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A Biblioteca de Raquel

Raquel Cozer

Perfil Raquel Cozer é jornalista especializada na cobertura de livros

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E-readers mais baratos num futuro perto de você

Por Raquel Cozer
11/09/12 18:25

Quando a Amazon ainda acreditava que chegaria ao Brasil neste ano, foi noticiada sua meta de vender o Kindle por aqui a R$ 199. O modelo mais barato disponível para compra em território nacional hoje, com todas as taxas, sai por quase R$ 440.

No Painel das Letras, comentei que o valor mais baixo dependeria da aprovação do Projeto de Lei 114/10, que defende estender a isenção fiscal dos livros tradicionais aos e-books e aos e-readers. O projeto do senador licenciado Acir Gurgacz (PDT-RO) estava parado na Comissão de Educação do Senado fazia seis meses.

Demorou, mas, na tarde desta terça-feira (11), a comissão aprovou o projeto por unanimidade. Ele agora segue para a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e para votação no plenário antes de chegar à presidente.

A curiosidade, para quem duvida que a desoneração da importação dos aparelhos vire realidade com tantas comissões pelo caminho: segundo a assessoria do autor do projeto, durante o debate comentou-se que “setores do governo são contrários ao projeto, uma vez que já estaria sendo concluído no Poder Executivo decreto presidencial que trata do assunto“. 

Ou seja, de um jeito ou de outro os e-readers devem ficar mais baratos num futuro, com sorte, próximo.

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Uma pausa para o feriado

Por Raquel Cozer
07/09/12 14:08

 

Breve pausa de feriado aqui na biblioteca: nos vemos na estrada congestionada.

Só não percam o Painel das Letras de amanhã. =)

Até a volta!

(A imagem é do bom e velho This Isn’t Happiness.)

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Os endereços da Amazon e da Kobo no Brasil

Por Raquel Cozer
04/09/12 20:09

A autodeclarada “empresa genuinamente paraense” Amazon Corporation tirou a sorte grande quando, em meados da década de 90, escolheu o mesmo nome com que tinha sido batizada um par de anos antes a então quase desconhecida (ao menos por aqui) Amazon americana.

A varejista dos EUA alcançou o primeiro bilhão de dólares antes de completar cinco anos, em 2000. Do empreendimento brasileiro de TI só ouvi falar quando, semanas atrás, foi noticiada a venda de seu domínio, www.amazon.com.br, para a empresa de Jeff Bezos. Após sete anos na Justiça, segundo o blog do Jotacê, a Amazon tupiniquim migrou para o www.amazonet.com.br e embolsou valor não divulgado (alguém falou em R$ 12 milhões?).

Resolvida a questão do endereço virtual (que será oficialmente transferido à Amazon americana no próximo dia 14), mas não a da chegada da empresa americana. Na semana passada, o Brasil Econômico contou aquilo de que a gente já desconfiava: só em sonhos a varejista chega ainda neste ano no Brasil. Fica para 2013, diz o site, e a gente tende a acreditar.

***

Na semana passada, foi a vez de o Publishnews noticiar a primeira contratação da Kobo, uma espécie de Amazon canadense, no Brasil. Assim como Apple, Google e Amazon, a empresa de e-books e e-readers baseada em Toronto vem cortejando editores, livreiros e distribuidores brasileiros faz algum tempo, com a meta de estrear por aqui ainda neste ano.

A Kobo é de longe a menor das quatro empresas que ambicionam um naco do mercado brasileiro de livros digitais. Foi criada em 2009 e comprada pela japonesa Rakuten. Cresceu rápido: seu catálogo tem hoje 2,5 milhões de livros digitais e seus e-readers permitem a leitura de e-books vendidos em quaisquer lojas do mundo –menos os da Amazon, que são protegidos.

Perguntei para Camila Cabete, a funcionária brasileira da Kobo, se eles já tinham fechado contratos para estarem tão certos da entrada no mercado neste ano, estando dezembro quase aí. Ela disse que fecharam com algumas editoras (pequenas, com as quais Amazon, Google e Apple também já têm contrato) e que negociam com distribuidoras.

Perguntei se existe acordo firmado com alguma livraria –essa costuma ser a porta de entrada da Kobo nos países em que atua, por meio de parcerias–, e Camila informou que ainda não.

***

Lembrei-me da questão envolvendo o domínio da Amazon e fui ver como andava o domínio www.kobo.com.br. Já tinha dono. Então tentei www.kobobr.com.br e www.kobobrasil.com.br e, nos dois casos, caí no site da Livraria Cultura.

Como Kobo e Cultura não confirmaram o acordo, no sábado citei no Painel das Letras apenas o redirecionamento. Ontem, os endereços levavam a uma página em construção. Mas do Who.is, site que informa quem detém domínios, não dava para tirar a informação.

Hoje perguntei a Pedro Herz, dono da Cultura, por que os endereços estão em nome da livraria desde o dia 21 se, como ele reiterou, ainda não há acordo. Ele só riu: “É que somos amigos.”

Desconversas à parte, a Kobo tende a ser amiga de muita gente. Tudo o que a Amazon tem de agressiva, no trato com clientes e concorrentes, a versão canadense tem de amigável. Mas, segundo Camila, num sentido a Kobo será agressiva: nos preços do e-reader, que serão os mais baixos possíveis para formar mercado consumidor de e-books. A gente agradece.

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A inédita poesia de Caio Fernando Abreu

Por Raquel Cozer
01/09/12 12:38

Caio Fernando Abreu deve ultrapassar Clarice Lispector em créditos de frases (próprias e alheias) nas redes sociais nos próximos meses. Essa é a má notícia. A boa é que 116 poemas que ele fez ao longo da vida, desde a adolescência, nos anos 60, até duas semanas antes de morrer, em fevereiro de 1996, estarão reunidos pela primeira vez em livro, previsto para outubro.

A notícia saiu hoje no Painel das Letras, e coloco acima o fac-símile publicado apenas na versão impressa da coluna.

A edição é o resultado do belo trabalho da professora Marcia Ivana Lima e Silva, do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que em 2005 recebeu o material de Luciano Alabarse, amigo do escritor. O trabalho já rendeu uma tese de doutorado, apresentada por Letícia da Costa Chaplin, que ajudou Márcia a organizar os poemas e foi orientanda dela.

Como estudiosa de Caio Fernando, Marcia conhecia os pouquíssimos poemas que ele chegou a publicar em suplementos, menos de meia dúzia. Um outro aparece como letra de música em “Onde Andará Dulce Veiga?”. O que a surpreendeu foi a vastidão do material que ele produziu e organizou em pastas (alguns poemas aparecem com até cinco versões diferentes) sem ter optado por publicar, sendo que são tão similares na temática ao que ele produzia em prosa.

***

Teria sido isso falta de iniciativa dele ou resultado da dificuldade em se publicar poesia no Brasil? Pode parecer estranho imaginar que Caio Fernando não conseguisse emplacar um livro de poemas, mas essa barreira existiu até depois que ele já era postumamente celebrado. 

