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A Biblioteca de Raquel

Raquel Cozer

Perfil Raquel Cozer é jornalista especializada na cobertura de livros

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Tag Archives: companhia das letras

Painel das Letras: Ensaístas na Flip

Por Folha
22/12/12 03:00

Dois expoentes do ensaio pessoal –gênero que usa questões autobiográficas como ponto de partida para reflexões– debaterão na Flip em 2013. São eles os americanos Geoff Dyer, autor de “Jeff em Veneza, Morte em Varanasi” (Intrínseca), e John Jeremiah Sullivan, que escreve para revistas como a “Harper’s”. Ambos terão livros pela Companhia das Letras em breve: “But Beautiful”, de Dyer, sobre jazz, sai em abril, e “Pulphead”, de Sullivan, um dos volumes de ensaios mais elogiados nos EUA em 2011, fica pronto em junho.

Clássicos em mangá
“O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, “Manifesto do Partido Comunista”, de Marx e Engels (acima), e “Interpretação dos Sonhos”, de Freud, estão entre os 11 clássicos em mangá que a L&PM lança a partir de fevereiro de 2013.

Publicada originalmente pela East Press, sob edição de Kasuke Maruo, a coleção é mais uma aposta da editora gaúcha num segmento de sucesso no exterior, mas para o qual as grandes casas do país nunca deram muita bola.

Os títulos, organizados por Alexandre Boide, sairão sempre em duplas, começando com “Hamlet”, de Shakespeare, e “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.

Caso antigo 1 Em 2006, Fernando Gasparian ofereceu sua editora, a Paz e Terra, a Sérgio Machado, dono da Record. “Fico triste por não ver os livros nas lojas”, disse. Ficaram de falar após a Feira de Frankfurt, em outubro. Fernando morreu enquanto Machado estava no evento.

Caso antigo 2 O negócio que Marcus, filho de Fernando, fechou anteontem com Machado ocorreu pelo mesmo motivo. Com a compra de seu 15º selo, a Record soma 8.700 títulos, mais do dobro do que têm editoras como a Companhia das Letras e a Rocco.

Caso antigo 3 Por falar em Frankfurt, na feira deste ano falava-se na compra que a Record estaria realizando. Mas seriam duas editoras, não só uma. “Não há mais nada em vista por ora”, diz Machado.

Estreia Autor de cinco livros de contos e um de aforismos, Marcelino Freire conclui, em Buenos Aires, seu primeiro romance, “Só o Pó”, que sai pela Record em 2013. O tema: “Muitos velhos. Quando  meu parágrafo cansa de um velho, pega outro pelas mãos”.

Exportação 1 Também no ano que vem, “Contos Negreiros”, do pernambucano, sairá na Argentina, pela Santiago Arcos, traduzido com bolsa da FBN por Lucia Tennina.

Exportação 2 O selo Edith, criado pelo autor, também repercute lá fora. Um de seus títulos, “Copacubana”, de Hector Bisi, ganhou quatro páginas na elogiada revista literária colombiana “El Malpensante”. A tradução para o espanhol foi encomendada pelo selo a Cristian de Nápoli e está à venda na Amazon.

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Painel das Letras: Nova casa de Maigret

Por Folha
08/12/12 03:00

Quase toda a obra de Georges Simenon (1903-1989), belga que escreveu mais de 500 livros e já teve 500 milhões de exemplares vendidos no mundo, será publicada pela Companhia das Letras a partir de fevereiro de 2014. A editora prevê para o ano de estreia 11 volumes do inspetor Maigret (personagem de mais de cem títulos) e um romance não relacionado. São quase 400 livros contratados, o que exigirá da editora 30 anos de publicações se mantiver o ritmo de um livro por mês. O superlativo autor ainda terá títulos até 2016 pela L&PM. A casa diz que “é passível de sério questionamento” a decisão dos agentes de passar a obra à Companhia por esta ser associada à Penguin, que publica Simenon. “Tentaremos todas esferas judiciais para garantir nossos direitos”, informou a editora gaúcha.

Linha de chegada

Amazon, Kobo e Google estrearam com pendências para não perderem a corrida dos livros digitais no país.

Após avisar editoras de que ficariam fora da estreia se não mandassem seus arquivos até terça, a Amazon entrou no ar inclusive sem títulos enviados meses atrás.

E alguns textos do site foram vertidos via tradutores on-line, caso de “Companheiro Inesperado”, de Toni Griffin. “Quebrando fora da cidade pequena, nunca Brian pensou que ele encontrar seu companheiro”, diz a sinopse do livro.

O Google estreou sem grandes editoras como Companhia das Letras e Ediouro, ainda em negociações.

E a Kobo pôde oferecer só 8.000 dos 15 mil e-books nacionais da Livraria Cultura, já que nem todos os arquivos em PDF foram convertidos ao formato ePub.

Mas a loja canadense teve bons números. Antes da estreia, já tinha vendido mil aparelhos de leitura. Desde quarta, 20% dos e-books vendidos foram para o novo aparelho.

Infantil “Os Coelhos Tapados” (imagem acima) e “Os Coelhos Tapados Vão ao Zoológico”, de Dav Pilkey, autor de “As Aventuras do Capitão Cueca”, saem em janeiro pela Cosac Naify. A tradução é de Daniel Pellizzari

Rio antigo Ruas, edifícios, botequins e suas tipologias guiarão o livro que Michelle Strzoda inicia em sua segunda investida sobre a história do Rio. Com o designer Rafael Nobre e ainda sem editora, a autora de “O Rio de Joaquim Manuel de Macedo” (Casa da Palavra) pesquisará a evolução do subúrbio, da orla e de outras áreas na memória visual do carioca.

Estreia A gaúcha Letícia Wierzchowski, de “A Casa das Sete Mulheres” (Record), está de editora nova. Será dela a primeira ficção nacional da Intrínseca, “Clarões e Sombras”, em junho. O primeiro ficcionista nacional contratado, Miguel Sanches Neto, ainda escreve seu livro.

Novo rumo 1 Após estourar com os livros juvenis de Paula Pimenta no selo Gutenberg, a Autêntica planeja investir na ficção adulta. O selo terá, em 2013, títulos como “Sobre o Sexo na Casa Branca”, de Larry Flynt com David Eisenbach.

Novo rumo 2 Em seu selo principal, a Autêntica investirá mais em literatura contemporânea, sendo a maior aposta “Tinta”, de Fernando Trías de Bes.

Novo rumo 3 Mas os autores de juvenis não serão esquecidos. Prova disso é que a editora traduziu para o inglês o best-seller “Fazendo Meu Filme 1”, de Paula Pimenta, numa edição digital que deve entrar no ar na semana que vem na Amazon e na loja da Apple. Vai se chamar “Shooting My Life’s Script”, com tradução de Thiago Nasser e revisão de Dan O’Shea.

