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A Biblioteca de Raquel

Raquel Cozer

Perfil Raquel Cozer é jornalista especializada na cobertura de livros

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Tag Archives: pôsteres

Propaganda para gostar de ler

Por Raquel Cozer
25/04/12 19:14

Depois dos pôsteres para gostar de ler, anúncios. Montes deles. Na verdade é mais para vender livros do que para gostar de ler, mas o título fica melhor com otimismo.

"Tudo o que você pode querer saber." Da Encyclopaedia Britannica, de um tempo, recente, em que ela ainda era produzida em papel

"Seja outra pessoa. Escolha seu herói na Mint Vinetu." De livraria lituana

"A página não pode ser exibida (livros nunca vão deixar você na mão)." Da livraria Booksplus

"Mais educação para as meninas nos países islâmicos." Da Unicef

"Homens São de Bares, Mulheres São de Vênus." Da cerveja Bavaria (eu pessoalmente deixaria Vênus para eles)

"De um amante dos livros para outro." Da National Book Tokens, empresa de vale-presentes no Reino Unido

"Nós somamos leitores." Da livraria Cosmo, da Jordânia

"Tenha os livros que pertenceram à biblioteca pessoal de P.P. Guinness." Campanha para venda do acervo do jornalista australiano morto em 2008 (mas esse no pôster é o Jô, né)"

"Um sanduíche para especialistas." Do McDonalds

"Alimente a cultura, não alimente as traças." Para finalizar, coisa nossa: campanha de doação de livros da Feira do Livro de Porto Alegre

Há outros aqui, mas diria que minha curadoria destacou o que tinha de melhor (cof). E também não precisa ficar clicando em um por um. Deixei de fora três que já postei antes, esse, esse e esse, porque não aguentava mais olhar para a cara deles.

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Dois séculos de livros em imagens

Por Raquel Cozer
20/04/12 21:16

No século 19, várias livrarias brasileiras lembravam farmácias, e não só porque os livros ficava protegidos por estantes envidraçadas atrás dos atendentes, como se o Ministério da Cultura proibisse a leitura sem receita, mas também pela oferta de produtos. Elas tinham remédios, perfumes, chás. Tinha rapé também, mas rapé a gente não acha mais nas drogarias.

Soube disso pelo “Pequeno Guia Histórico das Livrarias Brasileiras”, de Ubiratan Machado, que li uns anos atrás. O livro conta histórias de cem livrarias, desde os primórdios delas no Brasil, de uma ou duas páginas, no máximo, com textos acompanhados de ilustrações ou fotos em pequena parte dos casos, o que deve ter dado um trabalho de pesquisa do cão.

(Só um parêntese antes de alcançar o assunto, porque digressão é vida: lembrei que o livro fala da primeira “megastore” brasileira, que não seria megastore hoje, é claro, era só  grande. Ficava em Belo Horizonte e chamava Oscar Nicolai, como o dono. Nos anos 40, quando a guerra dificultava a importação de obras europeias, ele teve a ideia de oferecer títulos latino-americanos, que ninguém oferecia. Hm. Não lembro como termina a história, então o parêntese acaba aqui.)

***

Lembrei desse livro e das fotos cuja pesquisa deve ter dado um trabalho do cão por causa de uma exposição que a editora Unesp abre na terça (24), em celebração de seus 25 anos.

Ela se chama “Impresso no Brasil” e é baseada no livro homônimo, de subtítulo “Dois Séculos de Livros Brasileiros” (2011), com ensaios organizados por Aníbal Bragança e Márcia Abreu. O livro é um apanhado de boas histórias e análises, pena que o assunto tão fartamente imagético tenha saído sem fotos, o que na época lamentei (a gente sempre espera um encarte que seja, embora encartes que sejam encareçam a edição como o diabo). Mas a mostra reúne 90 delas para contar um pouco da trajetória do livro e da leitura no Brasil.

São 30 painéis, com histórias como a da Abril Cultural, que só na década de 1970 vendeu 18 milhões de livros em bancas –incluindo as traduções de “Crime e Castigo”, “Madame Bovary”, “Germinal” etc. que os pais de todo mundo da minha geração (digo, todo mundo que teve sorte de ter pais preocupados com isso) compraram e que, portanto, foram a porta de entrada da literatura adulta para gente a perder de vista.

O "Manual da Maga e Min" saiu pela Abril a partir de 1971. Nada a ver com o texto acima, mas é que uma capa com a Madame Min é mais legal que a da "Madame Bovary", monocromática como todas as capas dos clássicos da Abril

Outro deles é dedicado à Civilização Brasileira, selo da Record desde 2000, mas que, antes disso, principalmente entre 1959 e 1970, sob comando de Ênio Silveira, destacou-se por seu catálogo e pela edição sofisticada dos livros. Durante a ditadura, Silveira foi preso sete vezes e a livraria da casa sofreu dois ataques a bomba, entre as pressões para que fechasse as portas.

