempo além do que já está perdendo aqui, vale dar uma olhada.

O post que o Brainpickings fez no mês passado lembra que, no período entreguerras, o próprio governo americano pensou em algo parecido. Era 1935 e, no esforço para tirar a população daquela depressão generalizada decorrente da Grande Depressão, o presidente Roosevelt criou o Works Progress Administration, que usou US$ 7 bilhões para empregar 8 milhões de pessoas em áreas tão variadas quanto artes e construção civil.

Do incentivo às artes, incluído no Federal Arts Program, saíram mais de 17 mil esculturas e 108 mil pinturas. Parte desse trabalho era voltado à criação de pôsteres para promover tudo, de saúde pública a turismo, passando pelo incentivo à leitura. Abaixo, alguns exemplos:

Pôster de 25 de março de 1939, de Iowa, convocando leitores a frequentarem clubes de leitura, hoje tão populares na internet

Pôster de 25 de março de 1941, de Chicago, incitando a leitura no mês que já estava acabando. Acho que perderam o deadline

Pôster de algo entre 1936 e 1940, convocando o leitor a... usar marcador de livros em vez de fazer dobrinhas nas páginas? Hm

***

Agora, nem só a moral e os bons costumes alimentavam campanhas pró-leitura. Décadas depois da criação dos pôsteres acima, surgiram outros inspirados na literatura barata, a famosa pulp fiction, para estimular o interesse por livros. Sem incentivo governamental, é claro. Há uma série para quem quiser comprar, mas estes abaixo são imbatíveis.

"Bibliobimbo: corrompido por um desejo desenfreado por livros raros (todo livreiro da cidade esteve na biblioteca dela)"

"Uma conspiração diabólica revelada: Eles fizeram de mim um colecionador de livros -- vendedores de livros raros e sua trama diabólica para doutrinar os compulsivos"

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O brasileiro lê ainda menos do que se pensava. E algumas curiosidades...

Por Raquel Cozer
28/03/12 18:23

Queria escrever sobre o Millôr. Digo, o Millôr na minha vida. Só uma história envolvendo “A Verdadeira História do Paraíso” e aulas de teatro no colégio. Nada, assim espero, documentado em vídeo para a posteridade. Mas texto com emoção demanda tempo. Precisa escrever, deixar descansar e, depois que assentar, reler e tirar tudo o que for piegas, o que em geral reduz o texto a um terço do que era inicialmente (às vezes também não sobra nada).

E, enfim, hoje é dia de fechamento da “Ilustríssima”, um momento da semana em que as horas duram no máximo 30 minutos, então achei melhor ficar num pragmático post sem emoção.

É que hoje foram divulgados os números da terceira Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada com 5.012 pessoas de 315 municípios no ano passado. A anterior, com o mesmo número de pesquisados, é de 2007.

Uma das informações principais da pesquisa, o fato de o brasileiro ler menos livros por ano do que informou a última pesquisa, saiu no meu primeiro Painel das Letras, de 11/2.

Tem uma coisa: talvez o problema esteja na forma como a pesquisa foi feita ou lida em 2007. É provável que os números estivessem errados antes, e não que a situação tenha piorado.

Mas seguem dados dignos de nota:

– O Instituto Pró-Livro destaca que os brasileiros leem quatro livros por ano. Primeiro, é importante ressaltar aqui, já que eles não fizeram isso na divulgação deles, que o número era 4,7 na pesquisa de 2007. A segunda coisa é que esse dado inclui livros lidos na escola. Tirando livros lidos na escola, o número era de 1,3 em 2007, que é o número mais real. E esse caiu neste ano também (não encontrei na pesquisa que eles mandaram agora, mas cobrei e atualizo aqui)

– A pesquisa considera como leitor aqueles que leram ao menos um livro nos últimos três meses. Por esse critério, 43% dos leitores são homens, ante 57% de mulheres.

– Os homens leem mais que as mulheres dos cinco aos 17 anos. Ou seja, na escola. Dos 18 aos 39, a diferença fica dentro da margem de erro. Dos 40 a perder de vista (ou a perder a vista. Desculpem, não me controlei), as mulheres leem mais.