Ressaca Luiz Fernando Carvalho virou fã da Balada Literária. Após convencer o recluso Raduan Nassar a fazer uma inesperada aparição no evento organizado por Marcelino Freire, o cineasta quis participar também da tradicional Ressaca Literária. No dia 16, vai ao lançamento da HQ “Suburbia”, baseada em sua série global, no centro b_arco.

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Painel das Letras: A volta da Primavera

Por Raquel Cozer
03/11/12 08:42

São Paulo voltará a ter, depois de três anos, sua versão completa da Primavera dos Livros, evento promovido por editoras independentes da associação Libre e que no Rio já está na 11ª edição. A última edição paulistana com apoio da prefeitura foi em 2009, no CCSP; em 2010, houve uma versão reduzida na Livraria Cultura.

Neste ano, após tentar negociar com a prefeitura a realização na praça D. José Gaspar (centro), a Libre conseguiu o aval do governo estadual para levar a feira para a tenda de eventos ao lado da Biblioteca São Paulo (zona norte). Será nos próximos dias 22 a 25, com 45 pequenas e médias editoras vendendo livros com até 50% de desconto. Haverá concerto da Villa-Lobos Jazz Band e mesas com Clara Averbuck, Joca Reiners Terron, Marcelo Mirisola e outros.

HQ “Graphic novel infantil que delicia adultos”, segundo o site BoingBoing, “Giants Beware” sai em 2013 pela V&R. De Jorge Aguirre e Rafael Rosado, conta a história de uma menininha que caça gigantes

Nossa língua indígena 1 A editora Limiar conseguiu autorização para captar R$ 1,73 milhão via Rouanet para uma exposição no Museu da Língua Portuguesa sobre a influência das línguas indígenas na formação do português brasileiro. Agora só falta convencer o Museu da Língua Portuguesa.

Nossa língua indígena 2 O editor Norian Segatto diz que o projeto, baseado no “Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena”, de Clóvis Chiaradia, foi elogiado no museu, mas que, após ele entrar com o pedido de captação, soube que a instituição não teria data para a mostra. Com a aprovação, tentará retomar a conversa. Mas já pensa em locais alternativos.

Para exportação 1 Após o sucesso nas vendas de direitos de romances de autores como Michel Laub e Daniel Galera, a Companhia das Letras trabalha na não ficção para exportação. O projeto surgiu em parceria com a Penguin, e dois títulos, cujos autores a editora ainda não revela, já têm garantida a publicação tanto no Brasil quanto nos EUA e no Reino Unido.

Para exportação 2 Já a alemã Suhrkamp, que anda interessada no Brasil, prevê para 2013 -além do novo livro de Galera, “Barba Ensopada de Sangue”- novas edições de clássicos nacionais.

Para exportação 3 Estão previstos “Os Sertões”, de Euclydes da Cunha, “Macunaíma”, de Mário de Andrade, obras de Augusto Boal e “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, com prefácio original de Antonio Candido e introdução de Sérgio Costa.

Nunca acaba Até o final do ano, a Intrínseca terá mandado imprimir 2,5 milhões de cópias de “Cinquenta Tons”. Já foram vendidos 650 mil do primeiro livro e 350 mil do segundo -esses continuam rodando nas gráficas. O terceiro sai nesta quinta com 600 mil exemplares. E, no fim deste mês, sai ainda uma caixa com os três volumes, com algo entre 150 e 200 mil unidades.

Vai ou não vai A notícia, nesta semana, da tentativa da Livraria Saraiva de vender apenas sua loja on-line causou estranheza -foi a falta de uma loja on-line própria que fez a americana Borders falir. O que se ouve no mercado é que, na verdade, a venda planejada pela Saraiva inclui também as lojas físicas. A empresa não comenta.

Dueto Aos 96, Cleonice Berardinelli se prepara para gravar com Maria Bethânia um CD com poemas de Pessoa. A ideia surgiu no lançamento da “Antologia Poética: Fernando Pessoa” (Casa da Palavra), no Rio, quando Maria Bethânia leu trechos do livro organizado pela imortal.

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Random House, Penguin, Companhia das Letras: o mercado editorial em mutação

Por Raquel Cozer
29/10/12 20:37

As “Big Six” –nome dado ao conjunto das seis maiores editoras do mundo, Simon & Schuster, HarperCollins, Random House, MacMillan, Penguin e Hachette– agora serão cinco. Foi a maior notícia do mercado editorial em muito tempo: a confirmação, hoje cedo, da joint venture entre a empresa alemã de mídia Bertelsmann, proprietária da Random House, e da editora britânica Pearson, que detém a Penguin.

A Penguin Random House deve começar a atuar no segundo semestre do ano que vem, respondendo, sozinha, por 27% do mercado editorial global. Terá com isso tamanho suficiente para se impor no mercado digital, no qual editoras vêm enfrentando dificuldades nas negociações com gigantes da tecnologia como Google, Apple e Amazon.

(Update para contextualização feita no Twitter: valor de mercado da Apple, US$ 567 bilhões; do Google, US$ 221 bilhões; da Amazon, US$ 108 bilhões; e da Random Penguin, US$ 3 bilhões)

Outras das “Big Six” já foram compradas anos atrás por empresas de mídia, caso da HarperCollins, pela News Corp, da Simon & Schuster, pela CBS, e da própria Random House, mas analistas acham provável que também estejam conversando entre elas para outras fusões do gênero –a HarperCollins mesmo andou falando com a Pearson depois que surgiram, na semana passada, as primeiras informações da fusão de hoje.

***

Onde o Brasil entra nesta história? Bem, para começo de conversa, em email para os funcionários do grupo Penguin, o presidente John Makinson –que comandará o conselho da nova empresa– destacou que a Penguin Random House levará em conta todos os interesses das duas atuais editoras “nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa”.

A Penguin já marca presença aqui desde a aquisição de 45% da Companhia das Letras, no ano passado. Tempos atrás, o grupo Bertelsmann inaugurou um escritório em São Paulo, e representantes da Random House andaram conversando com editores brasileiros para avaliar opções de compra. Não saberia dizer se a fusão com a Penguin interromperia essas conversas, considerando que a nova empresa já detém parte de uma editora no Brasil, ou se outras negociações continuam. Editores brasileiros com quem conversei creem que, após  a situação se regularizar, a Penguin Random continuará com outras conversas.

É digno de nota, de todo modo, Makinson destacar a língua portuguesa entre os grandes interesses do novo grupo. E mudanças expressivas ocorridas no último ano na Companhia das Letras permitem desconfiar que resultados esses interesses trarão na prática.