Antes de oferecer o  material à editora Record, Márcia procurou a Agir, então detentora da prosa do autor (agora ela está com a Nova Fronteira, do mesmo grupo Ediouro). A Agir recusou o material, diz ela, porque poesia não vende. A Nova Fronteira acaba de publicar outro livro de inéditos, com crônicas que Caio Fernando escreveu para o Estadão. Não tão inéditas quanto a imensa maioria dos poemas, nunca publicados nem em jornal.

Questionei a editora a respeito, e recebi, depois de fechar a coluna, a informação de que o antigo agente do autor teria pulverizado sua produção, “então, basicamente, a poesia ficou com a Record, a correspondência ficou com a Aeroplano e a prosa com a Nova Fronteira”.

O fato é que a Record teve interesse. Imagino que o material poderia até ter entrado em leilão se fosse oferecido a mais editoras. Mas Márcia é uma professora de literatura interessada em divulgar a obra de Caio, não uma agente em busca de faturamento. Lamento só que a Record não tenha optado por uma edição fac-similar, que sai mais caro, mas permitiria entender todo o processo de criação do autor. Pode ficar para uma próxima. Quem sabe?

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Videoteca: Dostoievski e Kafka animados

Por Raquel Cozer
31/08/12 18:09

Não conhecia Piotr Dumala, diretor polonês criador de uma técnica de animação que envolve placas de gesso, cola, lixa, tinta a óleo e câmeras em movimento. Não sei descrever melhor do que isso, mas ele mesmo tenta explicar nesta entrevista, em espanhol.

E achei pouca informação sobre ele –digo, pouca se considerarmos que nos sites em que aparece ele é descrito como “o mais influente” ou coisa do gênero. Com isso não descobri, por exemplo, porque produziu nove curtas nos anos 80, um em 1992 e um em 2000, com essa repentina perda de proficuidade, para só em 2009 lançar o primeiro longa, “Las”.

O que importa: dois dos trabalhos mais conhecidos dele, diz quem já o conhecia, são animações de inspiração literária. O de 2000, uma leitura toda própria de “Crime e Castigo”, lhe tomou três anos na produção (com isso, só falta saber o que ele fez nos outros cinco desde 1992).

Foi celebrado, premiado e deixou puristas de cabelo em pé. Em outra entrevista, Dumala diz: “As pessoas queriam uma adaptação padrão, mas não foi minha intenção copiar. Cheguei perto, mas peguei um nível do livro. Não seria possível mostrar tudo.”

Não mesmo. O filme tem só 30 minutos, nos dois vídeos abaixo. Independentemente das liberdades artísticas, ele traduz especialmente bem o mal estar de Raskolnikov e o crime.



O outro filme é “Franz Kafka”, de 1992, que aborda alguns anos da vida do autor tcheco, com base principalmente em seus diários, mas também agregando temas e imagens de sua obra. Todo em preto e branco, quase tão mudo quanto e ainda mais bonito que “Crime e Castigo”.


A dica me chegou via Gui, que achou no Cine Rock Clube. Tinha aposentado a Videoteca mal ela nasceu, quando trouxe o blog para a Folha, mas está aí ela de volta.

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A pensão portenha para escritores e as especificidades do mercado editorial

Por Raquel Cozer
27/08/12 22:33

Terceira idade no traço do sensacional S.Britt (www.sbritt.com)

Leio no blog do Prosa, do “Globo”, que escritores argentinos querem estender a todo o país um benefício já existente em Buenos Aires desde 2009: um subsídio vitalício para qualquer argentino (ou morador da capital por mais de 15 anos) com mais de 60 anos e que tenha publicado cinco obras de ficção, poesia, ensaio ou teatro. Hoje, informa a repórter Janaina Figueiredo, 80 escritores de Buenos Aires recebem 4.000 pesos mensais, ou cerca de R$ 1.800.

A presidente da Sociedade de Escritores e Escritoras Argentinos, Graciela Araoz, argumenta que “os que dedicaram sua vida à literatura e nos entregaram suas obras merecem viver dignamente”. Entre os beneficiários destacados na reportagem, estão Alberto Laiseca (“O Jardim das Máquinas Falantes” e “As Aventuras do Professor Eusebio Filigranati”) e Maria del Carmen Suárez (“Eva no Espelho” e “As Gordas”), ambos inéditos no Brasil.

Me chamou a atenção a informação de que em 2009 o governo municipal decidiu não vetar a lei (a votação ficou em 34 votos a favor e 22 contra, com abstenção do partido governista) porque ela “despertou simpatias dentro e fora do país”. E chamou a atenção justamente por sinalizar que minha posição sobre o assunto é, então, antipática. Percepção que as reações no Twitter ao meu questionamento corroboraram: das sete respostas que recebi, cinco foram a favor da lei.

***

Minha rejeição à proposta da bolsa tem a ver com o fato de soar como aposentadoria extra por invalidez (ela é um complemento à aposentadoria, informa o “Globo”), como se um autor com mais de 60 anos tivesse menos capacidade que outros idosos para se sustentar. Ou como se fosse absurdo o fato de antes dos 60 ele ter se dedicado a outras atividades além da criação literária –mesmo atividades relacionadas, como dar aulas, traduzir, produzir textos para a imprensa ou o para próprio mercado editorial– para garantir a aposentadoria comum.

E, considerando que é um bônus pelos benefícios praticados à cultura, por que privilegiar escritores em detrimento de atores, artistas plásticos, músicos? O mercado para um ator na terceira idade é mais inóspito do que para um escritor consolidado, eu arriscaria dizer. Mais justo então seria ampliar o benefício a todos que contribuíram para a riqueza cultural do país.

Isso sem falar nos atletas, que na ativa trazem prestígio internacional ao país e colaboram para a queda nos índices internos de violência, mas, na terceira idade, estão menos aptos a se sustentar do que alguém que fez carreira pelo esforço intelectual. Só não sei o quão saudável seria para a economia local todo esse investimento, considerando que o envelhecimento geral da população tem justamente obrigado países a apertar os cintos da previdência social.

Talvez seja ainda mais antipático lembrar que escritores “dedicam suas vidas à literatura”, ou querem ter livros publicados, não por nobreza de sentimentos, mas por vaidade –sorte a nossa quando a vaidade vem junto com talento. A se considerar a abnegação, muito mais merecedores de benefícios seriam professores dos ensinos fundamental e médio, ou quem sabe bibliotecários, que fazem o que fazem, ganhando mal,  sem expectativa de reconhecimento público.

***

O “New York Times” abordou o benefício portenho numa reportagem de tom simpático, lembrando que esse não é o único incentivo do gênero na Argentina, país que tem “uma das tradições literárias mais fortes no mundo de língua espanhola”. Subsídios a editoras independentes e isenções fiscais para a compra de livros são alguns dos exemplos citados.