– 48% dos leitores são estudantes, e 52% não são. Entre os não leitores, 16% estão na escola (gente…) e 84% não estão.

– Entre os escritores brasileiros mais admirados, Monteiro Lobato continua em primeiro, mas agora seguido de Machado de Assis, que tomou um fôlego e passou Paulo Coelho (que caiu do segundo para o terceiro lugar) e Jorge Amado (que caiu do terceiro para o quarto).

– Confesso que acho temerário Augusto Cury ter subido da 17ª para a 10ª posição, e isso é uma crítica com conhecimento de causa. Foi uma das piores coisas que li a trabalho. Padre Marcelo, nosso maior best-seller de 2010 e 2011, que não li, estreia na lista em 14º lugar, à frente de Manuel Bandeira (16º) e Clarice Lispector (19º).

– Fernando Pessoa aparece em 18º lugar entre os escritores brasileiros mais admirados. Não contem isso para os portugueses.

– Silas Malafaia, ele mesmo, aparece em 24º, à frente de Pedro Bandeira.

– A Bíblia foi o livro mais marcante na vida dos leitores que participaram da pesquisa, seguido de “A Cabana” e “Ágape”, que empurraram o antigo segundo colocado, “O Sítio do Picapau Amarelo” (que não é exatamente um livro, mas dá para entender o conceito) para a quarta posição. “Pequeno Príncipe” segue firme e forte em quinto lugar. “Dom Casmurro”, em sexto, fica imediatamente à frente de “Crepúsculo”.

– Sobre e-books, 17% já leu livros digitais no computador, 1% leu no celular e 82% nunca leu. Aliás, 70% nunca nem ouviu falar em livros digitais.

– Entre quem leu livros digitais, 38% lê livros piratas. Eu arriscaria dizer que muita gente que lê livros digitais piratas ficou com vergonha de dizer isso.

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Na Flip, o chileno-sensação Alejandro Zambra

Por Raquel Cozer
24/03/12 17:16

Tô eu aqui curtindo uma sauninha, digo, o meu plantão na Ilustrada, e me chega um email do Alvaro Costa e Silva, a.k.a. Marechal –o autor do último (e ótimo) Diário do Rio, com roteiro de bares no centro, e da reportagem sobre a “Manchete” de Carnaval, ambos na “Ilustríssima”.

Ele me manda uma materinha sobre como Alejandro Zambra, autor chileno-sensação, escolhido em 2007 como um dos melhores 39 escritores de língua espanhola com até 39 anos, teve um upgrade na produtividade depois de parar de fumar. Ou algo do gênero.

Não que a gente desmereça a luta dele contra o cigarro, mas a notícia pra gente está no pé: ele vem para a Flip para lançar “Bonsái” (2006), seu primeiro romance, pela Cosac Naify. Só digo que: 1) Semanas atrás, perturbei todo mundo para descobrir se ele vinha; 2) Eu fracassei. =(

Mas, pelo menos, na semana passada, o Painel das Letras (link para assinantes Folha/UOL) antecipou (cof) a vinda de outros dois.

Um foi o Teju Cole, americano criado na Nigéria e estreante mais badalado de 2011 nos EUA. Por aqui lançará pela Companhia das Letras o romance que o badalou, “Cidade Aberta”, sobre, bem, um nigeriano vagando pelas ruas de Nova York.

O outro, Richard Sennet, historiador e sociólogo, terá publicado por aqui “Juntos” e “Declínio do Homem Público”, que saiu nos anos 90 pela Companhia das Letras e andava esgotadíssimo.

Outros escritores gringos que vêm ao Brasil neste ano você vê aqui.

E, aliás, apareceu o segundo brasileiro na Flip 2012 (o primeiro foi Luis Fernando Verissimo): Rubens Figueiredo, autor de “O Passageiro do Fim do Dia” (Companhia das Letras), vencedor do Prêmio SP de Literatura e do Prêmio Portugal Telecom, e tradutor do “Guerra e Paz” (Cosac Naify). Diz a coluna No Prelo, do “Globo”.