***

A Companhia das Letras resolveu anunciar também hoje alterações internas que parecem ter tudo a ver com a compra, em 2011, de parte da editora brasileira pela Penguin: a saída de duas veteranas na casa, a diretora editorial Maria Emília Bender e a editora Marta Garcia; e a reestruturação do departamento editorial, com o editor Otávio Marques da Costa assumindo a função de publisher do selo Companhia das Letras, e a editora Júlia Moritz Schwarcz a de publisher dos selos Companhia das Letrinhas, Boa Companhia, Claro Enigma e Seguinte.

Maria Emília, elogiada por todo mundo pelo talento para treinar novos editores, e Marta, editora de texto em que o mercado inteiro já deve estar de olho, saem –Maria em abril, Marta no final deste ano– por decisão própria, tomada semanas atrás, depois de mais de 20 anos na Companhia. O fato é que a estrutura da editora vem sofrendo transformações significativas, com os editores assumindo, além da edição de texto, um papel importante na parte de negócios.

Certamente não foi por acaso que, no começo deste mês, o editor Luiz Schwarcz destacou em post no Blog da Companhia justamente Maria Emília e Marta como formadoras de “uma escola de exímios editores de texto”, e Otávio e Júlia como representantes de uma nova geração, cujos aprendizados terão “efeitos sensíveis na estrutura e desempenho da editora no futuro”.

***

Por ora, o efeito mais perceptível foi o investimento da Companhia das Letras em selos comerciais, caso da Paralela (que publicou o erótico “Toda Sua” na esteira do sucesso do “Cinquenta Tons”) e do juvenil Seguinte, e ainda do Boa Companhia, com grande potencial para venda em escolas. Ótimo para a editora, embora nada imprescindível para o leitor –vamos combinar que editoras de best-sellers comerciais não são algo que esteja em falta no Brasil.

A longo prazo, creio que veremos acontecer no Brasil situações como essa que testemunhei semanas atrás, quando Pedro Almeida, diretor editorial da Lafonte, comentou que tinha adquirido os direitos de “Release Me”, de J. Kenner, anunciado como a resposta da Random House ao “Cinquenta Tons”. Estranhei: mas o “Cinquenta Tons” não é da Random House? Ele explicou:

“Na verdade, o ‘Cinquenta Tons” é da Knopf, do selo Vintage, que pertence à holding alemã Random House, mas cada uma das empresas funciona de forma independente. A Knopf foi uma das agregadas ao grupo. A Random é a editora original, principal. A Bantam, que vai publicar ‘Release Me’, é uma editora americana da Random House, que adquiriu a Knopf. Não são concorrentes como seria uma Harper, mas são concorrentes entre si.”

Ficou claro?

***

Por falar em ficar claro, aparentemente há algo muito engraçado na opção alternativa de nome Random Penguin (em vez da oficial, Penguin Random), algo além da ideia de um “pinguim qualquer” ou “aleatório” e que escapa à minha compreensão (digo, além da ideia da adjetivação ao pinguim), porque muita, muita gente lamentou no Twitter que o nome não fosse esse. Se alguém souber explicar, agradeço, porque já atormentei meio mundo com isso.

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Painel das Letras: Linha de chegada

Por Folha
20/10/12 03:00

A concorridíssima corrida pelo mercado de livros digitais no Brasil deve fazer com que Amazon, Google, Kobo e Apple estreiem aqui em novembro com poucos dias de diferença. Quem conhece a Amazon acha improvável que ela compre a Saraiva, conforme rumores recentes, mas acredita na estreia da amazon.com.br, com venda de e-books em português, no mês que vem (atualmente o link está fora do ar). Embora a venda do Kindle no Brasil esteja indefinida, há 300 mil usuários do Kindle Books em português no mundo, considerados aí os aplicativos para tablets e celulares, o que torna a venda só de e-books um bom negócio por ora.

A empresa já fechou com quase 200 editoras nacionais, a maior parte representada pela distribuidora Xeriph, mas ainda não com as seis representadas pela DLD, que respondem por cerca de 35% dos best-sellers no país. A mesma DLD, no entanto, fechou com Kobo –que estreia já com um modelo de e-reader– Google e Apple.

Livro, obra de arte

Detalhe de obra do brasileiro Odires Mlászho, que esteve exposta em SP

A organização da participação brasileira na Feira de Frankfurt 2013 estuda fortalecer a presença do país com estandes em vários pavilhões, além do estande principal, de 500 m². Já foi solicitada à feira área de 100 m² no pavilhão de livros de arte para a mostra “Além da Biblioteca”, com obras artistas como Lucia Mindlin Loeb, Marilá Dardot e Odires Mlászho, feitas a partir do objeto livro.

Em alta 1 A Companhia das Letras fortalece seu time de jovens autores. De Andrea del Fuego, 37, contratou romance inédito e ainda comprou “Os Malaquias” (Língua Geral, 2010), vencedor do Prêmio José Saramago.

Em alta 2 A editora assinou também com a roteirista Juliana Frank, 27, que estreou como romancista em 2011 com “Quenga de Plástico” e lança em breve “Cabeça de Pimpinela”, ambos pela 7Letras. A Companhia prevê para 2013 o inédito “Meu Coração de Pedra Pomes”.

Tons digitais Em dez meses no mercado digital, a Intrínseca comercializou 28 mil e-books. Quase um terço disso, cerca de 9.000, diz respeito às vendas dos dois primeiros títulos de “Cinquenta Tons” só em setembro.

Força Na Feira de Frankfurt, a Sextante adquiriu os direitos de “Davi e Golias”, que Malcolm Gladwel começou a escrever após publicar na “New Yorker” artigo explicando que em quase um terço das batalhas os mais fracos vencem se forem criativos.

I’ll be back Também na feira, Marcos Pereira, sócio da Sextante, ouviu de Arnold Schwarzenegger a notícia de que virá ao Brasil em maio para promover um evento de fisiculturismo no Rio e divulgar a biografia “Total Recall”, que a casa carioca lança no mês que vem. O ator esteve num fórum de sustentabilidade em Manaus em 2011.

Todo mundo quer Sem editor no Brasil, o chinês Mo Yan deve permanecer assim por algum tempo devido a uma briga internacional. Com o anúncio do Nobel, a mega-agência Wylie disse estar negociando a obra dele com vários países. Mas a agente americana Sandra Dijkstra afirma que representa Mo Yan “desde o começo”.

Outro chinês Enquanto isso, a Estação Liberdade adquiriu em Frankfurt romance de outro chinês inédito no Brasil, Chen Zhongshi. “No País do Cervo Branco”, volume de 800 páginas sobre clãs rivais na China rural no século 20, levou em 1997 o Prêmio Mao Dun –o mesmo que Mo Yan ganhou em 2011 pelo romance “Wa”.

Poço seco 1 “A literatura era, no final das contas, um recurso não renovável –como o petróleo, a água– que foi drenado e consumido a cada nova geração”, argumenta o filósofo britânico Lars Iyer, em texto na “Serrote #12”, que chega às livrarias no dia 29. “Chegamos a um ponto em que o modernismo e o pós-modernismo encontraram o poço seco.”