Sou a favor de incentivos ao mercado quando visam o maior acesso ao livro pela população. E também defendo incentivos específicos ao escritor. Há quem critique a ideia de bolsas ou prêmios governamentais, ou ainda de eventos literários que contem com apoio do MinC. Acho tudo isso importante para a melhoria da produção e da circulação de literatura no país.

Em 2010, antes do anúncio do Brasil como homenageado na Feira de Frankfurt 2013, escrevi sobre a importância do apoio à exportação da literatura feita no Brasil e me impressionei com o tanto de crítica à ideia de o governo investir na promoção de escritores. Por isso entendo quem defenda a bolsa portenha, embora eu discorde das justificativas para sua existência.

A verdade é que essa questão só ressalta o quanto é difícil lidar com esse híbrido de cultura e economia que compõe o mercado editorial –tão difícil que, para quem faz leituras superficiais, tratar do mercado do livro é deixar a cultura em segundo plano.

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Os mais vendidos das editoras na Bienal --e por que elas venderam mais

Por Raquel Cozer
22/08/12 16:38

A lotação dos últimos dois dias da Bienal do Livro de São Paulo, no fim de semana que passou, fez com que algumas editoras pela primeira vez vendessem mais livros do que na versão carioca do evento, tradicionalmente líder nesse quesito, ou pelo menos chegassem perto. Até a quinta-feira anterior ao encerramento, muitas acreditavam que fechariam esta edição com vendas menores inclusive que as da Bienal paulistana de 2010.

O público desta última Bienal (estimativa de 750 mil) foi quase igual ao de 2010 (743 mil), então a resposta para as vendas maiores não poderia estar na quantidade de pessoas que passaram pelo Anhembi. Além disso, o mercado editorial cresceu mais em 2010 do que deve crescer neste ano, caso em que faria mais sentido as vendas caírem.

Resolvi questionar as próprias editoras sobre por que elas acreditam ter vendido mais nesta edição. Meu palpite estava no post abaixo: a maior abundância de descontos. Para quem vai a um evento dessas proporções, livro bom é livro barato. Será o destino da Bienal se tornar a tão temida (pelo mercado) e amada (pelo público) “feira de liquidações”?

Pelas respostas a seguir, além dos descontos, o desempenho do segmento juvenil foi decisivo –é um público forte na Bienal. Vale notar a gritante diferença entre o número de exemplares do livro mais vendido de editoras que apostam no juvenil e o das que não atendem especificamente a esse público.

***

Autêntica
Livro mais vendido: “Apaixonada por Palavras”, de Paula Pimenta (500 exemplares; as três posições seguintes também foram de títulos da mineira).
Vendas na comparação com 2010: a editora acha difícil calcular porque neste ano pela primeira vez teve estande exclusivo e porque as vendas foram alavancadas pelo fenômeno que Paula Pimenta se tornou.
Por que venderam mais: “Maior oferta de títulos para o público juvenil (70% das nossas vendas foram para esse público) e livros com preço rebaixado. Depois dos juvenis, o que mais vendemos foram livros com preço bem rebaixado, os encalhes, a preços de R$ 5 a R$ 10”.

Editora Unesp
Livro mais vendido: “Os Analectos”, de Confúcio (100 exemplares).
Vendas na comparação com 2010: cerca de 22% maior em faturamento e 12% em número de livros. A editora faturou cerca de R$ 92 mil (ante R$ 72 mil em 2010) e vendeu 3.350 livros (ante 3.000 em 2010)
Por que venderam mais: “Neste ano, a editora fez o dobro de lançamentos na feira (22 no total) na comparação com 2010”.

Senac Editoras
Livro mais vendido: “Panelinha, Receitas que Funcionam”, de Rita Lobo (605 exemplares)
Vendas na comparação com 2010: faturamento 15% maior que em 2010 e 6% maior que o da Bienal do Rio de 2011, totalizando cerca de 7.000 exemplares vendidos.
Por que venderam mais: “Devido aos descontos maiores, já que em termos de público não tivemos tanta diferença. No caso dos livros de gastronomia, o crescimento de vendas se deve também ao crescente interesse do público por livros de referência”.

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Livro mais vendido: “Revista Sr., uma Senhora Revista”, org. Ruy Castro e Maria Amélia Mello (38 exemplares).
Vendas na comparação com 2010: 1.835 exemplares em 2010 e 702 nesta edição. Na Bienal do Rio de 2011, foram 760.
Por que venderam menos: “Temos dois momentos diferentes. Em 2010, lançamos 15 títulos durante o evento e vendemos os livros com desconto de 30% a 50%. Em 2012, lançamos um livro durante o evento (“Retratos da Leitura 3″, segundo mais vendido, com 35 exemplares) e distribuímos gratuitamente 64.342 unidades da Coleção Série Essencial, com informações sobre os ocupantes das cadeiras da ABL. O foco a Imesp é a difusão da cultura e abrimos oportunidade para obras que não são de interesse do mercado editorial.”

LeYa
Livro mais vendido: “A Dança dos Dragões”, de George Martin (a editora ainda não passou o número de exemplares vendidos). Em segundo e terceiro ficaram dois nacionais, “O Inverno das Fadas”, de Carolina Munhoz, e “Fios de Prata”, de Raphael Draccon.
Vendas na comparação com 2010: na Bienal de 2010, a LeYa tinha apenas 70 títulos em catálogo, o que impossibilita a comparação. Na comparação com a Bienal do Rio de 2011, o faturamento cresceu, segundo eles, mais de 400% –foram vendidos 3,5 vezes o número de exemplares vendidos em 2011.
Por que venderam mais: “Esta Bienal foi marcada pelo boom dos livros de ‘fantasy””.

Melhoramentos
Livro mais vendido: “O Menino Maluquinho”, de Ziraldo (1.680 exemplares)
Vendas na comparação com 2010: crescimento de 13% no número de exemplares vendidos e 5% em faturamento. No Rio, em 2011, as vendas tinham sido 22% maiores que as de 2010 e o faturamento, 12% maior.
Por que venderam mais: “Aumento grande nas vendas de lançamentos e backlist de Ziraldo; aumento muito grande na venda de títulos baratos e excelente venda de outros lançamentos”.

Rocco
Livro mais vendido: “Herança”, de Christopher Paolini (a editora não passa números)
Vendas na comparação com 2010: aumento de 50% no faturamento
Por que venderam mais: “A performance de títulos infantojuvenis, como Jogos Vorazes e os livros de Thalita Rebouças, foram o grande diferencial”.

Globo
Livro mais vendido: “Agapinho”, de Padre Marcelo Rossi (cerca de 2.000 exemplares)
Vendas na comparação com 2010: o faturamento foi equivalente.
Por que não venderam mais: segundo eles, a movimentação menor no início do evento, devido a jogos importantes da Olimpíada, e no primeiro domingo da Bienal, Dia dos Pais, fez com que as vendas não crescessem. Eu acrescentaria aí o efeito “Ágape” em 2010, maior que o efeito “Agapinho” em 2012.