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Vida fácil, uma contradição em termos

Por Raquel Cozer
23/03/12 01:01

Fora daqui, o ritmo é esse.

Juro que vou dar sinal de vida quando conseguir parar.

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"Fifty Shades", o livro pornô da mamãe

Por Raquel Cozer
17/03/12 01:21

Em algum momento depois que séries de livros ganharam status de arroz de festa nas listas de mais vendidos, parei de discernir umas das outras. No começo eu conseguia. No começo mesmo, e o começo desta onda de séries nas listas é bem marcado pela chegada de “Harry Potter”, eu inclusive aprendi a admirar a coisa toda (sou defensora de “Harry Potter” enquanto fenômeno, ainda que dizer isso vá abalar minha credibilidade de repórter de literatura entre os menos tolerantes. Mas isso é assunto para um outro post, que um dia, talvez, quem sabe).

Depois vieram os sub-“Harry Potter”, e em seguida chegaram os vampiros, acompanhados dos vampiros para adultos, e um dia me disseram como eram bons os livros da Charlaine Harris, então resolvi dar uma chance para “True Blood” para constatar que a história era uma bela de uma porcaria –ninguém pode me acusar de não dar chance, até Augusto Cury eu já li a trabalho. Depois baixaram os anjos, foi isso? Ai, daí já é a parte que eu não entendo. Alguma coisa dos tronos, crônicas de alguma coisa, guerra, fogo, luz, raio, estrela, luar, sei lá.

E então veio “Fifty Shades of Grey”, cinquenta tonalidades de cinza. “Fifty Shades” me parece um capítulo tão sui generis dessa série de livros em série que consegui até guardar o nome.

Para começo de conversa, o livro surgiu antes na internet, em episódios, como uma fan fiction inspirada em “Crepúsculo”, assinada por uma tal E.L. James, ex-executiva de TV londrina. Os protagonistas são um bilionário e sua namorada universitária, que, dizem, lembram muito os da série da Stephanie Meyer (juro que não vou me voluntariar para confirmar essa informação) e passam o tempo encontrando alternativas não exatamente saudáveis para esquentar a relação.

Um dia, uma pequena editora na Austrália encontrou a história na rede e se ofereceu para publicá-la. De lá para cá, sendo “lá” algo como o fim do ano passado, no boca a boca, o livro teve mais de 250 mil cópias vendidas. Não vendeu mais porque ninguém imaginava a procura e a editora não deu conta das reimpressões, o que por sua vez estimulou as vendas digitais.

Acontece que “Fifty Shades” é uma trilogia de fantasia escapista erótica que ficou conhecida como “mummy porn”, o pornô da mamãe. Ao ponto de, segundo o “Good Morning America”, da ABC, surgirem relatos de leitoras sobre como o livro deu um upgrade naquela vidinha sexual mansa que elas andavam levando, porque as pessoas adoram dividir intimidades em entrevistas.

A coisa ficou tão grande, sem conotação erótica aqui, que nos EUA agora as pessoas chamam “Fifty Shades” de “O Livro”, acompanhando a palavra com aquelas abomináveis aspinhas de dedos no ar. Nesta semana, a Random House pagou US$ 1 milhão pelos direitos dos três livros. Por aqui, também nesta semana um leilão acirradíssimo entre editoras respeitáveis culminou com a ida da obra para a Intrínseca, que promete publicar o primeiro volume ainda neste ano.

Como é “O Livro”? Bem, se você lê em inglês, há umas frases aqui.

***

O livro tarado na imagem acima integra “Bent Object of My Affection”, em que Terry Border coloca objetos em situações amorosas ou sexuais. No Google Images há outras da sequência.

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Todorov, Talese, McEwan: quem vem por aí

Por Raquel Cozer
10/03/12 21:12

Buscar fotos do Todorov me fez lembrar: nunca é fácil ilustrar seções literárias

Os nomes do segundo Fronteiras do Pensamento em São Paulo, de abril a outubro, serão divulgados nesta segunda, mas dois deles pude confirmar no Painel das Letras de hoje.