Poço seco 2 Iyer defende que vivemos uma “inflação” de autores e leitores e que nos resta “perseguir os rastros do literário”. Antes de a revista chegar, o editor Paulo Roberto Pires fala sobre a relação de editores com a filosofia, no dia 23, na Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia, em Curitiba.

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Uma Feira de Frankfurt atípica, especialmente para brasileiros

Por Raquel Cozer
15/10/12 08:18

O pavilhão da Nova Zelândia, que levou o slogan “Enquanto você dormia” para a feira. De cair o queixo (e também de cair os visitantes às vezes, porque era meio escuro demais)

Foi uma Feira de Frankfurt atípica a que terminou ontem aqui na Alemanha, segundo todos os editores com quem conversei. Como foi minha primeira vez no evento, o maior do mercado editorial no mundo, eu não saberia dizer.

Para mim, o que chamou a atenção foi o mundo que aquilo é. A comparação característica de cursos de jornalismo informa que o espaço onde ficam os oito pavilhões temáticos corresponde a 14 campos de futebol. Agora imagine 14 campos de futebol dispostos num labirinto, no qual se você sai do lado errado terá de atravessar todo o campo de volta até chegar àquele que o interessa, ou a outro errado. Meu senso de direção não ajudou muito.

O atípico, segundo editores, foi o fato de ter estado bem mais vazio que de costume antes do fim de semana, quando a feira é aberta ao público geral –nos outros dias, fica aberto só a profissionais do mercado. Já vinha esvaziando ao longo dos anos, mas desta vez, disseram eles, chamou mais a atenção. Eles creditam isso à crise prolongada na Europa e ao fato de as editoras terem sido compradas umas pelas outras na década passada.

Na sexta à tarde, já estava com certa cara de fim de festa. Editores pagam multa se desmontam os estandes antes do fim da feira, mas vários preferiram isso ou simplesmente abandonar os livros a ter de ficar lá nos últimos dias, quando os negócios entre editores são mais fracos.

O estande do Brasil serviu de ponto de encontro entre agentes e editores brasileiros e estrangeiros (foto de divulgação da FBN)

Foi atípica também a postura de uma parcela dos editores brasileiros participantes. Presentes à feira em outros anos apenas em busca de grandes sucessos estrangeiros, neste ano editores também queriam vender o seu peixe.

É preciso esclarecer, para que ninguém fique com a impressão de que o mundo está deslumbrado com a produção brasileira: apenas uma minoria das editoras presentes à feira conseguiu realizar boas vendas, embora na média tenha sido um ano bom para brasileiros, considerados os padrões. Editoras como Record, Companhia das Letras e Callis vieram a Frankfurt neste ano com foco nas vendas (as duas primeiras também se empenharam nas compras), enquanto outras grandes, como Globo, Sextante, Intrínseca, seguiram o tradicional modus operandi de apenas adquirir candidatos a best-sellers.

Também entra nessa conta o fato de a literatura produzida no Brasil ser pouco comercial, que é justamente o centro de tudo em Frankfurt. O total de direitos vendidos por todas as editoras brasileiras não chega a um décimo do valor pelo qual a Random House comprou um único título americano, “Not That Kind of Girl”, de Lena Dunham, atriz e roteirista da série “Girls”. Este foi comprado por US$ 3,5 milhões, enquanto pelos cálculos iniciais (23% dos formulários respondidos) as vendas das editoras brasileiras no intervalo de um ano, considerando as conversas iniciadas em Frankfurt, devem ficar em torno de US$ 200 mil.

De todo modo, autores como Daniel Galera, Michel Laub, Carola Saavedra e Alberto Mussa conseguiram inclusive ultrapassar a difícil barreira do mercado de língua inglesa, pouco afeito a títulos traduzidos.

A literatura feita no Brasil ainda não é um hit, mas com certeza anda mais cotada que nos últimos 30 anos. A Granta com brasileiros, o programa de traduções de brasileiros no exterior, oferecido pela Biblioteca Nacional a editoras estrangeiras, e o fato de o Brasil ter sido o “país que acontece” em termos econômicos nos últimos anos decerto têm influência nisso.

PS: para quem não acompanhou, escrevi sobre a feira na “Ilustrada” ao longo da semana: a participação do Brasil, a inusitada presença de Schwarzenegger, o desprezo de editores sobre Mo Yan antes do anúncio do Nobel, a iniciativa de três editoras infantis brasileiras de figurar entre as maiores do mundo no pavilhão de língua inglesa e o balanço final. A coluna Painel das Letras, no post abaixo, também foi quase toda dedicada à feira.

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Painel das Letras: O país que acontece

Por Folha
13/10/12 03:00

Peguei só um pedacinho do centro de agentes na Feira de Frankfurt, um formigueiro de negociações. Em tese, como jornalista, nem poderia estar lá, mas a porta dos fundos tava aberta…

Anos atrás, a bem-sucedida agente literária americana Barbara Zitwer mirou a Coreia do Sul. O resultado tem sido visto por leitores de outras dezenas de países: títulos como “Por Favor, Cuide da Mamãe” (Intrínseca), de Kyung-Sook Shin, vencedor do Man Asian Prize, e “Our Happy Time”, de Gong Ji-Young, comprado pela Record.

“Apresentei ao mundo todos os melhores escritores sul-coreanos”, disse Zitwer ontem, elétrica, entre uma reunião e outra na central de agentes da Feira de Frankfurt.

A meta agora é fazer o mesmo com brasileiros, trabalho que iniciou com conversas na feira. “Vamos encarar: o Brasil é o país que acontece. Vou levar suas melhores vozes para o mundo.” Ler mesmo, por ora, ela ainda não leu nenhum.

*

Granja pós-Granta

Por falar em vozes brasileiras, um enorme cartaz destacava a edição com os “Melhores Jovens Brasileiros” da “Granta” no estande da revista literária em Frankfurt. Uma divulgação que certamente seria difícil para a “Granja”, antologia-paródia com lançamento previsto para a Balada Literária, dia 2/12. Sai pela Casa Impressora de Almeria e reúne 15 autores novos ou novíssimos –não no sentido de pouca idade, mas de não ter publicado nada ou quase nada, como Juliana Amato, Laura Caselli e João Gomes. Os organizadores, Felipe Valério e Luis Rafael Montero, publicaram livros pelo selo Edith, que edita a coleção “Que Viagem”, uma paródia da série “Amores Expressos”, da Companhia das Letras.