Intrínseca
Livro mais vendido: “Cinquenta Tons de Cinza”, de E.L.James (2.220 exemplares)
Vendas na comparação com 2010: foi o recorde de vendas da editora em todas as bienais. Crescimento de 140% na comparação com a Bienal de 2010 e de 10% na comparação com a  do Rio, em 2011.
Por que venderam mais: “A Intrínseca está com um fenômeno nas mãos [‘Cinquenta Tons’], estamos completamente fora da curva. Podem ser considerados ainda o sucesso de ‘A Culpa É das estrelas’, com 1.270 exemplares, e um aumento considerável do tamanho do estande (que passou de 50m2 para 120m2)”.

Record
Livro mais vendido: “One Direction: A Biografia”, de Danny White (1.475 exemplares)
Vendas na comparação com 2010: faturamento 23% maior.
Por que venderam mais: ainda não respondeu

Novo Século
Livro mais vendido: “Lágrimas de Fogo”, de Ana Macedo (295 exemplares; o segundo e o terceiro lugares também foram de autores lançados pelo Selo Novos Talentos, “Príncipe Gato”, de Marcelo Siqueira Silva e Gustavo Costa de Almeida Siqueira, e “O Poder do Fogo”, de Khêder Henrique).
Vendas na comparação com 2010: o faturamento foi 59% maior, com um total de 9.022 exemplares vendidos.
Por que venderam mais: “A Novo Século cresceu bastante em número de lançamentos de 2010 para 2012, e o estande dobrou de tamanho, possibilitando maior exposição dos títulos. Outro fator importante foi a interação dos autores Novos Talentos com o público –grande parte deles foi todos os dias do evento”.

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Editoras dão mais descontos nesta Bienal; confira sugestões de livros mais baratos

Por Raquel Cozer
15/08/12 17:05

Descontos na Comix, um dos estandes mais cheios na Bienal no último domingo; ofertas de livrarias estimularam editoras a baixarem seus preços

Houve um tempo em que, no manual do expositor da Bienal do Livro de SP, estava estipulado que editores só poderiam vender um título aleatório por dia com desconto, que seria de no máximo 20%. O “livro do dia” era uma forma de a organização proteger os livreiros, já que estes, como revendedores, têm menos margem para dar descontos que os editores.

Não sei quando a regra saiu do manual, mas um entendimento tácito fez com que as maiores editoras evitassem grandes descontos nas últimas bienais. Com poucas exceções, o evento se dividia entre os estandes de saldões (promovidos principalmente por distribuidoras) e os estandes cujos livros você poderia encontrar mais baratos na internet (estes, em geral, das grandes editoras). Ok, isso sem levar em conta os descontos gerais nos dias finais.

O que primeiro me chamou a atenção no domingo passado, no Anhembi, foi uma quantidade bem maior de descontos, na comparação com 2010, no estande da Companhia das Letras e da Zahar. Isso se repetiu em outros estandes de grandes editoras: na Rocco, tudo 20% mais barato; na Record, além do já tradicional desconto progressivo, vários títulos a R$ 10.

Ao longo da semana, entrei em contato com várias editoras para questionar se há mesmo mais descontos que em 2010 ou se era só impressão. Além disso, contei com uma boa ajuda do Douglas Gravas, repórter da “Ilustrada” que está cobrindo a Bienal e pôde apurar por lá.

***

À exceção da Globo, que disse ter só “descontos pontuais”, e da Objetiva, que afirmou ter mantido a mesma média de 25% de descontos de 2010, todas as editoras com as quais falamos informaram ter aumentado a quantidade de ofertas. Aproveitando, só para ficar num ótimo lançamento da Globo: o “Pinóquio” do francês Winshluss, HQ adulta premiada no Festival d’Angoulême de 2009, que custa R$ 75 nas lojas, sai por R$ 60 no estande (é uma edição enorme, linda, de luxo, com o desconto ela vale o quanto pesa no bolso, creio).

Apesar de a Objetiva ter citado só os descontos de 25% em média, conheço quem tenha comprado o “Pornopopéia” de bolso, de Reinaldo Moraes, por R$ 5. Custa R$ 23,90 nas livrarias.

Entre as livrarias, a Comix já tem um tradicional desconto de 20% em títulos que não sejam lançamentos (“Maus”, de Art Spiegelman, sai de R$ 47 por R$ 37″; “Muchacha”, do Laerte, de R$ 29 por R$ 23). A Saraiva informou, via assessoria de imprensa, que há descontos especiais na Bienal; ao Douglas, vendedores disseram que praticam no estande os mesmo preços das lojas.

Segundo Guto Kater, vice-presidente da Associação Nacional de Livrarias, os saldões, com livros a R$ 5 ou R$ 10, começaram em 2002, 2004, nos estandes de distribuidoras, e de dois anos para cá isso vem mudando o comportamento das editoras.

“A gente se preocupa com o bom funcionamento da cadeia produtiva, não queremos prejudicar as livrarias”, disse Marcelo Levy, diretor comercial da Companhia das Letras. “Mas daí começamos a ver estandes a poucos metros da gente só com livros a R$ 10.”

O “Pinóquio” do Winshluss é lindo e não recomendado para crianças: a certa altura, a mulher de Gepeto usa o narigão do boneco como objeto sexual  o.O

***

A Companhia das Letras está oferecendo alguns infantis e policiais a R$ 9,90 –preço que cabe no vale-livros que a prefeitura e o governo estadual ofereceram a alunos para esta Bienal.

Os descontos da editora que me pareceram mais interessantes são os da coleção Prêmio Nobel, de luxo, com capa dura, reunindo autores como Coetzee, Toni Morrison, Saramago e Pirandello. Todos os livros 40% mais baratos, a R$ 24,50 cada um. Obras mais recentes, como as biografias de Getúlio e Steve Jobs, estão com desconto de até 20%.

Ainda assim, a Bienal concorre com a internet. Nos corredores do Anhembi, Douglas conversou com grupos de estudantes que checavam preços no celular. Eles perceberam, por exemplo, que “A Casa de Seda”, de Anthony Horowitz, oferecido com pequeno desconto no estande da Companhia (de R$ 39 por R$ 34,50), sai por R$ 31,20 no site da livraria Saraiva.

A Zahar informou que sua lista de títulos mais baratos aumentou na comparação com 2010. Em geral, os descontos são de 10 a 20%, mas alguns chegam a 50%, caso da série Guias Ilustrados. As edições comentadas e ilustradas de “Alice” e de “Contos de Fadas”, que garantiram boas vendas à editora nos últimos anos, saem de R$ 79,90 por R$ 29,90.  

***

Segundo Roberta Machado, diretora comercial do grupo Record, a editora começou a oferecer os descontos progressivos há uns cinco anos (considerando bienais do Rio e de São Paulo), mas só nesta edição resolveu oferecer uma série de livros, especialmente do selo juvenil Galera Record, a R$ 10 –mesmo títulos que custam normalmente quase R$ 60. 