A capa do livro Campos de Carvalho, de 1964, foi criada por Eugênio Hirsh, artista vienense de renome internacional que foi diretor de arte da CB, a partir de ilustração de Poty

Este poderia ter entrado no post de pôsteres pró-leitura, para mostrar que a gente também sabe fazer ler (ou tentar)

A Companhia Editora Nacional, que hoje publica didáticos e paradidáticos, foi bem importante entre 1925 e 1970. Foi criada por Monteiro Lobato e Octalles Marcondes Ferreira, e tanto seus projetos editoriais quanto seus catálogos viraram referência, como nos dois casos abaixo.

A capa de "Arranha-Céu", de Benjamin Costallat, de 1929, é assinada por ninguém menos que Di Cavalcanti

Ok, isso é uma curadoria sentimental: lançada em 1957 pela CEN, "Aventuras de Xisto", de Lúcia Machado de Almeida, depois integrou a Coleção Vaga-Lume, que dispensa apresentações pelo menos para quem viveu os anos 80

 ***

Esse post tem potencial para se tornar infinito, então parei. E acabei de perceber que o título fala de dois séculos de livros em imagens, mas o post só tem imagens de um deles. Juro que a mostra tem os dois. Fica em cartaz por uma semana só, de terça a sábado, das 9h às 18h (no sábado acaba às 14h), no Instituto de Artes da Unesp (r. Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271, do lado do metrô Barra Funda).

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Pôsteres para gostar de ler

Por Raquel Cozer
07/04/12 13:37

Está difícil achar tempo, mas aproveito uma folga em Bogotá, onde acompanho os últimos dias do Festival Ibero-Americano de Teatro (a gente se vira nos 30), para espanar a poeira daqui.

Ainda quero comentar a adaptação de “1984” dirigida por Tim Robbins, sobre a qual escrevi na Ilustrada de ontem; citar outras adaptações que chamaram a atenção; falar do preço do livro na Colômbia, que citei no Painel das Letras de hoje; falar de colombianos cujos livros voltam na bagagem. No que diz respeito à intenção, a atualização do blog está uma maravilha.

Mas, só para manter as estantes em dia, vai uma do arquivo de links não postados, de que lembrei ao visitar um sebo por aqui (a associação que fiz eu explico depois, ou não).

***

Enfim. Quando A Biblioteca de Raquel estava ainda no Estadão, escrevi sobre um projeto do inglês Philip Bradley, que adaptou antigos pôsteres de guerra para a campanha Save Libraries. Se tiver um tempo além do que já está perdendo aqui, vale dar uma olhada.

O post que o Brainpickings fez no mês passado lembra que, no período entreguerras, o próprio governo americano pensou em algo parecido. Era 1935 e, no esforço para tirar a população daquela depressão generalizada decorrente da Grande Depressão, o presidente Roosevelt criou o Works Progress Administration, que usou US$ 7 bilhões para empregar 8 milhões de pessoas em áreas tão variadas quanto artes e construção civil.

Do incentivo às artes, incluído no Federal Arts Program, saíram mais de 17 mil esculturas e 108 mil pinturas. Parte desse trabalho era voltado à criação de pôsteres para promover tudo, de saúde pública a turismo, passando pelo incentivo à leitura. Abaixo, alguns exemplos:

Pôster de 25 de março de 1939, de Iowa, convocando leitores a frequentarem clubes de leitura, hoje tão populares na internet

Pôster de 25 de março de 1941, de Chicago, incitando a leitura no mês que já estava acabando. Acho que perderam o deadline

Pôster de algo entre 1936 e 1940, convocando o leitor a... usar marcador de livros em vez de fazer dobrinhas nas páginas? Hm

***

Agora, nem só a moral e os bons costumes alimentavam campanhas pró-leitura. Décadas depois da criação dos pôsteres acima, surgiram outros inspirados na literatura barata, a famosa pulp fiction, para estimular o interesse por livros. Sem incentivo governamental, é claro. Há uma série para quem quiser comprar, mas estes abaixo são imbatíveis.

"Bibliobimbo: corrompido por um desejo desenfreado por livros raros (todo livreiro da cidade esteve na biblioteca dela)"

"Uma conspiração diabólica revelada: Eles fizeram de mim um colecionador de livros -- vendedores de livros raros e sua trama diabólica para doutrinar os compulsivos"

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