*

Jovem sobre o muro de Berlim, em 11 de novembro de 1989

Fotos 70 anos de história estão representados por 435 imagens, de nomes como Raymond Depardon (acima), Robert Capa e Martin Parr, em “Magnum: Contatos”, que o IMS lança em novembro

Segredo 1 Um dos motivos pelos quais nenhum título alcançou o status de “livro da feira” nesta edição foi o excesso de oferta de eróticos, que editores compram sem empolgação, mais para não ficarem de fora da onda. Um dos mais concorridos, “S.E.C.R.E.T.”, ficou com a Globo Livros.

Segredo 2 Primeiro de uma série “erótica sofisticada, de qualidade”, segundo os agentes, “S.E.C.R.E.T.” tem autora também secreta. Quem assina é E.M. Adeline, pseudônimo para uma das “principais produtoras de TV do Canadá”.

Cocaína Em Frankfurt, a Companhia das Letras fechou contrato para o próximo livro de Roberto Saviano. Chama-se “Zero Zero Zero”, trata do tráfico internacional de cocaína –como funcionam as redes, como é a economia etc.— e ainda está sendo escrito. O italiano entrega o livro à Feltrinelli no final do ano.

Mais Tolkien O pacote de livros de J.R.R. Tolkien que vem sendo lançado pela WMF Martins Fontes ganhou um adicional inédito nesta feira: o longo poema “The Fall of Arthur”, que o autor começou a escrever antes de se dedicar ao “Hobbit”. Fica para o fim do ano que vem, quando sai o segundo filme da trilogia baseada no “Hobbit”.

Estrela virtual O selo Gutenberg bem que tentou, mas ainda não conseguiu emplacar a best-seller mineira Paula Pimenta em editoras estrangeiras. Enquanto isso não acontece, a editora investe em outra blogueira: Bruna Vieira, de apenas 18 anos, que virou uma espécie de celebridade virtual com dicas de moda e comportamento no blog Depois dos Quinze.

Contato imediato A organização da Feira de Frankfurt quer contratar alguém no Brasil até o fim do ano como parte de seu projeto de ampliar a presença no país em 2013.

Poesia Quando voltar da feira do Brasil, o editor Ítalo Moriconi se dedicará à finalizar os primeiros títulos traduzidos da coleção Ciranda da Poesia, da Eduerj, que até hoje só lançou brasileiros. Entre os primeiros autores, estão a francesa Natalie Quintane, vertida por Paula Glenadel, e a austríaca Ingeborg Bachmann, por Vera Lins.

Titanic A maior reportagem já feita sobre o Titanic, publicada em 1955 por Walter Lord (1917-2002), sai no mês que vem pelo selo Três Estrelas, com o título “Uma Noite Fatídica”. A história se concentra entre a última noite no navio e o resgate, e é rica em detalhes: Lord conseguiu entrevistar a maior parte dos então cerca de 60 sobreviventes.

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Frases da Flip, para encerrar o assunto

Por Raquel Cozer
10/07/12 21:22

Tinha prometido a mim mesma só voltar ao assunto Flip em 2013, mas essa superou qualquer expectativa minha: a Diana Passy, que cuida das mídias sociais da Companhia das Letras, transcreveu 16 debates da programação oficial ou paralela envolvendo autores da editora. É claro que uma coisa ou outra se perdeu, mas o essencial, para quem não viu, está ali.

(Admiro a empreitada: no ano passado resolvi transcrever toda a entrevista do Antonio Candido e quis morrer três vezes antes de completar um terço da gravação.).

Algumas boas frases da Flip, então, cortesia do esforço da Diana. Incluí uma ou outra que recordei, mas este foi um ano em que consegui ver especialmente poucas mesas. Quem lembrar outras pode mandar que incluo aqui. As fotos são de Adriano Vizoni/Folhapress.

***

“Comecei a escrever sobre sexo porque não estava fazendo, era como uma simulação de como seria. Então aos 37 anos finalmente fiz sexo, e foi ainda melhor do que havia imaginado nos dois primeiros livros.”
Gary Shteyngart 

“’The Penis’ é uma história de um pênis que se destaca do corpo, adquire uma vida própria, uma carreira. Quando publiquei, o editor disse: “Por favor, não publique essa história, vão rir de você a vida toda”. Ele estava certo.”

“Comecei a escrever pra parar de enlouquecer. Precisava enlouquecer os outros.”
Hanif Kureishi

“Drummond sempre escreveu pra se explicar a si próprio, escrevia com o próprio fígado. E aquilo se transformava num discurso geral que se aplicava a todos.”
Armando Freitas Filho 

“O bonito do Drummond é que você aprende que precisa estar à altura da queda.”
Carlito Azevedo

“Criei um bandoleiro com Alzheimer que entrava na cidade pra matar alguém, esquecia quem era e tinha que pedir ajuda aos moradores. Recebi cartas de associações, foi algo que me fez pensar. Eles têm razão, mas eu também. É preciso respeitar, mas não podemos sacralizar as coisas também. A sacralização é uma forma de desrespeito”

“A verdade é que a gente não deve acreditar em tudo o que vê nos quadrinhos”
Laerte

“Uma vez fiz uma tira com uma mulher reclamando que há muito tempo o marido não tocava nela. Ele enche ela de porrada e diz “pronto, toquei”. Era uma piada claramente a favor da mulher, mas teve uma jornalista que disse que sou machista. Ela não entendeu a piada.”
Angeli

“O 11 de setembro foi um ataque midiático e político baseado no ataque terrorista.”

“O que me incomodava [sobre o amigo David Foster Wallace] era que vejo o suicídio como uma pequena fraude, e odeio fraudes. Mas esse é um assunto complicado, eu não deveria falar sobre isso.”
Jonathan Franzen 

“A dificuldade de qualquer escritor contemporâneo é escrever qualquer coisa que seja nova.” (sugestão do Henrique)
Paloma Vidal

“Quando estou num momento em que preciso escrever, é triste. Mas você começa a escrever, é uma alegria. Aí você vai editar e é uma tristeza: quem foi o idiota que escreveu isso? Depois que você edita, é uma alegria de novo.”
Teju Cole

“Quando você pesquisa para um livro, precisa saber dez vezes mais do que vai usar.”

“James Wood me acusou de ser um manipulador. Então, basicamente ele me acusou de ser um romancista.”
Ian McEwan

“Na cidade em que nasci, há um grande número de suicídios. Em vez de me matar, resolvi escrever sobre a morte dos outros. A literatura não salva, mas adia a morte inevitável.”
André de Leones

“Minha mãe morreu em janeiro desse ano. Meu sobrinho outro dia estava brincando com um balão e jogando bem alto: ‘Numa dessas, talvez minha avó pegue’. Acho que ele foi muito escritor nesse momento.”
Carlos de Brito e Mello

“A leitura quebra o monopólio da construção da realidade e as barreiras de estratificação social.” (sugestão do Henrique)
Sylvia Castrillón

“Não existe ocidente e oriente na produção, isso são conceitos políticos. Não há diferença entre poetas de um hemisfério ou outro.”