“O desconto aumenta o faturamento, sem dúvida, ajudando a fechar as contas da Bienal. Mas ele não resolve, não. Apenas diminui o prejuízo”, disse. Para ela, é perceptível o aumento de vendas devido aos descontos progressivos, já que o leitor se esforça para levar mais livros para ganhar os descontos (no caso da Record, 10% no primeiro livro, 20% no segundo e 30% no terceiro).

A Editora Unesp, pelas comemorações de seus 25 anos, preparou kits com descontos de 40% a 50% –a média é de 20% nos outros títulos. Os títulos “Viajando” e “O Poder do Lugar”, de Charles Darwin, por exemplo, somam R$ 194, mas saem por  R$ 110 no estande. Os dois volumes  de “Escritos Coligidos”, de Sérgio Buarque de Holanda, saem de R$ 134 por R$ 79.

A Rocco, que na última Bienal do Rio já tinha oferecido 20% de desconto em todos os livros do estande, estreou a oferta agora na Bienal de São Paulo. “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, por exemplo, que custa R$ 20, sai por R$ 16.

“Mais do que aumentar vendas, acreditamos que o desconto é fundamental para diminuir os custos de quem frequenta esses eventos. O desconto torna o livro mais acessível para quem passa por lá, e já gastou com ingresso, estacionamento e alimentação”, informou a editora.

***

Simpatizei com o miniestande de cordéis a R$ 2, num cantinho do Anhembi

Nunca é demais lembrar que a entrada da Bienal custa R$ 12, o que leva uma família de quatro pessoas a gastar quase R$ 50 só para respirar dentro do Anhembi. Isso se essa família for de transporte público, porque para estacionar por lá precisa desembolsar mais R$ 30.

Ainda hoje há quem critique a transformação da Bienal num “feirão de liquidações”. Eu vejo isso como uma alternativa positiva para feiras do gênero (escrevi a respeito no antigo endereço do blog). Uma alternativa difícil e que precisa ser muito bem pensada, também, já que afeta vendas de livrarias e pode levar ao fechamento delas –tal como vem acontecendo nos EUA.  

“Quando uma editora se aproxima do consumidor oferecendo 30%, 40% de descontos, que é o mesmo descontos que elas oferecem às lojas, ela prejudica o mercado como um todo”, disse Guto Kater, da associação de livreiros, destacando o papel das livrarias na formação de leitores. “A prática de descontos na Bienal fazem a livraria parecer uma vilã para o consumidor.”

Uma saída, ele imagina, seria restringir descontos ao chamado fundo de catálogo, deixando lançamentos com preços fixos. Isso traz de volta uma antiga discussão sobre a lei do preço único, pela qual todos os livros, lançados por qualquer canal de venda, deveriam custar a mesma coisa durante o primeiro ano após o lançamento. Muita gente no mercado rejeita a ideia, mas agora, com a chegada da Amazon, que pratica descontos agressivos, pode ser que isso mude.

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Livros e revistas gratuitos na web - 2ª edição

Por Raquel Cozer
14/08/12 16:03

Imagem de Candyland, de Olavo Rocha e Guilherme Caldas. Vamos fazer de conta que não se nota a dobra de página virtual

Um post para pagar a dívida assumida semanas atrás: nova seleção de livros que estão longe de cair em domínio público, mas foram disponibilizados pelos autores, e revistas literárias para baixar de graça, a partir de sugestões de leitores e sob criteriosa curadoria desta biblioteca (cof).

***

Livros
Greguerias
, de Ramón Gómez de la Serna
A seleção de aforismos (o autor na não gostava dessa definição, mas, ok, são aforismos) do madrilenho (1888-1963), traduzida por Sérgio Alcides, está disponível no site das edições Quem Mandou?. Na página, o poeta e tradutor oferece também títulos próprios.

A Mulher Gorila e Outros Demônios, de José Rezende Jr.
Esgotado nas livrarias, o primeiro livro do autor, de 2005, pode ser baixado na íntegra. Há também alguns contos de “Eu Perguntei para o Velho se Ele Queria Morrer”, Prêmio Jabuti em 2010.  

Rilke Shake, de Angélica Freitas
Outro indisponível em papel: o ótimo livro de estreia da poeta gaúcha, publicado em 2007 numa parceria entre 7Letras e Cosac Naify, dentro da coleção de Ás de Colete.

Joana Evangelista, de Vange Leonel
Texto da peça encenada em 2006 pelo Satyros. Conta a história de uma ginecologista que, presa ao operar um aborto, tenta convencer o delegado da importância de sua missão.

Candyland, de Olavo Rocha e Guilherme Caldas
Publicada pela Barba Negra em parceria com a Caderno Listrado, especializada em livros de arte, a HQ nasceu em 1993 e virou fanzine, com histórias publicadas até 1999.

***  

Revistas

Originais Reprovados
Melhor nome impossível. Revista literária anual produzida pelos alunos de editoração da USP, já comprometidos com seu futuro papel de apresentar textos alheios ao leitor. Aqui, as edições anteriores.

Cândido
O jornal da Biblioteca Pública do Paraná, na 13ª edição, tem reportagens sobre livros e leitura, além de prosa e poesia de bons autores brasileiros. O “Cândido” acaba de ganhar ganhar site, que terá material além do oferecido na versão impressa.

Sobrecapa Literal
Está no ar a 18ª edição da revista, que prioriza notícias e análises do mercado editorial. Inclui clipping de colunas de jornais impressos sobre o tema, como o Painel das Letras (cof).

Um Conto
Três alunos de letras da UFJF criaram essa revista mensal, de uma página só, para divulgação de novos autores e ilustradores. O site inclui a edição especial Um Troco — Seu Dinheiro de Volta, para quem não conseguiu entrar revista (afinal, não está fácil para ninguém).

Macondo
A revista trimestral (o editorial avisa: é um projeto paralelo dos criadores, então atrasos fazem parte da rotina) também publica prosa e poesia de novos autores, além de textos em domínio público e resenhas de lançamentos. Edições anteriores aqui. 

***

Aqui, a primeira edição do “Livros e revistas gratuitos na web”.

Por curiosidade, enquanto eu separava links para este post, meu amigo Juliano mandou este link altamente relacionado: 28 livros que já caíram em domínio público para baixar. Em inglês.

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"Best-sellers são perigosos": íntegra da entrevista com Juergen Boos, presidente da Feira de Frankfurt

Por Raquel Cozer
12/08/12 23:52

Abaixo, a íntegra da conversa que tive na última quarta-feira com Juergen Boos, presidente da Feira do Livro de Frankfurt, parte dela publicada no sábado na “Ilustrada”. Marifé Boix García, espanhola que trabalha desde 1994 na feira e hoje é vice-presidente, estava junto e fez comentários interessantes. Mantenho aqui as aspas dela, que não saíram na edição.