Um deles é o filósofo e linguista búlgaro Tzvetan Todorov, cuja obra conheci melhor na pós em literatura na PUC. Todorov é referência do estruturalismo francês, mas o ótimo “A Literatura em Perigo”, livro magrinho que a Difel publicou em 2009, é justo uma crítica à conversão da literatura em assunto para iniciados, essa coisa que estruturalistas fazem com tanto gosto.

Ele esteve ano passado no Rio, mas a gente aqui em São Paulo, que é puro umbigo (sou fluminense com umbigo radicado em São Paulo), mal teve notícia do que ele falou por lá (sobre poesia, ao que soube). O livro dele que sai em agosto pela Companhia das Letras não é sobre literatura: “Os Inimigos Íntimos da Democracia”. Então deve ser por aí a palestra.

Para manter o tema, outro confirmado é Mohamed El Baradei. O Nobel da Paz de 2005, autor de “A Era da Ilusão” (Leya, 2010), era favorito na corrida presidencial do Egito até retirar a candidatura, em janeiro, sob o argumento de que o “regime anterior” ainda governa o país –o Egito não tem chefe de Estado desde que Mubarak foi deposto.

***

Se todos os autores fossem fotogênicos como Gay Talese, seria mais fácil

O Congresso Internacional de Jornalismo Cultural, que acontece no final de maio, a se considerar nomes já confirmados, será imperdível. O Painel das Letras do dia 18 adiantou as presenças do jornalista Gay Talese e do historiador Robert Darnton, dois que já estiveram na Flip.

Também aceitaram convite o quadrinista Art Spiegelman, autor de “Maus”, que cancelou a vinda para a Flip em 2007, e o português Gonçalo M. Tavares, que já anda íntimo da gente por aqui.

E uma infinidade de jornalistas internacionais. Para ficar em dois, Moritz Muller-Wlrth, editor do jornal “Die Zeit”, e David Kessler, editor da revista francesa trava-língua “Les Inrockuptibles”.

Soube que J.M. Coetzee chegou a aceitar uma teleconferência. Mas, convenhamos, uma teleconferência com uma leitura, que é só o que ele faz em público, a gente pode ver no YouTube. Então ele ficou de fora. Até escrevi para a agente dele para assuntar se não viria para a Flip –que, em sua décima edição, está trazendo gente de volta–, mas ela disse que não. Ô dó.

***

O McEwan pelo jeito não tem nenhuma foto que você não tenha visto antes

A Flip, enfim. Gostei de saber da volta do Ian McEwan porque em 2004, quando ele veio, a Flip era tão mais restrita que é como se não tivesse vindo (falo isso porque a minha primeira foi em 2005). E, embora o recente “Solar” tenha me causado constrangimento, só não o elogio mais porque isso hoje põe a gente naquele lugar que a gente chama de, hm, comum.

Outro que volta é o espanhol Enrique Vila-Matas, que terá publicado pela Cosac Naify o romance “Aire de Dylan”. E vem o conterrâneo dele Javier Cercas, com o inédito “Anatomia de um Instante” pela Globo Livros, e de quem, por acaso, ou nem tanto, estou lendo “Soldados de Salamina” (vou esperar terminar para recomendar, mas quase já faço isso). O pacote espanhol terá ainda a cubana Zoé Valdés, cujo premiado “O Todo Cotidiano” saiu pela Benvirá.

De língua inglesa, vêm ainda Jennifer Egan, vencedora do Pulitzer por “A Visita Cruel do Tempo” (que, no fim das contas, não achei bom a ponto de me sentir obrigada a terminar o terço que falta) e Jonathan Franzen, cujo “As Correções” prometo que vou ler só para descobrir se é mesmo, como dizem, tão melhor que “Liberdade”, que não me disse muita coisa.