“Obama é uma máscara negra por cima de um rosto branco.” (sugestão do Marcelo Miranda)

“Para mim não faz sentido uma revolução onde não haja a liberação da mulher e a separação de religião e Estado.” (sugestão do Henrique)
Adonis

“Há livros que são imediatamente reconhecidos e viram clássicos, mas alguns crescem com o tempo. Os leitores que decidem com o tempo.”
Jonathan Galassi

“Montanhas de livros chegam até você e é exasperador, porque você sabe o esforço que foi gasto naquilo. Não quer magoá-los, mas também não quer enganá-los de que aquilo é bom. E de repente chega um livro com uma voz que salta das páginas e te prende. E você sabe que este é um escritor para quem você quer trabalhar.”
Deborah Rogers

“A família deve ser uma casa, não uma prisão.” (sugestão da Rosana Caiado)
Dulce Maria Cardoso

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Teju Cole: "Não reconheço essa Nova York de 'Seinfeld' e 'Friends'"

Por Raquel Cozer
08/07/12 11:28

O escritor americano filho de nigerianos Teju Cole chegou ontem à Casa Folha com uma camiseta onde se lia “Nem alegre nem triste: poeta” e iniciou sua fala com a leitura de “No Meio do Caminho”, de Drummond –leu os dois primeiros versos em português e depois passou para a tradução de Elizabeth Bishop para o inglês.

Falou de seu romance de estreia, “Cidade Aberta”, comentou sua paixão pela fotografia, deu suas impressões a respeito do Brasil, onde está pela segunda vez –dois anos atrás, passou algum tempo em Cabo Frio e no Rio. E citou dois momentos em que sofreu preconceito no Brasil, como relata o repórter Marco Aurélio Canônico na Folha de hoje:

O primeiro foi ao chegar no aeroporto internacional de São Paulo, “acompanhado de dois outros autores americanos convidados, brancos”, que ele não quis identificar.

“Alguém do aeroporto me apontou um caminho; meus amigos me seguiram, mas ele disse que só eu precisava ir. Minhas malas passaram por uma vistoria extra. Bem-vindo ao Brasil”, contou.

“É claro que essa seleção não foi feita porque alguém olhou meu passaporte.”

O outro incidente aconteceu durante a Flip, quando o escritor entrou em um local no centro histórico de Paraty “onde as pessoas estavam indo e vindo livremente”.

“Fui perseguido pelo segurança, até que apareceu alguém dizendo ‘ele é um dos nossos palestrantes’. Essa é a realidade presente aqui.”

Não falou isso em tom de indignação. Disse que já se acostumou, que passou por situações do gênero em outros países, e elogiou a afetuosidade do povo brasileiro. O que, é claro, não ameniza a vergonha de saber que isso acontece sem que a gente se dê conta.

Teju conquistou com alguma facilidade o público que lotava a Casa Folha, entendendo algumas perguntas em português e dando longas respostas a todas. Ele poderia ter sido uma espécie de valter hugo mãe da Flip 2012 se tivesse lido Drummond ou feito outras graças do gênero na Tenda dos Autores, onde falou na tarde anterior. Não fez nada disso, mas foi uma boa mesa.

***

Teju e Paloma na Tenda dos Autores, em foto de Adriano Vizoni/Folhapress

A certa altura do debate entre ele e a argentina radicada no Brasil Paloma Vidal, o mediador, João Paulo Cuenca, perguntou se escrever era um prazer para eles. Paloma respondeu: “É uma felicidade”. E Teju: “Consigo escrever e sinto felicidade. Daí leio e sinto tristeza: quem foi o idiota que escreveu isso?”.

É curioso saber que a tristeza tenha existido na escrita de “Cidade Aberta”, o romance de estreia que o alçou à fama instantânea nos EUA (até onde “fama” e “literária” não são antônimos). Entre outras coisas, o livro recebeu elogiosa crítica de cinco páginas na “New Yorker”, assinada por James Wood (de “Como Funciona a Ficção”). Aqui foi um daqueles casos de livros atropelados pela Flip. Com tantos títulos saindo ao mesmo tempo, Teju ganhou menos espaço.

Como escrevi no papel, à primeira vista “Cidade Aberta” pode dar impressão de um elogio a Nova York, metrópole onde se passa a maior parte da história. Mas a primeira vez que a expressão aparece na narrativa é em referência a Bruxelas, como lembrança de que é como se chamam, em tempos de guerra, cidades que se rendem para preservar a infraestrutura –essa é só uma contradição que ajuda a entender outras do livro.

Teju nasceu no Estado americano de Michigan, foi criado na Nigéria natal de seus pais e se estabeleceu nos EUA aos 17. O protagonista do romance, Julius, meio nigeriano, meio alemão, também chegou em Nova York aos 17 e hoje (ou melhor, em 2006, quando começa a história) é um jovem psiquiatra que passa as tardes andando sem rumo e prestando atenção nos tipos e cenários que para os outros não passam de pano de fundo.

Ele explica melhor tudo isso na entrevista a seguir, feita na manhã de quinta em Paraty.

***

Teju em foto de Vizoni, também: ele gosta de fotografar, mas detesta ser fotografado

A primeira vez que o termo “Cidade Aberta” aparece no livro é em referência a Bruxelas, e não a Nova York. Como fez essa conexão entre o termo para as duas cidades?
Queria usar “cidade aberta” em dois sentidos. O primeiro é mais óbvio, “aberta” tem conotação positiva, coração aberto, mente aberta, então é isso o que as pessoas pensam, um lugar no qual você pode ir e vir livremente. Mas há esse segundo termo, militar, pelo qual cidade aberta é aquela que, em tempos de guerra, se rende num acordo, levando a uma situação em que tudo parece normal, sem destruição, mas com a convivência dos invasores. Achei o conceito interessante, e é um nome estranho para o conceito.

Escolhi Bruxelas, que passou por isso, porque um interesse meu em literatura são os duplos. Ter uma coisa em comparação com outra, um eco maneira indireto. Julius, o narrador, tem vários duplos no livro, mas o principal é Farouq, esse jovem marroquino que, como ele, é africano, jovem, intelectual, um pouco à esquerda, embora sejam  diferentes.

Nova York é uma espécie de capital de um novo império, e é uma capital insegura, com problemas internos. Os problemas estão lá, mas você não consegue ver. Não é como uma cidade invadida, quando há soldados estrangeiros usando seus recursos, seu oxigênio, mas Nova York tem de lidar com o terrorismo, com o crime, todas essas coisas.

Ao mesmo tempo, é a capital financeira do mundo, é uma capital cultural. E Bruxelas, com toda sua história pós-colonial e seus conflitos internos, é oficialmente a capital da Europa. Achei melhor explorá-la do que a Londres, porque Bruxelas é mais inusitada. Estive lá um mês atrás, e eles estavam felizes de eu ter usado a cidade, mas também surpresos.