Ficou enorme, mas vale a pena ler –especialmente a parte em que ele fala da Amazon, de best-sellers, de índices de leitura, mercado e outros temas relacionados.

***

RAQUEL COZER
COLUNISTA DA FOLHA

Tão afeito a polêmicas, o meio literário brasileiro terá o que falar quando a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) anunciar os autores a serem levados para a Feira do Livro de Frankfurt em 2013.

Na ocasião, a maior feira mundial do mercado editorial terá o Brasil como convidado de honra, e cabe à FBN elencar que escritores nos representarão no megaevento.

“A Nova Zelândia, convidada de 2012, elencou agora os autores que vão a Frankfurt. E a lista tem rendido sérias discussões”, diz Juergen Boos, presidente da feira. O fato é que é uma divulgação importante para o país, e Boos explica por que na entrevista a seguir.

Na semana passada, ele esteve em São Paulo, para o lançamento da versão nacional da Contec, conferência alemã sobre educação e tecnologia, e conversou com a Folha sobre a participação brasileira, o impacto da feira, o mercado editorial e índices de leitura na Alemanha.

Juergen Boos, presidente da Feira de Frankfurt, no restaurante do MAM

***

Folha – Como o sr. avalia a preparação do Brasil até o momento para a homenagem na Feira de Frankfurt, no ano que vem?
Juergen Boos – As conversas começaram cerca de três anos atrás. Foi uma uma decisão bastante pensada, porque o Brasil já tinha sido convidado de honra antes. E àquela altura a organização enfrentou complicações, era mais difícil viajar, houve várias questões, embora tenha sido uma participação bem-sucedida, especialmente na parte de traduções.

Desta vez, resolvemos começar cedo e conversar com tanta gente quanto possível. Tomou mais de dois anos, mas agora estamos no caminho. Foi definido o comitê de organização, o programa de traduções está em andamento, instituições alemãs que devem fazer exposições sobre o Brasil até a data da feira têm se organizado. Alcançamos o que podíamos alcançar até agora.

Mas agora o verdadeiro trabalho começa. Falta pouco mais de um ano, é pouco tempo. O comitê de organização tem que decidir que autores levará para a feira, e detalhes como esses é que trarão a discussão à tona. Daqui para a frente, um dos maiores desafios será que qualquer decisão que o comitê tomar será questionada por alguém. Isso tornará tudo complicado.

Lidar com questionamentos é um dos maiores desafios?
Boos – É sempre difícil. A Nova Zelândia, a homenageada deste ano, apresentou agora os autores que vão viajar para Frankfurt em outubro. Faltam só dois meses, e soube que há sérias discussões acontecendo por lá, muita gente está magoada porque não foi convidada.

Ouvi rumores de que o Brasil está para anuciar muito em breve os seus nomes, só rumores. Isso significa que vocês terão muito mais tempo para polêmicas [risos].

Pelo que viram da organização de outros países, o Brasil está bem?
Boos – Não se pode comparar um país com o outro, porque cada país tem suas especificidades. O que podemos fazer é comparar com 1994, então é difícil para mim, que não estava na Feira de Frankfurt na época [Boos começou a trabalhar na feira em 2005].

Marifé Boix García – Eu estava no departamento de imprensa na época. Era outro tempo, acho que o governo não estava tão comprometido quanto hoje. Sei que a associação de editores teve de pagar despesas que o governo não cobriu, e por isso editores estão receosos. Com esse grupo creio que vai funcionar, mas até hoje editores nos questionam, esperam que falemos com o governo.

O que ainda falta conversar com o governo?
Boos – É necessário muita conversa entre editores, governo e todo mundo relacionado ao projeto. O trabalho tem de ser feito agora, não em Frankfurt, lá será só o resultado.

A Catalunha [homenageada de 2007] gastou algo como 20 milhões de euros, sendo que dois terços disso foram gastos ainda em Barcelona, com relações públicas, lobbying, exposições. A participação deles como convidados da feira foi muito política, houve essa discussão sobre nacionalismo na Europa, e tudo isso foi definido antes de eles chegarem a Frankfurt.

Marifé – O que eles fizeram foi convidar jornalistas e editores alemães para Barcelona. E é  importante viajar com editores brasileiros para a Alemanha, com grupos que ainda não conhecemos. Tivemos isso agora com um grupo de editores de infantis. Isso abre portas.

Boos – O que repetimos é: o foco não só em 2013, mas no que virá depois. Não é como se trabalhássemos agora só pensando em 2013. É preciso ir adiante, num nível maior, como se a Feira de Frankfurt fosse uma plataforma que lançasse o país a um certo nível no qual ele deve se manter por pelo menos alguns anos. Somos só um ponto de partida.

Essa o sr. deve ouvir com frequência: por que escolher o Brasil neste momento?
Boos – Tudo bem, é minha pergunta favorita [risos]. Isso me dá a chance de falar de tradutores, editores e escritores. Chamo de indústria essa cadeia que vai do autor ao leitor. É claro que é preciso ser cuidadoso ao falar em indústria, porque não é como a de carros ou seguros. Vendemos algo diferente, não produzido só por questões de mercado. É um produto intelectual.

Mesmo um livro de gastronomia é uma história sobre a sociedade. Um romance é uma forma de o escritor definir o mundo, e o leitor pode entender de maneira diferente. Isso é especial.

Com isso em mente, você tem de encontrar um país de identidade forte, com autores muito próprios. Precisamos de uma voz original, isso é a primeira coisa. Levando em conta especialmente a literatura, mas também outros aspectos da cultura, arquitetura, filme, jogos, que hoje estão muito perto da literatura, porque todos os jogos querem contar uma história.

Em segundo lugar, você precisa encontrar interessados nessa voz original, editores que queiram conhecer essa literatura e outros interessados no país. Por isso o programa de tradução. Não podemos esperar que, sem isso, haja interesse na literatura de um país.

O interesse pode existir por questões políticas, econômicas, que são uma oportunidade de tirar a literatura do escuro. Neste momento todo mundo olha para o Brasil, e a literatura ajuda a entendê-lo. É mais fácil discutir questões econômicas, políticas e sociais se há luzes sobre a literatura.

E qual é essa voz original brasileira? A literatura brasileira é conhecida na Alemanha?
Boos – Conheço só os nomes velhos, Jorge Amado. É preciso trazer os novos. Isso não era algo que discutíamos. Antes eu nem poderia poderia nomear brasileiros, porque não eram traduzidos.

Marifé – Há um centro cultural brasileiro em Frankfurt, que organiza leituras de brasileiros. Levam quatro ou cinco por ano. As leituras são bem frequentadas, públicos de 80 ou 100 pessoas. É uma instituição privada, trabalha com a ajuda da Tam. Isso significa que conseguem trazer o autor do Brasil de avião, mas algumas vezes não têm o dinheiro para pagar uma viagem de trem de Frankfurt para dentro da Alemanha, onde há grande comunidade brasileira.