E haverá dois especialistas em Shakespeare, o americano James Shapiro, autor de “1599: Um Ano na Vida de William Shakespeare” (Planeta) e de “Contested Will: Who Wrote Shakespeare”, em tradução pela Nossa Cultura, e Stephen Greenblatt, de quem a Companhia das Letras publicará “A Virada: Como o Mundo se Tornou Moderno”, vencedor do National Book Award.

Por último, mas não menos importante, para usar essa expressão que em português perde toda a graça, saiu ali perdido entre notas o anúncio do poeta sírio  Adonis, eterno candidato ao Nobel de Literatura, que terá enfim publicada neste ano no Brasil uma antologia, também pela Companhia das Letras, com tradução de Michel Sleiman.

Ufa. Não tinha me dado conta de quantos nomes tinham sido anunciados. Esqueci alguém?

***

Com a chegada a São Paulo do gaúcho Fronteiras do Pensamento e a afirmação do Congresso Cult como evento com grandes nomes internacionais, no ano passado tive a impressão de que o anúncio de convidados para a Flip não causou o frisson de outros tempos. Talvez nem tenha relação, talvez seja só desgaste da rotina (todo ano ela faz tudo sempre igual e coisa e tal)

Não que seja leve assistir aos eventos. O valor mais baixo para acompanhar o Fronteiras, que só vende pacotes para as oito conferências juntas, é de R$ 980, isso se você se enquadrar numa das categorias de 50% de desconto (estudantes, assinantes da Folha etc). O Congresso Cult sai mais em conta –no ano passado foi R$ 400, com descontos que baixavam a coisa a até R$ 100; neste ano não acho por nada o link para inscrições, alguém me passe se souber onde está.

A Flip virou aquela guerra; se você não reserva pousada em Paraty meses antes, você fica quase em outra cidade; se não compra os ingressos (R$ 40 por mesa no ano passado) nas primeiras horas, tem que se contentar em ver tudo no telão. Se bem que esta última opção até virou vantagem com a ida do telão para o lado da praia. No ano passado, vi Ubaldo do lado de fora da tenda, com pés na areia e tomando minha cervejinha. Ele aprovaria, acho.

Mas o que acontece é que as editoras acabam embarcando na vinda dos autores para promover eventos gratuitos no Rio e em São Paulo. Para quem gosta, mesmo, basta ficar ligado.

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Os nomes brasileiros da "Granta", a saga

Por Raquel Cozer
02/03/12 17:16

Perdi a conta de quantos escritores (só uns três ou quatro, na verdade, estou me dando ares de grande importância aqui) me perguntaram se já tinham sido escolhidos os 20 nomes da edição com “Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros” da revista “Granta”, anunciada na última Flip.

Eu não sabia, ou não teria deixado o Ancelmo Gois dar antes a nota no “Globo” (droga).

Enfim. A decisão foi tomada na noite de quarta, num hotel em Ipanema, após quatro horas de deliberações dos jurados (Beatriz Bracher, Benjamin Moser, Cristovão Tezza, Italo Moriconi, Manuel da Costa Pinto, Marcelo Ferroni e Samuel Titan Jr.) para escolher entre os 247 textos inéditos enviados desde outubro à Alfaguara, selo de literatura da Objetiva, que publica a “Granta”.

Os 20 nomes serão conhecidos durante a próxima Flip, em julho, no lançamento da edição. Nem vou batalhar para descobrir os nomes antes disso, porque acredito que qualquer publicação prévia possa prejudicar os selecionados. Ou não. Será?

Bem. Façam suas apostas. Criem suas teorias da conspiração.

Podem me contar só as apostas, obrigada.

(Eu preciso admitir que acho ótimo que esse processo seletivo tenha acabado, porque todo escritor brasileiro com menos de 40 anos só pensava em mandar seus textos para a “Granta”, enquanto a gente tem aqui na “Ilustríssima” esse espaço lindo para inéditos. Cof)

O que eles dizem é que foram escolhidos autores “inovadores e marcantes”, com potencial para “despontar”. Considerando o tanto de assunto que rendeu a recente antologia “Geração 00”, feita por Nelson de Oliveira, a seleção pode dar o que falar. Ainda mais porque essa pretende, hm, meio que prever o futuro a partir de um texto, e não avaliar o que já foi.