Quando Julius está em Nova York, ele tem esse sentimento de não pertencer àquele lugar, mas, quando vai a Bruxelas, parece se sentir mais americano.
É claro que o livro é ficção, mas esse é um fenômeno que acontece comigo. Em outros sentidos também. Quando estou com um grupo de amigos radical, muito à esquerda, eu me vejo mais no meio. Quando estou falando com gente que se considera moderada, tenho vontade de dizer: ‘Ei, venha para a esquerda’.

Estou sempre defendendo o lado que está sendo atacado. Se estiver conversando com algum ateu radical, posso defender a religião. Se encontrar um religioso, vou dizer: ‘Esqueça, não quero saber de nada disso’. É mais ou menos isso o que acontece com Julius. Quando ele vê outros criticando os Estados Unidos, ele se vê defendendo o jeito americano contra quem não consegue entendê-lo.

O tema da migração percorre todo o livro, Julius é um migrante e conversa com outros a todo momento. Como isso ajuda a definir Nova York?
Nem sempre morei em Nova York, mas hoje [quinta] se completam 20 anos que cheguei lá. Só morei em Nova York em 12 desses 20 anos, mas percebi que aquela que aparece no cinema ou na TV não se parece com a que conheço. A de “Friends”, “Seinfeld”, que Nova York é essa? Não reconheço. Quando olho pra Nova York, as pessoas são diferentes. Não é essa em que você só vê seis amigos brancos vivendo em apartamentos legais.

Nova York é uma cidade de imigrantes. Isso é óbvio. Quando você entra no metrô, é como estar na ONU. E por que isso não aparece… Não escrevi o livro com a missão de mostrar como a cidade é. Foi apenas natural. Isso é apenas o tipo de coisa que a gente vê todo dia.

Julius é meio alemão, meio nigeriano, seu professor é japonês, seus pacientes são turcos e afro-americanos. Seus vizinhos são brancos, irlandeses ou algo do gênero. Isso é normal. Seria artificial se eu escrevesse essa história com todos brancos, mas vi livros sobre Nova York que fazem isso.

Acho especialmente interessante que o atual presidente dos EUA seja algo que eu chamaria desse novo tipo de americano. É americano, mas tem um pé em outro mundo, pais de fora, é ‘acusado’ de ser muçulmano, viveu na Indonésia. Cada vez mais vamos ver histórias assim. Não uma narrativa sobre imigrantes, mas a essência de ser americano e do mundo.

Você já descreveu Julius como um homem pós-11 de Setembro. O que seria uma pessoa pós-11 de Setembro?
Uma coisa importante é o questionamento quanto ao mito da inocência americana. Antes do 11 de Setembro, éramos esse país inocente e bacana, todas as guerras eram do outro lado do oceano, não precisávamos lidar. Depois disso, a guerra veio para casa, e para quem é esclarecido se tornou a ocasião para perguntar qual é nosso papel na miséria que as pessoas lá fora vivem.

Não é a primeira vez que isso acontece, mas, para a minha geração, o 11 de Setembro abriu os olhos para o mundo. Já houve a Coreia, o Vietnã, e para nós foi o Iraque, que lembra mais uma vez que a história do mundo não é americana. Isso foi o que 11 de Setembro fez.

Chamei de pós-11 de Setembro porque não queria que fosse uma análise do ataque às torres ou da guerra, queria que fosse uma história sobre como digerimos as coisas quando algo maior acontece. E parte da resposta é que digerimos isoladamente, não em público. E que a perda e essa forma de digerir se conectam uma à outra.

A primeira coisa que se precisa entender é que a história não começou ontem. Mas as pessoas que querem usar o 11 de Setembro politicamente, querem insistir que começou com o ataque. Falam como se fosse a pior coisa que aconteceu com Nova York. Mas, se você perguntar a um americano nativo, a pior coisa não foi o 11 de Setembro em si. Para os negros de Nova York o 11 de Setembro é terrível também, mas um quarto da população é descendente de escravos africanos. Foi uma longa história de escravidão, isso é um desastre. E parece que foi esquecido.

Você falou há pouco de Obama. Como avalia o governo dele?
Gosto dele. Acho que é notável e incomum ter nos EUA um presidente como ele. E está no lugar certo. No entanto, também é presidente, e isso vem com uma característica específica de brutalidade. Há uma tensão entre esse homem interessante, de quem gosto, e esse comandante-em-chefe de guerras ilegais. Mais notavelmente essa guerra ilegal no Paquistão, com os EUA assassinando pessoas. Mas acho que internamente ele teve muita oposição aos republicanos e que fez um trabalho incrível considerando o tipo de oposição que teve.

Um  ou outro personagem no livro diz para Julius ‘você é afro-americano como eu’, ressaltando as dificuldades que isso pressupõe. Algo nesse sentido mudou após Obama?
Sim, há grande diferença. Se você é um pequeno garoto ou garota negro nos EUA, todas as mensagens que a sociedade passa é que você não é bom. E, em certo sentido, alguém que parece com você é o chefe. É bom para afro-americanos, um tipo de conforto. Mas também para os brancos, mesmo os que não são racistas, porque deu uma experiência que a maioria nunca teve que é ter uma pessoa negra numa posição de autoridade.

Sou professor, e frequentemente tenho a sensação de que é a primeira vez na vida que aqueles garotos têm um professor que não é branco. Isso imagino que seja estranho para eles. Mesmo interagindo com vários negros, mas pegando o metrô, o motorista do ônibus, o homem da bilheteria. Obama ajudou a criar isso, e espero que os EUA também tenham, como o Brasil, uma presidente mulher, só para a gente passar por isso e seguir em frente.

Você está escrevendo uma não ficção sobre Lagos. Como é passar da maior cidade dos EUA para a maior da África, e da ficção para a não  ficção?
Quando você está escrevendo, fazendo um trabalho criativo, quando é um iniciante como eu, uma coisa curiosa é que você descobre seus interesses. Você não tinha como saber isso antes de começar, não tinha como saber se escreveria sobre amor ou horror ou espiões.

Mas, quando escreve, você desenvolve seus interesses. Descobri que meu maior interesse é escrever sobre cidades. Quando tiro fotos, são de cidades. Nesse sentido, Lagos faz sentido. “Cidade Aberta” é cheia de descrições líricas da vida na cidade a partir de um olhar para as pessoas e para as coisas, nesse sentido não há muita diferença.

As cidades são muito parecidas uma coisa a outra. Alguns milhões de pessoas vivendo juntas num espaço pequeno. E pessoas que ao mesmo tempo são cooperativas e hostis, isso é uma tensão interessante. No entanto, Lagos é diferente para mim porque foi onde cresci. Está conectado a infância, a familiaridade. E é uma cidade complicada, com problemas que em Nova York já foram resolvidos, como infraestrutura, eletricidade. As coisas pequenas que tornam a cidade mais desafiadora para quem vive lá e interessante para mim.