Ainda há muito a fazer. Mas eles trouxeram gente como João Paulo Cuenca, Carola Saavedra, Beatriz Bracher, Santiago Nazarian. Alguns estão traduzidos.

Como vocês identificaram essa voz original brasileira, se ainda é pouco conhecida?
Boos – Conversei como gente como Marifé, que acompanha mais de perto, e acadêmicos de literatura. Há essa organização, a LitCam, que presta atenção na literatura feira na África, na Ásia, na América Latina. Essas pessoas acompanham o que sai nesses países. Ou seja, há interesse permanente no que vem de fora, e posso notar como passa de uma área a outra.

E, sendo um pouco vaidoso, acho que podemos influenciar nisso. Desde que anunciamos o Brasil, editores alemães começaram a fazer contatos. O interesse existe principalmente pela situação econômica, e usamos isso para oferecer em troca um interesse pela cultura.

A que o sr. atribui o anterior desinteresse pela literatura produzida hoje no Brasil? Falta de investimento, falta de boa literatura?
Boos – Você pode sempre culpar o governo, mas não é o suficiente quando se fala de cultura. O que acontece é o que vemos no mundo inteiro, o que é mais perigoso e nunca pensei que fosse acontecer. É uma globalização de um tipo de literatura… Todo mundo fala agora de soft pornô, todo mundo começa a escrever isso, todo mundo no mundo, isso é transparente.

E é mais difícil conseguir traduções da boa literatura, você tem de ter tradutores qualificados. Isso leva ao governo: tradutores precisam de subsídios, treinamento. Têm de viajar, ir aos países. A Islândia, por exemplo, deve ter 20 tradutores no mundo todo, para todos os países. Português deve ser mais fácil, mas não sei quantos deles podem fazer traduções literárias de qualidade para o alemão ou o inglês. Não diria mais que 20.

Marifé – O importante, e isso é o que proponho ao Galeno Amorim [presidente da FBN e coordenador da organização da participação brasileira em Frankfurt] e a editores, é convidar jornalistas, tradutores e editores alemães e deixá-los escolherem os livros que quiserem. O governo tem de pagar, mas não é caro. Isso é dinheiro bem investido. Do nosso lado, o que podemos fazer é abrir as portas. É uma pena se você investe sem ter a certeza de que o público alvo existe. Você faz às cegas e espera que alguém na feira descubra.

A Feira de Frankfurt não é uma Bienal do Livro, aberta ao público, é uma feira de negócios, e os editores alemães têm outras coisas a pesquisar, não estarão pensando só no Brasil. Eles têm de vender suas coisas também. Então, é preciso acessá-los antes e depois da feira.

Tirando as grandes editoras, muitas não sabem como agir. No Brasil, não é comum existir um editor só para vender direitos e outro para comprar, geralmente a mesma pessoa faz as duas coisas. Mas o editor tem que saber o que quer, comprar ou vender.

Vocês falaram em público alvo. No caso da feira, qual a prioridade? Sempre que falamos da Feira de Frankfurt, de traduções, citamos a chamada alta literatura, mas o fato é que na feira sempre aparecem os grandes best-sellers.
Boos –
 Sim, quando falamos no convidado de honra, pensamos na alta literatura, mas Frankfurt… A feira é de negócios. São os maiores editores nas áreas de educação, científica, técnica, de autoajuda, de negócios, infantis, e lá atrás, mas bem atrás mesmo, está a literatura.

Não queremos ser só negócios, queremos priorizar cultura e política, então colocamos a literatura no centro. Na homenagem à Turquia [em 2008], tivemos Orham Pamuk, que ganhou Nobel, e ele foi crítico ao presidente, fez o discurso de abertura, isso foi importante.

O que tem de estar claro ao convidado é o seu objetivo. Você quer apoiar a indústria editorial, quer ajudar os autores a serem conhecidos, quer estimular o turismo no Brasi? Tem objetivo político, como os catalães, que discutiram a nacionalidade na Espanha? Você tem que saber a resposta. Diria que, no caso do Brasil, as prioridades são os autores, depois os editores e em terceiro lugar a presença do país como um todo no exterior. Mas essa é só minha impressão.

Marifé – Viajei para Bogotá neste ano, onde o Brasil foi homenageado. Nossos amigos, Galeno e os outros, disseram que era um teste para Frankfurt, eles aceitaram esse convite depois de saberem que eram convidados de Frankfurt, e o que apresentaram lá foi baseado na ideia de diversidade. A diversidade do país foi o slogan, o grande mote.

Boos – Não sei ainda o mote da participação brasileira, devemos saber em breve. A Nova Zelândia preparou uma slogan na linha “enquanto você está dormindo”, porque o país fica no meio do nada, eles acordam quando o resto do mundo dorme. É uma ótima ideia.

O Brasil terá de apresentar um autor representativo para receber, neste ano, o bastão da Nova Zelândia. Quem escolhe essa pessoa?
Boos – Essa será outra grande discussão, porque tem que ser um grande nome. Haverá um autor da Nova Zelândia falando e outro do Brasil. O Brasil escolhe, podemos dar sugestões, mas nunca interferimos. Vocês é que têm de saber como querem ser vistos. Vocês podem saber que tal autor não é bom para a forma como querem ser apresentados. E nós podemos dizer, bem, essa pessoa pode não ser boa, já que nunca nem foi traduzida.

Na Nova Zelândia, houve um autor que com quem eu tinha problemas por várias razões. Falei que eles não deveriam trazer porque a pessoa causaria problemas. Enfim, é difícil.

A participação da Argentina, em 2010, foi criticada pela escolha de símbolos nada literários para representar o país, como Maradona e Evita. Nem assim a feira interfere?
Marifé – É delicado, há diplomacia envolvida. É claro que os jornalistas queriam ouvir que o governo estava fazendo tudo errado, mas não diríamos isso. Mas também é claro que focamos na literatura e na sociedade de hoje.

Boos – Importante é olhar para a sociedade de hoje, não para o passado.

Já se pode sentir impacto da escolha do Brasil como convidado em 2013?
Boos – Sim, porque o programa de tradução já começou. Nas últimas semanas, especialmente, muitos editores alemães me perguntaram sobre o Brasil e sobre como entrar em contato com as editoras. Isso é complicado, porque há no Brasil só um ou dois agentes especializados. Na Alemanha, há agentes especializados na America Latina, não especificamente no Brasil.

Por falar nesse programa, uma editora alemã [Königshausen & Neumann] escolheu o romance de um senador e ex-presidente brasileiro, chamado José Sarney, para traduzir. Isso chamou a atenção, porque Sarney não é especialmente conhecido pela obra literária.
Boos – É um livro político?

Não, é um romance, “Saraminda”. Sarney faz uma literatura regionalista.
[Boos pega o Macbook, pergunta como soletra o nome e começa a pesquisar.]