E porque a “Granta” será publicada também nos EUA, na Inglaterra, na Espanha e na América Latina, com chance de chegar a outros países, um mundão editorial a perder de vista.

 ***

Depois dos cafés literários, chegou o cof literário. Mas isso é assunto para um próximo post. Façam suas apostas. Criem suas teorias da conspiração.

***

(No alto, na imagem, cascateei, porque o GIF animado que eu queria pôr aqui não entrou. Então fica sendo o equipamento do escritor do futuro, por Linus Nyström.)

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O Kindle antes e depois das taxas

Por Raquel Cozer
28/02/12 18:12
 

O Kindle enquanto peça de museu: o primeiro modelo, de novembro de 2007. Atente para a largura do bichinho...

Num dos blogs que abandonei pelo caminho desde que, dez anos atrás, comecei a deixar rastros pela blogosfera (isso muito antes de sair peregrinando com A Biblioteca de Raquel por aí), fiz a conta entre o intervalo do lançamento do iPod e a chegada do meu: 2.125 dias.

Exatos dois meses depois daquele meu post comemorativo do iPod (esse aparelho cujos conceito e nome parecem pré-históricos em tempos de iPhone e iPad), a Amazon lançava o Kindle. O primeiro modelo começou a ser vendido nos EUA em 19 de novembro de 2007.

Faço todo esse retrospecto tecno-nostálgico apenas para chegar a um novo cálculo: entre o lançamento do Kindle e a chegada do meu, 1.513 dias ficaram para a história. Sempre tive esse delay tecnológico, muito mais por pobreza de espírito (digo, de bolso) que por apego ao passado. 

A questão é que o Kindle em si nem é caro. Tanto que várias vezes cheguei a entrar na Amazon, selecionar o modelo, colocar meus dados e desistir ao constatar que as taxas de importação mais que dobravam o valor. A alternativa menos dolorosa era encomendar a um amigo que fosse aos EUA. E, assim, por módicos R$ 237, chegou o meu Kindle Touch. Com taxas de importação, a versão bem mais barata sairia por R$ 438. 

Meu Kindle Touch, lindão, com a capinha com lâmpada que me custou os olhos da cara e pesa mais que o aparelho

Semanas atrás, a Roberta Campassi, do Publishnews, descobriu que a Amazon planeja vender o Kindle a R$ 199 em menos de seis meses. O que ouvi ao repercutir com editores foi que a meta seria inviável, já que, dadas as taxas de importação, a Amazon só alcançaria esse preço se produzisse no Brasil (especulação deles), e não teria como fazê-lo em tão pouco tempo.

A Amazon não fala com a imprensa (quer dizer, até fala, uma comunicação feita de esperas infinitas e respostas evasivas), mas precisa falar com muita gente para conseguir entrar no Brasil. O que pude entender via rádio-peão foi que a meta não é produzir aqui, e sim esperar a aprovação pelo governo de um projeto que desonera a importação dos e-readers.

Publiquei minha apuração na coluna Painel das Letras do dia 18. A história é assim: em 2010, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) apresentou o projeto de lei nº 114, defendendo a extensão a e-books e e-readers da isenção fiscal que beneficia livros desde 2003. Atualmente, livros eletrônicos são isentos apenas quando destinados a deficientes visuais.

O PL estava prestes a receber parecer na Comissão de Educação do Senado em agosto último, quando a liderança do governo pediu sua retirada de pauta. Naquele momento, o governo priorizava a medida provisória para desonerar a produção de tablets no Brasil –era a condição para a taiwanesa Foxxconn instalar no país sua linha de produção de iPads e iPhones.

A desoneração da produção de tablets foi sancionada em outubro, mas não trata da importação. O PL 114/10 acabou ficando na gaveta. Procurado pela coluna, o gabinete do senador informou que a meta é apresentar o projeto novamente em breve.

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