A ficção e a não ficção não são tão diferentes, já que a minha ficção trata de escrever de maneira que pareça real, tanto que muitos acham que é biográfico, com observações que vêm da vida ou parecem vir da vida. É claro, na não ficção tenho que tomar o cuidado de garantir que tudo o que escrevo venha da observação, da pesquisa, mas, como escritor, minha voz é minha voz, então o que escrevo provavelmente vai soar como meu.

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Zambra, Joyce e as lacunas de leitura

Por Raquel Cozer
19/05/12 16:41

O trecho acima é de “Bonsai” (Cosac Naify), livro bem lindo do chileno Alejandro Zambra, 36, que será companheiro de mesa do catalão Enrique Vila-Matas agora na Flip. A vantagem de “Bonsai” é que ninguém precisa inventar que leu; dá para matar em uma hora e meia, se tanto.

É um livreto de 96 páginas, mas naquela diagramação da Cosac que a gente conhece, feita de brancos generosos. Seria um desses “romances de capítulos curtos, de quarenta páginas, que estão na moda”, como ouve a certa altura Julio, o moço que não leu Marcel Proust, mas para mim fica mais naquela zona nebulosa entre uma novela e um embrião de algo maior.

“Bonsai” poderia ser acusado de parecer demais uma certa literatura que se faz hoje, auto-referente, orgulhosa do que é, ou então de partir de uma escolha recorrente entre iniciantes (coisa que Zambra, hoje celebrado no exterior, era quando escreveu), que é contar uma história romântica. É verdade que o livro é tudo isso, e tanto mais por isso impressiona que seja uma leitura tão boa. Se é do tipo que fica na cabeça, bem, alguém me pergunte no mês que vem.

O romance ganhou o prêmio do Conselho Nacional do Livro do Chile em 2006, e foi depois dele que Zambra entrou na lista de 22 melhores jovens autores hispano-americanos da Granta.

O que me intriga é que aquelas modestas 40 páginas (na versão sem diagramação da Cosac) tenham rendido um longa-metragem, exibido em Cannes no ano passado. Ao ver o trailer me lembrei de outro filme (“Cão sem Dono”) que me impressionou por sair de um livro magrinho, “Até o Dia em que o Cão Morreu”, do Daniel Galera –mas pelo menos este tem 104 páginas, e isso na diagramação menos conceitual da Companhia das Letras.

O trailer de “Bonsai”, de Cristián Jimenez:

 

 ***

Queria voltar ao trecho do livro de Zambra em que Julio diz que leu “Em Busca do Tempo Perdido” aos 17. Porque ele tinha lido muita coisa até então, Kerouac, Nabokov, Capote, mas não Proust. Também não li Proust aos 17 (nem depois), o que me lembrou uma teoria antiga de que há coisas que precisam ser lidas na adolescência, antes que o tempo fique escasso demais.

Meus pais nunca foram de ler romances –meu pai lê até dicionário (verdade), mas nunca ficção; de leitura da minha mãe quase só me lembro de “Confesso que Vivi”, do Neruda, um livro de cabeceira no sentido mais honesto da expressão: nunca esteve em outro lugar.

Mas, como os pais de muita gente que gosta de ler, o meu comprou os clássicos de banca da Abril, e assim conheci Dante, Shakespeare, Cervantes, Pirandello, Zolá, Flaubert, Tolstói, Dostoiévski e deveria ficar listando aqui por linhas e linhas para me redimir da confissão a seguir.

A ela, enfim. Em casa não tinha “Ulysses”, nem “Em Busca do Tempo Perdido”, nem “A Montanha Mágica”, nem outros que prefiro nem listar para não tornar essa confissão ainda mais constrangedora, já que eu poderia muito bem tê-los pegado na biblioteca de Petrópolis antes de usar isso como desculpa, embora não esteja certa de que estariam lá. Meu conhecimento de Joyce se restringe a “Retrato de um Artista Quando Jovem”, que adorei depois de me irritar nas primeiras páginas, o de Mann não vai além de “A Morte em Veneza”, e assim, pelas beiradas, pelo menos eles e outros autores fundamentais não me passaram em branco.

Isso tudo antes de eu desconfiar de que um dia trabalharia com livros e que, portanto, não conseguiria ler mais quase nada por puro interesse pessoal.

O "Ulysses" da Penguin, em foto da @TaIzze, que já leu quase tudo (cof)

Agora me sai essa linda tradução do “Ulysses” (Penguin), pelo Caetano Galindo, e me pego na seguinte situação: se for esperar para ler antes tudo o que tenho de ler a trabalho, nunca começo, porque o trabalho sozinho já exige mais leitura do que consigo dar conta.

Como não ia andar para cima e para baixo com um livro de mil e tantas páginas na bolsa (aquela introdução bem que podia ser menorzinha, vai, para ajudar), a edição linda vai ficar em casa, mas joguei o original em inglês no meu Kindle para as horas livres. Vou ler catando milho, quando der. Se um dia terminar, eu conto. É claro, não atravessaria mil páginas pra guardar segredo.

Não imagino que seja nenhum bicho de sete cabeças, embora tenha largado nas primeiras páginas todas as vezes que tentei. Também não acho que mente quem diz que leu, como tantos pensam, embora desconfie de que boa parte largou pela metade e omite esse detalhe. Aconteceu comigo e “Os Irmãos Karamazov”, que é tão bom: parei faltando um terço; quando fui voltar, meses depois, percebi que teria de voltar tipo do começo, porque já tinha esquecido um monte de coisa; o resto da história você pode imaginar.

Sobre fingir que se leu o que não foi lido, e atire o primeiro “Catatau” quem nunca fez isso (esse, aliás, eu li, de verdade), queria encerrar este post com um último retorno ao “Bonsai”.

Julio mentiu sobre ter lido “Em Busca do Tempo Perdido” para Emilia, e ela, ficamos sabendo na página seguinte, retribuiu a mentira. Um dia eles resolvem “reler” juntos, e então Zambra escreve:

“Antes de começar a ler concordaram, por precaução, que era difícil para um leitor de ‘Em Busca do Tempo Perdido’ recapitular sua experiência de leitura: é um desses livros que mesmo depois de lidos a gente considera pendentes, disse Emilia. É um desses livros que vamos reler sempre, disse Julio.”

***

Peço desculpas pelas ausências prolongadas. Sempre tento arrumar tempo entre fechamentos da “Ilustríssima”, apurações para o Painel das Letras, reportagens para o jornal e, bem, a vida lá fora (ó eu fazendo drama), mas às vezes o tempo engole a gente.

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