Marifé – Bem, essa é uma decisão da editora. Se eles acham que podem vender, eles decidem. E o Brasil deve estar aberto a oferecer esse apoio.

Boos – [ainda lendo no MacBook] 1987… [data de “Saraminda”]. E ele é um membro da Academia Brasileira de Letras. Bem. E ele tem 80 anos? Tem essas questões políticas, estou vendo [continua lendo ao longo das próximas perguntas].

Como são essas exposições paralelas sobre o Brasil por ocasião da feira?
Marifé – Isso nós não negociamos, mas temos duas pessoas na feira que cuidam do contato entre o convidado de honra e outras instituições. Eles ajudam a organizar encontros, mas não interferimos. Já há planos para exposições nos museus mais importantes de Frankfurt.

Mais cedo, vocês citaram Juca Ferreira. Já encontraram a nova ministra da Cultura?
Marifé – O  contato foi assinado com Juca Ferreira, e agora, infelizmente…

Boos – [para de ler no MacBook por um momento] Ainda ainda não conseguimos encontrar a ministra, mas tomara que seja possível amanhã, na Bienal de São Paulo, se ela for [Ana de Hollanda foi, mas não encontrou Boos e Marifé].

Por que não a encontraram ainda?
Boos – Estivemos no Brasil algumas vezes, encontramos outros membros do governo…

Marifé – Encontramos o secretário executivo [do MinC], Vitor Ortiz, mas não a ministra.

Boos – Não sei a razão. Estava ocupada, talvez. A presidente mandou chamá-la, não sei. Veja: o último livro de Sarney é de 1991 [Boos defende que traduções  priorizem autores na ativa]. Saiu na Alemanha, mas não está mais em catálogo, segundo a Amazon.

A Amazon deve chegar ao Brasil neste ano. Como é a presença da empresa hoje na Alemanha? Aqui a ideia é vista com ressalvas pelo mercado.
Boos – Foi o mesmo quando Gutenberg criou a impressão. De repende, livros estavam disponíveis em todo lugar, e agora estão em todo lugar na internet. Na época de Gutenberg, eles eram caros e ninguém podia ler, demorou dois séculos para a coisa engrenar. O mesmo acontece agora. Os e-books estão em todo lugar, mas pouca gente lê. Não estão acostumados, não querem ler no celular, entao vai demorar um tempo.

A Amazon tem uma fatia grande do mercado alemão, porque é conveniente, as pessoas não precisam ir à livraria, podem encomendar e receber no outro dia. O livro do Sarney, por exemplo, está fora de catálogo, mas tem ali uma edição em segunda mão à venda.

Os e-books não fazem tanto sucesso na Alemanha quanto nos EUA porque ainda temos livrarias em todo lugar, em qualquer esquina. No Brasil, você tem livrarias nas grandes cidades, mas acho que nas menores é mais difícil. Suponho.

A Amazon começou com livros impressos e boa distribuição. Foram espertos, começaram nos países de língua inglesa, daí foram para países de língua alemã, similar na estrutura, e daí para a Espanha. Mas mais interessante agora é a canadense Kobo, que foi comprada pela Rakuten, que está para o Japão como a Amazon para o resto do mundo. Ela estreará em 20 países nos próximos meses, incluindo o Brasil. Isso obrigará a Amazon repensar estratégias.

Em 2008, com a crise, o mercado editorial encolheu em vários países. Como foi isso na Alemanha? Como está esse mercado hoje?
Boos – Nos últimos três anos, o mercado alemão vem se mantendo num certo nível, cresce ou encolhe muito pouco. O mais interessante é que há mais títulos publicados do que nunca, os preços subiram um pouco e o faturamento continua o mesmo. A conclusão: menos exemplares por títulos, as pequenas vendendo menos, e best-sellers como “Cinquenta Tons de Cinza” vendendo mais do que nunca.

Isso é perigoso, porque mostra que as pessoas estão interessadas só naquilo que é muito divulgado. Isso acontece no mundo inteiro. É um problema de educação. Temos de mostrar às crianças que há mais. Meu filho tem 12 anos e tudo o que lê é uma série de James Bond para crianças. Tento fazê-lo ler outras coisas, mas ele sempre quer o próximo número da série.

O que pode ser feito, então, para fomentar a leitura, se mesmo o sr., que trabalha com isso  e na teoria poderia ajudar seu filho, não consegue convencê-lo  a ler outra coisa?
Boos – Na minha casa temos muito livros, mas a verdade é que ele não quer ser influenciado por mim. Recomendar algo é a melhor maneira de fazer ele não querer ler.  Tento outras maneiras, indiretamente. Ele fica no YouTube o tempo todo. Então pego um bom livro e digo: “Veja, fizeram um filme em Hollywood baseado nesse livro”. Essa coisa de conversão de mídias.

Também tento enviá-lo para a livraria, e ele fica circulando. Não faço ele comprar livros específicos, faço ele ir e escolher. Uma vez que ele está lá, ele acaba escolhendo. Compro James Bond para ele, o quanto ele quiser, mas que tenha acesso a outros.

Dizem no Brasil que nosso governo está entre os que mais compram livros para escolas e bibliotecas. Como vê ações governamentais nesse sentido?
Boos – Acho positivo. Dar acesso aos livros é importante. Livreiros também têm de ir onde está o povo. Fazer leituras, iniciativas sociais, porque são organizações pequenas. Estamos com uma iniciativa chamada “o futebol encontra a cultura e a literatura”, para crianças pobres da Alemanha, especialmente descendentes de imigrantes que têm problemas com a leitura.

Falamos com times de futebol, e elas têm permissao para treinar com esses times duas vezes por semana. Depois do treino, têm uma hora de práticas de leitura. Não é como a escola, mas tentamos torná-las interessados na leitura combinando-a com o jogo. As crianças querem treinar, então também leem. Temos uns sete times participando, com patrocinadores.

Como são os índices de leitura na Alemanha hoje?
Boos – Há muita gente vinda de Leste Europeu, gente que nem fala alemão. Os índices de leitura estão caindo. Acho que temos 4 milhões de pessoas, de um total de 80 milhões, que foram à escola, aprenderam a ler e não conseguem ler mais, e esse número está crescendo. Essas pessoas têm empregos simples, veem TV, usam celular, mas na prática não conseguem ler.

Tento não ser pessimista. Leio muito, tenho a sorte de que meu filho leia, embora nossos hábitos sejam diferentes. Ele lê e faz outras coisas ao mesmo tempo, lê um impresso e checa o Facebook no smartphone ao mesmo tempo. Os pais são um exemplo, mas estão vivendo em outro mundo. Hoje, até um jogo de videogame pode capturar uma criança para a leitura.

É importante começar cedo, não esperar até a faculdade. E o governo tem que participar, treinar professores –porque eles são da minha idade, não estão acostumados com as novas mídias. Não há problema em se divertir lendo. Aliás, o mais importante é se divertir.

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